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outubro 2010

“DEPOIS ENTENDERÁS”

Isaltino Gomes Coelho Filho

Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás” (João 13.7).

Para Pedro era absurdo Jesus lavar-lhe os pés. Isto era tarefa de escravos, ou de alguém que fosse inferior ao que tinha os pés lavados. Jesus era o líder, o mestre deles, como poderia lhe lavar os pés, a ele, Pedro? Ele deveria lavar os pés de Jesus! Jesus insiste; quer lhe lavar os pés.

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OS ERROS DO ESPÍRITO SANTO

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Pare evitar melindres, digo logo que o título é retórico, e não literal. Perco parte do impacto, mas evito logo os caçadores de heresia. Não tenho muita paciência com gente que procura chifre em cabeça de cavalo, e por isso esclareci logo.

Filipe estava pregando para uma multidão, e o Espírito o removeu para o deserto. Tirou-o do meio de um trabalho de massa e de grande impacto. É que lemos em Atos 8.12-13: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”. Filipe tivera discernimento e fora para a Samária: “E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (At 8.5-7). Lá surgiu um avivamento e muitas conversões aconteceram.

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E COMEÇA A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

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Certo dia o Deus Eterno disse a Abrão: -Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei. Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma bênção para os outros” (Gênesis12. 1-2)

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Neste texto começa a história da salvação. Dois componentes muito fortes da teologia da salvação já surgem aqui, e muito bem delineados: Deus fala e o homem responde. Deus falando é a graça. O homem respondendo é a fé. A salvação tem a graça do Deus que fala. E tem a fé, que é a resposta do homem. Salvação é junção de graça e fé: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la” (Ef 2.8-9).

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UMA IGREJA PRA MIM

Isaltino Gomes Coelho Filho

Alguém me disse que encontrou em Macapá, uma pessoa que não via há tempos. Perguntou-lhe o que viera fazer na cidade, pois se mudara há tempos. A resposta foi: “Vim construir uma igreja pra mim”. A resposta a surpreendeu. A mim, não. Já notei que “igreja” se tornou uma franquia religiosa, que qualquer um pode organizar segundo padrões pessoais, sem se preocupar com conteúdo. Basta dar às pessoas o que elas querem ouvir, não fazer exigências, só promessas, e terá campo livre para manipulá-las. Ensinar a Bíblia? Firmar padrões bíblicos? Falar de disciplina? Isto afasta a clientela.

“Construir uma igreja pra mim”. Muitos pastores têm agido assim, em parte por vaidade e em parte para se livrar de oposição na administração da igreja. É um dado para pensar que as igrejas sob regime monárquico se desenvolvem mais que as igrejas com espaço democrático. Infelizmente, há muitas pessoas que buscam carreira e honraria na igreja, querendo impor visão pessoal, e se valem da democracia eclesiástica. Há pastores donos de igreja, mas há membros de igreja que se julgam seus donos. E brecam qualquer ação que lhes reduza o poder. O trabalho emperra. Uma igreja para mim.

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O EQUÍVOCO DE LULA, FHC E DOS ANALISTAS POLÍTICOS

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 24.10.10

Incomodado com as críticas a Dilma por ser favorável ao aborto, o Presidente Lula criticou os que queriam, segundo ele, impor uma agenda religiosa ao Estado. Ajudaram-no alguns analistas políticos. Agora, o ex-Presidente FHC que perdeu uma eleição à prefeitura de S. Paulo porque, dizem, titubeou em dizer se cria ou não em Deus, também criticou o enfoque religioso da campanha.

Por dolo ou ignorância, Lula, FHC e os analistas erraram. Ao se posicionarem contra o aborto, evangélicos e católicos não discutiram religião. Não abordaram tema de fé: qual é a igreja certa, forma de batismo e doutrinas. Apenas afirmaram sua visão bioética (ética da vida) à luz de sua cosmovisão. Secularistas e ateístas querem impor uma visão fechada à sociedade, não de economia e política, mas de ética. A democracia abriga mais de uma visão e a dos sem Deus não pode ser alardeada e a voz dos que crêem em Deus não pode ser calada.

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A MONARQUIA EM ISRAEL

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para a PIB de Nova Odessa, em 2 de julho de 2002

A visão bíblica sobre a monarquia em Israel é um pouco ambígua. Há duas posições bem nítidas, é forçoso reconhecer, sem escamotear a verdade. Uma é a que vemos no primeiro livro de Samuel. Em 1Samuel 8.6, ao receber o pedido do povo por um rei, ele se desgostou. Havia certa lógica em seu sentimento. Era o sacerdote, sem dúvida alguma, o grande sacerdote de Israel. A forma de governo era sacerdotal, e ele perderia parte de seu poder. Ele até viu como rejeição a si, pessoalmente, como lemos na palavra que Deus lhe dirige, em 8.7, que o agravo não é a ele, Samuel. Talvez isto explique, humanamente, o choque entre ele e Saul, que, no fundo, foi a luta entre um poder que saiu e outro que entrou. Mais ou menos como os conflitos que vemos, hoje, em igrejas que ficam sem pastor, e este chega e esbarra com um líder leigo que se acostumou em ser o centro de atenções e decisões e se sente desprestigiado. Houve um conflito de personalidades.

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A ESTRANHA TEOLOGIA DOS SIMPSONS

Isaltino Gomes Coelho Filho

Os Simpsons são uma família cujo cotidiano é mostrado em desenhos animados muito bem feitos. Em algumas vezes que vi o desenho, pareceu-me uma família confusa, como eu não gostaria que a minha fosse. Outro dia, vendo-o, lembrei-me de ter lido um interessante livro sobre eles, O evangelho segundo os Simpsons, de Pinsky. Até fizera uma pastoral, que ampliei neste artigo.

Pinsky segue a linha de outros livros, como A psicanálise dos contos de fadas, de Bettelheim, O lobo mau no divã, de Laura James (ela analisa as patologias dos personagens dos contos de fada), Teologia e MPB, de Calvani, Teologia e literatura, de Manzatto (uma reflexão teológica nas obras de Jorge Amado), House e a filosofia – todo mundo mente, de Irwin e Jacoby, Super-heróis e a filosofia – verdade, justiça e o caminho socrático, de Irwin. Ou seja: quais conceitos espirituais, culturais e psicológicos são veiculados em produções seculares (música, filmes, desenhos, gibis ou histórias infantis). Não sendo pedante (e sendo), quando me pós-graduei em Educação, pela Católica de Brasília, meu trabalho foi sobre a ideologia das histórias em quadrinho (Disney, Super-homem, Ultraman, Ultra-Seven, gibis de cowboys, etc.). Porque não se trata só de entretenimento, mas de transmissão de valores.

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ESGOTAMENTO EMOCIONAL

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Pastoral do boletim da Igreja Batista Central  de Macapá, 17.10.10

Antigamente se falava “esgotamento emocional”. Hoje se fala “estresse”, que alguns grafam stress.  Muitos de nós, mesmo sendo fiéis e tementes a Deus, nos estressamos por causa de contingências da vida.  O Dr. Thomas Holmes e alguns colegas de trabalho estudaram o esgotamento emocional e o mediram através do que chamaram de “unidades de mudança de vida”. Na escala que elaboraram, a viuvez valia 100 unidades de mudança de vida. O divórcio, 73 unidades. A gravidez correspondia a 40 e a reforma de uma casa a 25. O natal, que deveria ser um momento de tranquilidade, também pesava. Equivalia a 12 unidades.

Eles concluíram que pessoa alguma pode suportar, com suas próprias forças, mais de 300 unidades no período de um ano sem consequências físicas ou emocionais nos dois anos seguintes. Por vezes, com consequências sérias.

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“QUERÍAMOS VER A JESUS”

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Estes, pois, dirigiram-se a Felipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus” (João 12.21).

Quando eu era adolescente, meu pastor, João Falcão Sobrinho, agraciou-me com um livro de Roy Hession: “Queríamos ver a Jesus”. Li-o com atenção e aprendi muito. Já pastor, tive o privilégio de ouvir Hession, num retiro da Ordem dos Pastores de S. Paulo. Uma das coisas que aprendi, do livro e das mensagens ao vivo, é que a vida cristã é Jesus. Neste sentido, o título da obra, extraído da palavra dos gregos em João 12.21, é significativo: ver a Jesus.

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PROVOCAÇÃO E PATRULHAMENTO

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 10.10.10

No boletim passado falei do livro “1822”, de Laurentino Gomes. Disse que lera seu livro anterior, “1808”, que trata da chegada de D. João VI, ao Brasil. Ele foi o único monarca europeu a morar na América. Reli trechos do “1808”, para ajuntar com as informações de “1822”.

Laurentino fala do Paço Imperial, onde D. João, como rei, despachou com os ministros. A antiga sala do trono está vazia. Vez por outra se usa para eventos culturais. Laurentino comenta um deles: “No começo de novembro de 2005, a sala do trono, no andar superior, onde D. João VI despachava com seus ministros, estava ocupada por uma exposição de artes plásticas em que rosários católicos espalhados pelo chão reproduziam o formato da genitália masculina. Ainda que seja da natureza da arte surpreender o desafiar o senso comum, a exibição desses objetos naquele local, que por tantos anos abrigou uma das cortes mais religiosas e carolas da Europa, se resumia a uma provocação de mau gosto” (p. 19). Não só mau gosto: grosseria.

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NINRODE, O PODEROSO, PAI DA CONFUSÃO

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“Cuche foi pai de Ninrode, o primeiro grande conquistador do mundo (…) No começo faziam parte do seu reino as cidades de Babilônia, Ereque e Acade, todas as três em Sinar” (Gênesis 10.8,10).

Isaltino Gomes Coelho Filho

Ninrode é um personagem enigmático. O texto de Almeida diz que ele se tornou “poderoso”, e isso por três vezes. “Poderoso caçador”, diz o versículo 9. O hebraico  é gibbor tsayidh, que pode ser traduzido por “caçador de homens”, ou “escravista”. Esta é a posição de Leupold (Leupold on the Old Testament, vol. I, p. 366). Calvino admite esta idéia, dizendo que isto “metaforicamente indica que ele era um homem furioso, mais parecido com uma fera que com um homem” (Genesis, p. 317). Wiseman alega que alguns o associam historicamente com Sargão de Adade (2.300 a.C.), guerreiro, escravizador e conquistador. A Linguagem de Hoje diz que Ninrode foi “o primeiro grande conquistador do mundo”.

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O CORVO E A POMBA

“No fim de quarenta dias, Noé abriu a janela que havia feito na barca e soltou um corvo, que ficou voando de um lado para outro, esperando que a terra secasse. Depois Noé soltou uma pomba a fim de ver se a terra já estava seca; mas a pomba não achou lugar para pousar porque a terra ainda estava toda coberta de água. Aí Noé estendeu a mão, pegou a pomba e a pôs dentro da barca. Noé esperou mais sete dias e soltou a pomba de novo. Ela voltou à tardinha, trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Assim Noé ficou sabendo que a água havia baixado” (Gênesis 8.6-11)

Isaltino Gomes Coelho Filho

O dilúvio é a antítese da criação. A criação fez do caos um cosmos. O dilúvio fez do cosmos um caos. A criação é ação de Deus. O dilúvio é reação de Deus. A criação é obra da graça. O dilúvio é obra do juízo. Findo o dilúvio, Noé envia um corvo para, por meio dele, sondar o ambiente. O corvo, sendo carnívoro, evidentemente encontrou corpos flutuando na água. Ninguém os sepultara. Neles pousava, deles se alimentava e até que terra se secasse, voava de um lado para o outro. Isto é, retornava à arca à noite para dormir. A pomba não pousa sobre cadáveres, e retornou a Noé. Depois de uma semana trouxe uma folha de oliveira. Por isso, esta é o símbolo da paz.

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