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STIGMATA: VOCÚ TEM?

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 22.5.11

“… Eu trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gl 6.17).

No dia 15 preguei neste texto, com o título “As marcas de Jesus”. O termo grego para “marcas” é stigmata, que tem dois sentidos: (1) A marca feita num escravo, a ferro, com o logo ou o nome de seu dono; (2) Cicatrizes. Comentei que havia uma diferença entre o servo e o escravo. Alguém podia se alugar como servo por um tempo, após o qual estava livre. O escravo era propriedade do dono para sempre. Paulo se apresentava como escravo. Tinha stigmata.

Além da marca do dono, ele tinha cicatrizes. Falou sobre elas, em sua defesa à igreja de Corinto: “Eles são servos de Cristo? Mas eu sou um servo melhor do que eles, embora, ao dizer isso, eu esteja falando como se fosse louco. Pois eu tenho trabalhado mais do que eles e tenho estado mais vezes na cadeia. Tenho sido chicoteado muito mais do que eles e muitas vezes estive em perigo de morte. Em cinco ocasiões os judeus me deram trinta e nove chicotadas. Três vezes os romanos me bateram com bordões, e uma vez fui apedrejado. Três vezes o navio em que eu estava viajando afundou, e numa dessas vezes passei vinte e quatro horas boiando no mar. Nas muitas viagens que fiz, tenho estado em perigos de inundações e de ladrões; em perigos causados pelos meus patrícios judeus e também pelos não-judeus. Tenho estado no meio de perigos nas cidades, nos desertos e em alto mar; e também em perigos causados por falsos irmãos. Tenho tido trabalhos e canseiras. Muitas vezes tenho ficado sem dormir. Tenho passado fome e sede; tem me faltado casa, comida e roupas. Além dessas e de outras coisas, ainda pesa diariamente sobre mim a preocupação que tenho por todas as igrejas. Quando alguém está fraco, eu também me sinto fraco; e, quando alguém cai em pecado, eu fico muito aflito. Se existe motivo para eu me gabar, então vou me gabar das coisas que mostram a minha fraqueza. O Deus e Pai do Senhor Jesus, o Deus que é bendito para sempre, sabe que não estou mentindo. Quando estive na cidade de Damasco, o governador nomeado pelo rei Aretas pôs guardas nos portões da cidade para me prenderem. Porém os meus amigos fizeram com que eu descesse num grande cesto, por uma abertura da muralha, e assim escapei do Governador” (2Co 11.23-33).

Ele tinha cicatrizes do seu serviço. Muitos querem bênçãos e prosperidade. São senhores de Deus. Dão-lhe ordens, declaram e reivindicam. Mas não têm cicatrizes! Talvez este seja um dos problemas mais sérios dos cristãos contemporâneos: ausência de cicatrizes. Eles não sofrem pelo seu Senhor. Querem um Servidor, um Doador de bênçãos, não um Senhor. Querem afagos, mas cicatrizes, não!

Conclui o sermão com esta poesia de Amy Carmichael, “Nenhuma cicatriz tens tu?”,

“Nenhuma cicatriz tens tu?

Nenhuma escondida cicatriz no pé, ao lado, nas mãos?

Ouço-te cantar tão alto aí na terra! Ouço os homens saudarem tua brilhante estrela que se ergue!

Nenhuma cicatriz tens tu?Nenhum ferimento tens?

Eu, contudo, fui ferido pelo arqueiros e, exausto, encostaram-Me ao madeiro para morrer;

E, vendido pelas feras que maquinaram contra Mim, desfaleci.

Nenhum ferimento tens tu? Nenhuma ferida? Nem cicatriz?

Contudo, como o Mestre o servo será,

E serão trespassados os pés que Me seguem;

Mas os teus pés estão intactos.

Pode ter seguido muito quem não possui ferida ou cicatriz?” .

 

Você é escravo de Jesus ou um buscador de facilidades? Você tem stigmata? Você tem alguma cicatriz?

 

 

 

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