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RECUPERANDO O QUE PERDERA

  • por

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 18.11.12

 

Como a vida é curiosa!  Um amigo meu foi visitar um irmão em Cristo, em Brasília e recebeu dele dois livros meus que estavam no espólio de um falecido senador que eu desconhecia. Um é A idade da razão, de Sartre, com meu nome carimbado, datado e localizado em Bauru (1975). O outro, de Clarice Lispector, com meu nome carimbado, datado e localizado em S. Paulo. Lembrei-me que em 1986, em Brasília, uma pessoa aparentada com um senador esteve em minha casa e me levou dois livros. Esquecera-me disso. Recuperei os livros após mais de vinte anos. Os tempos e eu mudamos. Acho Sartre um chato e A idade da razão uma obra ultrapassada. Clarice Lispector não me empolga.

Os livros não me faziam falta. Mas a sensação de recuperá-los foi muito agradável. Pensei na satisfação de Deus quando recupera alguém que ele perdeu. Lembrei-me das parábolas de Lucas 15 (a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido). Além do traço comum, dos três se perderem, há outro: a alegria de Deus. São parábolas que tratam da alegria de Deus quando recupera um pecador perdido. No dizer de Jesus o que foi recuperado dava mais alegria do que o que foi mantido. Uma congregação de fiéis agrada a Deus. Mas recuperar um que não estava com ele o alegra mais ainda.

 

Não precisava dos livros. Até porque chega um ponto em que nos tornamos mais seletivos ao comprá-los. E como não se pode ajuntá-los indefinidamente, descartamo-nos de alguns. Fiz isso com uns 300 há pouco tempo. Mas Deus nunca é seletivo. Não há pessoa que ele não queira junto de si. E não há gente de quem ele queira se descartar. Ele amou o mundo. Como disse Billy Graham, “o coração de Deus bate pelo mundo inteiro”.

 

Não sei se o senador leu os livros. Mas voltaram ao dono, “este que vos escreve”. Que já os lera. Deus já leu cada um de nós. Conhece-nos bem e sabe de nosso conteúdo. Nunca nos julga ultrapassados nem nos troca por outros. E é nosso legítimo dono, por direito de criação (Sl 24.1). Por vezes, embora ele seja o dono, as pessoas ficam na posse de outro (1Jo 5.19).

 

Dou boas-vindas aos dois livros. Sejam bem voltados à casa do seu dono. Mas pense bem em sua vida. Será que não é tempo de seu legítimo dono, Deus, receber você de volta? Ele lhe dará entusiásticas boas vindas!

 

Se você está longe do seu dono, volte para casa. Não espere 26 anos. Se uma pessoa pode se alegrar por recuperar dois livros sem muita importância para ela, imagine o que significa para Deus recuperar você, que vale tanto para ele! Você vale tanto que ele deu Jesus para morrer em seu lugar!

 

Alegre o coração de Deus! Volte para ele! Volte para seu dono!

 

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