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O COLARINHO CERTO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 13.1.13

Briscoe, num de seus livros, contou a história de um homem que foi ao médico porque tinha uma forte dor de cabeça. O médico perguntou se ele fumava e ele disse que sim. “Pare de fumar”, disse o médico. A dor continuou e o homem voltou. “Você bebe?”, perguntou-lhe o médico. “Bebo!”, respondeu. “Pare de beber”, volveu o médico. A dor continuou. De volta ao consultório, o homem ouviu esta pergunta: “Você exerce alguma atividade que produz pressão sobre suas costas?”. “Sim!”, disse. Ouviu isto: “Deixe esta atividade”. A dor não cessou, as consultas continuaram e nada de resolver o problema. Tudo foi solucionado quando se descobriu que o homem usava colarinho 38 e seu número era 39. A solução era simples! Usando o colarinho certo, a dor cessou!

Por vezes, a solução é tão simples, e não vemos. Um pouco mais de bom senso no trato, cautela nos negócios, moderação nas palavras, equilíbrio nas atitudes, e muitas dificuldades seriam evitadas. Não agimos corretamente e dá uma dor de cabeça!

Em outras ocasiões, o problema não dependeu de nós. Mas está lá, e é uma dor de cabeça incessante. Não temos segurança na vida, ou falta tranquilidade em certos momentos. Bate um desconforto, a sensação de que falta alguma coisa que não sabemos explicar. Talvez o que o poeta Cruz e Souza chamou de “saudade do infinito”. Algo que desconhecemos faz uma falta danada!

A vida de Jesus foi vivida sob tensão. A oposição da liderança judaica crescia diariamente. Os discípulos lutavam por poder e não entendiam seus ensinos. Os familiares pensaram que ele era louco. A multidão não o entendia plenamente e quis fazê-lo rei. Sua vida não foi indolor, sem problema algum. Foi agitada, mesmo sendo ele Filho de Deus. Mas em meio a toda tensão vemos um homem seguro, confiante no cuidado do Pai. Eis sua oração junto ao túmulo de Lázaro: “Pai, graças te dou, porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves…” (Jo 11.41-42)! Jesus entregava tudo ao Pai e confiava no seu poder de tudo resolver.

Dirá alguém que isto é banal. É sim. É tão simples como usar o número correto do colarinho para evitar desconforto. Mas é a essência da fé cristã. Deus ouve, Deus responde, Deus age. O que me espanta não é que seja simples. É a distância entre nosso discurso sobre fé e a incapacidade que muitos têm em descansar na fé. Espanta-me a pouca capacidade de entregar-nos a ela, crendo que “tu sempre me ouves”.

Você está com alguma dor de cabeça? Não a cefaleia, mas um problema que não consegue deslindar nem ver saída? O que tenho a dizer é banal, tão banal quanto usar o número de colarinho correto. Mas vá lá: já entregou a Deus?

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