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Estudos

A ÉTICA RELACIONAL DOS PROFETAS

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Palestra preparada pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a FATECH (Faculdade de Teologia e Ciências Humanas, de Macapá), e apresentada em 2.12.12, na 8ª. Semana Teológica “Religião e política na crise da civilização contemporânea”

Ontem falei sobre a ética pessoal dos profetas. Se alguém esperava um discurso político, frustrou-se. E hoje deve continuar frustrado. Mas creio que minha trilha é correta. Lembro-me de uma citação atribuída a Mark Twain: “Muita gente fala em mudar o mundo, mas ninguém quer mudar-se a si mesmo”. Primeiro os profetas e a igreja, que deve ser uma comunidade profética ao mundo, devem colocar sua vida em ordem. Depois terão condições de chamar o mundo à mudança. Ética começa com os que a apregoam.  Eis uma oportuna citação de Tozer: “A noção popular de que a primeira obrigação da igreja é disseminar o evangelho até os confins da terra é falsa. A sua primeira obrigação é ser espiritualmente digna de disseminá-lo” [1]. Quero usar esta citação no contexto profético. Se a igreja quer falar de ética ao mundo deve lembrar que a ética deve começar em seus domínios.  Por isso vou falar de ética relacional, hoje. Os profetas sabiam se relacionar. Nao eram apenas emissores de acusações aos outros. Sabiam como deviam viver, e é disso que quero tratar disto hoje.

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A ÉTICA PESSOAL DOS PROFETAS

Palestra preparada pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a FATECH (Faculdade de Teologia e Ciências Humanas, de Macapá), e apresentada em 2.12.12, na 8ª. Semana Teológica “Religião e política na crise da civilização contemporânea”

Houve um tempo em que todo mundo queria ser profeta, ou se arrogava “voz profética”. Era uma maneira de dizer o que queria, e, por mais deseducado que fosse, sua desculpa era que estava agindo como profeta. Eu também agi assim. No púlpito de uma das igrejas em que servi, coloquei um cartazinho para mim mesmo: “Vive o Senhor que o que o Senhor me disser, isso falarei”, citando Micaías, quando instado a dizer coisas boas ao rei Acabe. Mais tarde preguei em uma igreja onde o pastor pusera outro pequeno letreiro no púlpito: “Não mais eu, mas Cristo”, citando Paulo. Achei o dele melhor que o meu.

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A CARTA AOS ROMANOS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Estamos no ano 56-57 de nossa era. Após dez anos de intensa evangelização às margens do Mar Egeu, Paulo está agora em Corinto, hospedado na casa de um amigo, Gaio (Rm 16.23). Sua visão agora se volta para a Espanha. Ele não tinha disposição de edificar sobre fundamento alheio (Rm 15.20). Será uma grande oportunidade para ele, conhecer a fabulosa Roma. Embora fosse cidadão romano (sobre isto tratamos mais à frente) ele não conhecia a cidade nem os cristãos de lá. Esta era uma grande oportunidade para conhecer a igreja, cuja fama se espalhava, e compartilhar alguma coisa com seus membros (Rm 1.9-13).

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O PROFETA JEREMIAS

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

Jeremias foi um homem incompreendido em sua época. Foi também um homem solitário. E cheio de adversários. Poucos homens foram tão hostilizados como ele. Não há profeta que tenha padecido mais que ele, e no restante da Bíblia, quem pode se ombrear é Paulo, em termos de perseguição. É chamado de “o profeta chorão”, um epíteto que mostra um conhecimento bastante superficial sobre sua vida. Na realidade, chamá-lo de “chorão” é uma injustiça. É um gigante entre os profetas e de chorão não tem nada. Num sermão no texto de Jeremias 2.13, o saudoso Pr. José dos Reis Pereira disse que Jeremias era um gigante espiritual, numa geração de pigmeus. Um bom termo: um gigante, não um chorão.

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O PROFETA JONAS

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Quarta  conferência teológica preparada pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a PIB de Nova Odessa, SP, 5/7/1

Boa parte das discussões no livro de Jonas são sobre o peixe ou sobre a historicidade do evento. Perde-se muito tempo debatendo se Jonas é um relato de algo realmente sucedido, parábola ou alegoria. Já li livros dedicando espaço enorme para provar que um peixe pode engolir um homem e vomitá-lo, vivo, depois. Não creio que o livro tenha sido escrito com este propósito. Na realidade, creio que isto é absolutamente irrelevante. Há um sentido em seu conteúdo, mais que na sua forma. E é nele que devemos centrar o nosso interesse.  Também não creio que a discussão sobre o peixe seja sinal de ortodoxia, como pensam alguns. É sinal de perda de oportunidade. De desperdício de material. O que Jonas nos ensina não está aqui. Há muito desperdício nesta discussão.

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ESTUDO BÍBLICO EM TITO

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para núcleos de estudo bíblico

INTRODUÇÃO

Paulo fora libertado em Roma, quando de sua primeira prisão. Deve ir ter ido para a ilha de Creta. De lá foi para Éfeso e depois para a Macedônia. Tito ficou em seu lugar, em Creta (1.5). Mais tarde, Paulo escreveu-lhe esta carta com algumas orientações sobre como administrar a igreja daquela ilha. Ela não é posterior, portanto a 2Timóteo, embora venha depois dela em nossa Bíblia. Deve ter sido escrita na mesma época de 1Timóteo, entre os anos 61-65. São cartas gêmeas, escritas logo após a soltura de Paulo.

Em 1Timóteo, a palavra chave é “doutrina”. Em Tito, é “boas obras”. O versículo central está em 3.8. Os cristãos devem mostrar sua fé em boas obras. As duas epístolas se completam. Ter doutrina correta é bom. Isto se chama “ortodoxia”. Mas de pouco adianta se não houver conduta certa. Isto se chama “ortopraxia”. Muitas vezes enfatizamos a doutrina e esquecemos os bons relacionamentos dentro da igreja. Este é o tema da carta. Como os membros da igreja devem viver uns com os outros.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 4

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para núcleos de estudo bíblico

Nos três estudos anteriores, vimos que Hebreus é um livro singular, com uma estrutura diferente dos demais. Vimos, também, que sua linha de argumentação difere da dos demais. O autor conhece profundamente a teologia judaica, particularmente a questão  dos sacrifícios. Mas sua maneira de interpretar o Antigo Testamento é diferente da de Paulo, pois ele emprega categorias de pensamento próprias dos gregos. Isto torna o livro mais fascinante, porque é uma forma de argumentação que ainda não estudamos.

 

Já vimos, anteriormente, três dos seus temas: a superioridade de Cristo, o sacrifício de Cristo e a nova aliança, trazida por Cristo. Hoje completaremos o livro, com o quarto e último tema: a disciplina de Jesus. É uma consequência prática da pessoa e da obra de Jesus Cristo.

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O PROFETA JOEL

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Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para o campus avançado do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, em Cabo Frio, agosto de 2004.

Após uma visão geral do profetismo como primeira palestra e uma segunda sobre Naum, nosso segundo vulto a ser estudado é o profeta Joel. Infelizmente, este é um profeta sobre o qual há pouca reflexão. E é ele citado, na maior parte das vezes, pinçando-se suas declarações do contexto que ele vivenciou. Se houvesse um estudo sério para descobrir do que estava ele falando, sobre seu escrito e sua teologia, evitaríamos muitos problemas de interpretação do Novo Testamento. Para muitos, o Antigo Testamento é mera curiosidade arqueológica. Mas, quando é mal interpretado, os equívocos se projetam no Novo Testamento. É prova disto o fato de que muitas das grifes evangélicas, das invenções e esquisitices contemporâneas estejam com base (ou falta de base) no Antigo Testamento. Exegeses precárias e inusitadas e interpretação fragmentária ou atomizada (como Martin-Achard prefere chamar [1]) de passagens ou incidentes, isoladas de seu contexto histórico, produzem doutrinas exóticas. Assim sucede com nosso personagem de hoje.  Interpretações equivocadas de Joel produzem distorções teológicas sérias, do ensino neotestamentário.

Com estas considerações iniciais, que são, ao mesmo tempo, advertência e estímulo, caminhemos por Joel. Sem dúvida que poderemos aprender dele.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 3

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Já vimos que Hebreus é um livro absolutamente singular, com uma estrutura literária e teológica diferente da dos demais, e com uma linha de argumentação também bastante diferente. O autor tem um profundo conhecimento do judaísmo e da teologia dos sacrifícios, mas emprega categorias de pensamento próprias dos gregos. Isto torna o livro mais fascinante, porque é uma forma de argumentação que ainda não estudamos. É uma visão teológica do relacionamento entre cristianismo e judaísmo, entre a nova e a antiga revelação, com uma visão estrutural grega.

Já vimos, anteriormente, dois dos seus temas: a superioridade de Cristo e o sacrifício de Cristo. Eles nos enriqueceram quanto a uma visão mais correta da pessoa e da obra de Cristo. Hoje temos o terceiro, a nova aliança. Torna-se oportuno analisar isto porque há cristãos meio desorientados, querendo voltar a guardar preceitos do Antigo Testamento, ressuscitando festas judaicas, como se fosse observância para a igreja de Jesus. Tudo aquilo já passou, como diz Colossenses 2.16-16: “Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo”. Na realidade, isto já fora sinalizado desde a Transfiguração de Jesus, quando estão presentes Moisés (a Lei), Elias (os Profetas) e Jesus (a nova Revelação) e diante da proposta de Pedro de colocar os três em pé de igualdade, o Pai tirou Moisés e Elias de cena, e declarou, sobre Jesus: “Este é o meu Filho amado em que me comprazo, a ele ouvi”. Nós não ouvimos Moisés e Elias, mas a Jesus. Infelizmente, muitos cristãos estão apostando, negando a Cristo e sua cruz, e rebaixando-o a ao nível de vultos do Antigo Testamento. Este estudo reflete sobre isto.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 2

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Hebreus é o livro da Bíblia que mais discute o sacrifício de Cristo. Como o tema do livro é a superioridade de Cristo, o autor desenvolve a questão do porquê do sacrifício de Jesus e tece comparações entre ele e os sacrifícios judaicos. Nosso assunto posterior será a nova aliança. É preciso referir-nos a ela, de passagem, agora. A primeira aliança, feita com Moisés, estava estruturada sobre os sacrifícios. A nova, feita em Cristo, está estruturada sobre um sacrifício, o de Jesus. E o autor mostrará que este é superior, é único e suficiente. Nao há motivo algum para voltar ao passado, ao sangue de animais, nem mesmo à pesada legislação sacerdotal do Antigo Testamento.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 1

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

Hebreus é o único livro do Novo Testamento de autoria desconhecida. E é um livro de conteúdo também desconhecido, na maior parte de nossas igrejas. Raramente se prega nele ou se estuda seu conteúdo. Geralmente se usa o texto de 13.8, para justificar dons miraculosos, mas se ignora o resto do livro. E assim mesmo, o uso deste versículo, quando assim feito, é fora do contexto.  Mas, infelizmente, ignora-se principalmente o significado global do seu tema. No entanto, ele é possuidor de mais rica teologia. Um cristão não pode ignorar seu conteúdo. Ele traz a essência da fé cristã. É o livro do Novo Testamento que mais claramente enfatiza as distinções que há entre o judaísmo e o cristianismo, e mostra, de maneira bem clara, o que é ser um cristão. Estudar Hebreus é conhecer as implicações da obra redentora de Jesus.  Temos um cristianismo que não ensina a totalidade da obra de Jesus. Para muitos segmentos, ele é apenas um pretexto para se usar seu nome como se fosse uma senha para se acessar o site das bênçãos de Deus.

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A CARTA AOS GÁLATAS

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

A data da fundação da igreja na Galácia é estimada entre os anos 46 e 47, quando da primeira viagem missionária de Paulo, que é narrada em Atos 13 e 14. O apóstolo adoeceu e teve que se tratar naquela região e aproveitou para evangelizar: “e vós sabeis que por causa de uma enfermidade da carne vos anunciei o evangelho a primeira vez, e aquilo que na minha carne era para vós uma tentação, não o desprezastes nem o repelistes, antes me recebestes como a um anjo de Deus, mesmo como a Cristo Jesus” (Gl 4.13-15). À luz do versículo 15 alguns consideram que foi uma enfermidade nos olhos.  Isto seria confirmado pelo texto de 6.11 que parece indicar que Paulo tinha algum problema de visão (“Vede com que grandes letras vos escrevo com minha própria mão”). Segundo alguns comentaristas, tal problema o acompanhou por toda a vida adulta. Teria sido uma febre ocular contraída nas praias da Panfília, região de malária.

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UM ESTUDO EM 1TIMÓTEO

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Estudo ampliado do esboço preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os pastores batistas em Cabo Frio, RJ, agosto de 2004

INTRODUÇÃO

As cartas a Timóteo e a Tito são chamadas de “epístolas pastorais”. Na realidade, todas as cartas de Paulo foram pastorais, porque ele as escreveu como um pastor. Mas estas são assim chamadas porque foram dirigidas a dois pastores: Timóteo e Tito. O sentido da palavra “pastoral” aqui ficou quase como sendo sinônimo de “clerical”, uma carta para pastores. Somos pastores. Servem-nos por isto. Paulo, o grande pastor, missionário, o maior teólogo da igreja, tem algo a nos dizer aqui. Vejamos, aprendamos e tenhamos humildade de internalizar.

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A 2ª CARTA AOS CORÍNTIOS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para núcleos de estudos bíblicos

A data mais recente para esta carta é o ano 57, segundo a maioria dos estudiosos. É a data limite, pois muitos entendem que teria sido escrita antes disto. Paulo passara por Éfeso, pouco depois de escrever a primeira carta aos coríntios, que parece ter sido levada por Tito (2Co 12.17-18).  De lá foi para Trôade, onde esperava encontrar-se com o mesmo Tito, para ser informado do efeito que a sua carta causara na igreja (2Co 2.12-13). Não o encontrando, foi para a Macedônia, onde, por fim, o encontro entre os dois se deu. Foi aí que Paulo ficou sabendo como os coríntios se contristaram com o seu escrito. Aliás, é curioso como as pessoas nem sempre se contristam por andar erradas, mas se entristecem quando são corrigidas. Elas amam o pecado, mas resistem à correção. E, quando corrigidas, ficam tristes. Mas pior é quando as pessoas, ao serem corrigidas, se abespinham, se zangam, e tentam derrubar o obreiro. Muito pastor já perdeu pastorado por mexer em “casas de marimbondo” do pecado de alguém famoso ou de dízimo alto na igreja. Lembro-me da queixa de um pastor que, além de deposto do pastorado, quase foi agredido fisicamente, por não ter aceitado que o filho de um “poderoso” na igreja fosse traficante drogas. O filho do poderoso era membro da igreja e traficante…

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A 1ª CARTA AOS CORÍNTIOS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para núcleos de estudos bíblicos

Corinto era uma grande metrópole de origem grega. Na realidade, apesar de Atenas ser a capital, era a cidade mais importante da Grécia, por sua localização geográfica. No tempo de Paulo, era uma das maiores cidades do Império Romano, com cerca de 400.000 habitantes, um número considerável, na época (hoje já é bastante!). Ficava a 80 km de Atenas, sendo rota comercial, uma espécie de encruzilhada do mundo da época (por isso que era a mais importante da Grécia). Era a capital da província da Acaia. Paulo implantou o evangelho ali (At 18.1-3), tendo ficado um ano e meio na cidade (At 18.11). Parece que conseguiu muitos frutos em seu trabalho (At 18.9-10).

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A Mulher por Inteiro

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por Meacir Carolina Frederico Coelho Clique aqui para download do arquivo.

UMA BREVE INTRODUÇÃO À BÍBLIA

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Uma abordagem histórica-devocional, feita pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para grupos de estudo bíblico.

INTRODUÇÃO

A Bíblia contém 66 livros (39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento), escritos por cerca de 40 autores (31 do AT e 9 do NT).  Ela foi escrita durante um período de mais ou menos 1.500 anos (1.400 a.C. a 100 d.C.), mas tem um único tema – a redenção do homem.  O AT compõe três quartos do conteúdo da Bíblia; o NT, um quarto.  Em termos da mensagem do evangelho:

  1. O AT relata: …………………………….  a preparação para o Evangelho
  2. Os quatro evangelhos relatam: …..  a manifestação do Evangelho
  3. Atos relata: …………………………….. a expansão do Evangelho
  4. As epístolas relatam: ………………..  a explicação do Evangelho
  5. O Apocalipse relata: …………………  a consumação do Evangelho.

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ESTUDO BÍBLICO EM FILIPENSES

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

A cidade de Filipos recebeu este nome em homenagem a Filipe, pai de Alexandre, o Grande. Era uma cidade predominantemente grega e, geograficamente, a primeira cidade da Macedônia, sendo colônia romana, nos tempos do Novo Testamento (Atos 16.12).  Possuía templos a Baal e Astarte (a esposa de Baal, no paganismo oriental), segundo informações históricas. Parece que não havia muitos judeus na cidade, porque não há registro de uma sinagoga. Tanto que Paulo encontrou um grupo de mulheres judias piedosas, em oração, junto a um rio (Atos 16.13).  A igreja em Filipos teve sua origem em um projeto missionário, após uma visão de Paulo de que deveria ir para aquela região: Atos 16.9-12. A conversão de Lídia (Atos 16. 14-15) foi o início do cristianismo na cidade. Ela era uma das mulheres judias piedosas, junto ao rio. Tudo indica que era umas igrejas tranquilas, que nunca deu grandes problemas ao apóstolo. Até pelo contrário, podemos presumir, lendo a carta, que era uma das melhores igrejas da época. A carta parece ter sido escrita quando da primeira prisão de Paulo, em Roma, entre os anos 59 a 61 (Atos 28.30-31). Ele foi solto e parece ter voltado à igreja (Filipenses 1.25). Sua segunda prisão, quatro anos depois, é que foi a fatal, culminando em seu martírio.

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O LIVRO DOS SALMOS

MATÉRIA PREPARADA PARA A FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE CAMPINAS

Prof. Isaltino Gomes Coelho Filho

(É proibido o seu uso em salas de ensino, sem a autorização do autor. Por favor, respeite os direitos autorais).

O livro de Salmos está colocado bem no coração da nossa Bíblia. O Salmo 117 é o capítulo central e 118.8 é o versículo central.  Das 283 citações diretas do AT (há ainda mais 79 alusões) encontradas no NT, 116 ou 40% são dos Salmos.  Elas foram tiradas de 97 dos 150 Salmos (65%) e encontram-se em 23 dos 27 livros do NT.

O grande valor dos Salmos está no seu conteúdo, pois eles têm sido uma das maiores fontes de inspiração para a oração e adoração a Deus.  Eles percorrem todas as escalas da experiência do homem com Deus, desde a mais profunda depressão (Sl 42.5,6,9-11) até a mais exaltada êxtase de louvor (Sl 145.1-5).  Enquanto os livros históricos mostram Deus falando acerca do homem, e os livros proféticos mostram Deus falando ao homem, os Salmos mostram o homem falando a Deus, abrindo seu coração e louvando-o em todas as circunstâncias por causa da sua fidelidade e misericórdia.  Aqui temos poesia, teologia, hinologia, etc.

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ESTUDO NO LIVRO DE GÚNESIS

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para a IB Nova Vida, Valparaíso, GO, pastoreada pelo Pr. Isaías Gomes Coelho e apresentado em 3.1.10

INTRODUÇÃO

É difícil apresentar um panorama de Gênesis em apenas uma aula. É um livro extenso (50 capítulos) e com muito material, não pela extensão, apenas, mas pela riqueza de seu conteúdo. Alguma coisa será sacrificada. Analisando meus arquivos, vi que é o livro do AT em que mais prego, exceção à Salmos, onde fiz uma série de estudo na IB do Cambuí, tendo chegado ao Salmo 150. É óbvio que há mais mensagens em Salmos. Mas Gênesis é fascinante. É o começo. Do mundo, de Israel, da história da salvação. Para se entender bem toda a mensagem da Bíblia não se pode perder Gênesis de vista. Andaremos por aqui, nestas duas noites. Vou me deter mais na primeira parte do livro. A segunda, que é histórica, analisarei do ponto de vista da teologia do livro.

1. TÍTULO E TEMA – Gênesis é uma palavra grega que vem da Septuaginta (o Antigo Testamento traduzido para o grego) e significa “princípio”, “origem”, “nascimento”. O título em hebraico é Bereshith , uma palavra composta: (“na”) e reshit. Esta palavra deriva de rosh, literalmente, “cabeça”, e o sufixo it, com a idéia de algo indefinido. Por isso o nome é entendido como “princípio”. São as duas primeiras palavras do livro, significando “no princípio”. O livro trata dos princípios, e daqui já vem seu tema: o princípio da criação do mundo, o princípio da história da salvação (a partir do capítulo 12) e o princípio de Israel, com o surgimento da família eleita.

2. ESBOÇO BÁSICO – O livro tem duas grandes divisões, cada uma com quatro subdivisões. Há quatro eventos de destaque, na primeira parte, e quatro pessoas de destaque, na segunda parte:.

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Novos modelos de pregação

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os Pastores Batistas do Amapá, novembro de 2009

INTRODUÇÃO

As raízes históricas do púlpito bíblico estão em Esdras, em Neemias 8.4-12, cuja leitura faço agora: “Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão. E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. Então Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo povo, levantando as mãos, respondeu: Amém! amém! E, inclinando-se, adoraram ao Senhor, com os rostos em terra. Também Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube; Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas explicavam ao povo a lei; e o povo estava em pé no seu lugar. Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura. E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força. Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais. Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas”.

Esta é a forma que púlpito deve ter: um homem ler a Palavra de Deus, esclarecer o que leu, o povo entender, ser impactado, e depois se alegrar pelos efeitos da Palavra. E como vemos no versículo 13, a pregação verdadeira ainda produz efeitos depois: “Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei”. O povo quis mais da Palavra. O povo de Deus que é sério se extasia diante da Palavra, e quando a ouve quer mais.Continue a ler »Novos modelos de pregação

Um estudo em Tiago

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ORDEM DOS PASTORES BATISTAS DO BRASIL – SECÇÃO MINAS GERAIS

UM ESTUDO EM TIAGO

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, outubro de 2009

INTRODUÇÃO

Vou começar do bastante óbvio. Não é que eu despreze a inteligência de vocês, mas farei assim para compor o quadro organizadamente, indo do já sabido para o que podemos discutir. Tiago é a primeira das chamadas “epístolas universais” ou “católicas” (“católico”, todos sabemos,  significa “universal”). São um total de sete: Tiago, 1ª e 2ª Pedro, 1ª, 2a, e 3ª João, e Judas. Receberam o nome de “universal” porque as de Paulo foram cartas para comunidades localizadas ou pessoas específicas. Eram particulares, embora devessem ser passadas para outras igrejas lerem, como vemos em Colossenses 4.16.  E Hebreus, é fácil de ver pelo seu conteúdo, é mais um tratado teológico que uma carta. Alguns estudiosos do Novo Testamento dizem que Hebreus é, pela sua forma literária e estrutura de argumentação, um sermão. Na realidade, é uma peça literária muito bem estruturada. Se o livro de Hebreus foi um sermão, quem o pregou tinha fôlego, tinha um auditório paciente, e uma inteligência excepcional.

Mas mesmo que seja considerada como uma epístola, Hebreus é também uma mensagem localizada e tem público destinatário restrito: foi escrita para cristãos que tinham sido judeus.  Seus valores teológicos são universais, mas há aspectos bem específicos que não podem ser generalizados. Estas cartas católicas foram endereçadas a todos os cristãos, em todos os lugares. Por isto que são universais. Esta universalidade se entende também em termos de épocas, não apenas de geografia. São para hoje, também.

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Mansidão: produto da confiança em Deus

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Mateus 5.5

Eis uma bem-aventurança que nem todos desejamos que se cumpra em nossa vida.  Afinal, ser chamado de manso não é bem um elogio. Entre os muitos sentidos que as pessoas dão a essa palavra, estão os de tolo, pateta, um maria-vai-com-as-outras. Traz também a idéia de uma pessoa covarde. E a história nos ensina que o mundo é dos fortes, e não dos fracotes. Um sociólogo disse que “todas as nações são produto de sangue, pólvora e violência”. Então, se mansidão não dá resultados, mas sim a brutalidade, a decisão enérgica, a violência, por que ser manso? No mundo, mansidão implica fraqueza, e os fracos sempre perdem. Ser manso?
Essa não

O significado da palavra

Mateus escreveu em grego, e usou para manso o termo poneiroi, que era empregado na literatura comum para designar uma brisa suave ou um cavalo domesticado. Tinha dois sentidos: algo que é natural (uma brisa refrescante) e algo que foi pacificado (um animal que fora selvagem).  Não se trata do pateta ou do tolo. Trata-se do que refresca, faz bem, e do que aprendeu a disciplina.

A Bíblia diz que ser domesticado é melhor que ser violento: “Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras” (Pv 16.32, NTLH). A Bíblia valoriza e recomenda o autodomínio, produto da mansidão. Aponta como uma virtude saber ser manso.Continue a ler »Mansidão: produto da confiança em Deus

A ética manifestada pelo choro

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“Bem-aventurados os que choram porque eles serão consolados.”

Mateus 5.4

O que tem ética a ver com choro?  A Ética trata da conduta ideal da pessoa. No estudo passado, dissemos que falaríamos da ética cristã pelo estudo do sermão do monte. Sobre ele, dissemos o seguinte: “Se todas as pessoas, inclusive nós, cristãos, o praticassem, o mundo seria um paraíso. Ele é considerado ´˜a constituição do reino de Deus´. Logo após a tentação no deserto (Mateus 4.1-10), Jesus veio pregando o reino de Deus. Ele começou a pregar, e a pregar o reino de Deus. O sermão do monte estabelece as regras de conduta do cidadão do reino.” Mas o que o choro tem a ver com a conduta ideal da pessoa?

Neste estudo, veremos a palavra de Jesus contida na segunda bem-aventurança:

“Bem-aventurados os que choram porque eles serão consolados.”

Mateus 5.4

Será que Jesus se expressou direito?

“Bem-aventurados os que choram” não faz sentido. Nosso estilo de vida é orientado para a felicidade. Nós a queremos, e muitas pessoas chegam a pisar nos outros para buscá-la. Se Jesus dissesse “bem-aventurados os que riem”, vá lá, mas quem chora? Choro lembra sofrimento, e sofrer é ruim. Quem gosta de sofrer é ruim da cabeça.Continue a ler »A ética manifestada pelo choro

Ódio e amor

Um estudo em Mateus 5.38-48, preparado por Isaltino Gomes Coelho Filho

para a revista “Você”, da UFMBB

Continuando nosso estudo no sermão do monte, chegamos a este ensino de Jesus sobre ódio e amor. Nele encontramos as maiores dificuldades para praticarmos o sermão do monte. Qual de nós, realmente, recebendo um tapa no rosto permite ao agressor bater no outro lado? Qual o cristão que, sendo processado e correndo o risco de perder algo (a túnica), cede também algo mais valioso (a capa)? Não estão corretos os críticos que dizem que o sermão do monte é uma utopia, isto é, algo impossível de ser vivido?

E se fôssemos abrir mão de nossos direitos e se nunca nos defendêssemos, estaríamos sendo justos para conosco e para com o próprio sistema de relacionamentos no mundo? Como entender esta declaração de Jesus, num mundo mau como o nosso?Continue a ler »Ódio e amor

Crises na vida do pastor e reflexos na família

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Preparado e apresentado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, em alguns encontros de Ordens de Pastores Batistas

INTRODUÇÃO

Para iniciar esta minha palavra, apresento minhas credenciais. Tenho dois filhos, um casal. Ele é diácono e ela é crente atuante, de testemunho evangelístico. Ambos têm cursos seculares, mas fizeram disciplinas avulsas na Faculdade Teológica Batista de Campinas. Ele ainda fez uma, na Faculdade Batista de Teologia do Amazonas. Minha esposa, após 37 anos de casados, ainda anota meus sermões. Registra todos os esboços em sua Bíblia. Costumo dizer que sua Bíblia tem mais palavras de Isaltino que palavra de Deus. Ela me leva a sério.

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Ensinando Para Transformar Vidas

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para o Congresso de Educação da Igreja Cristã Evangélica de Brasília, em 28.2.9

INTRODUÇÃO

Parece-me que o discurso de nossas igrejas sobre a autoridade das Escrituras e sua importância para a vida cristã não se coaduna com o pouco valor que o estudo da Bíblia tem em nosso meio. Conto duas historietas para ilustrar isso (sou um incorrigível contador de histórias). Amigo meu, hoje em outro país, contou-me que foi realizar conferências de aniversário em uma igreja, de sexta a domingo. Puseram-no como hóspede de uma família, o que é normal. Lá, ele teve que dormir no quarto de um adolescente, destes típicos, que deixam até roupa de baixo pendurada no lustre. Deram-lhe uma gratificação de R$ 300,00. No domingo à noite veio um conjunto musical que se hospedou em um bom hotel (foi uma de suas exigências) e recebeu um cachê de R$ 3.000,00 (outra exigência). Por favor, esqueçam a questão de valores. Não são os fundamentais. Eles são citados aqui para compor o quadro. Meu colega não é artista do púlpito nem vende sermões. É um homem íntegro, mas contou-me a história para que se visse o que as igrejas valorizam.

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