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Livros da Bíblia

O PROFETA JEREMIAS

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

Jeremias foi um homem incompreendido em sua época. Foi também um homem solitário. E cheio de adversários. Poucos homens foram tão hostilizados como ele. Não há profeta que tenha padecido mais que ele, e no restante da Bíblia, quem pode se ombrear é Paulo, em termos de perseguição. É chamado de “o profeta chorão”, um epíteto que mostra um conhecimento bastante superficial sobre sua vida. Na realidade, chamá-lo de “chorão” é uma injustiça. É um gigante entre os profetas e de chorão não tem nada. Num sermão no texto de Jeremias 2.13, o saudoso Pr. José dos Reis Pereira disse que Jeremias era um gigante espiritual, numa geração de pigmeus. Um bom termo: um gigante, não um chorão.

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2ª CARTA DE PEDRO

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para núcleos de estudos bíblicos

Se a primeira carta de Pedro não é muito lida, pregada e estudada em nosso meio, com a segunda a situação é pior. É quase que ignorada em nossos púlpitos. Para piorar, alguns comentários bíblicos são bem mais enfáticos com problemas críticos que com seu conteúdo. O comentário da Almeida Século 21, na sua maneira de argumentar sobre as dificuldades do livro ter sido aceito no cânon do Novo Testamento, por exemplo, é tão desalentador que tira a vontade de estudar a carta. A justificativa para a relutância da aceitação no cânon é tão tênue que nada resolve. Chega a ser surpreendente que uma edição da Bíblia, através de um comentário, deixe mais dúvidas que certeza sobre o valor da Bíblia. Coitada da segunda epistola de Pedro! Ignorada pelos cristãos, desprezada pelos críticos e quase que tolerada pelos comentaristas de uma edição bíblica.

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A PRIMEIRA CARTA DE PEDRO

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para grupos de estudo bíblico

As duas cartas de Pedro não fazem parte dos livros prediletos dos cristãos, sendo preteridas pelas epístolas paulinas. Elas fazem parte das epístolas católicas, que recebem este nome porque não foram destinadas a igrejas em particular (como as de Paulo), mas eram universais (este é o sentido da palavra “católico”). Nunca houve dúvida alguma na história da igreja de que seu autor fosse o apóstolo Pedro. Ele não possuía grande instrução acadêmica (At.4.13), mas suas cartas são bem escritas. Ele não frequentou as escolas gregas, como provavelmente o autor de Hebreus frequentou, nem teve instrução teologia, filosófica e jurídica, como Paulo, que era um doutor da lei. Mas não se deve presumir que fosse analfabeto ou ignorante. Não conhecia a filosofia grega ou o direito romano, mas como o grego era língua conhecida por todo o mundo, escreveu em grego. Também falava o aramaico, que era sua língua natal, e talvez o hebraico, que era a língua dos doutores da lei (como no passado, os padres falavam o latim). Não era um doutor da lei, mas ouvia o hebraico, como frequentador da sinagoga, onde a lei era ensinada.

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A COMPOSIÇÃO DO NOVO TESTAMENTO E O EVANGELHO DE MATEUS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para grupos de estudos bíblicos

COMPOSIÇÃO

O Novo Testamento se compõe de 27 livros, assim divididos:

4 evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas  – chamados de sinóticos – e João)

1 livro histórico (Atos)

13 cartas de Paulo (Romanos, 1 e 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses e Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e 2Timóteo, Tito – estas três chamadas de “pastorais”-  e Filemon)

1 livro de autoria desconhecida (Hebreus)

5 cartas gerais (Tiago, 1 e 2Pedro, 1, 2 e 3João e Judas)

1 apocalipse (Apocalipse ou Revelação)

Presume-se que 1Tessalonicenses tenha sido o primeiro documento escrito, no ano 46 de nossa era. O Apocalipse, o último, cerca do ano 95. Talvez um pouco antes. Pode haver pequenas divergências quanto às datas e à ordem de produção dos livros, mas em geral é isto que se afirma. Todos foram escritos em grego comum, que era a língua mais falada no mundo, na época. Um crítico da Nova Tradução da Linguagem de Hoje disse que esta tradução era a “vulgarização” do texto bíblico. Pois bem, ele acertou. O texto bíblico foi escrito em grego vulgar, não no grego clássico.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 3

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Já vimos que Hebreus é um livro absolutamente singular, com uma estrutura literária e teológica diferente da dos demais, e com uma linha de argumentação também bastante diferente. O autor tem um profundo conhecimento do judaísmo e da teologia dos sacrifícios, mas emprega categorias de pensamento próprias dos gregos. Isto torna o livro mais fascinante, porque é uma forma de argumentação que ainda não estudamos. É uma visão teológica do relacionamento entre cristianismo e judaísmo, entre a nova e a antiga revelação, com uma visão estrutural grega.

Já vimos, anteriormente, dois dos seus temas: a superioridade de Cristo e o sacrifício de Cristo. Eles nos enriqueceram quanto a uma visão mais correta da pessoa e da obra de Cristo. Hoje temos o terceiro, a nova aliança. Torna-se oportuno analisar isto porque há cristãos meio desorientados, querendo voltar a guardar preceitos do Antigo Testamento, ressuscitando festas judaicas, como se fosse observância para a igreja de Jesus. Tudo aquilo já passou, como diz Colossenses 2.16-16: “Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo”. Na realidade, isto já fora sinalizado desde a Transfiguração de Jesus, quando estão presentes Moisés (a Lei), Elias (os Profetas) e Jesus (a nova Revelação) e diante da proposta de Pedro de colocar os três em pé de igualdade, o Pai tirou Moisés e Elias de cena, e declarou, sobre Jesus: “Este é o meu Filho amado em que me comprazo, a ele ouvi”. Nós não ouvimos Moisés e Elias, mas a Jesus. Infelizmente, muitos cristãos estão apostando, negando a Cristo e sua cruz, e rebaixando-o a ao nível de vultos do Antigo Testamento. Este estudo reflete sobre isto.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 2

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Hebreus é o livro da Bíblia que mais discute o sacrifício de Cristo. Como o tema do livro é a superioridade de Cristo, o autor desenvolve a questão do porquê do sacrifício de Jesus e tece comparações entre ele e os sacrifícios judaicos. Nosso assunto posterior será a nova aliança. É preciso referir-nos a ela, de passagem, agora. A primeira aliança, feita com Moisés, estava estruturada sobre os sacrifícios. A nova, feita em Cristo, está estruturada sobre um sacrifício, o de Jesus. E o autor mostrará que este é superior, é único e suficiente. Nao há motivo algum para voltar ao passado, ao sangue de animais, nem mesmo à pesada legislação sacerdotal do Antigo Testamento.

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O LIVRO DE JÓ

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Alguém denominou o livro de Jó de “a noite tenebrosa da alma”. O reformador Lutero o considerava como “o maior livro da Bíblia”. Para Carlyle, é “o maior livro já escrito”. Isto mostra que é mesmo um escrito fascinante. Eis o seu enredo, em linhas gerais: o personagem central, descrito como um homem íntegro, é degradado, ao extremo, em quatro níveis. Materialmente, passa da riqueza à pobreza; do bem estar à calamidade.   Socialmente, passa da honra ao desprezo. Fisicamente, da saúde à doença. Emocionalmente, da alegria ao desespero. Seus sofrimentos seguem num crescendo. Atônito, ele se recolhe para pensar, e após uma longa reflexão sobre o que lhe acontecera, explode em três porquês: (1) Por que nasci? (3.11), (2) Por que não morri ao nascer? (3.12), (3) Por que não morro agora? (3.20-22). Ele deseja a morte e amaldiçoa o dia em que nasceu (3.1-4). Sai situação era calamitosa. Primeiro, ele perdeu os bens (1.13-22). Depois, perdeu a saúde (2.7-8). A mulher, que deveria apoiá-lo, o aconselhou a se matar (2.9).Continue a ler »O LIVRO DE JÓ

A CARTA AOS GÁLATAS

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

A data da fundação da igreja na Galácia é estimada entre os anos 46 e 47, quando da primeira viagem missionária de Paulo, que é narrada em Atos 13 e 14. O apóstolo adoeceu e teve que se tratar naquela região e aproveitou para evangelizar: “e vós sabeis que por causa de uma enfermidade da carne vos anunciei o evangelho a primeira vez, e aquilo que na minha carne era para vós uma tentação, não o desprezastes nem o repelistes, antes me recebestes como a um anjo de Deus, mesmo como a Cristo Jesus” (Gl 4.13-15). À luz do versículo 15 alguns consideram que foi uma enfermidade nos olhos.  Isto seria confirmado pelo texto de 6.11 que parece indicar que Paulo tinha algum problema de visão (“Vede com que grandes letras vos escrevo com minha própria mão”). Segundo alguns comentaristas, tal problema o acompanhou por toda a vida adulta. Teria sido uma febre ocular contraída nas praias da Panfília, região de malária.

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UM ESTUDO EM 1TIMÓTEO

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Estudo ampliado do esboço preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os pastores batistas em Cabo Frio, RJ, agosto de 2004

INTRODUÇÃO

As cartas a Timóteo e a Tito são chamadas de “epístolas pastorais”. Na realidade, todas as cartas de Paulo foram pastorais, porque ele as escreveu como um pastor. Mas estas são assim chamadas porque foram dirigidas a dois pastores: Timóteo e Tito. O sentido da palavra “pastoral” aqui ficou quase como sendo sinônimo de “clerical”, uma carta para pastores. Somos pastores. Servem-nos por isto. Paulo, o grande pastor, missionário, o maior teólogo da igreja, tem algo a nos dizer aqui. Vejamos, aprendamos e tenhamos humildade de internalizar.

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ESTUDO BÍBLICO EM FILIPENSES

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

A cidade de Filipos recebeu este nome em homenagem a Filipe, pai de Alexandre, o Grande. Era uma cidade predominantemente grega e, geograficamente, a primeira cidade da Macedônia, sendo colônia romana, nos tempos do Novo Testamento (Atos 16.12).  Possuía templos a Baal e Astarte (a esposa de Baal, no paganismo oriental), segundo informações históricas. Parece que não havia muitos judeus na cidade, porque não há registro de uma sinagoga. Tanto que Paulo encontrou um grupo de mulheres judias piedosas, em oração, junto a um rio (Atos 16.13).  A igreja em Filipos teve sua origem em um projeto missionário, após uma visão de Paulo de que deveria ir para aquela região: Atos 16.9-12. A conversão de Lídia (Atos 16. 14-15) foi o início do cristianismo na cidade. Ela era uma das mulheres judias piedosas, junto ao rio. Tudo indica que era umas igrejas tranquilas, que nunca deu grandes problemas ao apóstolo. Até pelo contrário, podemos presumir, lendo a carta, que era uma das melhores igrejas da época. A carta parece ter sido escrita quando da primeira prisão de Paulo, em Roma, entre os anos 59 a 61 (Atos 28.30-31). Ele foi solto e parece ter voltado à igreja (Filipenses 1.25). Sua segunda prisão, quatro anos depois, é que foi a fatal, culminando em seu martírio.

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O Jacó e o Israel – Breve análise das visões de Amós

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Prof. Luciano R. Peterlevitz

O profeta Amós é reconhecidamente um profeta visionário. Ele é assim denominado até por seus oponentes (7.12). De fato, as “palavras” de Amós expressam aquilo que o profeta “viu a respeito de Israel” (1.1). Mas são as cinco visões narradas no livro que permitiram o profeta ser denominado de ´˜vidente´. Tais visões compõem a terceira e última parte do livro de Amós, a saber, os capítulos 7 – 9, já que as duas outras partes são formadas por Am 1-2 (ciclo dos povos) e Am 3 – 6 (conjunto de ditos a respeito de Israel).

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A Carta aos Romanos

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IGREJA BATISTA DO CAMBUÍ

NÚCLEO DE ESTUDOS BÍBLICOS – NÚCLEO DO GUARANI

A CARTA AOS ROMANOS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            Estamos no ano 56-57 de nossa era. Após dez anos de intensa evangelização às margens do Mar Egeu, Paulo está em Corinto, na casa de um amigo, Gaio (Rm 16.23). Sua visão agora se volta para a Espanha. Ele não tinha disposição de edificar sobre fundamento alheio (Rm 15.20). Será uma grande oportunidade para ele, conhecer a fabulosa Roma. Embora fosse cidadão romano (sobre isto tratamos mais à frente) ele não conhecia a cidade nem os cristãos de lá. Esta era uma grande oportunidade para conhecer a igreja cuja fama se espalhava e compartilhar alguma coisa com seus membros (Rm 1.9-13).

A carta à Igreja de Roma foi ditada por Paulo (1.1), mas redigida por Tércio, um cristão de quem temos poucas informações, mas que era bem conhecido na época (16.22). Como começou esta igreja e quem levou o evangelho para Roma, nunca se soube ao certo. Uma pista nos é dada em Atos 2.10 (”forasteiros romanos”).  Baseados aqui, podemos crer que judeus que moravam em Roma foram convertidos a Cristo no dia de Pentecostes e regressaram para a cidade, levando a mensagem do evangelho. No 4º século, Ambrosiaster, um historiador secular e que era membro da igreja de Roma, expôs esta teoria. Parece a mais aceitável, hoje em dia. Mas deve se levar em conta que Roma era o centro do mundo, ponto de partida e de chegada para muita gente, e que o evangelho pode ter chegado lá por algum convertido de fora, sem participação de qualquer apóstolo.

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Colossenses, A Exaltação de Cristo

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Colossenses, A Exaltação de Cristo

 

Um estudo preparado por Meacir Carolina Frederico Coelho, para Mulheres Cristãs em Ação, da Igreja Batista do Cambuí

 

TEMA: TODA SUFICIÊNCIA DE CRISTO (Cl 1.15,17-19)

 

AUTOR , DATA E LUGAR DE COMPOSIÇÃO

·        Carta autêntica de Paulo. Todos da Igreja primitiva afirmam.

·        No século XIX alguns pensaram que a heresia refutada no capítulo 2 fosse o gnosticismo.

·        O gnosticismo dos mestres principais surgiu nos séculos II e III. Depois de Paulo.

·        As sementes do gnosticismo é que estavam presentes nas igrejas do século I.

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Livro de Ester

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Livro de Ester

 

Núcleo de Estudos Bíblicos no Taquaral

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

 

INTRODUÇÃO

O livro de Ester é um desses desconhecidos em nossas Bíblias. Raramente se prega sobre ele. Raramente se ouve um estudo sobre ele. Parece desinteressante, pois não narra nenhum milagre ou sinal portentoso, não traz nenhuma profecia dramática nem tem muito conteúdo profético alusivo à pessoa de Cristo. A personagem central e que dá nome à obra se eleva por participar de um concurso de beleza. Seu nome hebreu era Hadassa, que significa “murta”. Foi mudado para Ester, que vem do persa stara, que significa Estrela. Outra possibilidade de interpretação é que Ester venha de Istar, a deusa acadiana associada ao planeta Vênus. Isto poderia indicar que ela se aculturou ao mundo persa. É verdade que Daniel teve seu nome mudado para Beltessazar, mas por todo o livro é chamado de Daniel, inclusive pelos adversários. Ela era Hadassa, teve o nome mudado para Ester e assim é chamada por toda a obra.  A tendência, com tudo isto, é deixá-lo quieto, em seu canto. Agrava a situação o fato de o livro não trazer o nome de Deus em nenhuma de suas linhas. Mas ele é Palavra de Deus, inspirada e preservada pelo Espírito Santo. Então há riqueza de conteúdo para nós. Vamos ver isto hoje.

 

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O Evangelho de João

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O Evangelho De João

 

Aula inaugural da EBD da Igreja Batista do Cambuí  – dezembro de 2007

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

 

INTRODUÇÃO

            O quarto evangelho é o “não sinótico”, ou seja, o único que não tem a ótica comum a Mateus, Marcos e Lucas, que tentam fazer uma cronologia, enquanto ele, João, faz teologia. É o evangelho dos discursos. É de fácil leitura, bom para evangelizar, e faz uma defesa muito forte da divindade de Jesus. É um dos documentos mais profundos sobre a pessoa de Jesus. Vale a pena refletir sobre ele.

 

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O Livro De Números

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O Livro De Números

 

 

Núcleo De Estudos Bíblicos No Taquaral, Campinas

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

1. TÍTULO – Comecemos com a leitura de 1.1 para descobrir o título do livro. Em hebraico é Bemidbar (“No deserto”), expressão encontrada no versículo 1. Outros preferem Wayedaber Iahweh (“falou o Senhor”), tirado das primeiras palavras.  A Septuaginta, que já sabemos ter sido o Antigo Testamento traduzido para o grego, legou-nos o termo  Arithmoi. A Vulgata, a Bíblia latina traduziu por Numeri, de onde nos veio “Números”. Isto se deveu aos censos registrados nos capítulos 1-3 e 26.  Alguns outros o chamam de “Livro das Peregrinações” ou “Livro das Murmurações”. O primeiro título ainda tem sentido, mas o segundo colocaria a ênfase do livro nos pecados humanos e não na graça de Deus. Isto nunca é uma boa prática, chamar mais a atenção para as falhas do que para o poder de Deus. Seria a mesma coisa que chamar o livro de Salmos de “Os pecados humanos” ou “As crises humanas”. O livro não é a seqüência de Levítico, como se poderia pensar, embora venha logo após ele. Êxodo é continuação de Gênesis, mas aqui a seqüência se interrompe.  O último versículo do livro é 36.13, que mostra onde estes eventos narrados no livro se passaram. Ele cobre um período de 38 anos, como podemos ver comparando 1.1 com 33.38 (“segundo ano” e “quadragésimo ano”). Ele nara eventos que correm paralelos a Êxodo e Levítico.

 

2. AUTORIA – A autoria é atribuída a Moisés (Nm 33.2). Vejamos também Jo 3.14; 1Co 10.1-13; Hb 3.16,17; 10.28. São momentos históricos do livro atribuídos a Moisés.

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O Livro De Úxodo

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O Livro De Êxodo

 

 

Núcleo De Estudos Bíblicos No Taquaral, Campinas

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

 1. TÍTULO –  O  título hebraico original é We'elleh Shemôth que são as primeiras palavras do livro “Ora, estes são os nomes de”.  O livro começa com um “vav” conetivo (a nossa conjunção “e”), mostrando que é a continuidade de Gênesis. Êxodo é derivado da palavra grega que significa Saída. Este nome veio da Septuaginta, passou para a Vulgata, em latim, Exodus e deu Êxodo, em português. O livro relata a redenção dos descendentes de Abraão da sua escravidão no Egito, e, em muitos sentidos, de forma tipológica, figura a nossa redenção por Jesus Cristo. Este livro fala da libertação que resulta na nova relação com Deus, expressa em obediência, adoração, comunhão e serviço. Ensina também que a redenção é primordial e essencial para que tenhamos comunhão com o Deus Santo e que um povo remido não pode ter comunhão com ele se não viver em santificação, e na garantia da redenção.

 

 

 

2. TEMA – Deus redime seu povo e estabelece seu pacto. Por isso o livro é chamado de "o coração do Pentateuco". O ponto central é 3.18, que dá base à “teologia da história”. É o momento em que Deus entra na história do seu povo. Em Êxodo, Deus não apenas fala. Ele age. É o Deus que age. Ele redime Israel para si e vem habitar no seu meio, numa nuvem de glória. Deus ensinou a Israel as suas justas exigências através dos mandamentos, convencendo, assim, o próprio povo de Israel do seu estado pecaminoso. Deus providenciou também uma maneira de restaurar a comunhão com Seu povo, através do ministério sacerdotal do Senhor Jesus.

 

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Um Estudo no Profeta Daniel

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Um Estudo no Profeta Daniel

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a PIB de S. Carlos, nos dias 10 e 11 de agosto de 2007.

 

1. TÍTULO – O nome hebraico Daniyye'l significa “Deus é Juiz” (Príncipe) ou “Deus é meu Juiz” (Príncipe). Daniel e Ezequiel, os dois profetas do exílio, tinham o sufixo El (El, Elah e Eloah, no singular; Elohim, no plural) que significava Deus. Isaías e Jeremias, os outros dois profetas maiores, tinham o sufixo “YAH” de onde vem Iahweh. Embora o consideremos como profeta, e assim Jesus o tenha chamado (Mt 24.15), ele foi colocado entre os Khetubym (“Escritos”), na Bíblia Hebraica. Depois dos Nabyym (“Profetas”). Isto é suficiente para que liberais digam que Daniel nunca existiu, e é um romance tardio, na literatura hebraica. A explicação é simples: ele é mais um estadista que um profeta clássico, e todo seu ministério é entre pagãos. Por isso sua classificação entre os últimos livros, na Bíblia hebraica.

 

2. AUTOR – Daniel era membro da família real, nascido em Jerusalém em 623 a.C. (um ano antes de Ezequiel) durante a reforma de Josias, no início do ministério de Jeremias (627-582).  Alguns acham que ele era um dos descendentes do rei Ezequias (Is 39.5-8; Dn 1.3). Boa parte dos comentaristas pensa que ele foi tornado em eunuco (2Rs 20.17,18; 2Rs 24.1,12-14; Dn 1.3,7).

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O Apocalipse de João

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O Apocalipse de João

 

 

 Preparado para os jovens da Igreja Batista do Cambuí, Campinas

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

INTRODUÇÃO

O Apocalipse sempre despertou grande interesse em todas as épocas. Até não cristãos se mostram curiosos em relação a ele. Infelizmente, muitas interpretações são tão fantasiosas que o ridicularizam, quando não servem para desmoralizar os cristãos. Ele se torna uma espécie de “horóscopo bíblico” ou um jogo de runas, para se descobrir o futuro. Constantemente “descobrem-se” chaves de interpretação, códigos, segredos milenares e outras questões que fazem do “descobridor” o possuidor de segredos que Deus escondeu de todo mundo e só revelou a ele.

Até mesmo alguns estudos bíblicos se tornam fantasiosos. O cenário evangélico está repleto de pessoas redescobrindo a Bíblia ou reinventando Jesus e o cristianismo. Algumas interpretações são deploráveis. Interpreta-se a águia voando pelos céus como se fossem os EUA, os gafanhotos são helicópteros. Como João nunca tinha visto um helicóptero, esta foi a melhor maneira de escrever, etc. Esta atitude se torna até uma falta de respeito para com a Bíblia. Um dos bons critérios de interpretação bíblica é a sobriedade, que nunca matou alguém. O exotismo leva ao ridículo. A sobriedade mostra bom senso e permite equilíbrio. Não podemos interpretar o Apocalipse à luz de nossa perspectiva contemporânea. Só se entende um livro à luz de sua época e contexto. Esta é a pergunta inicial: “Quando e para quem o livro foi escrito?”. Não há nenhum “código da Bíblia” ou segredos ocultos que um especialista bem treinado ou escolhido por Deus revele aos homens. Deus é claro é fala claro.

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