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LIVROS LIDOS EM 2013

51. “Pensadores que inventaram o Brasil”, Fernando Henrique Cardoso, história, 329 páginas, Companhia das Letras. É um curso, não um livro! Que erudição! Os capítulos iniciais, sobre Joaquim Nabuco, confirmaram-me a opinião que dele formei quando li O abolicionismo: um dos nossos maiores intelectuais. Euclides da Cunha é outro abordado e me regozijei por ter lido Os sertões. Na época fiquei impressionado com a cultura geral e o português castiço de Euclides. E Sérgio Buarque! Que bom que tive que ler Raízes do Brasil, dele, no mestrado. FHC deita erudição, escreve fácil, discorda com classe (como quando destoa um pouco de Florestan Fernandes e de Celso Furtado). Não se porta como cão raivoso nas críticas. Não é à toa que o apedeuta o odeia.

50. “Convocando mulheres invisíveis”, Jeanne Ray, ficção, 134 páginas, Editora Seleções. Algumas mulheres tomam três remédios: Premacore, Ostafoss e Singsall, além de aplicarem Botox. Tornam-se invisíveis. São medicamentos para as mulheres em certa faixa etária, passando pelas complicações do envelhecimento. A autora, brilhantemente, mostra que já estavam invisíveis para a família. Os filhos de uma só notaram a invisibilidade da mãe meses depois. Alguns maridos nem notaram. Seguindo rente ao realismo fantástico, a autora mostra a depreciação da mulher como pessoa. Ela é útil para satisfazer o marido e ser doméstica de filhos adolescentes grosseiros que mal a notam. Jeanne foi genial. Não há um tom de queixa, mas quem sabe ler (não apenas ver palavras, mas decodificar textos) sente o impacto do que é ser mulher numa sociedade que glorifica o homem, a estética feminina e dá todo poder aos jovens. Ficção engenhosa e instrutiva!

49. “Uma prova do céu”, Eben Alexander III, experiência, 186 páginas, Editora Sextante. Eben é um neurocirurgião, que mesmo sendo protestante (subtende-se no relato) não cria na vida após a morte. Ficou seis dias em estado comatoso, vítima de uma meningite bacteriana grave, viu coisas no além, teve experiências além da morte, voltou à consciência e questionou sua posição anterior. O livro foi escrito para “mostrar que ciência e espiritualidade podem – e devem – andar juntas”. Muito interessante. Pedi a Meacir para ler e me explicar algumas partes. Não tenho que duvidar da experiência de Eben, mas não me amarro muito nas concessões bondosas que os doutos cientistas fazem aos patéticos teólogos. E fiquei sem saber o papel de Jesus na história, que cheira à universalismo soteriológico. Mas que é fascinante, isso é! Dá para pensar!

48. “Por que creio em Deus”, Cornelius Van Til, teologia, 74 páginas, Editora Monergismo. Van Til tem muito conteúdo. Sei disso. Mas este livro é fraco.

47. “Obesus insanus”, Rogério Bonato, comportamento, 159 páginas, Geração Editorial. Comprei-o porque escreverei sobre a gula. É a história de um glutão que só se tocou que era gordo quando tentou comprar roupa numa loja que não conseguiu atendê-lo. A vendedora o mandou para a Camisaria Varca, loja para obesos. Aí caiu a ficha. Descobriu que era gordo. Ele narra sua luta para emagrecer. Na trajetória dá uma aula de literatura, filmes e pensadores. Em alguns momentos é hilário. Honesto, foge do politicamente correto sem ser grosseiro. Muito bom! Ah, e desanca o quadro da Última Ceia de Da Vinci, e as lucubrações de Dan Brown, que abalaram a tanta gente intelectualmente desavisada. Bonato é erudito e sabe escrever.

46. “Fogo cruzado”, Dick/Felix Francis, ficção, 151 páginas, Editora Seleções. Os dois são pai e filho (veja livro 62 – ano 2012). É a história de um mutilado de guerra que regressa para resolver o problema de uma mãe distante que não o ama, mas ele é um herói acima dessas coisas. Os Francis são ingleses, contudo nutrem a cultura americana. O soldado é o herói que supre as falhas da Lei e faz a justiça prevalecer (tipo Batman, Mickey Mouse, Homem Aranha, John Wayne, o simplório Superpateta, etc. – o americano justiceiro). Para cowboy americano deve ser um show. Fraquinho para este neto de lavradores portugueses e suíços.

45. “Em defesa da teologia”, Gordon Clark, teologia, 114 páginas, Editora Monergismo. Sólido, substancioso e objetivo. Uma análise profunda da neo-ortodoxia e do existencialismo, passando sucinta, mas coerentemente, por Tillich, Kierkegaard, Barth, Spinosa, Kant, Bertrand Russel e outros. Lê-lo cansa: demanda conhecimento de Filosofia e de Lógica. Mas enriquece! Que livro!

44. “Deus está no controle”, Max Lucado, devocional, 203 páginas, Mundo Cristão. Uma seleção de recortes de escritos de Lucado, ajuntada em um volume. Piedoso, embora alguns ingênuos demais, parecendo frases do Facebook.

43. “Inferno”, Dan Brown, ficção, 444 páginas, Arqueiro. Subsidiado por imensa campanha publicitária, o livro vai bombar. O ritmo é alucinante. Os personagens estão sempre correndo (como a médica careca cujo rabo de cavalo está sempre sacudindo enquanto ela corre – ela é médica-maratonista-atriz-lutadora de artes marciais-motoqueira-motorista-piloto, etc.), ou dirigindo velozmente, ou em avião ou em lanchas. Em cada capítulo, o papel dos personagens muda por completo. Não há bad guys, good guys. Todo mundo tem boas razões para fazer o que faz. O enredo é fraco, bem fraco. Um sujeito leva um tiro na cabeça, mas não é um tiro. Um médico é assassinado, mas não é assassinado. Uma sequestrada não é sequestrada, e por aí vai. Tudo gira ao redor de um vírus que pode ser espalhado pelo mundo. Mas, ao invés de liberar o vírus, o camarada arma um complicado quebra-cabeça. O vírus se espalha pelo ar, mas é liberado debaixo d´água. Non sense. A velha questão: por que os bandidos que querem destruir uma cidade ou o mundo não detonam logo uma bomba, ou, no caso, seu saco de vírus? Por que o bandido não dá logo um tiro no mocinho e o liquida, ao invés de deixar uma geringonça funcionando, que no fim é desarmada? Por que todo bandido arma um estratagema complexo, que no fim o herói frustra? Neste caso, o bandido triunfa: o vírus é espalhado. E daí? Um porre. Além, de má revisão: “fosse ser” é duro. Basta “fosse”. “Fosse estar”. Por que não “estivesse”?

42. Espelho, espelho nosso – encontros e desencontros refletidos em contos de fadas e mitos”, Hans Jellouschek, psicologia, 196 páginas, Verus. O autor segue a linha de Bruno Bettelheim (“A psicanálise dos contos de fada”, da Paz e Terra) e Laura James (“O lobo mau no divã”, da BestSeller). Os três me soam como um “forçar de barra” para enxertar conceitos de psicanálise nos contos populares. A análise da história de Ilsebill (li-a aos seis anos, como um dos capítulos de “Histórias do arco da velha”, que minha mãe me deu quando aprendi a ler) é um exemplo. A história de Merlin e Viviane tem algum nexo, mas algumas são, realmente, pretexto para subsidiar conceitos psicanalíticos nas histórias antigas. Parte-se do pressuposto de que elas contêm arquétipos, o que é discutível. Nem sabemos como começaram e é duvidoso que tenham sido elaboradas com esta finalidade. Otelo e Desdêmona não é um conto de fada nem mito, mas uma peça de Shakespeare, transformada em ópera por Verdi e também por Rossini. Não caberia aqui com as demais.

41. “Tem um louco solto na Amazônia”, Felix Richter, ficção, 150 páginas. Comprei no aeroporto de Belém para ler numa viagem a S. Luís, MA. Achei-o interessante por ser um romance ambientado no Amazonas, mais especificamente em Novo Airão. Começa bem, mas resvala para o esoterismo tipo Avatar. O autor tem um problema com a crase e confunde “desapercebida” com “despercebida”, por quatro vezes. “Desapercebida” é “desprovida”, e cai bem como sinônimo de “sem dinheiro”. “Despercebida” é “não notada”. E outra coisa: em português, os meses do ano se escrevem com inicial minúscula. É “13 de agosto” e não “13 de Agosto”. A não ser que aluda a uma data específica (o Sete de Setembro) ou seja o nome de uma rua (a rua 21 de abril).

40. “Vícios: um banquete no túmulo”, Edward Welch, aconselhamento, 350 páginas, Nutra Publicações. Um livro excelente, que todo pastor e todo conselheiro deveria ler. Mostra os perigos dos vícios e como orientar viciados. Trata não apenas dos vícios químicos, mas também de pornografia, adultério, mentira, ira, etc. O autor segue uma linha que sempre considerei realista: o viciado não é um coitadinho ou uma vítima, mas alguém que fez opções erradas e precisa ser chamado à responsabilidade. Com amor, mas precisa. Considero a cultura do vitimismo uma lástima, muito prejudicial à recuperação de pessoas, em qualquer área. O ponto mais forte do livro é sua sólida base cristológica.

39. “O sonho de Hannah”, Diane Hammond, ficção, 126 páginas, Seleções. Romance sobre uma elefanta em um zoológico particular. Fraquinho.

38. “Abandonados para morrer”, Nick Ward e Sinéad O´Brien, 129 páginas, Seleções. Narrativa de um fato real. Nick Ward participou da Regata Fastnet, no barco Grimalkin. Uma tempestade de grau 10 os acomete. Ele e um companheiro foram abandonados pelo restante da tripulação. O colega já estava morto. Ele estava desmaiado e foi dado como morto. A narrativa é fascinante, cheia de termos náuticos e de navegação, mas mostra sua luta para sobreviver sozinho em uma tempestade, com um barco indo a pique. Bem envolvente. Principalmente porque Nick era epilético e lutou horas com a tempestade sem tomar os remédios e sem dormir. Uma lição de determinação.

37. “Íris e Ruby”, Rosie Thomas, ficção, 145 páginas, Seleções. Romance ambientado no Egito. Mostra alguns aspectos da cultura árabe. E uma adolescente boba e chata.

36. “Trovão e chuva“, Charles Martin, ficção, 171 páginas, Seleções. Um romance ambientado no Texas. Além de ser um bom passatempo é interessante, por revelar a cultura de cowboys dos Estados Unidos.

35. “Jesus para uma nova geração”, Kevin Graham Ford, espiritualidade, Candeia, 260 páginas. Eis um livro que acrescenta e ajuda o pregador e escritor. Ouso apenas sugerir que, havendo nova edição, façam um tipo maior. É um livro para ser pensando.

34. “Cartas de amor e ódio e outras histórias”, Rui Guilherme, contos, Cejup, 192 páginas. Rui Guilherme é juiz em Macapá. E contista. Seus contos estão ambientados à Amazônia. Ele sabe escrever. E olhem que escrever contos não é para qualquer um (eu gostaria de saber como redigir um). O texto é curto e é preciso prender a atenção do leitor de imediato. E terminar bem. Ele sabe fazer isso. Há bons escritores no Norte. Rui Guilherme é um deles.

33. “Um caminho melhor”, Michael Horton, teologia, Editora Cultura Cristã, 288 páginas. Apesar do esforço, baldado, da defesa do pedobatismo, o livro é muito bom. A capa é intimidadora: escura, sobressaindo um par de pernas masculinas com os pés em sapatos que parecem botinas militares, abertas, em posição de sentido sobre uma linha de estrada. Só faltava aparecer o tronco da pessoa de braços cruzados, em pose de militar bloqueando a passagem de civil. Delenda, 1967! Mas a Cultura Cristã está inundando o mercado de livros de alto nível, de conteúdo consistente. Isto fará diferença no futuro teológico do Brasil. Apesar da brincadeira, ficam meus respeitos ao manos presbiterianos!

32. “Apologética – o cristianismo em questão”, Tácito da Gama Leite Filho, 138 páginas, CETEO. Tácito sabia escrever. Há brasileiros que se tornaram americanos ou alemães: escrevem de forma confusa, de modo que quase não se entende o que quiseram dizer. Ele escrevia como brasileiro, e seguia a ordem mais compreensível ao raciocínio em nossa língua: sujeito -> verbo -> predicado. Assim produziu um texto didático e claro, bem assimilável pela nossa categoria de pensamento. Trata de epistemologia, metafísica e axiologia. Aborda o básico, mas relembra quem conhece e esclarece quem desconhece. Este amigo, com quem tive encontros bissextos, já está na glória.

31. “Bíblia – suas leituras e interpretações na história do cristianismo”, Martin Dreher, interpretação da Bíblia, 183 páginas, Sinodal. O título é suficientemente esclarecedor. Uma abordagem das várias formas de hermenêutica bíblica, condicionadas pelo tempo, pela cultura e pelo viés teológico dos intérpretes. Vale a pena ler e refletir. Obrigado ao Clodoaldo Gomes, que me passou o livro.

30. “Gelo em chamas”, David Lyons, ficção, 135 páginas, Seleções. Uma ficção sobre a busca de um combustível alternativo, mostrando as lutas nos bastidores da vida, com uma justiça corrupta, e os interesses empresariais, etc. Boa distração. Para um voo de seis horas para ir seis para voltar, foram quatro romances de qualidade.

29. “As crianças de Willesden Lane”, Mona Gollabek e Lee Cohen, 140 páginas, Seleções. Partindo de fatos reais, os autores, de sobrenomes judaicos, produziram uma ficção sobre a vida de crianças judias que fugiram, de vários países, para a Inglaterra. Hospedaram-se numa casa para refugiados do nazismo. Londres foi bombardeada (lembrou-me “A cidade que se recusou a morrer”, sobre Londres, na época do bombardeio nazista). Mesmo longe de seus lares, as crianças sofreram os efeitos da Alemanha nazista. O mal é internacional, sem fronteiras. O livro mostra como elas superaram e se desenvolveram. Dolorido e animador.

28. “Juramento de honra”, Michael Palmer, ficção, 154 páginas, Seleções. Ficção que aborda o impacto de alimentos transgênicos na vida e no comportamento das pessoas. Seu pano de fundo é uso da química e da biologia com finalidades mercantis às custas da saúde das pessoas. Bem interessante, também.

27. “Num passe de mágica”, Joy Fielding, ficção, 142 páginas, Seleções. Ficção com bom fundo psicológico. Uma mulher cuja filha se suicidou e de quem o marido se divorciou, refugia-se numa ilusão, a de que a filha está viva. Vê-a em outro país e lá passa a procurá-la. Uma abordagem da fase da rejeição do problema e da nutrição de falsas esperanças. Narrado da perspectiva da mulher, o livro se torna bem interessante.

26. “Os sete degraus da queda de Pedro”, Delcio Marinho, devocional, 74 páginas, Editora Trigo de Canaã. Sermões bem confeccionados sobre a vida de Pedro. O autor escreve bem e tem boas ideias. O autor promete uma série de mensagens sobre o soerguimento de Pedro. Espero.

25. “O país dos petralhas II”, Reinaldo Azevedo, política, 432 páginas, Editora Record. Língua ferina, estilo sarcástico, lastreado em dados e fontes, Reinaldo Azevedo é um açoite vergastando a esquerda e a roubalheira petista.

24. “Carolina”, Casemiro de Abreu, literatura brasileira, 20 páginas, e-book. Fraquíssimo! Custa crer que seja do genial autor de “Meus oito anos”: “Oh, que saudades que tenho/ Da aurora da minha vida/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais”.

23. “Entroncamento do Xingu nos tempos da colonização”, Wilton Borges, literatura, 320 páginas, Edição do autor. Fantástico! Muito bom! Passaram erros ortográficos, mas o conteúdo é genial. A colonização de Carajás, com a chegada dos goianos, nordestinos e sulistas. A descrição da fauna e da flora é extraordinária. A luta com os índios, o choque das culturas procedentes de várias regiões do Brasil, que ensino! A descrição do Desaguado é poesia pura. O ponto de partida é o Entroncamento, hoje a cidade de Xinguara, que fica no entroncamento para o Xingu e para o Araguaia, daí seu nome. E viva Carajás! Torço pelo estado!

22. “A revolução protestante”, Alister McGrath, história, 532 páginas, Editora Palavra. Um senhor livro em toda a parte histórica do protestantismo. Abriu-me muitos os olhos, e tive que mudar alguns pontos de vista. Sempre aprendo com McGrath. Fico feliz em lê-lo porque sei que serei enriquecido. Mas a parte sobre o pentecostalismo é superficial. Não creio que McGrath tenha vindo ao Brasil, e assim emite opinião com base em terceiros, que romantizam e sociologizam o assunto. Atribuir ao baixo nível cultural da América Latina o crescimento do pentecostalismo é um truísmo. A questão é bem maior que econômica. Ele se equivoca ao dizer que a Coréia do Sul se tornou protestante no final do século 19. Foi no final do século 20, como se vê no parágrafo seguinte (p. 441). O Comentário bíblico africano é um comentário bíblico muito bem elaborado, com aplicações universais e não foi feito “tendo o horizonte africano em mente” (p. 441). Nada deve a comentários americanos e ele mesmo não africaniza seus comentários. Deve haver equívoco nos números, quando ele diz que a população da África era de 40 milhões em 2005 (p. 434). Creio que o livro precisa ser revisto em alguns momentos. E ele precisa se informar um pouco mais sobre a América Latina.

21. “Fé cristã e ideologia”, Vários autores, vários assuntos, 166 páginas. Editora da Unimep e Imprensa Metodista. Um livro “picadinho” com capítulos de oito autores. Apologia da teologia da libertação e outros assuntos. Já gostei disso.

20. “Histórias de redação”, Francisco Espiridião, história, 149 páginas, edição do autor. A história do jornalismo em terras macuxis. Espiridião (sobre ele veja o livro 16) é a memória viva de Roraima. Como o estado é jovem e ele migrou cedo Rondônia para lá, acompanhou tudo. Não é um livro de pesquisas, mas de testemunho. E bem documentado. Parabéns, amigo! Em perfeito amazonês: “Estás escrevendo sobre a alma da Amazônia! Que riqueza!”.

19. “Deus, a Liberdade e o Mal”, Alvin Plantinga, filosofia, 140 páginas, Vida Nova. Uma discussão de alto nível sobre a questão ontológica. Plantinga é tido como um dos maiores filósofos analíticos da atualidade e mostra isso nesta obra. Mesmo tendo sido professor de Filosofia, precisei de muita atenção e reli parágrafos inteiros para entender (e não sei se consegui captar tudo). Cansou! Mas valeu a pena!

18. “Depressão – aprenda a vencer o mal do século”, César Rodrigues, aconselhamento, 79 páginas, Ab Editora. O livro é básico, mas precisa de uma revisão ortográfica. “Tu” e “você” na mesma frase e vírgula entre sujeito e predicado matam qualquer leitura! Li aos trancos e barrancos.

17. “A crise de integridade”, Warren Wiersbe, ética, Editora Vida, 111 páginas. Um veemente chamado a certos segmentos da igreja para tomarem vergonha. Só isso. Duro, amoroso e fiel aos fatos.

16. “Histórias de garimpo”, Francisco Espiridião, contos, edição do autor, 163 páginas. Genial! Espiridião tem um estilo leve, com uma ironia que lembra Twain com Huckleberry Finn e Tom Sawyer. Este rondoniense aculturado a Roraima sabe escrever. Ex-militar e agora jornalista, ele tem histórias na bagagem. Histórias de garimpo preserva o passado de Roraima. Mais uma riqueza cultural da Amazônia.

15. “Movimento neopentecostal brasileiro – um estudo de caso”, David Bledsoe, neopentecostalismo, Editora Hagnos, 198 páginas. Não se trata do neopentecostalismo brasileiro, mas de um estudo da Universal do Reino de Deus.

14. “Mensalão – o julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira”, história brasileira, 392 páginas, Editora Leya. Um escândalo. O PT agiu como um bando e é incrível que um homem como Lulla (com dois ll, lembrando Collor) ainda seja incensado. Ainda será desmascarado!

13. “Deixem soar os tamborins”, João A. de Souza Filho, liturgia, 143 páginas, Eme Editora. O livro carece de uma revisão ortográfica e gráfica. O conteúdo é trivial.

12. “Civilização – Ocidente x Oriente”, Niall Ferguson, história moderna, 432 páginas, Planeta. Que livro! Uma análise profunda, solidamente documentada (trinta páginas só de bibliografia) mostrando porque o Ocidente superou o Oriente. O autor não é cristão, menos ainda, protestante, mas mostra como o cristianismo, em geral, e o protestantismo, em particular, marcaram o Ocidente. Intelectuais chineses e japoneses declaram que a superioridade ocidental tem a ver como cristianismo. Independente disto, o livro é enriquecedor!

11. “Os sem-igreja”, Nelson Bomilcar, igreja, 221 páginas, Mundo Cristão.  Um bom livro, equilibrado e acrescentador. Aprendi.

10. “Verdade ou mito? Evidências do cristianismo”, Warren Candler, apologética, 185 páginas, Casa Editora Evangélica. Muito bom! Inteligente, espicaçador, erudito e piedoso.

9. “O bilhete de natal”, Donna VanLiere, ficção, 107 páginas, Seleções. No nível do anterior.

8. “Uma vida nova”, Betsy Thorton, ficção, 140 páginas, Seleções. Outro romance fraquinho. Este volume de Seleções não foi dos melhores.

7. “Sonhas estrelas”, Linda Gillard, ficção, 158 páginas, Seleções. A personagem central é uma cega. Interessante: com que sonha um cego de nascença, se não tem imagens na mente? Mas a descrição de sua habilidade de imaginar cores é bem narrada.

6. “O filho do caçador”, Paul Doiron, ficção, 144 páginas, Seleções. Um filho patético de um pai negligente é enrolado por ele, num crime.  Fraquinho.

5. “Os fatos sobre OVNIS e outros fenômenos sobrenaturais”, John Ankerberg e John Weldon, apologética, 88 páginas, Chamada da Meia-Noite. “Examinai tudo e retende o bem”… Fiz isso.

4. “Hiper-religiosidade contemporânea”, Darlyson Feitosa, religiosidade, 128 páginas, Editora Oikos. Não me ligo muito em Sociologia da Religião (pomposamente chamada de Ciência da Religião – parece que os teólogos têm vergonha de serem teólogos e querem ser cientistas). É como literatura avivalista e pré-milenista dispensacionalista: quem leu um leu todos e quem leu todos leu um. Mas li este porque conheço seu autor. Não é mais um que perdeu a fé e deseja dar explicações naturais (pelo viés comtiano) ao sobrenatural. É uma análise séria, bem feita, sem a petulância dos que encaram os religiosos como indigentes mentais. Aprendi muito com os quatro suportes da hiper-religião: o hipertemplo, o hipersacerdote, o hiperfiel e a hiperliturgia. Muito bom.

3. “Depressão e melancolia”, Urania Tourinho Peres, psicanálise, 63 páginas, Jorge Zahar Editores. Simples, sem complicações. Reli, para entender melhor um caso.

2. “Messianismo pentecostal”, Zaqueu Moreira de Oliveira, ensaio doutrinário, 136 páginas, edição do autor. Li os originais porque Zaqueu me pediu que prefaciasse o livro. Dupla honra: fazer o prefácio e ler os originais. Um livro que vai ajudar muita gente a entender o que se passa. O mais eu disse no Prefácio.

1. “Deus é essencial”, Luis Palau, espiritualidade, United Press, 208 páginas. Um livro muito bom, no estilo de “Mundo em chamas”, de Billy Graham. Palau é bem preparado e piedoso. Sabe escrever. Aprendi muito.

 

Minhas Leituras em 2012

71. “Quente, plano e lotado – os desafios e oportunidades de um mundo novo”, Thomas Friedman, economia, 623 p, Editora Objetiva. Muito bem escrito, muito bem documentado. Friedman é o autor de “O mundo é plano”, comentado em outro ano. Aprendi muita coisa, mas começo a desconfiar dos ecologistas. Dos economistas, então! E ele exerce as duas funções. É um economista ecologista. Em “O mundo é plano” ele acenou com possibilidade a Rússia acabar. Neste, a Rússia é uma potência econômica. Neste, cita um climatologista da NASA que declara que em 2012 o Ártico poderia estar completamente derretido (o livro foi lançado em 2006, nos EUA). Se esse pessoal quer ser levado a sério precisa ser mais sóbrio e menos espetaculoso.

70. “Matéria escura”, Michelle Paver, ficção, 130 p., Seleções. Fascinante. Ia fazer outras coisas e me lembrava do livro, querendo voltar a ele. Uma história de terror no Ártico. Tirando o aspecto da ficção, a parte descritiva do Ártico lembra o extraordinário e não ficção “A incrível viagem de Shackleton”, que narra uma expedição ao Polo Sul.

69. “Falso testemunho”, Rose Connors, ficção, 121 p., Seleções. Entretenimento. A história é previsível. Na linha de muitos filmes do “Law and Order”.

68. “Ainda sonho com você”, Fannie Flagg, ficção, 157 p, Seleções. Uma mulher quer se suicidar e toma todas as providências, mas sempre adia porque surge algo urgente para fazer… O resto é sem muito nexo. Pior, até.

67. “Tempo usurpado”, David Rosenfelt, ficção, 161 p., Seleções. Excelente! Muito bom! Uma argumentação que faz pensar, seguindo em trilha semelhante, mas em outra direção, a de um filme estrelado por Schwarzenegger, sobre uma aventura em Marte.

66. “Em guarda”, William Craig, apologética, 317 p, Editora Vida Nova. Este é bom, muito bom. Bem substancioso. Entendi bem a parte de metafísica, principalmente o argumento cosmológico kalam. Perdi-me bastante na parte de ciência e biologia, áreas em que sou mais fraco. Mas o livro é bom.

65. “A queda”, Diogo Mainardi, memórias, 150 p. Editora Record. Muito bom, tanto em conteúdo como em estilo. Sobre ele, veja o artigo “A queda para cima”, no site.

64. “Axiomas da separação”, John Ashbrook, não sei como classificar, Imprensa Batista Regular, 40 p. Lamentável. Apologia do separatismo rançoso. É difícil crer que haja cristãos assim. E que se orgulhem disso.

63. “Como preparar uma vida perfeita”, Barbara O´Neal, ficção, 167 p., Seleções. Uma família desastrada, em que as mulheres engravidam quando adolescentes e culpam o mundo. Na família, todos são contra todos. Ainda surge, de quebra, uma adolescente toda revoltadinha, dessas que acham que o universo lhe deve satisfações. Depois, tudo se resolve magicamente por que o amor tudo resolve. Acho que a única figura sensata é um cachorro de rua que aparece na história.

62. “Justiça no jóquei”, Dick Francis e Felix Francis, ficção, 148 p., Seleções. Interessante. Escrito por pai e filho. Enredo atraente e muito bem escrito. É preciso ficar bem atento à trama. Os dois sabem construir uma história.

61. “Aromas e fragrâncias”, Jeffrey Stepakoff, ficção, 129 p., Seleções. Romance para adolescentes sonhadoras. Para piorar, uma extensa lista de marcas de sapatos, de bolsas e vestidos. Como faz parte do pacote, li-o. Quando se está em viagem ou num hotel, a gente lê até bula de remédio. Ficar sem ler é desesperador. Então, valeu. Melhor que bula de remédio.

60. “Minha sombra caminha sem mim”, Mary Higgins Clark, ficção, 137 p., Seleções. Uma autora consagrada, que sabe escrever, prende a atenção, constrói enredos que começam confusos e vão clareando. Termina a história como sequer poderíamos imaginar, no início.

59. “A igreja desviada”, Charles Swindoll, espiritualidade, 303 p., Editora Mundo Cristão. O subtítulo é esclarecedor: “Um chamado urgente para uma nova reforma”. Uma obra que procura chamar a igreja de volta aos trilhos. Um homem que ama a igreja e mostra isso no livro. O livro não desanca, mas é um apelo de quem vive a igreja.

58. “Piedade e paixão”, Hernandes Dias Lopes, espiritualidade, 72 páginas, Editora Candeia. Muito bom mesmo! Li-o de uma assentada. Todos os pastores deveriam ler e refletir sobre seu conteúdo. Eu o fiz e aceitei a correção que o Espírito me trouxe através da leitura.

57. “Esperança de natal”, Donna VanLiere, ficção, 95 páginas, Editora Seleções. Um romance de fundo evangélico, mas sem assim se declarar. Interessante. Serve para evangelizar por que aproxima de Deus sem uma declaração explícita.

56. “O que fazer quando alguém morre”, Nicci French, ficção, 154 páginas. Editora Seleções. Nicci French já é uma ficção. São dois escritores ingleses, Nicci Gerard e Sean French. Um livro produzido a quatro mãos. Excelente estilo, que prende desde o início. As aparências enganam, poderia ser o tema do livro. Outro tema proposto: confiar, primeiro; desconfiar, depois.

55. “Cavalos mal domados”, Jeanette Walls, ficção, 130 páginas, Editora Seleções. A história de uma menina texana, de origem miserável, sua luta para escapar da miséria, seu crescimento, suas lutas e a herança moral deixada para a família. Ficção baseada em uma história real. Estimulante!

54. “61 horas”, Lee Child, ficção, 163 páginas. Editora Seleções. Bem escrito, bom enredo, bom entretenimento. Excelente leitura para sala de espera em aeroporto, com todo o barulho que o pessoal faz. Aliás, viajar de avião está virando churrasco na laje…

53. “Estudos de linguagem – Tradução e produção de sentidos – uma análise discursiva das disputas ideológico-doutrinárias em traduções da Bíblia Sagrada”, Domingos de Souza Machado, dissertação de mestrado, 157 páginas, Universidade Federal do Piauí. Excelente trabalho do colega. Dignifica a capacidade cultural do ministério batista. O título diz tudo. Li no voo de Teresina a Brasília, e depois desta a Macapá. E aprendi mesmo! De conteúdo, mas de leitura fácil.

52. “Grandes esperanças”, Charles Dickens, literatura universal, 702 páginas, Penguin Books. Esta é a versão pela qual o próprio Dickens optou, após algumas saírem. Foi lançada para comemorar o ducentésimo aniversário de seu nascimento. Shaw e Chesterton consideravam este o seu melhor romance, e o de maior fluência narrativa. Realmente, Dickens foi grande, e seu estilo é fascinante. Há uma série de notas no final, que explicam alguns tópicos obscuros para os leitores de hoje. Sem a densidade de Dostoievski, ele faz uma excelente análise psicológica dos personagens, partindo do fleumático Pip, pobre que se torna rico e que volta a ser pobre. Valeu a pena ler. Seu primeiro livro que li foi “As aventuras do Sr. Pickwick”. Eu era recém-casado, e lia em casa, dando gargalhadas. Até pensei que Meacir julgaria ter casado com um pateta…

51. “O cristão ateu”, Craig Groeschel, espiritualidade, 198 páginas, Editora Vida. Muito bom. Trata de nossas dificuldades em crer e entregar-nos completamente a Deus. Ele trata do cristão que crê mas que desconfia… Serviu para minha vida. Já agi assim. Além disso, o estilo do autor é muito agradável, o que ajuda a mergulhar na leitura. Li-o num hotel de selva, com o rio Jari como vista.

50. “O que fizeram do evangelho?”, David Nicholas, espiritualidade, 153 páginas, Editora Z3. Eis a tese do livro: para pregar as boas novas, primeiro precisamos pregar as más novas. Se não, o evangelho não foi pregado. Se alguém se converteu sem antes ouvir as más novas, na realidade não se converteu. Concluí que Jesus não pregou o evangelho a Nicodemos. Nem Filipe ao eunuco. Nem Pedro a Cornélio.

49. “Tempo de gangorra – visão panorâmica do processo político-militar no Brasil de 1978 a 1980”, Saïd Farhat, história, 472, Editora Tag&Line. Excelente livro. Muito bem documentado. Farhat sabe escrever. Que erudição! Que português! Castiço e escorreito. Uma abundância de citações em latim, francês e inglês, sem resvalar para o pernosticismo. Completam naturalmente o texto.  Uma acurada análise do fim do ciclo militar, e a disposição de Geisel e de Figueiredo em devolver o poder aos civis.  Um livro sem bajulação e sem raiva hidrófoba. Foi difícil adquiri-lo. Não o encontrava. Um dos vendedores da Saraiva me disse que a rede não o venderia. Achei-o na Cultura da Avenida Paulista.

48. “Unidade na diversidade – rumo ao consenso em meio às controvérsias teológicas”, Darrel Bock, teologia doutrinal, 130 páginas, Editora Vida. Darrel Bock é muito bom, e neste livro, vez por outra, seu brilho sobressai. Há lampejos de sua cultura. Mas o livro apologiza mais a ETS (Evangelical Theological Society) que teologiza. Quando teologiza é para elogiar a ETS. O livro é chato.

47. “Plano B – a resposta de Deus quando tudo parece dar errado”, Pete Wilson, teologia espiritual, 367 páginas, Editora Thomas Nelson. Um livro fantástico! Um dos melhores que li nos últimos tempos sobre a ação de Deus em nossas vidas, principalmente em momentos de sofrimento. Enriqueceu-me e me inspirou a uma série de três sermões: “É sexta-feira!”, “É sábado!”, e “É domingo!”. Vale a pena ler!

46. “Amapá – de capitania a território” história, Paulo Moraes e Ivonete Ribeiro, 121 páginas, edição própria. Uma boa revisão gráfica e também ortográfica (o português foi um pouco maltratado) ajudaria muito. O livro é bom como história (não “enquanto história”, como se diz no esquisito dialeto “universitarês”). Mas traz as famosas infantilidades intelectuais esquerdizantes de “poder dominante”, “política imperialista norte americana” e “economia capitalista”, frases pomposas, ilusórias, anacrônicas e sem nexo com o assunto. Quando os historiadores e candidatos a historiadores sepultarão o cadáver de Marx?

45. “A morte da razão – uma resposta aos neoateus”, Ravi Zacharias, apologética, 110 páginas. Editora Vida. Esperava mais, sabendo que Zacharias é um intelectual e apologeta de primeira. O livro promete responder e não responde.

44. “Personagens esquecidos da Bíblia”, Josivaldo de França Pereira e Marcelo de Oliveira, devocional, edição própria, 125 páginas.

43. “A essência do culto cristão”, Ederson Reis, liturgia, 127 páginas. Bem documentado e seguro, mas com excesso de citações. São 186 em 122 páginas de texto. Algumas ocupam metade da página. O autor poderia ter assimilado o conteúdo e comentado com suas palavras.  Há sentenças gramaticais longas. Parece-me que é uma dissertação de mestrado, por isso o estilo. A revisão deixou a desejar (quando acontece isso em livro meu, fico doente). Mas o autor tem conteúdo e o livro vale a pena.

42. “Fundamentalismo”, Martin Dreher, teologia contemporânea, Editora Sinodal, 95 páginas. O autor faz um rastreamento filosófico e teológico desde o Iluminismo (que ele chama de Ilustração), na melhor parte do livro, que é sintético, mas seguro.

41. “O poder da palavra”, Paulo José da Costa, Homilética, Editora Primícias, 128 páginas. Todo pregador deve ler um livro de Homilética, anualmente. Este é básico, mas bom, porque relembra e acrescenta.

40.  Eu, Alex Cross…”, James Patterson, ficção, Edição Arqueiro, 199 páginas. Meacir comprou para si e eu o li. Uma deliciosa “ociosidade intelectual”, bom entretenimento para se ler em viagem. Mas deu para aprender. O autor tem um estilo arrebatador. Sabe escrever!

39. “A vigésima quinta hora”, Virgil Gheorgiu, ficção, ebook, 390 páginas. Comovente. Chocante. Eu lera na adolescência, e ao relê-lo agora quase o deixei de lado. Um livro que mostra como as pessoas são meros joguetes nas mãos dos poderosos, e como os conceitos e ideologias as massacram. O simplório Iohann Moritz nunca entendeu o porquê de tanta prisão e tanta indiferença das pessoas para com ele. Outros personagens marcantes: Hilda, a alemã nazista, com toda a sua obtusidade ideológica e a rica e sofisticada Eleonora West, cujo crime era ser judia. As tramas das nações e a dor das pessoas são bem mostradas nesta obra. Como é atual! Procurei a obra em papel e encontrei em ebook.

38. “Os anjos de Badaró”, ficção, Mário Prata. O livro alega ser “romance policial”, mas não é. Prata escreve muito bem. Suas crônicas sempre me deliciaram, como as com tidas no livro “Filho é bom, mas dura muito”. Está bem parecido com Jô Soares (como escritor, não sei se em peso também – embora em peso literário os dois sejam bons). Comprei em Goiânia para ler até Macapá, mas no trecho Rio-Belém terminei a leitura. Não consegui deixar o livro. Mas há um “magestade”, à página 196, que dói!

37. “Orgulho e humildade – um conflito milenar”, Kléos Magalhaes Lenz César, espiritualidade, Editora Ultimato, 304 páginas.  Um homem espiritual comparte sua espiritualidade e profundidade bíblica, e assim enriquece o leitor.

36. “A mente de Cristo, conversão e cosmovisão cristã”, Norma Braga Venâncio, apologética, Editora Vida Nova, 224 páginas. Excelente! Não conhecia a autora. A editora me deu de presente quando fui a Sampa falar num congresso. Norma é erudita, espiritual, conservadora e arguta. Um livro altamente enriquecedor.

35. “Templo de Salomão – as origens históricas do templo maçônico e outros temas interessantes”, Raimundo Rodrigues, maçonaria, 184 páginas, Editora A Trolha. Um livro “picadinho”, com uma série de assuntos sem conexão, mas que foram ajuntados para formar o livro. Há muitas citações atribuídas a autores do passado, mas sem localizá-las. Prejudica a qualidade da obra, que pela diversidade de assuntos não é muito atraente. O conteúdo geral é a louvação da filosofia maçônica, embora a maçonaria propriamente nunca tenha produzido uma linha de filosofia ou pronunciado algo inédito. Apenas copia de outros.

34. “Por que virei à direita – três intelectuais explicam sua opção pelo conservadorismo”, João Pereira Coutinho, Luiz Felipe Pondé e Denis Rosenfield, ensaios, 115 páginas, Editora Três Estrelas. Só o longo prefácio (que poderia ser maior!) de Marcelo Consentino vale o livro. João Pereira Coutinho é um português erudito, que desmonta a bobagem de direita e esquerda, principalmente a demonização da primeira e deificação da segunda. Pondé traz o brilho habitual. Rosenfield também, embora seu capítulo foque mais os desmandos e a voracidade pelo poder do PT gaúcho. Um passeio por autores como Oakeshott, Burke, Raymond Aron, Pascal, Ayn Rand, Rousseau, Kekes, Agostinho, Marx, Huxley e outros. Preciso ler Ayn Rand.

 

33. “Menino do engenho”, José Lins do Rego, literatura brasileira, 186 páginas, José Olympio Editora. Órfão desde criança, identifiquei-me em alguns pontos com o autor. Um clássico de nossa literatura e sua leitura acrescenta. Agradável e absorvente. Há indicações literárias nesta edição, mas o tópico final, “Panorama da época”, é ideologização e encheção de linguiça. Coisa de quem acha que tem ideologizar o estudante e traz aquele blábláblá conhecido.

32. “Jesus e os revolucionários se seu tempo”, Oscar Cullmann, teologia, Editora Vozes, 55 páginas. Muito bom. Eu o lera em 1975, mas reli agora, por causa de pesquisas para meu comentário sobre o evangelho de Marcos.

31. “O melhor da crônica brasileira”, VV. AA., crônicas, José Olympio Editora, 142 páginas. Os vários autores são Ferreira Gullar, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz e Luís Fernando Veríssimo. Não é melhor da crônica brasileira. Para isto deveria haver crônicas de Lourenço Diaféria, Mário Prata e Inácio de Loyola Brandão. E algumas crônicas do livro são chatas. Lins do Rego é monocromático: só escreve sobre o Nordeste. Mas a gente aprende com eles. Principalmente Veríssimo, que é dos cronistas o maior. “Pai e mãe” é uma crônica dele muito inteligente. Uma frase só, no final, enfeixa tudo.

30. “Ressurreição”, romance, Machado de Assis, 98 páginas, ebook. É do Mestre, mas é chatinho.

29. “Faça alguma coisa”, Kevin De Young, espiritualidade, Editora Mundo Cristão, 136 páginas. Sem exagero: um dos melhores livros que li sobre vontade de Deus. O título vem daqui: ao invés de esperar um email ou fax de Deus, mantenha-se em comunhão constante com ele (pela leitura das Escrituras e cultivo de oração) e faça alguma coisa. Já li do autor o corajoso Por que amamos e igreja e o inteligente Não quero um pastor bacana. O sujeito é bom!

28. “João Miguel”, Rachel de Queiroz, romance brasileiro, José Olympio Editora, 159 páginas. Vez por outra alguém me pergunta como escrever bem (como se eu soubesse!). Mas respondo que me parece que quem quer escrever deve ler, e muito. Não há truques. Há aprendizado. Quem não gosta de ler nunca escreverá bem. E deve ler gente boa. Rachel é fantástica. O universo cultural de pessoas iletradas, sem expressão social, com seu mundo de valores, suas paixões, etc. Se chamo Machado de Assis de Mestre Machado, esta é a Mestra Rachel. Li de uma assentada, num voo de Confins a Belém, voltando a Macapá.

27. “Guia politicamente incorreto da filosofia”, Luiz Felipe Pondé, filosofia, Texto Editora, 229 páginas. Genial, simplesmente genial. Enfim, alguém que diz o que é verdade: o Islã prega a violência, não existem bonzinhos, a esquerda não é maravilhosa, a mídia mediocriza e não informa, a cultura atual é medíocre, os “massacrados” pela ditadura militar queriam nos impingir uma ditadura no estilo cubano (que se tivesse vingado ainda nos oprimiria), e não lutavam por liberdade coisa nenhuma, “Avatar” é um filme rousseauniano, o que faz dele uma imensa tolice, a África não é maravilhosa, etc. Eis um professor que ousa dizer que a ruindade da educação brasileira não é culpa apenas do Estado e do aluno. E que os patrulheiros de plantão se zanguem! Ou se valham de argumentos para desmenti-lo. Infelizmente, apesar de anunciá-la, o livro não tem bibliografia. Isto prejudica um pouco.

26. “A missão cristã no mundo”, John Stott, missões, 166 páginas, Arte/Candeia. Mais uma obra lúcida e enriquecedora de Stott. Sempre se aprende com ele. Piedoso, arguto, profundo sem ser confuso. Graças a Deus por sua vida!

25. “O traçado de um construtor de templos”, Antônio Augusto Queiróz Baptista, maçonaria, 176 páginas, Editora A Trolha. Sobre a maçonaria repito o dito no livro 13. E aqui há mais bobagens, como esta: “Como associação meramente explicativa, destacamos a tríade do cristianismo. Nesse caso, em especial, o Deus é o universo, Maria a terra e Jesus Cristo, o Homem, o filho de Deus, símbolo designativo da união entre Universo e Terra” (p. 81.). A paganização da vida, sob o manto de “traçado filosófico”, é impressionante. Não vê quem não quer.

24. “O mulato”, Aluísio de Azevedo, romance, 265 páginas. É obra de domínio público, pois foi publicado em 1881. A editora que produziu o volume que li o dá como “1ª. edição”.  O autor é mais um maranhense de boa cepa. Narra o drama do mulato Raimundo, a hostilidade velada da sociedade maranhense da época e seu preconceito contra negros e mulatos. O amor eterno de sua prima, Ana, não dura muito (amores eternos de algumas mulheres são efêmeros). O autor é cruel com a religião. O Padre Diogo é um verdadeiro canalha eclesiástico, mentor de dois assassinatos. Mas que estilo e que redação de Azevedo! Que português! Que fluência de narrativa!

23. “Um amigo de Kafka”, Isaac Bashevis Singer, 322 páginas L&M Pockett. Singer foi o mais laureado escritor judeu, recebeu o Prêmio Nobel, e foi autor de obras como “Sombras sobre o rio Hudson” (excepcional)  e “Sosha” (comovente). Ele escrevia em uma máquina de escrever não elétrica, e com teclado em iídiche. Seus personagens aqui são patéticos, hilários ou macambúzios. Mas o pano de fundo deles é o judaísmo da segunda metade do século passado, com suas superstições, crendices, esquisitices e as neuroses que produz em seus adeptos. Ao mesmo tempo, Singer dá uma aula de cultura judaica.

22. “O Jesus que nunca existiu”, Wayne House, cristologia,421 páginas, Hagnos. Um trabalho descomplicado e erudito. Passando pelos conceitos de Jesus no Iluminismo, na mídia acadêmica, no liberalismo, no Islã, no Hinduísmo e analisando os vários conceitos populares, House chega a uma apresentação com bases no Jesus do Novo Testamento. Muito bom. Quem aprecia cristologia terá aqui excelente material. Um erudito piedoso.

21. “A presença ignorada de Deus”, Viktor Frankl, psicanálise, 131 páginas, Sinodal e Vozes. O fundador da terceira via psicoterápica de Viena, fundador da Logoterapia, se mostra mais uma vez brilhante, profundo e ao mesmo tempo simples. Ele discordou radicalmente de Freud, que via a religião como neurose. Ele a vê como essencial e inerente ao homem. E afirma que o terapeuta deve levá-la em conta no seu trabalho. Livro agradável e erudito.

20. “Por que 4 evangelhos?”, David Alan Black, Bíblia, Editora Vida, 126 páginas. Reli-o junto com o livro de Vidal, por causa de informações que precisei para meu comentário sobre Marcos, que a Abba lançará este ano, ainda. Obrigado ao Pr. Leandro, de Campinas, que foi aluno de Black, nos EUA, e me presenteou com este livro. E parabéns à Vida, um livraço!

19. “O testamento de Pedro”, César Vidal, espiritualidade, Relume Dumará, 174 páginas. O erudito espanhol faz um romance sobre Pedro em Roma e justifica a posição de que o evangelho de Marcos ressoa Pedro. Muito esclarecedor! Agradeço a Meacir, entre muitas outras coisas, por ter me apresentado a César Vidal.

18. “Arrisque”, Kenny Luck, espiritualidade, 238 páginas, Mundo Cristão. Também um bom livro. Comprei-o em Manaus para ler no retorno a Macapá. Partindo de experiências de pessoas, valendo-se da Bíblia, Luck traz um desafio espiritual ao leitor. Gostei.

17. “Ninguém morre de trabalhar – o mito do estresse”, Osmar de Almeida Santos, psicologia, Texto Novo, 200 páginas. Um bom livro. Citei-o de passagem, em um sermão, dizendo que perdi a oportunidade de comprá-lo. Uma boa ovelha comprou-o e me deu. Agradeço ao meu 1º. Vice-Presidente!  Li num voo de Macapá a Manaus que, absurdamente, passou por Brasília. Depois fiquei sem ter o que ler no avião.

16. “O escândalo do cristianismo”, Emil Brunner, teologia, 88 páginas, Novo Século. O conteúdo de Brunner é excelente, mas ficou prejudicado. Ele era alemão, as palestras foram traduzidas do inglês e não as trabalharam para terem uma forma menos “palestral” (há sentenças gramaticais longas, com intercalações). O corpo das letras é pequeno e claro, para economizar tinta e papel. Ficou um texto com parágrafos extensos, letras pequenas e claras. Que pena! O conteúdo é de primeira, mas a apresentação gráfica atrapalha.

15. “O paciente, o terapeuta e o estado”, Elisabeth Roudinesco, psicanálise, 149 páginas, Jorge Zahaar Editor. Reli-o, para rever alguns pontos. É uma avaliação bem séria da psicanálise, chegando a negar-lhe, em alguns momentos, o caráter de ciência. Chama a atenção para uma diferença de visão: psicanalistas do mundo inteiro a consideram uma psicoterapia, mas os norteamericanos apenas como uma terapia. Bem, isto é melhor que a opinião de Lévi-Strauss, que a considerava uma “técnica de sugestão”.

14. “O poder da TV no mundo da criança e do adolescente”, Gerson abarca Silva, educação, 77 páginas, Paulus. Um bom livro, que chama a atenção para um fato: a tevelização como fator de alienação e de sexualidade precoce.

13. “Antigas letras”, Léon Zeldis, 194 p., Editora A Trolha. A maçonaria não cansa de me surpreender com sua imensa capacidade de dizer bobagens. Este livro é um deles. Léon dá os maçons como descendentes dos essênios (p. 112). Incrível! Para piorar dá os essênios como tolerantes, liberais e democratas (p.  110). E há quem leve a sério!

11. “A luneta mágica”, Joaquim Manuel de Macedo, literatura brasileira, 197 p., Ebook. Já o lera quando dos meus 30 anos. Simplício é praticamente cego e um armênio lhe faz uma luneta que permite ver o quanto as pessoas são más. Depois faz-lhe outra que só lhe permite ver o quanto as pessoas são pessoas. Em ambos os casos Simplício se dá mal. Por fim ganha  a luneta do bom senso. O bom senso é melhor que o criticismo exagerado e que a bondade ingênua. No final, Simplício vai almoçar. Bom almoço, Simplício!

10. “O guardião”, Dee Hendersen, ficção, 383 p., United Press. Um romance evangélico, com um roteiro que foge ao trivial. Tem trama política e assassinato de um senador. Tanto o romance como a autora são laureados. Mas o final não foge ao trivial.

9. “Contos para velhos”, Bob, ficção, 35 páginas, Ebook. “Para velhos” porque pretendiam ser contos sensuais para adultos. Sua sensualidade parece com o do “Decamerão”, de Bocaccio, ingênuo, e até pueril, diante das novelas e filmes de hoje. Hoje seriam contos para pré-adolescentes. Bob é pseudônimo de Olavo Bilac, que entremeia os contos com poesias. Bilac é muito bom na poesia e na prosa.

8. “Os tambores de S. Luís”,  Josué Montello, ficção, 619 páginas, Editora Nova Fronteira. O rosto literário do Maranhão não é o do autor de “Marimbondos de fogo”. É Josué Montello. “Tambores” é um dos maiores romances da literatura brasileira. Traduzido para o francês e alemão, foi tese de doutorado, em alemão. A comovente dor dos escravos alcança uma descrição chocante nesta obra. Damião, o personagem central, foi muito bem construído por Montello. Maranhão, orgulhe-se deste filho!

7. “As esganadas”, Jô Soares, ficção, 262 páginas, Companhia das Letras. Jô escreve muito bem. Sair de um Eco maçudo para um Jô de estilo ágil foi-me um alívio. Que enredo! Como entrelaça os personagens, vindos de Portugal, Alemanha e Brasil. O detetive português é uma figuraça. É genial, brilhante! Dá vida ao romance, mais que o assassino! Um grande escrito e um grande livro.

6. “Fim de jogo”, John Ortberg, espiritualidade, 333 páginas, Editora Vida. Surpreendeu-me! Que livro! Comprei para fechar um pacote de livros adquiridos. Mas foi o melhor de todos. Ortberg sabe escrever, é piedoso e erudito. Excelente!

5. “A sedução do crepúsculo”, Dave Roberts, apologética, 17 páginas, Editora Mundo Cristão. Uma análise dos livros e filmes da série “Crepúsculo”, e suas histórias de vampiros bonzinhos e mauzinhos. Além de instruir sobre o conteúdo. Roberts mostra como analisar livros.

4. “A história de Deus e sua história”, Max Lucado, espiritualidade, 15 páginas. Excelente. Muito espiritual, como as obras de Lucado. Simples e piedoso. Um escritor de Deus.

3. “Nem monge nem executivo”, Paul Freston, espiritualidade, 125 páginas, Editora Ultimato. Excelente obra de Freston (nem se poderia esperar outra coisa dele). O estilo de liderança de Jesus, em meditações de cunho altamente devocionais, sem banalidade. Aprendi muito. Não é preciso ir para mosteiros. Basta refletir sobre Jesus para aprender sobre liderança e a vida em geral.

2. “O cemitério de Praga”, Umberto Eco, ficção, 479 páginas, Editora Record. Denso, como as obras de Eco, mas instrutivo. Que conhecimento de história! Que erudição! Incrível a sua capacidade de escrever! Já lera dele “O nome da rosa”, “Baudolino”, “O pêndulo de Foucault”, “A misteriosa chama da rainha Leona” e “A ilha do dia anterior”. Mas aqui ele cria uma nova estrutura de romance e se supera. As intrigas de políticos, maçons, jesuítas, a criação dos “Protocolos dos sábios de Sião”, Freud, Garibaldi, ironias contra alemães (hilárias), franceses, judeus, cristãos, etc. Que estilo!

1. “Uma introdução à espiritualidade cristã”, Alister McGrath, espiritualidade, 332 páginas, Editora Vida. Com a erudição e piedade do “intelectual de Oxford”. Bom início de ano a leitura de um livro com este!

 

Minhas Leituras em 2011

1. “O Deus da promessa”, Michael Horton, teologia, 160 páginas. Em alguns momentos é cansativo e pouco compreensivo, mas é um bom livro. O capítulo sobre a graça comum me ajudou e ensinou muito.

2. “Uma nação sob a ira de Deus: estudos em Isaías 5”, Martin Lloyd-Jones, espiritualidade, 224 páginas, 2a. edição, Editora Textus, Rio de Janeiro. Os capítulos “Humanismo” e “Pecados nas altas esferas sociais” são fantásticos!

3. “O homem eterno”, G. K. Chesterton, apologética, 305 páginas. Editora Mundo Cristão. Aqui, Chesterton não é tão claro e profundo como em “Ortodoxia”,  nem tão enigmático como em “O homem que foi quinta-feira”. É um livro bom, mas algumas vezes confuso. Precisa-se conhecer muito da história e da cultura da Europa para entendê-lo bem. Talvez porque ele seja uma resposta a uma obra de H. G. Wells, An outline of history.

4. “Apologética para questões difíceis da vida”, Willian Lane Craig, apologética, 190 páginas, Edições Vida Nova. O livro é bom, mas a redação é fraca. “Tu” e você” na mesma frase, confusão entre “quantia e quantidade”, etc.

5. “Caetés”, Graciliano Ramos, romance brasileiro, 208 páginas, Editora Bestbolso. Graciliano é o principal romancista da segunda fase do modernismo brasileiro. Um político que sabia escrever, e não usava o indigitado sujeito pleonástico de José Sarney (“o Brasil ele vai”  ou “a política ela é a arte…”). Que português! Que redação! Graciliano foi traduzido para o alemão, búlgaro, francês, dinamarquês, espanhol, finlandês, flamengo, húngaro, holandês, inglês, italiano, polonês, romeno, tcheco, sueco e turco. Mas é bem desconhecido dos brasileiros. Pregadores, que devem ter cultura geral, domínio do idioma e conhecer seu próprio país deveriam lê-lo.  Aliás, é pena que nossa literatura não seja ruminada pelos pregadores brasileiros.

6. “Memorial de Aires”, Machado de Assis, romance brasileiro, 224 páginas, L&PM Pocket Editora. Obra de mestre Machado, na fase pós-Carolina. Deve ser duro perder a Carolina. Mantenha-me Deus a minha. Aires parece o próprio Machado. Filosófico e melancólico: velhos e viúvos são passado. Restam-lhes saudades. Fidélia é fiel à memória do marido, mas decide viver. Aires murcha e filosofa. Ler mestre Machado é aula de português, literatura e reflexão.

7. “1954: um tiro no coração – o ciclo de Vargas”. Hélio Silva, história, 403 páginas. L&PM Pocket Editora. Segundo Silva, Vargas é “o homem maduro que se dispõe a oferecer a seu povo o que lhe resta de vida. Oblação que se consuma no seu próprio sacrifício”. Faltou dizer que foi um “jesus” que se deu a si mesmo para fundar a Santa Igreja Trabalhista, hoje ameaçada pelas hostes malignas da elite. Afinal a esquerda gosta de chavões religiosos!  Ora, Vargas foi um político esperto mas o não bastante para defenestrar e se desvencilhar dos seus aloprados. Só ingênuos acreditam que os aloprados eram independentes e agiam sem a coordenação de um chefe. E Vargas não teve as facilidades de uma imprensa amestrada e uma oposição pífia como o PSDB.

8. “O ser humano em busca de identidade”, Gottfried Brakemaier, teologia sistemática, 220 páginas, Editoras Sinodal e Paulus. O subtítulo  é “Contribuições para uma antropologia teológica”. E o autor faz isso. Um bom livro, embora haja uns cochilos da revisão, como o famigerado sujeito pleonástico (“a pessoa terá ela…”).

9. “Para que serve Deus”, Philip Yancey, espiritualidade, 279 páginas, Editora Mundo Cristão. Muita coisa boa, muita mesma, no livro. Apesar do quase ódio de Yancey pela igreja tradicional e pelos cristãos tradicionais que ele chama de “fundamentalistas” (ele sabe o que é um fundamentalista). Yancey é espiritual, mas rançoso com quem não seja monge, freira ou de uma igreja de eclesiologia informal.

10. “Reimaginando a igreja”, Frank Viola, teologia prática, 307 páginas, Editora Palavra.  Livro de argumentação canhestra. Justificando sua eclesiologia de igreja nas casas, Viola salienta que o NT não prescreve modelo eclesiológico. Daí apresenta o seu. E passa a impugnar os demais, deixando o seu como o neotestamentário. Canoniza seu modelo (mostra seus pontos fortes e experiências positivas) e sataniza os demais (mostra seus defeitos e experiências negativas). Argumentação primária!

11. “A língua de Eulália – novela sociolinguística”, Marcos Bagno, linguística, 219 páginas, Editora Contexto. Uma novela analisando os conceitos de língua, para defender a idéia de que não há português certo ou errado. Há apenas português diferente. A norma culta (ou norma-padrão) inexiste. Nóis já çabia diço a muito tempo, çeu mosso!

12. “Por que amamos a igreja”, Kevin DeYoung e Ted Kluck, eclesiologia, 269 páginas, Editora Mundo Cristão. Boa fundamentação bíblica e teológica, e com argumentação coerente. Sólida refutação aos apedrejadores da igreja que acham que tomar um cafezinho com rosquinha papeando banalidades sobre espiritualidade equivale a cultuar a Deus.

13. “O segundo mundo”, Parag Khanna, geopolítica, 559 páginas, Editora Intrínseca. Um indiano, muito culto, comenta o segundo mundo e as possibilidades dos países que o compõem de adentrarem o primeiro mundo. Fui ler o capítulo sobre a Líbia para entender um pouco, empolguei-me e li o livro todo. Apesar da apologia do Islã, um livro e tanto. O autor escreve fácil. Consegui entender tudo!

14. “Neve”, Orhan Pamuk, romance, 487 páginas. O autor é turco e descreve alguns dias de um personagem insignificante, numa aldeia turca insignificante, onde se discutem temas insignificantes. Muçulmanos matam-se e explodem-se por ninharias. Pamuk é Prêmio Nobel de Literatura. Deve ser o Saramago turco. Chato e interminável. Desconfio que muito dos nobéis são questões políticas. Pamuk denunciou o massacre armênio pelo seu país.

15. “O castelo nos Pirineus”, Jostein Gaarder, romance, 177 páginas, Companhia das Letras. Discussão teológica, por email, de dois ex-amantes. Fraco. Não é o melhor livro de Gaarder. Ainda são: “O mundo de Sofia”, “O dia do coringa”, “Vita Brevis”, e, um pouco atrás, “Através do espelho”. “O mundo de Sofia” já teve 76 edições no Brasil.

16. “Políticas de Deus e políticas dos homens”, Jacques Ellul, teologia, 216 páginas, Fonte Editorial. Estudos em personagens de 2Reis. Pouco interessante. Não é melhor livro do erudito teólogo francês. Ainda são “Apocalipse – arquitetura em movimento”, “O homem e o dinheiro” e “Reason for being – a meditation on Ecclesiastes”.

17. “O imbecilismo”, Edson Ara, humor, Geração Editorial, 149 páginas. Um livro dedicado “às loiras que usam óculos”. Dei de presente à minha loira, que usa óculos. Muito bom. Humor fino, grosso, gentil, sarcástico, de todo jeito. Valeu, porque ninguém é de ferro! 

18. “O que é uma igreja saudável?”, Mark Dever, eclesiologia, 115 páginas., Editora Fiel. Um bom livro. Deu-me matéria para duas pastorais, inclusive.

19. “Onde o seu tesouro está”, Eugene Petersen, espiritualidade, 202 páginas, Editora Textus. Não é o melhor livro de Petersen. Deixou a desejar, em relação aos que dele li antes. Uma sensação de frustração.

20. “Não conte a ninguém”, Harlan Coban, ficção, 250 páginas, Editora Sextante. Uma noite sozinho, em um hotel em Sampa, aguardando voo para Macapá (a Puma cancelou o voo). Comprei o livro, varei a noite lendo-o. Que estilo! Um romance de narrativa linear, sem flashback, inverossímil (óbvio!), e por isso (pela linearidade), arrebatador.

21. “Confie em mim”, Harlan Coban, ficção, 317 páginas, Editora Sextante. Por causa do livro anterior comprei mais dois dele. Não tem o nível do anterior, mas é envolvente, e dá para aprender a escrever. O sujeito sabe desenvolver seu tema. Por isso que vendeu mais de 40.000.000 de livros no mundo! Li num voo de Sampa a Macapá.

22. “Desaparecido para sempre”, Harlan Coban, ficção, 317 páginas, Editora Sextante. Terceiro livro de Coban que li. Talvez por já estar em casa, e com muita coisas por fazer, não me fascinou tanto como os outros dois. Mas não dá para largar.

23. “Reflexões sobre o apóstolo Paulo“, Marcelo Oliveira, espiritualidade, Editora Arte Literária, 83 páginas. Livro bem escrito, bem pesquisado e instrutivo. Acrescentou-me.

24. “Ele morreu para que vivêssemos”, Marcelo Oliveira, espiritualidade, 57 páginas, Editora Naós. Não tão bom quanto o anterior. Até mesmo por causa do estilo. Mas é bom, e com sólido embasamento bíblico.

25. “Filhos da mãe”, Antonio Lazarini Neto, família, MK Editora, 99 páginas. Já o lera antes. Reli porque o dei como leitura obrigatória em Aconselhamento Pastoral. Versa sobre a ausência masculina na criação dos filhos. Sugeri ao autor que escrevesse “Filhos dos avós”, por causa da garotada de 16 e 17 anos que está pondo filho no mundo para serem criados pelos avós.

26. “Cristianismo sem Cristo”, Michael Horton, teologia, Editora Cultura Cristã, 208 páginas. Um excelente livro. Aborda a descaracterização da igreja contemporânea: pregação sem Cristo. Temos um cristianismo cada vez de sentimentos e de sensações. E uma visão da igreja como organização social, que necessita de técnicas de animação humanas. Vale a pena ler!

27. “A volta do idiota”, Plinio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Mario Vargas Llosa, política, 238 páginas, Odisséia Editorial. São os mesmos autores de Manual do perfeito idiota latino-americano. Uma análise da visão política rastaquera que ainda leva a sério o marxismo, a esquerda política, combate a privatização (como José Dirceu, embora com cinco celulares pendurados na cintura, obra da privatização), acha que o estado sabe administrar, apologiza a luta de classes e incensa Chávez, Fidel, Humala, López Obrador, Evo, et caterva. Interessante e bem documentado. Os autores não têm medo de falar da miopia esquerdista.

28. “O cavalo cego”, Josué Guimarães, contos, 146 páginas, L&PM Pocket. Confundi os Josués. Pensei no genial Montello, nordestino, e comprei um livro do mediano Guimarães, gaúcho. Mas li mesmo assim. Puni-me.

29. “Brasil: terra à vista”, Eduardo Bueno, história, 136 páginas, L&PM Pocket. Bueno escreve bem e é exato. É bom conhecer nosso país.

30. “Trapaça mortal”, Frank Tallis, romance, 416 páginas, Editora Record. O título dá imagem errada do livro. O original equivale a “Desordem mortal”. O autor é psicólogo e professor de Psicanálise e Neuropsiquiatria, no London College. O enredo se passa em Viena, e traz as idéias de Freud, e executores de Beethoven, Brahms, Schubert e outros. E aqueles impronunciáveis sobrenomes alemães.

31. “Irmãos, nós não somos profissionais”, John Piper, teologia pastoral, 278 páginas, Shedd Publicações. Bom livro, mas muitos erros de revisão. Obrigado ao Leo, de Vitória, que me enviou, de presente.

32. “O futuro da humanidade”, Augusto Cury, ficção, 251 p., Editora Sextante. Teor simplista.

33. “Teologia e literatura – reflexão teológica a partir da antropologia contida nos romances de Jorge Amado”, Antonio Manzatto, ensaio teológico, 386 p., Edições Loyola. Só a parte I, “Teologia e Literatura”, já justifica o livro. Gostaria de saber escrever um romance. Os romancistas são geniais. Ah, sim, Amado foi um marxista que nunca leu Marx e nunca aceitou os canônes da direção partidária. Algo parecido com um cristão que nunca tenha lido os evangelhos e que rejeite a orientação da igreja.

34. “Intentos do inferno”, Ricardo Nunes Sena, vida cristã, 157 páginas, Editora Qualidade Gráfica. O autor conta algumas experiências que teve.

35. “Ainda existe esperança”, Enrique Chaiji, 111 páginas, Casa Publicadora Brasileira. Só mesmo sendo adventista para se interessar pelos livros adventistas. Não dá para levá-los a sério. Não fazem teologia nem espiritualidade. Insistem na sua miopia de seita exclusivista, apologizando seus princípios,  empurrando seus hábitos alimentares e incensando Ellen White, que eles têm como continuadora autorizada da revelação. São obras superficiais, previsíveis na sequência argumentativa, e sua interpretação das Escrituras sempre se subordina à Sra. White, sua papisa doutrinária.

36. “A crítica bíblica em julgamento”, Eta Linnemann, hermenêutica, 192 páginas, Editora Cultura Cristã. Que livro! É exaustivo, cheio de tabelas e quadros. A autora demole a crítica bíblica. Sua análise é rigorosa, seguindo padrões científicos. Seu comentário sobre a crítica que os retalhadores das Escrituras fazem de 2Pedro mostra isso. A crítica bíblica alista 8 palavras em 2Pedro que lhe são suficientes para dizer que o livro é pseudepígrafo. Segundo os críticos da Bíblia, nesta carta, a “clara utilização dos termos filosófico-religiosos do helenismo é notável”, e o livro é produto de “um cristão instruído no helenismo do século 2º. d.C”.  Linnemann argumenta que todos esses “termos filosófico-religiosos do helenismo” já estavam na LXX! Ela acusa a crítica bíblica de não ser científica, mas de ter pressupostos incrédulos, principalmente na sua refutação sobre o suposto documento Q  e o evangelho de Tomé.  Muito bom mesmo! Os presbiterianos estão fazendo literatura séria, conservadora e bem fundamentada.

37. “Deuses falsos: eles prometem sexo, poder e dinheiro: mas é disso que você precisa?”, Timothy Keller, espiritualidade, 175 páginas, Thomas Nelson Brasil. Excelente livro comentando os ídolos que fabricamos. Até a família e o serviço cristão podem ser um ídolo se ocupam o primeiro lugar na vida. Ajudou-me, com argumentos e advertências.

38. “See no evil – christian attitudes toward sex in art and entertainment”, T. M. Williams, ética, 103 páginas. Um estudo sobre a pornografia e sua diferenciação do que seja arte. Bem equilibrado.

39.  “Quando ela se foi”, Harlan Coban, ficção, 250 p., Editora Arqueiro. Mais entretenimento (bom, nas férias) e mais uma aula de como desenvolver um tema.

40. “O clube do filme”, David Gilmour, ficção, 239 p., Editora Intrínseca. Um pai patético educa um filho também patético, que não quer estudar, com filmes. Como processo pedagógico, muito fraco. Aprendi um pouco sobre cinema.

41. “Robinson Crusoé”, Daniel Defoe, romance clássico, 363 p., Editora BestBolso. Esta obra foi apontada como o início do romance como gênero literário. Alguns críticos optam por O castelo de Otranto, de Horace Walpole, em 1764. Outros, por D. Quixote, de Cervantes, em 1605. Mas em 1719 surgiu The life and the surprizing adventures of Robinson Crusoe, ou, como ficou em português: Robinson Crusoé. Se o romance não se inicia com ele, pelo menos o romance inglês inicia. Defoe tinha poucas letras, por isso Jonathan Swift, autor de As viagens de Gulliver, zombava dele. O livro se baseia nas aventuras reais de um escocês Selcraig, que foi abandonado na ilha de Juan Fernandez, onde ficou sozinho quase cinco anos. Crusoé ficou quase 30 numa ilha deserta. Defoe fez Robinson Crusoe morar cinco anos no nordeste brasileiro, onde Selcraig também esteve. Vale a pena ler. O final decai um pouco, mas é no estilo da época em que foi escrito.

42. “O corcunda de Notre-Dame”, Victor Hugo, romance clássico, 540 p., Edições Ediouro. Victor Hugo faz um romance fantástico ao redor de Notre-Dame. Personagens cheios de vida como Quasímodo, a cigana Esmeralda, o esperto capitão Febo, o odioso Pe. Cláudio Frollo e o hilário Pedro Gringoire. Heróis e vilões, com paixões, medos, ódios, cobiças. Estilo arrebatador em que os desfavorecidos são mostrados em toda a sua insignificância e repulsa aos olhos dos poderosos, mas como mantêm sua dignidade, como a cigana Esmeralda. Um dos marcos da literatura universal.

43. “O décimo homem”, Graham Green, ficção, 172 p., Editora Record. Muito frufru.

44. “Por que 4 evangelhos? “, David Alan Black, crítica bíblica, 172 p., Editora Vida. Muito bom. Muito bem escrito e bem embasado. Refuta a hipótese do Documento Q (veja livro 36), e com sua sólidfa argumentação, me fez rever a posição que assumi desde o seminário, nas aulas de NT, de que Marcos seja o evangelho padrão. O livro texto era Introdução ao Novo Testamento,  de Crabtree, e expendia esta posição. Black segue outra linha, até então desconhecida por mim. Mas razoável e mais sensata que Q e Marcos-padrão.

45. “As aventuras de Huckleberry Finn”, Mark Twain, literatura universal, Editora Martin Claret, 411 páginas.  Twain é genial. John Macy (“Panorama da Literatura Universal”) diz que ele “é o mais original escritor da América, e o mais americano de todos”. Huck é impagável: sabia tabuada até o ponto de  “6 vezes 7 são 35”. Sua espiritualidade é honesta. Foi orar, mas não adiantaria nada porque não estava sentindo o que dizia, e “não se pode rezar mentindo”. Um livro que  distrai e enriquece.

46. “A volta ao mundo em oitenta dias”, Júlio Verne, literatura universal, Nova Cultural, 318 páginas. Uma viagem pelo mundo. Muito agradável, e por isso mesmo filmado mais de uma vez.  E, surpresa, Verne elogia alguém além dos franceses! Elogia Lincoln e a vida desburocratizada dos Estados Unidos.

47. “As grandes questões sobre a fé – Respostas às perguntas que você sempre fez, mas ninguém respondeu”, Jonathan Hill, apologética, Editora Thomas Nelson, 287 páginas. Bom pano de fundo filosófico, conteúdo seguro. Boa avaliação dos argumentos teleológico e cosmológico. Boa análise de Kierkegaard, embora sucinta.  Mas creio que quem tinha perguntas continuou com elas.

48. “Não quero um pastor bacana e outras razões para não aderir à igreja emergente”, Kevin De Young e Ted Kluck, eclesiologia, Mundo Cristão, 319 páginas. São os autores do livro 12. Neste, desmontam a “igreja emergente”, mostrada como produto de classe média branca enfatuada, rendida à pós-modernidade (como tantos “intelectuais” evangélicos). Ajudou-me a desistir de seguir lendo “Uma ortodoxia generosa”, de Brian McLaren. O que me resta  de tempo pela frente é menor do que o que gastei.  Como modismo e superficialidade me agastam, lerei coisa melhor.

49. “O cortiço”, Aluízio Azevedo, literatura brasileira, 120 páginas, edição em ebook. Que descrição mais vívida do Rio antigo! Os conflitos da população de um cortiço e a briga de dois cortiços, a descrição dos personagens, com todas as suas misérias de personalidade, a elegância do português correto, escorreito mesmo! Uma aula de redação e da língua portuguesa! Como se aprende com os clássicos da literatura!

50. “Mensagens que transformam”, Marcelo Oliveira, devocional. Meditações do autor e uma de Kleber Nobre de Queiroz, 136 páginas, edição do autor. O comentário sobre “selah” é muito bom.

51. “Valorize sua personalidade – cultivando as relações intra e interpessoais”, Jussiê Gonçalves de Souza, 121 páginas, Editora Ponto Press, de Belém. Se é de Jussiê é coisa muito boa. Ele é incapaz de ser mediano. Um livro que não complica e é claro sem ser banal. Mas uma boa revisão o melhorará. No capítulo “Ajustamento e tipos de personalidade”, são alistados cinco tipos de personalidade e são comentados seis tipos. Menciona a “imatura”, mas não a comenta. Não menciona “paranóica” e “esquizofrênica” e as comenta. No capítulo “Os mecanismos de defesa da personalidade”, os mecanismos são enumerados até 10 e depois outros são comentados sem enumeração. O segundo parágrafo da página 81 pode ser simplesmente eliminado e continuar  a enumerar. E “reação contrária ou inversão”é o mesmo conteúdo de “formação reativa”. Desculpe, grande amigo, mas isto prova que “bebi” seu livro.

52. “Questões teológicas de ontem e hoje”, Edson Pereira Lopes (organizador), teologia,  161 páginas, Editora Reflexão. Esperava mais, pelo título. À exceção do trabalho de Paulo Romeiro sobre a Congregação Cristã do Brasil, o livro deixa a desejar. O capítulo 6 é uma palestra que sequer foi trabalhada para parecer um artigo e ser menos “palestral”.

53. “Desmistificando a síndrome de pânico, depressão e principais fobias”,  Tatiana Tanaka, psicologia, 125 páginas, Editora Universo dos Livros. Poderia ser bom, mas das 125 páginas, 70 são um dicionário dispensável, que não acrescenta, e foi colocado para fazer volume. Por isso, é razoável.

54. “O pastor contemplativo – descobrindo significado em meio ao ativismo”, Eugene Petersen, espiritualidade,  175 páginas, Editora Mundo Cristão. Outro grande livro de Petersen. Como teólogo e homem piedoso, ele sempre me acrescenta algo à vida. O tópico em que ele compara a vida cristã com a voz média, no grego, é genial. Mas suas poesias, no fim do livro, são sofríveis.

55. “Coragem para ser protestante”, David Wells, apologética, 223 páginas, Editora Cultura Cristã. Que livro! Comecei a lê-lo num vôo do Rio a Belém. Foram três horas e meia espremido entre dois obesos, que fizeram um sanduíche de mim. Continuei a ler, de Belém a Macapá. Fui alimentado e enriquecido. Fui fortalecido em minha fé.  A ECC está inundando o mercado teológico de coisa boa!

56. “A cartomante”, Machado de Assis, literatura brasileira, 17 páginas, Ebook. Fina ironia! Estilo insuperável! É de Mestre Machado!

57. “O Brasil como problema”, Darcy Ribeiro, ensaios brasileiros, 320 páginas, Livraria Francisco Alves. Quanta tolice num livro só! A idéia de criar uma civilização tropical na Amazônia, “realizando as infinitas potencialidades energéticas e produtivas da floresta amazônica”, me ajudou a entender o “socialismo moreno”, de seu guru político. “Criar uma América – Latina para si mesma” e “O fenótipo predominante do brasileiro é um moreno acobreado” são algumas das “pérolas do livro”. Além da visão rastaquera de demonizar a privatização e tecer loas ao estatismo.

58. “O povo brasileiro”, Darcy Ribeiro, antropologia, 470 páginas, Companhia das Letras.  Há coisas muito boas no livro, que difere do anterior, onde Darcy apenas emite conceitos de uma esquerda delirante e falecida. Mas é difícil levar a sério um livro, quando seu autor diz que no Brasil recém descoberto havia 1.000.000 de índios (p. 31) e depois, que havia mais de 5.000.000 de índios (p. 141). Em 110 páginas nasceram 4.000.000 de índios! Na página 220, entraram no Brasil 12.000.000 de negros. Na página 228, entraram 6.000.000. Faça-me o favor! Não é um cientista social. É um “chutador”.

59. “Cinema e fé cristã”, Brian Godawa, espiritualidade, 256 páginas, Editora Mundo Cristão. Um livro muito bom. O autor conhece muito de cinema e de teologia. Explica como os filmes são estruturados para combater ou afirmar (alguns deles) os valores da fé cristã. Muito instrutivo.

60. “O pastor que Deus usa”, Eugene Petersen, espiritualidade, 285 páginas, Editora Textus. Outro grande livro de Petersen. Agradeço a Deus por tê-lo lido. Petersen é o meu pastor literário.

61. “Saga brasileira”, Míriam Leitão, ensaio sobra o Brasil, 475 páginas, Editora Record. Muito bom! Narra a luta para se ter uma economia sadia no Brasil. Mostra o desastre que foram os governos Sarney (que tragédia!) e Collor (um irresponsável). Resgata o papel de FHC na história recente do país. Passado o massacre que a esquerda raivosa lhe fez, a história fará justiça ao seu papel como político.

62. “Sem nunca jogar a toalha”, George Foreman, autobiografia, 185 páginas, Editora Thomas Nelson. Espiritual, dramático e bem humorado. Foreman passa a imagem de pessoa séria e espiritual. Li três vezes o capítulo “Integridade – não saia sem ela”.

63. “Quem me dera conhecer a Deus”, Silas e Eldna Lima, experiências missionárias, 176 páginas, Editora Descoberta. Relatos de experiências dos pioneiros na evangelização dos índios waiãpi, no interior do Amapá. A igreja a que sirvo é citada, num momento em que ainda não era da Convenção Batista Brasileira, mas cooperava com outro grupo batista. Esses missionários são “feras”.

64. “Por que (sempre) faço o que não quero?”, Elben M. Lenz César, espiritualidade, 134 páginas, Editora Ultimato. Livro agradabilíssimo de ler, bíblico, bem construído. Como me valeu! Como me acrescentou!

65. “Filosofia e teologia no século XXI”, Túlio Jansey, teologia contemporânea, 276 páginas, Abba Press. Pelo título deveria ser um livro empolgante. Mas o autor prejudica sua obra. Usa vírgulas indiscriminadamente, a ponto de inseri-las entre o sujeito e o verbo. Há sentenças gramaticais com treze linhas. Há palavras que não fazem sentido, na sentença gramatical. Há sentenças que começam com um sujeito e concluem com outro. A redação é confusa e o livro não foi revisado.  Mas tem conteúdo. A crítica que ele faz aos calvinólatras é boa, quando se entende o arrazoado.

66. “Integridade”, Henry Cloud, psicologia, 206 páginas, Edições Vida Nova. Muito bom! Li-o enquanto sobrevoava a floresta amazônica, em cinco vôos. O “Integridade” a que o autor alude se refere à totalidade da pessoa. Trata da integralidade do sujeito.

67. “O banqueiro anarquista”, Fernando Pessoa, romance, 39 páginas, Ebook. Um porre!

68. “O que sei de Lula”, José Nêumane Pinto, 522 páginas, Topbooks. Nêumane não esconde a luta e a vida sofrida de Lula. Mas o final do livro é estarrecedor. Os assassinatos de Celso Daniel e Toninho do PT carecem de investigação séria, que não parecem ter recebido e talvez não recebam. O relato é espantoso. Ou Lula e PT se fazem de mortos e deixam Nêumane para lá ou o interpelam ou, o que é pior, a dúvida fica. Fiquei até sem ânimo de continuar a leitura. Terminei aos poucos, e de teimoso.

70. “A linguagem de Deus”,  Eugene Petersen, espiritualidade, Mundo Cristão, 316 páginas. Como sempre, a mesma espiritualidade de Petersen. Mas o livro não tem um fio condutor, sendo constituído de meditações pulverizadas. A ligação entre elas ficou muito tênue. Para piorar, parece que Petersen está se tornando poeta mais que teólogo. Poesia não é para qualquer um. E ele é um desses para quem ela não é fácil. Aliás, o que há de gente se intitulando de poeta faz pensar que deve haver alguma coisa no horizonte que ainda não enxerguei.

71. “Hermenêutica bíblica”, J. Severino Croatto, hermenêutica, 74 páginas, Editoras Sinodal e Paulinas. Mais uma tentativa de dar à interpretação um viés da teologia da libertação, e mais uma negativa de seu caráter inspirado, apenas um livro de literatura comum. Um ou outro pensamento acrescentou algo.

72. “Transforma meu pranto em dança”, Henri Nowen, espiritualidade, 109 páginas, Editora Thomas Nelson. Um bom livro. Sensível, espiritual e instrutivo.

73. “O mundo pós-americano”, Fared Zakaria, relações internacionais. 307 páginas, Companhia das Letras. Uma ovelha que trabalha na ONU me emprestou, após passar um tempo aqui em Macapá, tempo em que trocamos idéias. Seguiu para Timor Leste, mas emprestou-me o livro. Gostei tanto que comprarei um exemplar para reler e marcar.  Zakaria é indiano e seu livro é muito bom. Faz uma análise bem segura da situação atual, e delineia mudanças geopolíticas que devem acontecer nos próximos anos. Embora veja a ascensão de outras nações, não vê o declínio dos EUA. O livro é erudito, mas fácil de ler.

74. “Triste fim de Policarpo Quaresma”, Lima Barreto, literatura brasileira, 104 páginas, Ebook. Barreto escreve bem, fácil e valendo-se de um português castiço. Policarpo Quaresma é uma “figuraça”:  entre outras bobagens, desejava o tupi como língua brasileira oficial. Vivesse hoje, tentaria criar o Dia do Saci e proibir neologismos de origem estrangeira, como entende a visão nacionalista de alguns. Na trama irônica de Barreto, seu triste fim é duplo. Primeiro: encarcerado sem merecer e sem amigos que se interessem por ele, e, segundo:  frustrado com o Marechal Floriano Peixoto que o achava maçante com seu nacionalismo bocó. Como diziam os integralistas, “Anauê”, Policarpo!

75. “Uma fé mais forte que emoções”, Jonathan Edwards, espiritualidade, 256 páginas, Editora Palavra. Cansativo e chato. Há alguns momentos bons, mas é um livro chato mesmo. O tal de “afetos da graça” não decola nunca. A introdução de Charles Colson é muito boa.

76. “Transtornos mentais & espiritualidade”, Arival Dias Casimiro e Rosei Gedanke Shavitt, espiritualidade 144 páginas, Z3 Editora. Bom livro, de conteúdo bem equilibrado. Se bem que as notas médicas nunca serão seguidas pelos pastores e psicólogos (que não podem receitar remédios) e são elementares para médicos. Mas o livro é bom, destes que a gente pega para ler e segue em frente. E que capa e que confecção!

77. “A outra face”, John MacArthur, espiritualidade, 271 páginas, Editora Thomas Nelson. Um excelente livro, com posições firmes e caridosas, discordando do “politicamente correto” assumido pelo pragmatismo (ou tibieza?) dos evangélicos de hoje. Um bom livro para um tempo em que verdade a tem cedido lugar às conveniências e em muitos medra uma ignorância do que seja a mensagem do evangelho. Obrigado ao Pr. Edson, de Teresina, que me deu de presente.

78. “Crescendo na fé com Billy Graham”, Vários autores, espiritualidade, 207 páginas, SBN Editora. Excelente livro. Testemunhos comoventes de pessoas que foram abençoadas por Billy Graham. Pena que o revisor deixe sempre “bíblia” e “escrituras”. Isto aborrece quem respeita a Palavra de Deus. Nossas editoras não deviam contratar tradutores e revisores que desconheçam o evangelho (em outra obra, um tradutor colocou “Revelação”, ao invés de “Apocalipse”, prejudicando quem não conhece inglês.)

 

Minhas Leituras em 2010

1. “Pare de se sabotar no trabalho”, Mark Goulston, psicologia, 251 páginas. Livro bom. Boas orientações sobre relacionamentos no trabalho e no grupo.

2. “Esperança para os descasados”, Gary Chapman, aconselhamento, 151 páginas. Bom e honesto, sem apelar para a espiritualidade “melosa”.

3. “O que é positivismo”, filosofia, João Ribeiro, 78 páginas. O positivismo é a corrente filosófica que moldou a cultura brasileira no século 19.

4. “New addictions (As novas dependências)”, Cesare Guerrescchi, psicologia, 200 páginas, Paulus. Um estudo bem feito sobre novos vícios como Internet, celular, compras, trabalho e sexo. Vale a pena ler.

5. “Pornificados”, Pamela Paul, pornografia, 272 páginas, Editora Cultrix. Um livro muito bom, analisando como a pornografia afeta as famílias e os relacionamentos sociais, além de degradar o sexo. Muito bom!

6. “Feridos em nome de Deus”, Marília de Camargo César, vida cristã, 155 páginas. Um livro triste, mas que deveria ser lido por todos os líderes cristãos. Como sempre, apontam-se falhas dos pastores.  Fica a imagem de que pastores são desatinados ou mafiosos espirituais. Mas há “ovelhas” muito cruéis, falsas e sagazes,  que machucam pastores,  passam por vítimas e se ocultam sob capa de espiritualidade. Alguém precisa escrever um livro sobre pastores feridos. Mas vale a pena ler.

7. “Espiritualidade subversiva”, Eugene Petersen, espiritualidade, 315 páginas, Editora Mundo Cristão. Bom, embora coletânea de assuntos. Mas com a qualidade Petersen.

8. “Meditatio”, Osmar Ludovico, espiritualidade, 201 páginas, Mundo Cristão. Uma coletânea de assuntos.

9. “Cristianismo criativo? Uma visão sobre o cristianismo e as artes”, Steve Turner, cristianismo, 173 páginas, W4 Editora. Um livraço. Muito bom!

10. “O ciclo da auto-sabotagem”, Stanley Rosner e Patrícia Hermes, psicologia,206 páginas. Editora BestSeller. Numa viagem que fizemos, Meacir leu na ida e eu, na volta, Muito bom. Útil para a própria vida e para aconselhamento pastoral.

11. “Pequenas criaturas”, Rubem Fonseca, contos, Companhia das Letras, 294 páginas. Esperava mais.

12. “E do meio prostituto só amores guardei ao meu charuto”, Rubem Fonseca, romance, Companhia das Letras, 112 páginas. Também esperava mais.

13. “The gospel of the cross”, Samuel Chadwick, cristianismo, Schmul Publishing House, 110 páginas. Estou escrevendo um livro intitulado “O drama do Calvário”. Este livro de Chadwick foi um jorro de inspiração!

14. “100 erros de português da atualidade”, língua portuguesa, Luiz Antonio Sacconi,  Editora Nossa, 144 páginas. É sempre bom melhorar o domínio da última flor do Lácio. Este livro é bom.

15. “Desejo de Deus – diálogo entre psicanálise e fé”, psicologia, Juan Guillermo Droguet, Editora Vozes, 147 páginas.
Na realidade, não é um diálogo. É uma avaliação da fé pela psicanálise, e de Deus por Freud.

16. “Velho muito cedo, sábio muito tarde”, psicologia, Gordon Livingston, Editora Sextante, 139 páginas. Meu caso é pior: estou ficando velho e continuo sem ficar sábio. Mas o livro é bom.

17. “A mulher do mágico”, ficção, James Cain, editora Globo, 293 páginas. Um romance com um final moralista e mórbido.

18. “Ouro de tolo? Discernindo a verdade em época de erro”, teologia prática, John Macarthur. Bom no todo, exceção à crítica aos que fazem apelo evangelístico no culto. Preso aos seus pressupostos (neste caso, bem discutíveis) Macarthur comete o ouro de tolo em dizer que fazer apelo é errado. Os predestinistas não gostam de apelo. Lembro de Spurgeon: “Preguemos e façamos apelo convidando as pessoas para aceitarem a Jesus. Caso se converta alguém que não estava predestinado para se salvar, Deus nos perdoará por isso”. Ora, por que se incomoda com apelo? Se ele for feito corretamente e houver conversões, como impugnar? Eu me converti com um apelo!

19. “Técnicas de comunicação escrita”, redação, Izidoro Blikstein, Editora Ática, 95 páginas. Que preciosidade! Sempre o dei como leitura obrigatória em minhas aulas de Homiletica Escrita. Reli-o para me relembrar e melhorar minha redação.

20. “Vida após os 50”, psicologia, Sam Coombs, Editora Madras, 190 páginas. Livro da Madras sempre deve ser lido com um pé atrás, por causa das infantilidades esotéricas. Mas este tem mais pontos positivos.

21. Reflexus, Revista teológica da Faculdade Unida de Vitória, 127 páginas. O artigo “Um rumor de dragões: os monstros e os seres do mal do Velho Testamento”, de Ricardo Quadros Gouvêa, vale a pena!

22. O cristão na cultura de hoje, Charles Colson e Nancy Pearcey, vida cristã, 352 páginas, Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Mais um daqueles livros que dá vontade de aplaudir. Enriquece muito a vida de quem o lê.

23. Mandrake, a Bíblia e a bengala. Rubem Fonseca, ficção, 196 páginas, Editora Companhia das Letras. Dois contos: enredo bons, redação ruim., Mas é moda desconstruir o establishment, até o literário.

24. A profecia no Novo Testamento. George Knight III, estudo bíblico, 33 páginas, Editora Os Puritanos.

25. Cristãos rumo ao século XXI. José Comblin, teologia contemporânea, 373 páginas, Editora Paulus. Mais uma tentativa dos teólgos liberais de salvar Jesus, o evangelho, o cristianismo e a igreja. Basta adaptar tudo ao pensar deles.

26. “Você também é liberal. E não há porque se envergonhar disso…”. João Mellão Neto, política,  79 páginas. O liberal do título não é teológico. É político. Artigos lúcidos do lúcido político paulistano.

27. “A mensagem da cruz”. Martyn Lloyd-Jones, sermões. Editora Palavra, 121 páginas. Dou graças a Deus porque pude ler este livro. Um apaixonado pela cruz e pelo Crucificado escrevendo sobre eles enriquece muito a vida do leitor.

28. “Viciados em mediocridade – cristianismo contemporâneo e as artes”, Frank Schaeffer, espiritualidade, 138 p., W4 Editora. Frustrante! Um dos livros mais fracos que li nos últimos tempos. O prefaciador e o autor tecem muitas críticas aos cristãos e à igreja, o que não requer capacidade artística. Nenhuma orientação sobre como avaliar a arte ou cultivar uma mente artística. Nenhuma sugestão sobre como passar a admirar a arte. Só críticas. Se Schaeffer é artista por certo que não é da palavra. O livro é fraquíssimo.

29. “Os traidores”, Harold Robbins e Junius Podrug, ficção, 382 páginas, Editora Record. Entretenimento. Mas aprendi mais um pouco sobre o terror de Stalin e sobre as Honduras Britânicas.

30. “A abolição do homem”, C. S. Lewis, filosofia,  95 páginas, Editora Martins Fontes. Denso e enriquecedor.

31. “Vale Abraão”, Agustina Bessa-Luíz, ficção, 170 páginas. A autora é o Prêmio Camões 2004. O romance é português (que linda a escrita lusa!) e seu estilo é bovaryano (não bolivariano, nada a ver com Chávez, e sim com Flaubert e seu “Madame Bovary”).

32. “Não há gente sem importância”, Francis Schaeffer, teologia, 207 páginas, Editora Cultura Cristã. De Francis Schaeffer se lê até lista de compras de supermercado. A introdução do livro, de Udo Milddelmann, é muito boa.

33. “Um caso arquivado”, Philip Gourevitch, estudo de casos, 140 páginas, Companhia das Letras. Um interessante estudo da mente de um criminoso. Boa leitura.

34. “Paixão de verão”, Mario Dyvo, contos, Qualitymark Editora, 113 páginas. Contos previsíveis e lineares. Foi difícil ler.

35. “No limite do perigo”, Jack Higgins, ficção, 317 páginas, Editora Record. Sinal de cansaço mental: a leitura de três romances em seguida. Mas este foi um bom entretenimento. Empolgante. Ajudou no relax.

36. “Havana”, Martin Cruz Smith, ficção, 410 páginas, Editora Record. Bom romance, embora lento e de final frustrante. Mas conheço os bairros onde o enredo se passa: Habana Vieja, Vedado, Malecón. Lembro das ruas e do casario arruinado de Cuba. Deu saudades de Cuba.

37. “O evangelho na pós-modernidade”, Márcio aguiar da Silva, teologia contemporânea, 90 páginas, Editora Reformata. Bom livro. Simples, sem ser banal.

38. “Conexão Casa Branca”, Jack Higins, ficção, 317 páginas, Editora Record. Mais um romance de mistério. Bom entretenimento e bom exercício mental. E um pouquinho de vadiagem intelectual não faz mal.

39. “Princípios bíblicos do dízimo cristão”, João Falcão Sobrinho, estudo bíblico, 120 páginas, AD Santos Editora.

40. “Pai e filho“, romance, Larry Brown, 347 p., Editora Record. Boa trama, redação fraca. A cada duas páginas alguém acende um cigarro. Só assim consegue pensar. A cada cinco páginas alguém abre uma lata de cerveja. Só assim consegue conversar. Quando ironizaram Freud, pela teoria dos símbolos fálicos, por gostar de charuto, ele disse que “um charuto, às vezes, é apenas um charuto”. Brown precisa explicar se um cigarro é só um cigarro. E como conseguiu um clima de calor seco entre duas tempestades imediatas.

41. “Choque”, romance. Robin Cook, 446 p., Editora Record. Inverossímil, eletrizante, mas não termina. Gênero de fim sem fim.

42. “Os bons samaritanos e outros filhos de Israel”, jornalismo, Moacir Amâncio, 198 p., Editora Musa. Crônicas sobre situações vividas pelo autor entre os samaritanos que ainda restam (são apenas 600, hoje, no mundo) e em Israel. Aprendi bastante.

43. “Os limites da lei”, Scott Turow, romance, 236 páginas, Editora Record. Romance sobre um juiz patético, com crises de meia idade e existencial. Chatinho.

44. “Projeto de ética mundial: uma moral ecumênica em vista da sobrevivência humana”, Hans Kung, teologia contemporânea, 209 páginas, Edições Paulinas. Ganhei-o em 1993, Vim lê-lo 17 anos depois. Poderia esperar mais 17 anos. A esquerda cristã, que ironiza os conservadores por quererem salvar o mundo com “Jesus salva”, quer salvá-lo com blablabla sociológico. Quando era adolescente eu gostava desse discurso.

45. “Dália negra”, James Ellroy, romance, 419 páginas, Editora Record. Romance policial de pretensão psicológica, com a fixação de vários personagens ao redor de um corpo esquartejado. Psicologia de almanaque de farmácia. Enjoado, porque parece que não acaba nunca.

46. “O fim da memória”, Miroslav Volf, ensaio, 255 páginas, Mundo Cristão. Ensaio de um teólogo cristão sobre a memória, com base no seu sofrimento na Iugoslávia comunista. Cita psicólogos, sociólogos, filósofos, escritores, e, cá e lá, uma passagem bíblica. Para terminar, pulei parágrafos inteiros. Chatíssimo.

47. “Um assassino para o papa”, Tad Szule, romance, 412 páginas, Editora Record. Romance escrito a partir da tentativa do assassinato do papa J. Paulo II. Bem escrito, uma aula sobre a história dos papas e os conflitos da Igreja Católica com os valdenses e muçulmanos. O título engana. Bom entretenimento, e de conteúdo.

48. “Cristo e a cruz”, Alderi Souza de Matos e Hermisten Maia Pereira da Costa, cristologia, 110 páginas, Editora Cultura Cristã. Muito bom. A cristologia me encanta.

49. “Verdade absoluta”, Nancy Pearcey, apologética, 526 páginas, Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Tirando a visão luterana sacramental de Nancy em alguns momentos (vista na sua crítica aos evangélicos), isto não é um livro. É um curso de pós-graduação. A crítica ao darwinismo é muito bem pensada: como algo incerto e fradulento se tornou verdade inquestionável.

50. “A arte e a Bíblia”, Francis Schaeffer, vida cristã, 75 páginas, Editora Ultimato. Já o lera em espanhol, mas reli para compensar a frustração com a leitura do livro de Frank Schaeffer (número 28 nesta lista). Como sempre, obra de Schaeffer (pai) é nota 10.

51. “Aliança profana”, David Yallop, romance, 379 páginas, Editora Record. Muito interessante. Ficção sobre bastidores de um televangelista, modelo de virtudes, candidato à Presidência dos EUA. Interessante.

52. “Matador de índio”, Sherman Alexie, romance, 412 páginas. Escrito por um índio, mostrando o choque cultural entre índios e brancos, na atual cultura americana. Deu para ler.

53. “Vinho de amoras”, Joanne Harris, romance, 381 páginas, Editora Record. Um estilo literário completamente diferente. Dá para aprender com ele. O pano de fundo espírita é que empobrece o livro.

54. “Nove marcas de uma igreja saudável”, Mark Dever, teologia da igreja, 307 páginas, Editora Fiel. Um bom livro, e sem apologia do calvinismo.

55. “A vocação espiritual do pastoral”, Eugene Petersen, teologia pastoral, 175 páginas, Editora Mundo Cristão. Um excelente livro, como sói acontecer com os de Petersen. A apresentação de Ricardo Barbosa é muito boa.

56. “Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo”, Hamilton Werneck, educação, 87 páginas, Editora Vozes. O exemplar que li é da 13a. edição. Isto mostra que o livro é bom. É duro com a educação brasileira. Pode se incluir a teológica dentro do que ele diz.

57. “Roubo, uma história de amor”, Peter Carey, ficção, 318 p., Editora Record. Este romance ganhou o Booker Price. Devem ser poucas as exigências para este prêmio, porque o livro é ruinzinho…

58. “A fé em tempos pós-modernos – em que crêem os cristãos”, Charles Colson e Harold Fickett, apologética, 327 páginas, Editora Mundo Cristão. Colson é um intelectual conservador e que escreve muito bem. Um bom livro.

59. “A sociedade justa – uma perspectiva humana”, John Kenneth Galbraith, ensaio, 176 p., Editora Campus. Ensaio bem elaborado sobre as estruturas sociais. O capítulo “A síndrome burocrática” ajuda a entender porque tantos obreiros, hoje, querem “seu ministério” e se dão títulos pomposos, desde “bispo” até “patriarca”, em oposição a tudo que Jesus ensinou. A explicação está na página 123.

60. “Resgatando o cristianismo – um clamor à fé autêntica”, A. W. Tozer, espiritualidade, 178 páginas, Editora Motivar. Mesmo que não concorde com Tozer reconhece que era um homem santo, que amava a Deus e a igreja. Ele conhecia a Deus, e mostrava como viver diante de Deus.

61. “Apascenta o meu rebanho – um apaixonado apelo a favor da pregação”. Vários autores, pregação, 176 páginas, Editora Cultura Cristã. Um livro muito bom, que ressalta a centralidade da pregação, da Bíblia e da espiritualidade na vida do pregador.

62. “Gente como a gente”, Max Lucado, espiritualidade, 267 páginas, Editora PocketOuro. A excessiva contextualização chega ao anacronismo, mas o livro é muito bom. Bom demais! Graças a Deus porque o li!

63. “1822”, Laurentino Gomes, história, 351 páginas. Nova Fronteira Participações. Um livro excelente, imperdível mesmo, para quem deseja conhecer mais sobre o Brasil. Este Gomes é brilhante!

64. “Motivação para o trabalho – uma perspectiva espiritual”, David Karnopp, 40 páginas, edição do autor. Um livrinho, porque pequeno, de singeleza e conteúdo extraordinários. Diz o que deveria ser dito sobre o assunto em nossas igrejas. Muito bom.

65. “A pedra da lua”, Wilkie Collins, romance, 685 páginas, Editora Record. Um tijolo. Um dos mais importantes romances ingleses do século 19. Collins influenciou Charles Dickens, e até escreveram um livro em conjunto, “O abismo”, em 1867. Em alguns momentos parece que Collins foi mestre de Agatha Christie. A Inglatera vitoriana, como relatada por ele, nao à toa decaiu. Com licença do termo pouco clássico, era muito “fresca”. Mas é um livro e tanto!

66. “O desaparecimento de Deus”, Alberto Mohler, apologética, 142 p., Editora Cultura Cristã. Livro muito bom, que não deve ser confundido com “O desaparecimento de Deus”, de Richard Elliott Friedman. Este segue a linha de “Um rumor de anjos”, de Peter Berger. Mohler usa o mesmo título, mas segue na linha dos desvios teológicos e pragmáticos da igreja contemporânea. Os dois “desaparecimentos” são bons.

67. “Jesus”, Charles Perrot, cristologia, 127 p., Editora LPM Pockett. Perrot, teólogo católico francês, segue na linha do busca do Jesus histórico. Mantém a piedade, e é bastante erudito.

68. “Princípios para uma cosmovisão bíblica”, John MacArthur, Jr., teologia, Editora Cultura Cristã, 76 p. Bom livro. Bem claro.

69. “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, Leandro Narloch, história, Editora Leya, 320 p.. Muito interessante. Eu já sabia que a feijoada era prato europeu e nada tem a ver com a senzala, bem como o fato de que a Europa não roubou os filhos da África, mas a África vendeu seus filhos, e que os índios não eram conservacionistas, mas predadores. Foca bem os mitos que nos empurram na escola. Vale a pena ler.

70. “The subversion of christianity”, Jacques Ellul, teologia,  Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 212 p. Apanhei muito para ler porque além do inglês, é uma tradução do francês e do pensamento de Ellul, teólogo protestante de grande erudição. Mas a idéia da perversão do cristianismo em cristandade, que subjaz o teor do livro e é bem desenvolvida, e enriquece muito a nossa compreensão do que vivemos hoje como evangelho.

71. “A verdade sobre o cristianismo”, Dinesh D’Souza, apologética, Editora Thomas Nelson,  367 páginas. Bom,   mas cansativo.  Ou, cansativo, mas bom. Talvez eu que estivesse cansado. Mas acrescentou.

72. “O dia da tempestade”, Rosamunde Pilcher, romance, Edições Saraiva,  210 páginas. Uma água com açúcar. Foi bom descanso. Li no voo de Manaus a Belém.

73. “O carrossel”, Rosamunde Pilcher, romance, Edições Saraiva, 168 páginas. Mais descanso. Li na espera no aeroporto em Belém, e voo até Macapá.

74. “Teologia para amadores”, Allister McGrath, teologia, Mundo Cristão, 68 páginas. O título diz tudo. Mas que ninguém se engane. “O intelectual de Oxford” sempre acrescenta à vida de quem o lê.

75. “Onde você passará a eternidade?”, Francimar Soares Pontes, espiritualidade, 155 páginas, edição do autor. São quinze sermões no texto do rico e Lázaro. E muito bem construídos. Meu ex-aluno na Faculdade do Amazonas, Francimar pastoreia uma igreja que iniciou do zero. Deu-me o livro quando falei em seu programa de rádio, em Manaus, em novembro. O Pr. Francimar tem futuro. Anotem seu nome!

76. “Por que ser ainda ser cristão hoje?”, Hans Kung, apologética, 105 páginas, Editora  Verus (Campinas). Lera-o em 2005, mas reli agora, ao pesquisar para escrever sobre um assunto. No tocante à saúde espiritual da igreja e ao estado moral do mundo tenho muitos pontos de vista coincidentes com este teólogo católico. Vale a pena ler!

77. “Oriente Médio”, Leandro Karnal, história, 71 páginas, Editora Scipione.

78. “A figueira murcha”, Charles Spurgeon, espiritualidade, 32 páginas, Editora Fiel. Muito bom.

79. O que é um cristão? O que a Bíblia diz”, Wayne Mack, 24 páginas.

Minhas Leituras em 2009

1. “Vacas sagradas dão os melhores hambúrgueres”, Kriegel e Brandt, administração, 361 p. Avaliação: bem interessante.

2. “Um ateu garante: Deus existe”, Flew, filosofia, 191 p. Avaliação: bom para muito bom, embora um pouco difícil.

3. “Mensagens memoráveis”, Éber Vasconcelos, 159, sermões. Avaliação: bom. Ele foi o “Príncipe do púlpito batista brasileiro”.

4. “O homem e o dinheiro”, Jacques Ellul, ensaio ético. Avaliação: bom. É do erudito teólogo francês.

5. “A misteriosa chama da rainha Loana”, Umberto Eco, ficção. Avaliação: bom.

6. “O lado oculto da globalização”, Sine, ensaio sobre globalização e cristianismo. Avaliação: regular para bom.

7. “O pai-nosso”, J. Jeremias, crítica textual e teologia, 58 p. Avaliação: bom.

8. “A mensagem central do Novo Testamento”, J. Jeremias, teologia, 123 p. Avaliação: muito bom.

9. “O país dos PeTralhas”, Azevedo, ensaios políticos, 337 p. Avaliação: bom.

10. “Mais Jesus, menos religião”, Felton e Artenburn, devocional, 223 p. Avaliação: muito bom.

11. “Nietzsche, o profeta do nazismo: o culto do super-homem”. Taha, filosofia, 165 p. Avaliação: mediano.

12. “A epopéia de Gilgamesh”, autor desconhecido, arqueologia (?), 182 p. Excelente para estudiosos do mundo pré-bíblico.

13. “Em defesa da fé”, Strobel, apologética, 364 p. Avaliação: muito bom.

14. “Mal, o lado sombrio da realidade”, Sanford, teologia e metafísica, 195 p. Avaliação: muito bom, embora destoe da ortodoxia, em alguns pontos.

15. “O mal – um desafio à filosofia e à teologia”, Ricouer, metafísica, 53 p. Avaliação: fraco.

16. “Vita brevis – a carta de Floria Amélia para Aurélio Agostinho”, Gaarder, ensaio filosófico, 225 p. Crítica ao dualismo agostiniano sobre o material e o espiritual. Avaliação: excepcional.

17. “Pense biblicamente”, MacArthur (ed.), apologética, 541 p. Excelente para ajudar a formar uma cosmovisão bíblica. Avaliação: muito bom.

18. “Verdadeira espiritualidade”, Schaeffer, espiritualidade, 222 p. Avaliação: bom. Leia tudo de Francis Schaeffer, até lista de compras em supermercado.

19. “Terra caída”, Potyguara, Potyguara, ficção, 291 p. Um romance sobre o Acre. Avaliação: muito bom.

20. “Como viveremos?”, Schaeffer, apologética, 222 p. Avaliação: excelente! Indispensável como leitura aos cristãos pensantes.

21. “O bem e o problema do mal”, Stella, (?), 31 p. Avaliação: fraco.

22. “Deus quer o sofrimento?”, Zuchetto, espiritualidade, 63 p. Avaliação: bom.

23. “Paixão pela verdade – a coerência intelectual do evangelicalismo”, McGrath, teologia, 239. Um “livraço”, uma abalizada contestação ao liberalismo teológico e afirmação da ortodoxia. Avaliação: excelente.

24. “Jesus – o maior filósofo que já existiu”, Kreeft, filosofia, 150 p. Avaliação: bom, com alguns senões.

25. “O Jesus que eu nunca conheci”, Yancey, cristologia, 327 p. Avaliação: excelente.

26. “Death in the city”, Schaeffer, apologética, 108 p. Avaliação: excelente.

27. “Proibida a entrada de pessoas perfeitas”, Burke, teologia pastoral, 415 p. Avaliação: excelente.

28. “Em busca do alvo”, Neemias Lima, crônicas, 73 p. Avaliação: bom. Um livro espiritual de um homem espiritual.

29. “A essência da igreja”, Horrel, teologia da igreja, 165 p. Avaliação: excelente. Eu gostaria de tê-lo escrito!

30. “Ortodoxia”, Chesterton, apologética, 264 p. Avaliação: excelente!

31. “O jornalista, o escritor e o aviador”, Falcão, ficção, 366 p. Romance sobre Santos Dumont e Júlio Verne. Avaliação: excelente.

32. “A maldição do Cristo genérico”, Petersen, cristologia ou espiritualidade, 398 p. Avaliação: excelente.

33. “As novas passagens masculinas – descobrindo o mapa da vida dos homens atuais”, Sheey, psicologia, 298 p. Avaliação: muito bom.

34. “Como desenvolver uma vida poderosa de oração”, Frizzel, devocional, 143 p. avaliação: bom.

35. “Paris no século XX”, Júlio Verne, ficção, 223 p. Avaliação: razoável para bom.

36. “Histórias do centro velho”, Pinheiro, contos, 161 p. Contos que se passam na velha Sampa. Que saudades da querida S. Paulo, minha maior paixão geográfica! Avaliação: muito bom.

37. “Crônicas que edificam”, Fernando Veiga, crônicas, 156 p. Avaliação: bom, agradável mesmo!

38. “Cristo por Paulo”, Thomas Manson, cristologia, 125 p. Excelente! Aprendi muito. Deu vontade de aplaudir.

39. “O médico e o monstro”, Robert Stevenson, ficção, 125 p. Muito bom. Um romance com Rm 7.19-24 como fundo. Faltou Rm 7.25.

40. “Jesus, a verdadeira história”, Duquesne, cristologia, 309 p. O título é pretensioso, porque a verdadeira história está nos evangelhos. Mas o livro é bom. Acrescenta.

41. “Homens de verdade têm sentimentos”, Oliver, psicologia, 255 p. Um bom livro. Vale a pena lê-lo.

42. “Perspectivas paulinas”, Kaesemann, teologia, 185 p. Cansativo, mas erudito. Necessitei lê-lo, pois estou preparando estudos sobre a teologia paulina.

43. “Encontrar sentido na vida: propostas filosóficas”, Blank, 96 p. Muito bom até os dois últimos capítulos quando tenta ressuscitar a falecida teologia da libertação, e pior, mostrando-a como o sentido da vida. É um tal de “projeto visionário” de Jesus que cansa.

44. “A mensagem de S. Paulo para o homem de hoje”, C. H. Dodd, 183 p. Não gostei. Confuso. Pareceu-me que tenta reescrever Paulo, como Blank tentou reescrever Jesus.

45. “Paulo, sua vida e sua presença ontem, hoje e sempre”, Rega (ed.),410 p. Tenho dois capítulos neste livro. Reli-os bem como aos demais, num estudo que faço sobre Paulo. Os outros autores foram bem.

46. “Apologética cristã no século XXI”, McGrath, apologética, 364 p. O “intelectual de Oxford”mostra que é digno do título. Excelente livro. Atraente até o fim.

47. “Baudolino”, Umberto Eco, ficção, 600 p. Eco recria o mundo da igreja medieval , com este romance que se passa no ano 1204. Erudito e divertido. Bom livro.

48. “Por que você não quer mais ir à igreja?”, de Jacobsen e Coleman, 205 p. Ficção até agradável e para pensar, mas a tradução prejudica muito. Pastores não rezam nem celebram missas. O mundo não evangélico insiste em ignorar a rica e complexa cultura evangélica. E se expõe ao desgaste.

48. “A mensagem de Romanos 5-8”, Stott, 105 páginas. Estudo bíblico, na linha de Stott. Erudito e piedoso.

50. “House e a filosofia – todo mundo mente” – Coordenação de William Irwin. Um livro chato, em que um monte de gente tenta fazer do seriado House um tesouro de filosofia, e mais ainda, da filosofia oriental. Como se forçam situações! Comparar House com Sócrates, mestres Zen e mestres Dao é dose!

51. “Ânimo – o antídoto contra o tédio e a mediocridade” – Eugene Petersen, teologia devocional, 181 páginas. Um excelente estudo sobre a vida de Jeremias. Grande livro!

52. “Escrito nas estrelas” – Sidney Sheldon, ficção, 414 páginas. Bom entretenimento para tempo ocioso.

53. “Sem medo de viver” – Max Lucado, teologia devocional, 215 páginas. No estilo de Lucado, fácil de ler e piedoso.

54. “Alter ego” – Kathy Lette, ficção, 397 páginas. Se a autora queria provar que uma mulher pode dizer mais palavrões que um homem, conseguiu.

55. “Acorda, Alice! Mãe, o que você está fazendo com o seu filho?”, Regina Pundek, psicologia infantil, 155 páginas. Um bom livro. Os casais com filhos pequenos ou que os planejam devem ler este livro.

56. “O vendedor de sonhos”, Augusto Cury, autoajuda em ficção estilo pastelão, 295 p. Bom entretenimento.

57. “Viktor Frankl: a antropologia como terapia”, Ricardo Peter, psicoterapia, 120 p. Análise da principais idéias da logoterapia, escola psicanalítica fundada Por Frankl. Muito bom, se lido depois de “Em busca de sentido”, do próprio Frankl.

58. “Picos e vales”, Johnson, autoajuda, 126 páginas. É, eu li este livro.

59. “1989 – o ano que mudou a história. A verdadeira história da queda do muro de Berlim”. Meyer, história, 247 páginas. A esquerda autoiludida que gosta de pensar que a crise econômica de 2008 sepultou o capitalismo deve ler este livro, e parar de fazer de conta que o comunismo não morreu em 1989. Muito bom!

60. “Angústia”, Graciliano Ramos, ficção, 345 páginas. Já lera dele “S. Bernardo” e “Vidas Secas”, muito bons. Mas este é chatíssimo! Crise existencial é coisa para adolescentes etários e emocionais!

61. “Maravilhosa Bíblia”, Eugene Petersen, espiritualidade, 191 páginas. Petersen fala da única maneira proveitosa de ler a Bíblia: para si, para aprender e ser corrigido. Mais uma vez ele me ensinou, embora eu sempre dissesse isso.

62. “Cuidado com as tentações no ministério”, Jopencil Silva, ministério pastoral, 109 páginas. Um bom livro, com boas recomendações de um pastor sério. Vale a pena ler.

63. “O pastor de que Deus precisa para o mundo atual”, Jopencil Silva, ministério pastoral, 83 páginas. Mais um livro valioso do colega Jopencil. Excelente!

64. “Semelhante a Jesus”, Aloizio Penido, devocional, 93 páginas. Livro escrito por um homem de Deus. Destaque para o capítulo “Estamos em tempo de guerra”. Deus o use mais, Aloizio.

65. “Recordar para refletir”, Jonair Monteiro da Silva, crônicas pastorais. Jonair completou 50 anos de ministério. Não é para qualquer um. Crônicas leves (não banais), agradáveis e enriquecedoras. Deus o conserve, Jonair.

66. “Um assassinato, um mistério e um casamento”, Mark Twain, ficção, 104 páginas. Estava inédito e foi publicado 125 anos após a autoria. Bem inferior a “As aventuras de Huckleberry Finn” e “As aventuras de Tom Sawyer”. Twain mostra sua francofobia e ressentimento contra Júlio Verne.

67. “O fantasma”, Robert Harris, ficção, 319 p. A história de um “ghost-writer”, mostrando os bastidores do mundo político. Bom entretenimento. Deu para ler de Brasília a Macapá.

68. “O caminhos da Jesus e os atalhos da igreja”, Eugene Petersen, cristologia,  313 p. Excelente. O final dá vontade de aplaudir.

69. “Os caminhos de Jesus Cristo – cristologia em dimensões messiânicas”, Jurgen Molttmann, cristologia, 497 p. Um teólogo alemão prolixo, que usa cem palavras onde poderia usar dez, com muitas notas de rodapé para citações óbvias que são autênticas platitudes. Cansativo e pouquíssimo acrescentador. Chega a ser chato.

70. “Abril vermelho”, ficção, Santiago Roncagliolo, 290 p. Um escritor peruano! Uma construção literária muito bem feita e boa descrição da cultura peruana. Bom entretenimento. Deu para ler de Brasília a Belém.

71. “Jesus e Paulo – vidas paralelas”, teologia, Murphy-O´Connor, 152 p. Diz ele sobre a morte de Jesus: “Jesus estava no lugar errado na hora errada” e “Jesus teve sorte de ter perdido muito sangue na flagelação, pois suportou apenas três horas na cruz…”. Em que este teólogo católico crê? Pelo menos ocupou-me na viagem de Belém a Altamira.

72. “Pacto e Comunhão”, documento batista, 95 p. Organizado por Sócrates Oliveira de Souza. Li-o como preparo para falar em um congresso doutrinário. Bem elaborado e coerente.

73. “A coroa, a cruz e a espada – lei, ordem e corrupção no Brasil Colônia”, história do Brasil, Eduardo Bueno, 276 p. Muito bom! Muito bem escrito! Irei atrás dos outros volumes da coleção.

74. “Paradigmas – uma nova perspectiva para ler nossas verdades”, Hildomar Oliveira, vida cristã, 152 p. Bom livro. Erros de impressão não chegam a prejudicá-lo. Bem pensado e desafiador.

75. “Confissões de um pastor – Por que decidi tirar a máscara da perfeição”, Craig Groeschel, vida crista, 190 p. Um pastor abre o coração, fala de suas falhas, fraquezas e limitações. Numa época em que tanta gente critica os pastores ele fala francamente dos bodes que estão nas igrejas, disfarcados de ovelhas, e são peritos em esfolar pastor. Vale a pena ser lido!

 

76. “Abril vermelho”, ficção, Santiago Roncagliolo, 290 p. Um escritor peruano! Uma construção literária muito bem feita e boa descrição da cultura peruana. Bom entretenimento. Deu para ler de Brasília a Belém.

77. “Zero absoluto”, ficção, Chuck Logan, 494 paginas. Bom entretenimento. Mas não precisava ser tão extenso!

78. “O ritual da sombra”, Giacometti e Ravenne,  395 paginas. Historia confusa envolvendo a maçonaria que apoiou os judeus e os Aliados, contra a Thule, organização religiosa pagã demoniaca, que inspirou Hitler. Muita imaginação!

79. “Religião vida mansa”, James Innel Packer, 192 paginas. Analise do evangelho que mostra um Deus as nossas ordens, pronto para satisfazer nossos caprichos. Cansativo e um pouco chato.

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