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Temos permissão para pregar?

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Temos permissão para pregar?
(Ordem dos Pastores-SP
 e
 Convenção Batista de SP)

A propósito do noticiário que tem ocupado as páginas dos jornais, abrindo manchetes sobre o sermão proferido pelo pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, da Igreja Batista do Cambuí, vêm a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil – Secção do Estado de São Paulo – e a Convenção Batista do Estado de São Paulo, manifestar inconformismo e ao mesmo tempo solidarizar com o ilustre pastor e a histórica igreja na cidade de Campinas.

Testemunhamos por primeiro que o Pastor Isaltino é homem dotado de saber teológico, conhecedor das línguas originais da Bíblia, escritor com dezoito obras publicadas, com grande aceitação. Foi Diretor da Faculdade Teológica Batista de Brasília – DF e Vice-Reitor do Seminário Teológico Batista, Belém – PA. É professor de Faculdade e Seminário lecionando em nível de mestrado. Realizou 25 seminários em diferentes instituições teológicas do Brasil e do Exterior. Tem vida familiar equilibrada, sendo casado há 32 anos, e é exemplo como casal em sua comunidade. Tem dois filhos, um casado, residente em Belém, PA, e uma solteira que mora em sua companhia. Foi considerado em 1995 como o melhor autor evangélico brasileiro. É pastor desde 25 de novembro de 1971 e tem alguns cursos superiores. Quanto a Igreja Batista do Cambuí, tem 73 anos de organização. Neste tempo já organizou outras 10 igrejas, e desenvolve projeto para sustento de famílias carentes. Tem a sua membresia composta de ilustres médicos, advogados, engenheiros, dentistas e outros profissionais que têm marcado as suas vidas na cidade pelo exemplo ético de cristãos comprometidos pela Bíblia Sagrada.

Inconformados pelo alcance que o assunto tem sido posto desde a sua origem, e pela forma tratado, fica evidente que o pastor tem sobre ele a acusação de ser discriminador de homossexuais e incitador a homofobia. Tudo porque proferiu de seu púlpito, com base na Bíblia Sagrada, instrumento do seu manuseio, o sermão que recebeu o titulo de: "Homossexualismo: Doença, Perversão ou Natural?", e no exato entendimento da sua compreensão e aplicando de maneira correta a exegese que o tema pedia. Foi censurado de maneira a lembrar os tempos da inquisição, agora não mais dentro dos métodos outrora usados, mas o da exposição que visa tirar a credibilidade de um pastor sério e de uma igreja igualmente séria.

Talvez, daqui para frente tenhamos que protocolar, não sabemos onde, os textos dos sermões que proferiremos dos nossos púlpitos sob pena de sermos incriminados pelo que falamos quando abrimos a Bíblia Sagrada, assim chamada e reconhecida pela história. Aliás, por isso mesmo foi objeto de perseguição, inclusive servindo de combustão para as fogueiras que eram acesas pelos que não a aceitavam com seus ensinamentos que confrontavam suas posturas.

A censura já passou por todos os lugares imagináveis da sociedade. Transitou pelas artes, imprensa, universidade, calou célebres homens e atingiu os redutos da fé. Parecia que este caminho já havia sido percorrido, contudo, o que vemos agora, ao levantarmos de maneira legítima as nossas vozes para cumprir com o papel profético que temos, constrangidos pela convicção do chamado de Deus, jamais poderíamos admitir que novamente por manifestação de um ou outro expoente da sociedade, não importa de que grupo seja, se majoritário ou minoritário, tivéssemos que conviver novamente com a censura, que agora, pretende alcançar a igreja evangélica para dizer para ela o que deve pregar e de que forma deve interpretar os temas explícitos contidos na Bíblia Sagrada. Nossa matéria prima são os temas da Bíblia. Pregamos para nós e para todos. Nossa pregação tem caráter didático. Tratamos dos temas que nos inquietam.

Registra-nos a sociedade que temos prerrogativas, direitos e sabemos dos nossos deveres. A Igreja Batista, como tantas outras igrejas que compõem o cenário evangélico do Brasil, tem dado a sua contribuição e tem mostrado de maneira clara que sempre focou o homem e a mulher como alvo da sua pregação. Exatamente por amá-los, investe para tirá-los do estado de prostração espiritual e social e estende a mão para dar a eles o amor. Acusá-la de discriminatória é não enxergar a sua história que tem resgatado tantos, dando-lhes a dignidade tantas vezes ignorada por instituições devidamente organizadas que apenas levantam bandeiras sem estender as mãos aos entes da sociedade que tanto sofrem.

Aprendemos do nosso mestre Jesus Cristo a amar a todos. Logo, o comportamento da igreja deve e deverá ser sempre marcado pelo amor ao próximo. Porém, isso não quer dizer que concordamos com certas atitudes dos homens. Nem por isso podemos ser acusados de incitadores para a prática do ódio, bem como jamais poderemos ser acusados de agir de forma diabólica quando expressamos a mensagem que cremos dos nossos púlpitos e dos meios lícitos à nossa disposição como a Internet. Temos para isto direito. Calar-nos é ato arbitrário e fere os mais lídimos direitos adquiridos na história. Impedir-nos de pregar as nossas convicções é colocar em nossas bocas mordaças que não cabem mais em nossos dias. Ferimos temas que enxergamos com clareza na Bíblia Sagrada como necessários para que os homens e mulheres possam alcançar uma vida bem-aventurada e feliz. Lutamos para que homens e mulheres saibam o que Deus tem reservado para eles. Saibam todos que tudo quanto contrariar o que cremos pelo que aprendemos na Bíblia Sagrada será pregado por nós com muito amor, sem qualquer postura de ódio. Aliás, tem sido este o nosso comportamento. Visitem os nossos templos e ouvirão que dos nossos púlpitos lutamos pelo resgate dos homens e das mulheres para que como criaturas de Deus tenham uma vida abundante, que, cremos, somente terá aquele que der lugar aos sábios ensinos do Mestre por excelência. Jesus Cristo, a quem amamos e de quem temos aprendido a amar.

Respeitamos quem não pensa como nós pensamos. Amamos a todos sem qualquer discriminação. Queremos que a nossa pregação continue sendo proferida sem censura. Isto é direito nosso. Assim nos garantem a Constituição Federal e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Continuaremos a contribuir para que tenhamos uma sociedade mais conhecedora das verdades bíblicas, pois somente assim teremos a verdadeira liberdade Assim está registrado em João 8.32: "e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

Pr. Valdo Romão (Presidente da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil – Secção do Estado de São Paulo)

Pr. Eli Fernandes de Oliveira (Presidente da Convenção Batista do Estado de São Paulo)

Pr. José Vieira Rocha (Secretário Geral da Convenção Batista do Estado de São Paulo)

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