Menos Deus, por Favor
Este foi o título de um recente artigo, publicado por Diogo Mainardi, em sua coluna na revista Veja. Mainardi é brasileiro, casado com uma italiana e mora na cidade de Veneza desde 1987, de onde escreve os textos para a sua coluna, graças à internet.
Dono de um estilo crítico muito aguçado, Mainardi chega a ser, em seus artigos, muitas vezes ácido e cáustico. Como disse a própria revista onde escreve, “Diogo é um sucesso para o bem e para o mal; muitos leitores o amam e outros tantos o odeiam – difícil mesmo é ficar indiferente ao que ele escreve.”
Diogo é um escritor que se especializou em escrever sobre tudo, dado a ampla gama de temas que aborda em seus textos. Mas, na atualidade, com a fabulosa expansão do conhecimento, quem tenta se especializar em tudo, acaba não se especializando em nada.
No referido artigo, em cujo título já se inicia a polêmica, Mainardi demonstra a sua incomodação com o quanto se fala em Deus nesse nosso Brasil, e também por outras plagas. E ele o faz no seu habitual estilo corrosivo, só que desta vez o referido articulista tocou numa área em que demonstra não possuir nenhuma familiaridade. Isto se torna claro quando lemos as suas colocações a respeito de Deus.
Ele escreve, por exemplo, sobre os Atletas de Cristo, dizendo que “torce contra”. Em seguida ele cita o jogador de futebol Kaká, gastando quase metade do seu artigo sobre ele. Mainardi faz uma análise sobre os meios que Kaká usa para propagar a sua fé. Sutilmente ele menciona a igreja evangélica que o jogador pertence, incumbindo-se de analisar o pastor da referida igreja, destacando os processos na Justiça que o obreiro da igreja e sua esposa se envolveram. No final dessa análise, Mainardi escreve: “Torço contra Kaká. Vejo com satisfação que o seu futebol piora a cada dia que passa”.
No final de seu artigo, Diogo Mainardi diz que “o Brasil tem deus demais” e continua escrevendo, usando “deus” em letra minúscula. Mas, analisando o artigo em sua totalidade, podemos perceber que Mainardi usa Deus em maiúsculo oito vezes e Jesus aparece no seu texto três vezes — assim como Cristo também está presente em três oportunidades.
Assim sendo, vejo uma certa “hipocrisia literária” – primeiro o articulista usa os nomes próprios para Deus, Jesus e Cristo, configurando que está escrevendo sobre os seres que a Bíblia fala e que nós bem conhecemos; depois no final, ele passa a usar “deus” com letra minúscula – como destacou a própria revista Veja, na edição seguinte à da publicação do artigo. Para mim, fica evidente que Diogo (e também Veja) tenta mostrar que não está se referindo ao verdadeiro Deus Todo-Poderoso, quando usa “deus” em minúsculo, mesmo depois de tê-lo grafado em maiúsculo por oito vezes.
Na verdade o sr. Diogo Mainardi está completamente enganado. Nunca o Brasil e o mundo precisaram tanto de Deus como agora. A civilização humana tem dado provas irrefutáveis de como a ausência de Deus tem conduzido o nosso planeta na direção de uma catástrofe inevitável e definitiva.
Cada vez mais estamos atestando que o ser humano não pode viver independente de Deus. Precisamos de Deus; não somente um Deus que esteja colado, pendurado e representado nas mais diversas formas, mas um Deus vivo, que esteja dentro do coração de cada brasileiro, dirigindo vidas e edificando a própria sociedade.
E assim, as penitenciárias se esvaziariam, a violência seria reduzida drasticamente, os traficantes iriam à falência; não existiriam a miséria e a fome; não mais existiriam a prostituição, a pornografia e tantas outras desgraças que se abatem hoje sobre o ser humano, causando o caos moral, social e econômico que atualmente tem prevalecido. O mundo não seria perfeito, mas seria muito melhor do que é.
O texto de Sl 14.1 mostra: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus”. Muitos estão agindo hoje como o articulista do comentado artigo, vivendo como ateus práticos, como se Deus não existisse. O comentário deles é: “Se Deus existe, não me interessa, não quero saber dEle; vivo muito bem sem ele”. Mas tal atitude em relação a Deus, como diz a Bíblia, é loucura.
O próprio Diogo Mainardi, embora não o saiba, também precisa de Deus, pois o coração do homem tem um vazio que somente Deus pode preencher. Todo o ser humano tem necessidade de Deus, porque o homem foi criado para ter comunhão com o seu Criador, que é o próprio Deus. É emocionante quando alguém “descobre” que precisa de Deus, pois toda a sua estrutura emocional e espiritual se modifica – é o que nós chamamos de conversão. É disso que Sr. Mainardi precisa. E espero que ele descubra isso um dia. Antes que seja tarde demais.
Paulo Pancote Lacerda
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