“Por Jovens, Game Violento na Igreja”
Isaltino Gomes Coelho Filho
Este é o título de um artigo no jornal O Estado de S. Paulo, de 21.10.7 (p. A-43). E diz assim: “Desesperados para atrair jovens fiéis, centenas de ministros e pastores dos Estados Unidos têm motivado preocupações e críticas com o uso de uma ferramenta de recrutamento incomum: o realista e violento videogame Halo”. O texto do Estado é confuso, e alguns não entenderão. O que se diz é que muita gente está preocupada com a atitude de alguns pastores nos Estados Unidos que têm patrocinado noitadas de um videogame violento para atrair jovens. Um participante, de 12 anos, disse: “Simplesmente é divertido explodir pessoas”. O jogo só é vendido para maiores de 17 anos!
Falta saber o que tais pastores farão para atrair pedófilos, compulsivos sexuais, drogados, tarados de todo tipo, os loucos que saem atirando a esmo, e outros. Afinal, estão dando o que as pessoas querem! Mas as igrejas devem dar o que as pessoas precisam: a Palavra de Deus. Entende-se: boa parte das igrejas é orientada para o sucesso, e não para a fidelidade. Sua preocupação é: Como atrair pessoas? Que tipo de programa e de pregação devemos ter para que as pessoas sejam “clientes”?
A missão da igreja não é ser agradável ao mundo. É pregar Jesus Cristo. Ela não é uma ONG de bem-estar social, mas o corpo de Cristo neste mundo, a agência habitada e vivificada pelo Espírito Santo. Ela é o sal da terra, e não o mel do mundo. Alguns dirão que assim se atraem as pessoas e se pode pregar, depois, para elas. Falácia! Jesus atraía as pessoas com seu caráter, sua personalidade e seu conteúdo. Oferecendo bingos, videogames violentos, bailes, filmes e outras coisas mais, atrairemos pessoas. Sem dúvida, algumas ficarão nas igrejas. Mas, sejamos honestos: as igrejas estão cheias de incrédulos. O que converte é a pregação do evangelho, e não programação ajustada ao gosto das pessoas. Eis a questão: que queremos ser, igreja de Jesus Cristo ou clube espiritual? Queremos convertidos ou clientes “fidelizados”?
O evangelho tem poder. Se a igreja prega a salvação em Cristo, o Espírito Santo age. Há conversões. As pessoas que têm carências espirituais saberão onde buscar a resposta. Muitos pregadores hoje não crêem no poder do Espírito nem na capacidade de Deus em agir onde e como quer. A igreja precisa ser fiel à sua origem, à sua essência, ao conteúdo do evangelho. Que o pregue e o viva. Nossa igreja tem mais da metade de sua membresia composta de crentes batizados há poucos anos. Não somos uma comunidade às moscas. E o pastor, embora limitado, não é um fracassado. Mas fazemos o que devemos: pregar o evangelho. E Deus dá frutos. “Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”, disse Paulo (1Co 3.6). Se a igreja prega o evangelho, há conversões. Se os crentes evangelizam, o Espírito age. É com tristeza que digo: há em nossas igrejas pessoas que não entenderam o evangelho e não são convertidas. Seus valores são falsos, levemente cristãos. Porque foram atraídas para um programa, e não pela mensagem.
Não precisamos bajular pessoas. Precisamos atentar para a recomendação bíblica: “Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel” (1Co 4.2). Se pregarmos o evangelho haverá conversões. Ou não cremos nisto?
É sinal de decadência que igrejas precisem adoçar a boca de pecadores para atraí-los. É um sinal dos tempos. É triste, muito triste. Não suceda conosco.
Isaltino Gomes Coelho Filho