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Tô Nem Aí!

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Tô Nem Aí!

Delane Souza

Diacono na PIB de Vitória, ES

 

Refrão de uma música que faz sucesso. Forma sincopada de “Não estou nem aí”. Significa que não dou importância, na ligo a mínima, desprezo, faço pouco caso, sou indiferente. Reflete o comportamento de boa parte da humanidade, o que é lamentável! Porém, mais lamentável ainda é que exista na igreja de Jesus Cristo, onde não deveria encontrar guarida, pois contraria Seus ensinamentos e ordenanças. Quando? Quando a Bíblia diz:

“Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hb 3.20), e eu tô nem aí! Converso, a boca é minha,  ninguém tem nada com isso, uso o celular, brinco com jogo eletrônico, escrevo bilhetes, passo torpedos e cometo outras irreverências;


                “Guarda o teu pé, quando fores à casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos; pois não sabem que fazem mal” (Ec 5.1), e eu tô nem aí! Entro e saio durante o culto, chego atrasado, desfilo pelos corredores do templo, meu pensamento está longe e saio, sem necessidade, antes do término do culto;

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa” (Ml 3.10a), e eu tô nem aí! Sei que a igreja tem gastos com pessoal, com seu patrimônio, assistência social, com literatura, água, luz e telefone, sustento dos ministérios e de missionários, e que o dízimo pertence ao Senhor, mas não entrego e, quando o faço, é apenas um trocado, que não é dizimo, mas serve para aplacar a minha consciência e não deixar meu nome em branco na tesouraria;

“Irmãos, não faleis mal uns dos outros” (Tg 4.11a). “Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente” (Sl 34.13), e eu tô nem aí! Gosto de espalhar os “podres” dos outros, mesmo que não tenha certeza ou não seja verdade, de caluniar, difamar, fofocar, maldizer, de malhar a igreja, suas atividades e seus líderes, de por defeitos nos outros e em tudo, pois isso ajuda a esconder meus defeitos e “podres”;

“Sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25.40b), e eu tô nem aí! Não ajudo, não contribuo, não me interesso, não quero saber nem ver as necessidades do meu próximo e dos meus irmãos;

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus… Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hb 10.19, 25), e eu tô nem aí! Não tenho compromisso, falto com freqüência, sou turista de igreja, vivo correndo atrás de novidades;

“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6), e eu tô nem aí! Não me preocupo com o bom exemplo, com as suas lições da EBD e do colégio, com assiduidade e pontualidade, ensino a mentir quando mando que ele fale que não estou se alguém me procura, não uso de disciplina, não imponho limites nem ensino o respeito aos mais velhos e às autoridades, não ligo para suas amizades, deixo sua educação somente a cargo dos professores, pois supro suas necessidades materiais, dou boa mesada e não me importo como ele usa seu dinheiro e tempo.

E muitos outros tô nem aí! Os irmãos poderão acrescentar a esta lista. Identificá-los é um passo importante para buscar a sua correção. É necessário que substituamos esta expressão, negativa e debochada, por outra, positiva e de compromisso. Por exemplo, a usada por Isaías (6.8): Eis-me aqui!

 

Delane Souza

Diácono na PIB de Vitória, ES

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