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Obrigado, Feliciano Amaral

  • por

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Ganhei do atencioso amigo Pr. Israel, de Maceió, dois CDs do cantor evangélico Feliciano Amaral. Ouvi-os várias vezes. Que edificação! Obrigado, Israel.

Fiquei encantado em ouvir Feliciano na assembléia da CBB, em Brasília. Que voz, que simplicidade, que unção! Sem estardalhaço, sem exibicionismo. Unção não se proclama nem se trombeteia. Apenas se tem. Quem tem não precisa mostrar, pois ela aparece. E não é preciso gritaria para louvar a Deus.

Feliciano Amaral tem voz. Não precisa fazer tremeliques nem gritar. Pronuncia as palavras corretamente, não engole os “esses” no final das palavras. Pronuncia um “r” no meio das palavras que me dá inveja. Não gesticula como afogado pedindo socorro. É tranquilo.

Um dia, voltando de uma cidade do bonito Goiás, ouvia um dos CDs no carro. Meacir disse que se comovia com “Nada sei sobre o futuro”. Meu predileto era “Só, eu não passarei o Jordão”. Gosto de hinos sobre vida futura. Estou cansado de levantar as mãos, subir o Sião, voar nas asas do Espírito, bater numa tropa com o auxílio do Senhor. Estas coisas cansam. Não é fácil fazê-las em todos os cultos. Depois dos cinquenta subir monte e bater em tropa é exaustivo.

Prestei atenção no hino predileto dela. Realmente comove. Nada sei sobre o futuro. “Muitas coisas não compreendo, o amanhã o que será? Mas um doce amigo tenho, que minha mão sustentará”, diz um trecho. “Mas quem cuida dos pardais cuidará também de mim”, diz outro trecho. Lembrei dos pardais que todos os dias vêm comer à porta de minha casa.

Todos os dias penso que vou morrer. Não é depressão. Minha infância foi marcada pela doença terminal da mãe, por isso a convivência com a idéia de morte sempre me acompanhou e reflito sobre ela com naturalidade. Como sou um crente em Jesus, a morte não me assusta. Posso usar as palavras de J. S. Bach: “Vem, doce morte!”. O dia em que eu morrer será o dia mais feliz da minha vida. Tudo o que creio e tudo o que prego se cumprirá cabalmente na minha vida. Cumprir-se-á a mensagem do saudoso hino

“Finda a luta terreal, quando já do rio além

Nessa vida tão gloriosa me encontrar

Sei que lá meu Redentor

Sorridente eu hei de ver

Entre todos o primeiro a me saudar”.

Se não fosse crente em Jesus, sendo tão racionalista como sou, eu me desesperaria. Mas crer em Jesus dá segurança nesta vida e certeza no final. Direi como o hino de Feliciano:

“Só, eu não cruzarei o Jordão

Cristo veio me dar o perdão

Quando chegam as trevas

Comigo ele está

Só, eu não cruzarei o Jordão”.

Não só não ficarei no deserto como entrarei na Terra Prometida, a Canaã celestial. A Bíblia diz isso e eu creio nela. Não preciso de mais afirmação. Mas eu lhe agradeço, Feliciano Amaral. Seus hinos me reavivaram a gloriosa esperança do cristão: “Só, eu não cruzarei o Jordão” e “Nada sei sobre o futuro”, mas como disse Billy Graham, “sei nas mãos de quem está o futuro”.

Deus lhe dê muito tempo de vida, caro pastor, e que sua bela voz continue nos inspirando. E que hinos que mexam com o coração e não com os pés (essa é de Bill Ichter) continuem a ser cantados pelo nosso povo.

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