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“Me engana que eu gosto!”

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“Os profetas profetizam falsidade, os sacerdotes dominam com autoridade própria, e o meu povo gosta disso. Mas o que fareis quando isso chegar ao fim?” – Jeremias 5.31 – Almeida Século 21.

Para Deus, “uma coisa espantosa e horrível” (Jr 5.30). Mas para o povo de Deus algo muito agradável. Os profetas profetizavam falsamente, e os sacerdotes, sem a autoridade de deus, usavam sua própria autoridade, para dominarem o povo. E este gostava da situação.

Qual era a profecia falsa dos profetas do tempo de Jeremias? Se ler o livro, você vai ver que era de um só tipo: eles anunciavam apenas coisas boas, nunca o juízo. E acusavam Jeremias de ser um homem duro em sua pregação. Deles, Deus disse que curavam superficialmente a ferida do povo, anunciando coisas boas (Jr 6.14). Mas, sem se preocupar em ter ibope, Jeremias disse deles que “agem com falsidade, desde o profeta até o sacerdote” (6.13). Jeremias era um homem desagradável. Falava de pecado, de juízo e chamava o povo ao arrependimento. Fosse pastor evangélico hoje, Jeremias seria um “dinossauro, um jurássico”, daqueles que anunciam coisas do passado. Os falsos profetas teriam um vasto fã clube, porque os pecadores não gostam de ser advertidos, mas adulados.

Os homens sem Deus querem coisas boas. Membros de igrejas que não têm uma conversão autêntica querem coisas boas. Os contemporâneos de Jeremias queriam profetas que dissessem “Paz, paz!”. Mas, “não há paz” (Jr 6.14). Os nossos contemporâneos querem pregadores que lhes anunciem felicidade e prosperidade, mas não há isto para o pecador impenitente.

Há crentes que querem ser adulados. O profeta contemporâneo não deve ter como preocupação ser um bajulador de pessoas. Sobre pregadores bajuladores, Paulo disse: “Porque os tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e com palavras suaves e lisonjas enganam os corações dos inocentes” (Rm 16.18). Um pregador que se preza faz como Paulo: anuncia todo o conselho de Deus (At 20.27). E crentes sinceros, que querem crescer, não se rebelam quando corrigidos ou quando seus pecados são apontados, mas se corrigem.

Muitos pregadores gostam de bater em Davi por causa de seu pecado com Urias e Bate-Seba, mas se esquecem de uma virtude sua. Ao ser acusado por Nata, ele imediatamente exclamou: “Pequei contra o Senhor…”  (2Sm 12.13). E embora muitos pregadores não perdoem a Davi, Deus o perdoou: “Também o SENHOR perdoou o teu pecado”. Reconhecer seus pecados, confessá-los e pedir perdão (veja os salmos 32 e 51, compostos na ocasião) é sinal de grandeza espiritual. O povo de Deus precisa reconhecer seus pecados e pedir perdão. Deve amar a correção, porque ela nos torna melhores.

Há gente que gosta de ser enganada. E que quer massagem no ego. Gosta de ouvir que vai saquear riquezas dos ímpios e ficar rico. Há gente que quer melhorar seu relacionamento com Deus, quer almeja a santidade, que busca uma vida agradável ao Senhor. O primeiro tipo faz parte do time “Me engana que eu gosto”, e que ama mentiras e ouvir coisas boas.  O segundo tipo faz parte do time que busca a Deus mais que coisas ou situações. Ama a verdade e se realiza em praticá-la.

Como pessoa a quem Deus vocacionou para o ministério, mesmo com todas as minhas limitações e meus pecados, não quero ser um enganador. E como ovelha (porque sou do rebanho do Senhor), quero ser alguém que ouça todo o conselho de Deus. A grande luta que devemos travar conosco é esta: querer ser melhor, e não querer ouvir o melhor. E devemos dizer: “Não me engane, que não gosto”. Amemos a verdade.

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