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O VINHO NOVO É MELHOR!

“E lhe disse: Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados já beberam bastante, servem o inferior; mas tu guardaste até agora o melhor vinho” – João 2.51

Este não é o primeiro milagre de Jesus, como costumeiramente dizemos. Os sinóticos o ignoram. Mateus relata curas de enfermidades e doenças, em geral (Mt 5.23). Para Marcos e Lucas foi a expulsão de um demônio (Mc 1.23ss, Lc 4.31).

João não usa a palavra milagre em seu evangelho. Usa “sinais”, o grego sêmeion, com a idéia de uma indicação. Os sinais são eventos que sinalizam uma lição teológica a seguir. João não faz história nem cronologia, mas um tratado teológico, com uma tese a ser provada (e que está em 20.30-31).

Ao narrar este como o primeiro sinal, João tem um propósito. Eis o sentido do evento: é dito que com esse sinal “ele manifestou a sua glória” (2.11). Manifestou a glória, transformando água em vinho, numa festa na roça? Que diferença isto faria, a não ser evitar o vexame de um casal de noivos cujos nomes ele omite, e que somem, eles e o episódio, nos evangelhos?

A transformação da água em vinho é um sêmeion que permeia todo o livro. O vinho novo, o ensino de Jesus, é melhor que o vinho velho, o ensino do judaísmo. Assim começa a cristologia de João. Ele apresenta algo superior ao existente. O autor de Hebreus seguirá esta idéia, depois, ao desenvolver seu livro dentro do tema O cristianismo é superior ao judaísmo.

O casamento fala das bodas entre Iahweh e Israel. Mas não há mais vinho, símbolo da idade messiânica, nesse relacionamento. O judaísmo falhou. Não tem mais vinho. As talhas de pedras, usadas para as purificações dos judeus, estão secas (Jesus manda enchê-las de água – Jo 2.7). O judaísmo não pode purificar. Suas talhas estão secas. Não há mais purificação nele. Só há em Jesus: “e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7). O simbolismo do vinho é excelente. Ele é o sangue da uva. Como o sangue era símbolo da vida, naquela cultura. O judaísmo não tem mais vinho. Só Jesus tem. O judaísmo não tem água para purificar. Jesus tem. Jesus traz a vida que o judaísmo não tem.

Jesus manda encher as talhas. Só há purificação por causa dele. Sem ele as talhas estão secas. Sem ele nada pode ser purificado porque as talhas ficam secas. Ele faz surgir o melhor vinho. O que ele oferece é melhor que o judaísmo, o islamismo, o materialismo dialético, o orientalismo. Ele impede o fracasso da festa.

Há cristãos saudosos do judaísmo. Ressuscitaram suas festas e cerimônias, que eram sombra do que viria, Cristo (Cl 2.16-17). Querem voltar ao passado. Colocam a estrela de Davi e a menorá no templo, preocupam-se com pães asmos, querem o sábado de volta, cantam o monte Sião, símbolo da igreja e da obra de Cristo (Hb 12.22-24), mas cantam-no como algo necessário (“Quero subir o monte santo de Sião”, diz um cântico). Aliás, não canto cânticos que fogem ao conteúdo teológico do Novo Testamento. Sou cristão, sou de Cristo, sou filho dos evangelhos e das epístolas, e não do mosaísmo.

As talhas da antiga aliança secaram. O vinho da antiga aliança acabou. O vinho novo é melhor. Jesus é melhor. Ele basta. Por isso, não à rejudaização, e um veemente sim a Jesus e seu evangelho!

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