Isaltino Gomes Coelho Filho
Não é o Neymar, jogador do Santos, que estou elogiando. É seu pai. Torço pelo Santos, mas esse negócio de “meninos da Vila” é bobeira. Paulo Henrique tem 20 anos e Neymar, 18. Menino é quem tem dez, onze anos, no máximo quinze. Com 18 e com 20 anos, o sujeito já deve ter tomado senso na vida. Já vota, está ou passou pelo serviço militar. É tempo de tomar juízo.
Neymar foi multado e suspenso pelo Santos, porque se atrasou na reapresentação à equipe. Ele é de família evangélica, e parece ser também, embora seja muito bobinho. O evangelho ajuda a amadurecer e leva o moço a ter juízo. Chegar às três da manhã, quando deveria ter chegado às vinte e três, é falta de juízo.
Neymar filho multado, que diz Neymar pai? Isto: “Houve desobediência e isso precisa ser punido. O Neymar já tinha se atrasado em outras vezes, coisas de 15 minutos, e já estava cansado de pagar ´˜caixinha´ ou cestas básicas. Agora deve vir uma multa para mexer com o bolso dele. Quem sabe assim ele aprende”. Não saiu em defesa do filho, mas viu-o como errado e aceitou a punição que lhe foi imposta, pois são regras do clube, que o filho vinha infringindo.
Antigamente, ao receber o boletim do filho com notas baixas, o pai lhe perguntava: “Que notas são estas?”. Hoje ao receber o boletim assim, o pai faz a mesma pergunta, mas ao professor. Por pior que seja o filho, os pais saem em sua defesa. Professores que o digam. Reprovar um adolescente é comprar briga com os pais (há escolas que proíbem o professor reprovar – por isso que a educação anda uma tranqueira neste país). Neymar pai aceitou a medida do clube contra Neymar filho. Ele o vem instruindo há muito tempo. Vem orientando sua carreira. Reconhece que o filho errou e que deve ser punido conforme as regras do clube.
Há regras na vida. Não estão escritas, mas são sabíveis. Os pais devem ensinar aos filhos como é a vida, e que seus atos têm consequências. Boas ou más, mas têm. Se errarem, serão punidos. Há pais que sempre passam a mão pela cabeça dos filhos, e justificam todos os seus erros. O mundo é que é injusto com eles. Eli foi um homem fiel e santo, mas Deus se desgostou dele porque não repreendeu os filhos (1Sm 3.13). Davi nunca corrigiu seus filhos (1Rs 1.6). Sua família foi uma bagunça. Um caos. Até o decantado Salomão foi a desgraça de Israel com sua idolatria. A bomba estourou na mão do filho.
Neymar pai está certo. Estão certos pais e mães que corrigem seus filhos, que dizem quando erraram, que estabelecem padrões de disciplina. Ausência de disciplina não mostra amor, mas desamor. Disciplina é para filhos. A Bíblia diz: “pois qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.7-8).
Disciplinar não é espancar, mas impor limites e estabelecer parâmetros. E ensinar que, quando se erra, a vida pune.
Pais e mães: mirem-se em Neymar pai. Jovens, se puderem ser vitoriosos como Neymar filho, sejam. Mas não sejam insensatos. A vida não é como os sites da Internet mostram. A vida é como a Bíblia diz que ela é. Aceitem orientação. Vocês verão que ela faz bem.
Parabéns, Sr. Neymar. O senhor aprendeu mesmo o que a Bíblia ensina. Neymar filho: aprenda do pai. A vida não é uma festa. E, para mostrar que não estou zangado com você: continue a dar alegrias aos santistas.