Elisa é uma jovem que teria sido morta, e o principal suspeito é o goleiro do Flamengo, Bruno. Quando escrevo, ainda não se achou o corpo e Bruno não confessou o crime. Não emito opinião se ele é culpado ou não. Não sou investigador ou juiz. Sei o que saiu na mídia, o que não ajuda. Os repórteres são confusos nas perguntas, falam mal, cheios de “é”, ahn”, como um locutor da Band, que não emite uma frase corrida, além de ser discursivo e repetitivo.
A moça não tem culpa, caso tenha sido assassinada, de sua própria morte. Mas caiu na ilusão de tanta gente, a da visibilidade. É pensar que, por aparecer na mídia, uma pessoa é mais importante ou melhor que outras. A revista “Veja” trouxe uma reportagem de oito páginas, em que o apelido de “Maria chuteira”, caçadora de jogadores de futebol, lhe é associado. São moças que procuram jogadores famosos.
Nos anos sessentas, Andy Warhol, pai do movimento pop, disse que “no futuro, todos seriam famosos por quinze minutos”. A busca desses quinze minutos orienta a vida de muita gente. E ligar-se a quem obteve os quinze minutos se torna o alvo de outros. Vi um programa de auditório em que uma menina de uns sete anos foi produzida para parecer uma mulher fatal, e dançou uma música muito sensual. Numa adulta seria lascivo. Numa menina era chocante. Pior foi a palavra da mãe: “Pra filha aparecer na tevê vale tudo”. Lamentável declaração de uma pessoa que deveria proteger sua filha e não expô-la como mercadoria para tarados. A mãe sexificou sua filha para mostrá-la como coisa, na televisão.
É a ditadura da visibilidade, o apelo da ilusória fama visual, numa sociedade fútil e sem valores. As pessoas se guiam pelo visual, pela popularização de seu nome, mais que pelo caráter. Uma jovem deveria buscar como esposo alguém de caráter, um jovem decente. Um rapaz deveria procurar uma jovem com quem pudesse construir laços de relacionamento sólidos para edificarem uma vida feliz. Mas no mundo atual, a felicidade está no dinheiro, na fama, na curtição. Ou, como na festa em que Bruno e Elisa se conheceram, em “uma orgia”.
Os jovens precisam nutrir uma consciência mais séria da vida. Isto não significa agirem como “velhos”, mas compreender que a vida não é como a televisão e a “Caras” mostram. Só se vive uma vez e desperdiçar tempo com valores fúteis não traz realização. Construir um futuro demanda bom senso e visão correta da vida.
O evangelho de Jesus é uma chamada a viver bem. É mais que gritar num culto e almejar bênçãos materiais. É ter compreensão da vida, buscar a Deus, firmar-se em valores que a sociedade chama de “caretas”, mas que trazem equilíbrio e discernimento espiritual e moral. A Bíblia ensina a viver e, numa igreja sadia, um jovem sempre será bem orientado para viver.
Alguém dirá que esta palavra é ultrapassada e cheira a naftalina. Mas o cheiro de naftalina é melhor que cheiro de cravo de defunto. Recusar valores e orientação em nome de um progresso, que por vezes é um eufemismo para o “liberou geral”, não é atitude sábia. Livrar-se de valores morais em busca da felicidade (?) não é bandeira. É mortalha. A pobre Elisa descobriu isso. Tardiamente.
Não se perca. Busque orientação segura para sua vida. Não procure fama. Procure caráter. Fique com Deus, não com o mundo.
Pr. Isaltino