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CULTO, O QUE É ISSO?

  • por

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 23.1.11

 

Domingo passado, o assunto foi “Igreja, o que é isso?”. Hoje, é “Culto, o que é isso?”. No outro domingo, “Seguir a Jesus, o que é isso?”.

 

Culto é mais que cantar, orar e ouvir a Palavra. Além dos atos, é a expressão da razão de ser da igreja. Amo evangelismo e missões, mas creio que a missão da igreja é a adoração. Ela existe em função de Deus (adoração) e não em função dos homens (proclamação). No céu não haverá perdidos a evangelizar, mas haverá igreja. Porque haverá Deus. Ele nos escolheu antes da criação, para vivermos com ele: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). Ao cultuar, a igreja mostra porque existe. Para adorar a Deus, para viver com ele, para ouvi-lo. Por isso, o louvor, a oração e a Palavra.

Antes do “Ide” (Mc 16.15) houve um “vinde” (Mc 6.7). A igreja é chamada para estar com Jesus e só deve ir ao mundo depois de viver com ele. Comovida por ele, ela evangeliza e faz missões. Quem ama a Jesus compartilha Jesus. “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5.14).

 

O culto não é para nós. É para Deus. As pessoas avaliam o culto pelo que sentiram. É o culto antropocêntrico. O culto deve ser avaliado de outra maneira: terá agradado a Deus? O cultuador fez, pensou e disse o que Deus queria? Agradar a Deus é o alvo do culto. Este deve ser teocêntrico.

 

Alguns pensam que quanto mais barulhento, mais espiritual o culto é. Pessoalmente, acho alto volume apenas mau gosto. Prefiro ser desafiado, pensar se estou agradando a Deus, se há algo por mudar em minha vida. Há quem goste de agito, sem reflexão. A questão é que não somos referenciais. Nem temos como saber o que Deus achou do culto. Mas devemos lembrar que a dimensão humana do culto é o quanto ele nos transforma. Muitos cultos não enfatizam a santidade de Deus e suas exigências, mas sim o que os crentes vão receber. O foco é o homem, e não Deus. Será que é este o culto que Deus deseja, à luz do ensino bíblico?

 

Se a dimensão humana do culto é nossa transformação, podemos firmar alguns princípios que nos ajudam a ver o quanto o culto serviu à vontade de Deus para a igreja e para o mundo. Houve mudança de vida ou apenas emoções? A cruz foi proclamada? Cristo foi anunciado? Houve abandono de pecado? Houve consagração de vidas? Houve conversões? As pessoas estão amadurecendo? Se isto não acontece, há apenas alarido.

 

Culto é mais que ajuntamento e mais que forró. É ouvir Deus, falar com Deus e ser transformado. Não é entretenimento. É algo sério: entrar em adoração ao Deus Santo! Quão sério é o culto!

 

 

 

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