Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 16.1.11
“Igreja” vem do latim ecclesia, que por sua vez vem do grego ekklesia. A idéia é de pessoas chamadas para fora de onde estão. Em mais de cem vezes que o termo aparece no Novo Testamento, nunca alude a um prédio, instituição ou organização. É sempre gente.
Seu primeiro uso foi por Jesus: “Edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). É possível verificar, pelo contexto geral, que seriam pessoas que o aceitassem (não um projeto seu, mas ele) e que se envolvessem com ele. Há quem se proclame testemunha de Jeová. Os seguidores de Jesus seriam “testemunhas de Jesus” (“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra” – At 1.8). Ser igreja é ser testemunha de Jesus ao mundo.
Muitos dizem: “Eu vou à igreja tal”. Entende-se o que está sendo dito. Mas o mais correto é: “Eu sou a igreja tal”. Nós não vamos à igreja. Nós a somos.
Há quem pense que igreja é um lugar comandado por uma pessoa especial, que tem o poder de manipular Deus, e convencê-lo a nos dar o que queremos. Outros pensam que é lugar para por emoções para fora. Quanto mais se grita mais Deus a igreja tem. Outros pensam num lugar para suprir suas carências emocionais, apregoar seu status (“Deus está mais do nosso lado do que do de vocês”). E outros, num lugar onde dão vazão às suas idiossincrasias: as pessoas caem no chão, ou, como surgiu agora, em Macapá, onde as pessoas levitam (pois é…).
Ser igreja é ter um compromisso com Cristo. O Ide e a Grande Comissão deixam isso bem claro. Diz o Ide: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15-16). Diz a Grande Comissão: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.19-20).
Quando cumprimos isso, nós nos realizamos. Nós nos encontramos conosco mesmo, porque com Deus já nós nos encontramos em Cristo. Descobrimos a razão de viver quando nos engajamos com Jesus. A vida tem um significado empolgante.
Precisamos de crentes que sejam igreja, não que façam de um lugar chamado igreja suas muletas emocionais. Que se engajem, que se autodoem, que sirvam a Jesus. O reino de Deus ganhará. O mundo ganhará. E o crente também ganhará. Terá uma vida rica.
Seja igreja!