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TRIFENA E TRIFOSA – Romanos 16.12 – “Pouco comentadas, muito úteis”

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

As duas são mencionadas apenas aqui, o que dificulta o estudo. Mas há muitas considerações a fazer com base no sentido dos nomes, nas informações da história e do contexto em que viviam.  Vejamos alguma coisa sobre elas.

1. O SIGNIFICADO DOS NOMES

O sentido dos dois é parecido: “delicada” e “mimosa”. São nomes gregos que eram usados pelos romanos. Usar nomes parecidos era comum no caso de gêmeos. Lockyer, Davidson e Bruce: gêmeas. Documentos ligados ao palácio de César citam uma Trifosa. Deviam ser nobres.  Trifena é citada em um livro do 2º. século, Atos de Paulo. Não foi escrito por Paulo, mas escreveu sobre ele. Era uma rainha que mostrou bondade com Tecla, em Antioquia da Pisídia. Houve uma rainha Trifena, sobrinha do imperador Cláudio. Estas informações são muito importantes. Trinta anos depois de Cristo já havia cristãos dentro do palácio imperial, em Roma (Fp 4.22). E até famílias, como no caso das gêmeas. O evangelho se infiltrou no palácio que o combatia.

2. A BREVE REFERÚNCIA

“Trabalham no Senhor”. Operosas. O verbo grego dá a idéia de “afadigam”. Trabalhavam até o cansaço. Não era eventual. Mereceram um cumprimento respeitoso de Paulo. Com elas se menciona Pérside, que “trabalhou”. Deveria ser mais idosa e elas, mais jovens. Juventude é um tempo excelente para trabalhar pelo evangelho. A repetição de “trabalhar” dá a idéia de uma função. Deviam exercer funções na igreja. Graças a Deus por tantos “leigos” e tantas mulheres que fazem a obra de Deus!

CONCLUSÃO – AS LIÇÕES DE TRIFENA E TRIFOSA

(1) O evangelho pode penetrar em todas as camadas sociais. Erramos quando o confinamos apenas aos pobres, porque eles nos ouvem. Ricos e nobres têm necessidades espirituais. E o evangelho tem a resposta para eles. E é indetível. Nunca devemos deixar de testemunhar ou nos recear pelo título ou pela posição social da pessoa. O evangelho tem poder (Rm 1.16).

(2) Trabalhar pelo evangelho não é só para homens. As mulheres têm valor e não podem se omitir. O evangelho lhes deve muito. Elas são o sustentáculo humano da igreja. O evangelho valoriza a mulher, e conta com o trabalho das mulheres.

(3) O trabalho para o Senhor não é algo a ser feito se sobrar tempo. Os chamados “leigos” precisam ganhar a vida fora da igreja, mas seu trabalho deve ser incessante, a ponto de se cansarem. Alguns vêem a igreja como lugar para ir e receber bênção e não como espaço para servir. O maior serviço a Cristo tem sido feito por chamados “leigos”.

(4) A igreja tem todo tipo de gente. Trifena e Trifosa eram nobres. Erasto era procurador da cidade (v. 23). Priscila e Áquila (v. 3) faziam tendas. O pai de Rufo (v. 13) carregou a cruz à força (Mc 15.21). Era cireneu; de Cirene, África. Negros não passeavam na Palestina e Roma. Eram escravos. Nobres, oficiais civis, ex-escravos. Eis a igreja. Uma democracia. Ninguém é superior a ninguém. E todos podem e devem ser úteis, independentes de seu valor social.

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