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A DECAPITAÇÃO DA IGREJA

  • por

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 27.3.11

 

Qual a sua reação se visse uma cabeça sem corpo, flutuando no ar? Ficaria extasiado ou correria? Bem, eu sairia correndo. Mas há gente querendo a cabeça sem corpo. São os que querem Cristo, mas não a igreja.

Não existe, no Novo Testamento, a possibilidade de ficar com Cristo e sem a igreja. Quem recebeu a Cristo foi tornado igreja. A conversão é individual, mas não individualista. É corporativa: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros” (1Co 12.7). A Bíblia diz para não abandonarmos a igreja local: “Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hb 10.25).

Os críticos da igreja são os que não conseguem trabalhar em equipe, ligados a outros, ou não têm veia democrática.  Atacam-na se as coisas não são ao seu modo ou se não podem dominar. O surgimento de igrejas sem conteúdo doutrinário e de ministérios personalistas mostra isso. É melhor atacar a igreja do que dizer: “O problema sou eu. Sou ruim de vida comunitária”. Ou: “Eu quero é mandar!”.

Há gente decapitando a igreja. Quer a cabeça sem o corpo.  Mas a cabeça vem com o corpo. Quem recebeu a Cabeça, Jesus, tornou-se parte do corpo: “Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12.13). Os que acusam a igreja de fracasso, na realidade estão justificando seu fracasso.

Eu amo a Cabeça da igreja, Jesus Cristo. E amo a igreja. De todo o coração. Porque é pela igreja que ele se expressa ao mundo. Não me interessa se ela “está cheia de hipócritas” (desculpa dada por um decapitador). Talvez o decapitador não seja também “flor que se cheire”. Esta é a maravilha da igreja. Todos nós somos pecadores imperfeitos, tremendamente falhos. Mas a graça nos alcançou e ligou nossas vidas.  A beleza da igreja é que Jesus ama e usa gente que não presta: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte” (2Co 4.7).

Meu caso de amor pela igreja de Jesus é incurável. Ela é fascinante. É gente igual a mim, cheia de defeitos. Mas Jesus vai trabalhando em nossas vidas. Não sou melhor que nenhum de meus irmãos. E eles são tão valiosos para o Salvador como eu o sou.

Não quero uma cabeça flutuando. Quero um corpo. Do qual sou parte. Defeitos? A igreja tem muitos! Eu também!  “Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5.20). Bendita seja a Cabeça! Bendito seja o Corpo! É nele que a graça opera para vivermos em união!

 

 

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