Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 31.7.11
Estava numa loja, em Brasília, com Meacir, quando soube da morte de Amy Winehouse. Confesso que a desconhecia. Ouvira o nome, mas não creio que a ouvira cantar. Surpreendi-me ao ver que tinha cabelos pretos. Julgava-a, não sei porquê, loira.
Preparei-me para as “preciosidades” da midia. E estas vieram. Em profusão. Um colunista se fixou na idade dela, 27 anos, e listou outros artistas que morreram aos 27 anos. Criou a expressão “a maldição dos 27 anos”. Os 27 anos não trazem maldição. Nos meus, eu curtia meu filho, Beny, que já tinha 2 anos, pastoreava uma das maiores igrejas de S. Paulo, a PIB de Bauru, era vice-presidente da convenção estadual, pregava nos bairros periféricos da cidade, era pastor interino da PIB de Jaú, lecionava num instituto bíblico, ia a trabalhos em Guarantã, Agudos e Duartina. Meacir me acompanhava e Beny ia, com alegria. Abençoados 27 anos!
Antes que digam que estou contando vantagem: aos 27 anos Pelé era o maior jogador do mundo (não se fazia votação, era consenso), parou guerra civil na África para verem o Santos, e uma vez, um juiz o expulsou de campo. A torcida ameacou invadir o campo, expulsaram o juiz e ele voltou. A maldição não é dos 27 anos. É de vidas sem juízo. A dela e a de outros artistas. A maldição é das drogas. Os 27 anos não matam. O que mata é o desregramento.
Outro colunista disse que “talvez ela tenha se julgado eterna”. Bem, aí piora. Se uma pessoa pensa assim, no mínimo, no mínimo, é insensata.
Construímos uma sociedade falsa, que projeta pessoas que pouco acrescentam moral e educacionalmente. Elevamos pessoas questionáveis a condição de ídolos. A mídia tem fome de ídolos. Ela vive de suprir o vazio que as pessoas têm, dando-lhe o que elas necessitam: alguém a quem se dedicar. As pessoas não querem Deus e fazem deuses do seu tamanho. O importante, hoje, não é o saber nem o caráter, mas a visibilidade midiática. E esta, geralmente, vem pelo exotismo, o desafio aos “fossilizados”.
Jovem, busque alguém de valor para admirar. Venere uma pessoa acima de suspeita, de caráter impoluto, que nunca falhou nem deixou marcas negativas: Jesus Cristo. Seus três curtos anos de vida pública fizeram mais pelo mundo que todas as vidas de artistas somadas. Busque valores reais e não os inflados por homens e mulheres corruptos, imorais e sem Deus, que agem nos bastidores, impondo pessoas vazias, ocas, como medalhões. Tenha a coragem de ser nerd, otário, careta, seja lá o que for. Se você precisa da opinião de pessoas mediocres para se sentir realizado, você será tão medíocre quanto elas. Você é você, aceito por Deus, valioso para Jesus, e pode ter uma vida sem drogas. A busca de visibilidade é sinal de carência. Você já tem visibilidade diante de Deus, e deve usar bem sua vida.