Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 24.7.11
               Eis uma sÃntese da peça “O longo silêncioâ€: no final dos tempos, bilhões de pessoas estão esperando o juÃzo final. Algumas fogem, outras se escondem. Outras mais reclamam de Deus.
“Como pode Deus me julgar?â€, perguntou uma jovem que fora prisioneira num campo de concentração nazista. Tinha um número tatuado em seu braço. “Fui espancada, torturada e assassinada!†“Como pode Deus me julgar?â€, perguntou um negro, com marca de corda no pescoço. “Fui enforcado por ser negro!â€. “Como pode Deus me julgar?â€, perguntou uma adolescente grávida. “Fui seduzida! Não tive culpa!â€.
Milhões de pessoas reclamavam. Como haviam sofrido! Por fim, fizeram uma comissão composta por um judeu, um negro, um artrÃtico deformado, um morto de Hiroshima e uma criança talidomÃtica. Antes de julgá-los, Deus deveria sofrer o que eles enfrentaram. Então lavraram um documento nestes termos: “Que ele nasça judeu. Que haja dúvidas sobre a legitimidade de seu nascimento. Que sua missão seja tão difÃcil que sua famÃlia o chame de louco. Que seja abandonado pelos amigos. Que enfrente acusações falsas, um júri mentiroso e seja condenado por um juiz covarde. Que seja torturado e prove a solidão, abandonado por amigos e parentes. Que morra sob zombarias, com muitas testemunhas, de sorte que não haja dúvidas que ele morreuâ€.
Lavrado o documento, os membros da comissão o leram. E se calaram. Fez-se um longo silêncio. Sabiam que Deus já cumprira a sentença em Jesus Cristo.  Nele, o Deus Eterno se fez homem e sofreu terrivelmente. Padeceu como ninguém. Não foi um “filho do rei†burguês, reivindicando coisas, dizendo que tinha direito ao melhor. “Ele foi rejeitado e desprezado por todos; ele suportou dores e sofrimentos sem fim†(Is 53.3).
No orientalismo, o homem quer ser Deus. No cristianismo, Deus se fez homem. Foi como nós,  por isto nos entende. Sabe o que é sofrer. Foi abandonado, injustiçado, zombado. Teve dores fÃsicas e morais. Teve dores espirituais, como se vê no seu grito: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?â€. Pode julgar porque é o Senhor e tem autoridade moral. Mas, mais importante que isto, pode salvar, porque ele nos compreende. Bem diz um hino: “Deus te compreende as doresâ€. É verdade. “Ele sabe como somos feitos; lembra que somos póâ€Â (Sl 103.14).
Você sofre? Não desespere. Deus sabe o que é sofrer e nos ama. Confie nele. Pode sustar o sofrimento. Se não sustar, pode capacitar você para suportá-lo e  amadurecer. Lembre-se de outro silêncio, mencionado em Lamentações 3.26: “O melhor é ter esperança, e aguardar em silêncio a ajuda do Senhorâ€. Este silêncio não será longo. Será curto.
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho