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AINDA RESTA UMA ESPERANÇA

  • por

 Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 20.11.1

Tomava o café da manhã. Liguei a televisão para receber as más notícias. Eis que veio uma propaganda: “Ainda resta uma esperança”. Presumi, pelo título, que fosse de um programa religioso. Era de um filme de ação. Aparecia um sujeito empunhando uma arma com firmeza e aquele ar de Charles Bronson. Típico de nossa cultura: a esperança está nos homens, nas armas, na violência.

O filme apela à violência como resposta ao anseio de vingança. Tratar o mal com o mal. A violência é a manifestação mais forte do pecado. Após a Queda, há o assassinato de Abel por Caim. Depois, Lameque compôs uma canção de ódio (Gn 4.23-24). A violência já era motivo de orgulho. Por fim, o desgosto de Deus: “a terra está cheia da violência dos homens” (Gn 6.13).

Há quem crê na bondade do homem. É a sociedade que o corrompe. É ilógico crer nisto. A sociedade é composta de gente. Se gente corrompe gente, então gente é má. A maldade humana é a única doutrina cristã que pode ser comprovada empiricamente. Está diante dos olhos! Televisão, rádio e jornais provam-na.

Mas a propaganda expressa uma verdade. Enraizada no inconsciente coletivo da humanidade está a idéia de que um homem consertará as coisas que outro homem estragou.  Este anseio por um consertador vem do Éden, no anúncio feito por Deus a Eva (Gn 3.15). Ela até pensou que fosse Caim. Pôs-lhe um nome que traz a idéia de “Alcancei! Chegou aquele de quem Deus falou”. Não sabia ela que passariam milhares de anos até que seu descendente, Jesus, chegasse.

A humanidade espera um Redentor desde o Éden. Sabemos que há alguma coisa errada conosco. Sabemos que precisamos de alguém que ponha as coisas em ordem. A Bíblia diz que este alguém é Jesus: “Se alguém está em Cristo é nova criação” (2Co 5.17). A primeira criação, esta em que vivemos, caiu com o pecado de nossos ancestrais. Todos nascemos fora do Éden. A obra de Cristo é de restauração. Ele é o segundo Adão: “Portanto, assim como um só pecado condenou todos os seres humanos, assim também um só ato de salvação liberta todos e lhes dá vida. E assim como muitos seres humanos se tornaram pecadores por causa da desobediência de um só homem, assim também muitos serão aceitos por Deus por causa da obediência de um só homem” (Rm 5.18-19).

Por isso que, no fim da história, se cumprirá a palavra de João: “Aquele que estava sentado no trono disse: – Agora faço novas todas as coisas! E também me disse: -Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e merecem confiança” (Ap 21.5).  Então isto se cumprirá: “Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram” (Ap 21.4).

Ainda resta uma esperança. Não num homem violento, e sim num que disse que era manso e que foi vítima de violência, Jesus Cristo. A esperança não está num revólver. Está na cruz de Jesus.

 

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