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O VALE DO JARI E MACAPÁ

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O VALE DO JARI E MACAPÁ

 

Voltei ao Vale do Jari, para o encontro mensal com um grupo de líderes. É época de chuvas e se fosse de ônibus, poderia não chegar a tempo. Fui de avião, de uma hélice. Nove passageiros. Com 1,70m e 70 quilos, tive que me abaixar e me espremer para me caber nele. Mas foi melhor!  Foram só 40 minutos no ar ao invés de seis horas na lama.

Preparei uma apostila de 47 páginas para estudarmos o cânon do Novo Testamento e os quatro evangelhos. Tivemos aulas na quinta, sexta e sábado, e não chegamos à metade. Muitas perguntas. Entregaram os trabalhos do encontro anterior, compraram os livros que levei, deram-me muito café e, ó bênção, peixe! São trinta alunos, líderes e futuros pastores. Eles vêm de Laranjal do Jari e Vitória do Jari (AP) e Monte Dourado, Munguba e Almeirim (PA).

 

Repetiram-me a pergunta: “Onde estão os obreiros que se formam todo ano nos seminários?”. Repeti-lhes: “Nas grandes cidades, esperando um pastorado de uma igreja urbana vagar. Ou um convite para serem ministros de alguma coisa numa igreja grande”. Uma irmã disse: “O Norte é discriminado. Ninguém quer vir para cá!”.

 

Fui batizado por um pastor de visão missionária, o Pr. Falcão. Criei-me numa igreja que foi missionária, Acari, no Rio. Por isso, choca-me a falta de visão missionária. Sirvo no Amapá, um campo carente: 26 igrejas e menos de 3.000 batistas. O estado é pobre, de locomoção difícil e população escassa. Mas não me é um fardo. É prazer. Não sou um herói por estar aqui. Sou um privilegiado. Sirvo a uma boa igreja, que me “repatriou” para a Amazônia. É muito bom ser seu pastor. Muitos de seus membros têm visão missionária. Mas falta a outros esta compreensão.

 

Minhas ovelhas são ocupadas. São servidores públicos em cargos de confiança e profissionais em áreas estratégicas. São bons no que fazem. Isto os ocupa muito. Mas digo-lhes com amor: Deus não os trouxe para cá à toa. Foi para vocês serem a presença de Jesus nesta região! Vocês são o corpo de Cristo em Macapá.  São necessários ao reino de Deus. Envolvam-se mais com a igreja. Eu vivo para isso.  É minha atividade profissional (no bom sentido do termo). Vocês têm ocupações seculares. Mas a obra não é minha. Deus deu a missão à igreja e não aos pastores. Não são vocês que apóiam meu ministério. Sou eu que apoio o ministério de vocês. Vocês não me auxiliam. É o pastor quem os ajuda a cumprirem sua missão.

 

Não precisam ir ao Jari. Mas engajem-se em sua igreja! Vivam-na com entusiasmo! A Central tem alguns membros flutuantes, o que prejudica sua missão. Ela precisa dos seus membros! Que desafio e que oportunidade ser membro da Igreja Batista Central de Macapá. Isto é com você, ovelha querida!

No 41º. aniversário de sua igreja, comprometa-se com ela e com sua missão.

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

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