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UM JOVEM SENSATO QUE CORRIGIU OS ERROS DE UM IDOSO INSENSATO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 8 de abril de 2012

              Sou idoso. Mas reconheço que ter idade não traz razão ou bom senso. E que ser jovem não é ser tonto. Salomão e Josias provam isso.

Josias se converteu aos 16 anos. Aos 20 iniciou um avivamento: “No oitavo ano do seu reinado, quando era ainda bem moço, Josias começou a adorar o Deus do seu antepassado Davi. E quatro anos mais tarde começou a purificar a terra de Judá e a cidade de Jerusalém, destruindo os lugares pagãos de adoração, os postes-ídolos e as outras imagens de pedra e de metal” (2 Cr 34.3). Aos  26, mandou reconstruir o templo e destruir os altares idólatras de Salomão: “Josias profanou também os altares que o rei Salomão havia construído a leste de Jerusalém, ao sul do monte das Oliveiras, para a adoração de Astarote, a nojenta deusa dos sidônios, para a adoração de Quemos, o nojento deus dos moabitas, e para a adoração de Moloque, o nojento deus dos amonitas” (2Rs 22.13).

Salomão foi um desastre.  Pôs a idolatria em Israel. De muito sábio (1Rs 4.30) se tornou muito tolo, na velhice. Seus atos finais foram calamitosos (1Rs 11.1-13). Israel só não foi dividido em seu tempo por causa de Davi (1Rs 11.12-13), que foi o maior vulto do seu reinado. A aliança de Yahweh com Davi o livrou de um juízo em seus dias. O sábio colocou Moloque, a quem se queimavam bebês como culto, em Jerusalém. Pregadores gostam de bater em Davi (Freud, que explica tudo, deve explicar isso), mas Deus o chamou de “o homem segundo o meu coração” (At 13.22). A maçonaria incensa Salomão e o Venerável se senta “no trono de Salomão”. Mas ele foi tolo! Um fracasso espiritual! Não é modelo!

O jovem Josias corrigiu seus erros, no aspecto físico. Porque a raiz espiritual da idolatria ficou. Convertido aos 16 anos, avivalista aos 20 e reformador aos 26, Josias (não Salomão) recebeu este elogio: “Não houve antes nenhum rei como ele, que servisse ao Deus Eterno com todo o seu coração, mente e força, obedecendo a toda a Lei de Moisés; e depois nunca houve outro rei igual a ele” (2Rs 23.25).

Disto concluo que:

(1) Idade nem sempre traz juízo. Idosos:  não nos julguemos sábios por sermos idosos.

(2) Juventude não significa falta de juízo. Não desprezemos os jovens  por serem jovens.

(3) Sabedoria apartada de Deus é danosa! Penso num tipo de erudição teológica que traz uma empáfia que afasta a piedade. Não se ache isto entre nós.

(4) A grandeza material de Salomão e a construção do templo nos impressionam. Mas omitimos sua apostasia. Ele foi um desconstrutor espiritual.

(5) Davi adulterou e bolou um assassinato. Salomão foi intelectual. Josias foi persistente. Davi viveu na graça (“A tua graça é melhor que a vida” – Sl 63.3). Josias perseverou na graça. Salomão apoiou a idolatria, que é sem graça, antigraça e desgraça.

Que o jovem, não o ancião, seja nosso exemplo.

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