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A TRÍPLICE CONVERSÃO DO CRISTÃO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 6.1.13

Oscar Cullmann disse que os cristãos necessitam de três conversões. A primeira é do mundo para Cristo, o arrependimento. A segunda, para a igreja, o compromisso. A terceira, para o mundo, o testemunho. O termo “conversão” é usado no sentido de mudança radical na vida.

Um cristão é um convertido a Cristo. Não se nasce cristão. Deus tem filhos, mas não netos. Não se é cristão por geografia ou por nascer em lar cristão. Cristão é quem crê em Jesus e o segue: “As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão” (Jo 10.27-28). O cristão ouve a Jesus, é conhecido por ele, segue-o e tem a vida eterna.

 

A segunda conversão é à igreja. Ela é obra do sangue de Jesus: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9-10). Quem rejeita a igreja alegando seus defeitos é arrogante e não entendeu o evangelho. Presume-se perfeito. Faz-se juiz da igreja. É ruim de convivência e culpa os outros. Está em pecado. Mas é tão orgulhoso que nem nota isso. A igreja é imperfeita, mas um dia será perfeita: “Quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele” (1Jo 3.2).

A igreja local não é uma faceta do corpo de Cristo. Ela é o corpo de Cristo: “Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada um é uma parte desse corpo” (1Co 12.27). Não se pode seguir a Jesus sem ser igreja. Quem o segue já é igreja e deve amá-la: “Porque ninguém odeia o seu próprio corpo. Pelo contrário, cada um alimenta e cuida do seu corpo…” (Ef 5.29). Ame a igreja, corpo de Cristo, do qual você faz parte. Isto é compromisso. O convertido a Cristo é convertido à igreja.

A terceira conversão é para o mundo. É o testemunho. O monasticismo surgiu na Igreja Católica no século IV, como busca de santidade fora da sociedade. O protestantismo recusou esta visão alienada e insistiu na vida social. Como Jesus, a igreja não é do mundo: “Assim como eu não sou do mundo, eles também não são” (Jo 17.16). Mas é enviada ao mundo, como Jesus: “Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei” (Jo 17.18).

Ela deve ser diferente do mundo. Mas não pode se alienar. Deve mostrar Jesus ao mundo. O valor do sal não é no saleiro, mas na comida. Sal guardado não salga. O cristão deve ser apaixonado pela vida. Deve viver os valores de Jesus onde está. Há pastores apaixonados por conventos, mas ele não é nosso campo de ação. É o mundo.

Você se converteu do mundo para Cristo. Converta-se à igreja. Converta-se ao mundo. Foi salvo? Engaje-se na igreja, e testemunhe ao mundo. Não use apenas palavras. Use o caráter.

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