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setembro 2008

E-MAIL PARA O APÓSTOLO PAULO

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E-MAIL PARA O APÓSTOLO PAULO

 

 

 

   Amado apóstolo:

Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida. As coisas estão muito difíceis por aqui. Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

 

Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.

 

Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a “raiz de todos os males”[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a “solução” de todos os males.

 

Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo. Sei que em seu tempo, os apóstolos eram “fracos… desprezíveis… espetáculo para os homens… loucos… sem morada certa… injuriados… lixo e escória” [3]. Agora é bem diferente. Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios pelos governantes.

 

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Uma foto que me angustiou

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Uma foto que me angustiou

 

            Há duas lojas de livros usados que Meacir e eu visitamos aos sábados de manhã, em Campinas. Cada um adquire um livro que lerá na semana. Ela comprou “O proprietário”, de Galsworthy, para ler numa de nossas viagens. Dentro veio uma foto, que me impactou muito. Alguém a esqueceu. A foto é antiga, preto e branco, e tem manchas. Um casal, na casa dos 80 anos, segura um bebê, que deve ser seu bisneto. Os semblantes são europeus. O bebê, menino, deve estar hoje com mais de 40 anos, pelo estado da foto. O casal deve ter morrido.

            Quem são? Não sei. Não há nome nela nem no livro. Pensei em jogar a foto fora, mas seria um assassinato emocional. Seria como se liquidasse as vidas dos anciãos. O bebê pode estar vivo, hoje adulto. Mas eles já se foram. Só existem na foto. Talvez o último vestígio deles na terra estivesse em minhas mãos. Que faço com a foto? Não sei a quem devolver! Guardá-la? Daqui a 30 anos alguém a encontrará entre meus guardados e perguntará: “Quem são?”. Descartá-la? Liquidaria o relacionamento deles com o bebê. A foto é do tempo em que fotografia era raridade.

            Aquelas pessoas amaram, riram, choraram. Foram importantes para alguém. Existem num papel na mão de um desconhecido. Por trás da foto, sonhos, amores, projetos. Eles olham para o bebê com amor. Nada mais existe. Fiquei deprimido. Como é a vida! Julgamo-nos tão importantes! Falamos sobre tantas coisas e tanta gente, temos a vida de outros em nossas mãos. Mas seremos apenas uma foto amarelada, lembrada por parentes. Outros não serão nada. Hoje, ilustres desconhecidos. Amanhã, desconhecidos.

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Jejum De Televisao

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Jejum De Televisao

 

            Estive em Vitória, ES. Falei à Faculdade Teológica Unida, e preguei na Igreja Presbiteriana de Itaparica, do amigo Rev. Glalter. No sábado, falei aos professores da EBD da igreja, na casa de um irmão, palavra que terminou com um churrasco. Foi bom, embora eu prefira massa. Mas deixemos de “neomênias”.

            Glalter me falou de uma experiência curiosa que sua família vivia naqueles dias. Ele desafiara a si, a esposa, e principalmente as filhas, a um jejum de televisão, por uma semana. Uma semana sem o que Stanislaw Ponte Preta chamava de “máquina de fazer doido”, e o Dr. Dewey Mulholland, com quem trabalhei em Brasília, de “ídolo do lar”.

            Durante o período, ele leu histórias para as meninas e a família conversou mais entre si, cultivando a comunhão doméstica. Ele notou que as filhas voltaram a desenvolver a criatividade, com as brincadeiras e atividades desempenhadas. Com a televisão estavam passivas, vendo as imagens dos desenhos e dos programas. Segundo ele, houve um crescimento para todos da casa.

            Vez por outra alguém me pergunta como consigo manter as atividades na igreja, viajar, escrever e, principalmente, ler. Pergunto se já notaram quanto tempo perdem com televisão. É altamente tomadora de tempo e pouco recompensadora. Ler um livro e curtir a família são melhor uso do nosso tempo.          

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