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maio 2009

Uma Incursão Indevida

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

Leio livros simultaneamente. Por vezes, detenho-me mais em um que em outro. Assim lia “A maldição do Cristo genérico”, de Peterson, “As novas passagens masculinas”, de Sheey, e “Paris no século XX”, de Júlio Verne. Este é um romance de Verne, escrito no século XIX, recusado por seu editor. Meacir e eu lêramos uma ficção sobre Santos Dumont, em que uma possível amizade entre ele e Júlio Verne é relatada, e cita-se esta obra rejeitada. Por isto ela comprou o livro, leu-o, e eu, na sua esteira, também o li.

O editor de Verne considerou a obra fraca, e suas cartas dizendo isto ao escritor são transcritas no livro. Não sou um literato, mas creio que fugiu um detalhe ao editor: a visão futurâmica e as descrições de máquinas que seriam inventadas, comuns em Verne, não são o forte na obra, mas sim sua análise dos personagens. Sempre genial, o francês antecipou seu tempo. Fez uma análise psicológica de pessoas numa sociedade tecnológica, mostrando principalmente a situação do adolescente Michel, um intelectual, que gosta de literatura e poesia, numa sociedade em que estas foram banidas e se privilegiava a técnica e a mecânica.

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Crises na vida do pastor e reflexos na família

  • por

Preparado e apresentado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, em alguns encontros de Ordens de Pastores Batistas

INTRODUÇÃO

Para iniciar esta minha palavra, apresento minhas credenciais. Tenho dois filhos, um casal. Ele é diácono e ela é crente atuante, de testemunho evangelístico. Ambos têm cursos seculares, mas fizeram disciplinas avulsas na Faculdade Teológica Batista de Campinas. Ele ainda fez uma, na Faculdade Batista de Teologia do Amazonas. Minha esposa, após 37 anos de casados, ainda anota meus sermões. Registra todos os esboços em sua Bíblia. Costumo dizer que sua Bíblia tem mais palavras de Isaltino que palavra de Deus. Ela me leva a sério.

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A saúde doutrinária e espiritual da igreja

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho e apresentado no Congresso da Ordem dos Pastores Batistas Fluminenses, 7 de maio/2009

INTRODUÇÃO

Não me deterei em doutrinas específicas, nesta palestra. Falarei da saúde doutrinária e espiritual da igreja, sem entrar em questões particulares. Minha linha é esta: como ter uma igreja saudável, tanto doutrinária como espiritualmente, de modo que ela esteja razoavelmente imune a problemas de ordem doutrinária? Como dar estabilidade doutrinária à igreja, sem ser maçante? Como desempenhar o ministério de maneira que a igreja atravesse incólume o mar das novidades doutrinárias? Sempre procurei pastorear o rebanho com um projeto de trabalho que lhe desse saúde doutrinária, de modo a não sofrer com heresias. E com um projeto de trabalho que lhe desse saúde espiritual, de modo a crescer. Pastoreei igrejas que cresceram e que viveram sem traumas doutrinários. Quero falar um pouco disto.

Fui preletor em um congresso de jovens, falando sobre o assunto que me pediram. Encerrada a palestra, secundou-me o “dirigente de louvor” (?), que de chofre declarou: “Não me interesso por doutrina, só por Jesus!”. Pedi o microfone de volta, e com respeito e calma, perguntei: “Sem doutrina, que Jesus você tem?”.Continue a ler »A saúde doutrinária e espiritual da igreja

Tem Cuidado Da Doutrina

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho e apresentado no Congresso da Ordem dos Pastores Batistas Fluminenses, 6 de maio/2009

“Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino…” – 1Timóteo 4.16

INTRODUÇÃO

O Dr. Olavo Feijó tratou da primeira parte deste versículo, ao falar da saúde pastoral. Cabe-me falar da segunda parte, que é o pastor cuidar do ensino. O título de minha palestra é “Tem cuidado da doutrina” e a aparente discrepância entre texto bíblico e título da palestra será esclarecida daqui a pouco.

O conceito hebraico que corresponde ao nosso conceito de “doutrina” é leqâh, que traz a idéia de “o que se recebeu”. Pode ser uma herança ou um ensino, ou, ainda, uma tradição. Este termo se ajunta ao hebraico torah, que, desvestido do caráter sagrado que tem no judaísmo, tem a idéia de “um corpo de ensino revelado”. O primeiro termo parece ter um significado mais afável. O segundo parece ter um significado mais sagrado, mais canônico.

No Novo Testamento, a palavra é didaskalia, que no texto de nosso encontro, em 1Timóteo 4.16, foi traduzido pela Versão Revisada e pela Século 21 como “ensino” e pela Revista e Atualizada como “doutrina”.Continue a ler »Tem Cuidado Da Doutrina

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