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junho 2010

QUANDO A IGREJA É AFETADA PELO QUE HÁ DE PIOR NA CULTURA DO MUNDO

Isaltino Gomes Coelho Filho

Fui com a esposa à costureira, num ateliê ladeado por duas igrejas evangélicas, e outra em frente.  Da BR 040 até a quadra onde resido, a distância é de 2,3 km. Há treze igrejas evangélicas. Porque uma fechou. Após minha quadra há uma área de preservação ambiental. Na quadra seguinte, mais seis igrejas. Sem retórica: há mais igrejas que bares.

A proliferação de igrejas deveria ser saudável. Mas preocupa, pois boa parte delas não tem conteúdo. A placa “igreja” pode abrigar um grupo longe do conceito bíblico de igreja. Pode ser apenas um lugar onde pessoas se reúnem e cantam cânticos de auto-ajuda, fazem catarse, ouvem um discurso estimulante, mas sem alusão ao conteúdo do Novo Testamento, sem menção a Jesus. Às vezes paro na porta e observo o que se canta, prega e faz. Faixas de propaganda (a competição é feroz!) anunciam semana de posse, recuperação de bens, vitória sobre o Devorador, felicidade, prosperidade, cura, saúde, etc. Uma anunciava a semana para recuperar um amor perdido. É a teologia da dor de cotovelo. Outra dizia para levar peças de roupas, que seriam ungidas. Neste frenesi, uma anunciava “óleo ungido”. Como se unge óleo?

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QUANDO JESUS SE ATRASA´¦

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Isaltino Gomes Coelho Filho

“Quando, pois, ouviu que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde se achava” (João 11.6).

Fugindo dos que queriam prendê-lo, Jesus “retirou-se de novo para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no princípio; e ali ficou” (Jo 10.40). Este lugar era Betânia (“Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando” – Jo 1.28). Estamos agora no ciclo de atividades de Jesus em Betânia. Talvez estivesse um pouco distante da cidade ao ser informado que Lázaro, que morava em Betânia (11.1), estava doente. Ele se demorou mais dois dias para visitá-lo (11.6). Quando chegou ele havia sido sepultado há quatro dias (11.17). Sua caminhada demorou dois dias.

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A VIDA DE QUEM AMA MISSÕES

Isaltino Gomes Coelho Filho

Eu era professor na Faculdade Teológica Batista de S. Paulo, fim da década de setenta, prestes a entrar nos meus trinta anos. Na capela da Faculdade falou-nos Helena Bagby Harrison, filha do casal Bagby, iniciador do trabalho batista entre brasileiros. Bem idosa mesmo. Desde sua figura física até o fim de sua palavra fiquei totalmente desnorteado. Ela contou a história de seus pais, como sua mãe morrera, em um vôo, e o piloto, que fora seu aluno, retornou com o avião, dizendo que morrera uma princesa a bordo, “a Princesa dos Batistas Brasileiros”.

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ESTUDO BÍBLICO EM HEBREUS – PARTE 1

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

Hebreus é o único livro do Novo Testamento de autoria desconhecida. E é um livro de conteúdo também desconhecido, na maior parte de nossas igrejas. Raramente se prega nele ou se estuda seu conteúdo. Geralmente se usa o texto de 13.8, para justificar dons miraculosos, mas se ignora o resto do livro. E assim mesmo, o uso deste versículo, quando assim feito, é fora do contexto.  Mas, infelizmente, ignora-se principalmente o significado global do seu tema. No entanto, ele é possuidor de mais rica teologia. Um cristão não pode ignorar seu conteúdo. Ele traz a essência da fé cristã. É o livro do Novo Testamento que mais claramente enfatiza as distinções que há entre o judaísmo e o cristianismo, e mostra, de maneira bem clara, o que é ser um cristão. Estudar Hebreus é conhecer as implicações da obra redentora de Jesus.  Temos um cristianismo que não ensina a totalidade da obra de Jesus. Para muitos segmentos, ele é apenas um pretexto para se usar seu nome como se fosse uma senha para se acessar o site das bênçãos de Deus.

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O LIVRO DE JÓ

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Alguém denominou o livro de Jó de “a noite tenebrosa da alma”. O reformador Lutero o considerava como “o maior livro da Bíblia”. Para Carlyle, é “o maior livro já escrito”. Isto mostra que é mesmo um escrito fascinante. Eis o seu enredo, em linhas gerais: o personagem central, descrito como um homem íntegro, é degradado, ao extremo, em quatro níveis. Materialmente, passa da riqueza à pobreza; do bem estar à calamidade.   Socialmente, passa da honra ao desprezo. Fisicamente, da saúde à doença. Emocionalmente, da alegria ao desespero. Seus sofrimentos seguem num crescendo. Atônito, ele se recolhe para pensar, e após uma longa reflexão sobre o que lhe acontecera, explode em três porquês: (1) Por que nasci? (3.11), (2) Por que não morri ao nascer? (3.12), (3) Por que não morro agora? (3.20-22). Ele deseja a morte e amaldiçoa o dia em que nasceu (3.1-4). Sai situação era calamitosa. Primeiro, ele perdeu os bens (1.13-22). Depois, perdeu a saúde (2.7-8). A mulher, que deveria apoiá-lo, o aconselhou a se matar (2.9).Continue a ler »O LIVRO DE JÓ

AS OVELHAS DE JESUS

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“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem;

eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão”- João 10.27-28.

Após dizer que os judeus não eram suas ovelhas, Jesus caracteriza quem são elas. “As minhas ovelhas”, ele começa a dizer, e faz uma das mais lindas declarações de toda a Bíblia. Não pertencem a uma denominação nem se caracterizam por uma determinada liturgia. São conhecidas por seis marcas, todas de relacionamento com ele.

A primeira: “ouvem a minha voz”. Elas ouvem a Jesus, não a estranhos. A Jesus, não a Moisés ou a Elias (Mt 17.5), símbolos do Antigo Testamento. Ouvir Moisés e Elias produz situações tristes, como a noticiada pela Internet de sete igrejas evangélicas colombianas que se tornaram sinagogas. Há muita igreja “sinagogada” por aí. Não se compõem de ovelhas de Jesus. Não o ouvem direito.

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A CARTA AOS GÁLATAS

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

A data da fundação da igreja na Galácia é estimada entre os anos 46 e 47, quando da primeira viagem missionária de Paulo, que é narrada em Atos 13 e 14. O apóstolo adoeceu e teve que se tratar naquela região e aproveitou para evangelizar: “e vós sabeis que por causa de uma enfermidade da carne vos anunciei o evangelho a primeira vez, e aquilo que na minha carne era para vós uma tentação, não o desprezastes nem o repelistes, antes me recebestes como a um anjo de Deus, mesmo como a Cristo Jesus” (Gl 4.13-15). À luz do versículo 15 alguns consideram que foi uma enfermidade nos olhos.  Isto seria confirmado pelo texto de 6.11 que parece indicar que Paulo tinha algum problema de visão (“Vede com que grandes letras vos escrevo com minha própria mão”). Segundo alguns comentaristas, tal problema o acompanhou por toda a vida adulta. Teria sido uma febre ocular contraída nas praias da Panfília, região de malária.

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