Pregação bíblica: como manter a relevância e a sensibilidade
Pregação bíblica: como manter a relevância e a sensibilidade
Preparada e apresentada pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho ao Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, 31.10.8
INTRODUÇÃO
Começo pela leitura da Bíblia, não por costume, mas por ser absolutamente indispensável. Leio Neemias 8.8-9: “Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura. E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei”.
Este texto traz a melhor definição de pregação bíblica que conheço. Há quatro aspectos que são admiráveis e que devem nortear nossa pregação:
1) Leram no livro, na lei de Deus
2) Deram o sentido
3) De modo que se entendesse a leitura
4) Todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Pregar é ler a Bíblia, a Palavra de Deus, dar o seu sentido de modo que o auditório entenda o que foi lido e seja impactado pelo que foi dito, porque entendeu a Palavra. Só há pregação quando há ensino da Bíblia. Se a Bíblia não foi lida nem pregada houve um discurso religioso, mas não pregação. E a pregação deve comover as pessoas, deve mexer com seu íntimo. Não é cabível que pessoas sejam postas diante de uma exposição da Palavra de Deus por um homem de Deus e não sintam nada em sua vida. Mesmo que seja uma reação negativa, como a do rei Jeoiaquim, que queimou a mensagem de Jeremias que Baruque lhe leu (Jr 36.23). A exposição da Palavra de Deus deve produzir impacto na vida das pessoas.
Pregar não é dar informações religiosas. É falar das realidades de Deus, e falar com paixão. Porque só pode falar das realidades de Deus quem as vivencia, como era o caso de Esdras, no texto de Neemias. Esdras não era um tagarela de assuntos espirituais. Era um homem de Deus. Dele se diz: “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças” (Ed 7.10). Dizem que há uma crise de pregação em nosso tempo. Creio que a crise seja de homens comprometidos com a Bíblia. É crise por escassez de homens que “tenham preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar os seus estatutos e as suas ordenanças”, parafraseando Esdras. A pregação apaixonada de um homem apaixonado pela Bíblia ainda atrai as pessoas. Pode ser desinteressante para um tipo de cristianismo festivo, oba-oba, com a consistência de goma de mascar. Mas cristãos sérios ainda quedam admirados diante da exposição da Palavra de Deus. Por isso, se há crise, não é de pregação, mas de pregadores. Assim temos este assunto: “Como manter a relevância e a sensibilidade na pregação?”. Atrevo-me a alinhavar algumas sugestões nesta palestra.
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