Que Mundo!
Que Mundo!
Não recordo o livro e o autor, só o término. Após analisar as possibilidades que a tecnologia oferece, o autor concluiu: “Que época fascinante para viver!”. Vou parodiá-lo: “Que época miserável para viver!”. E justifico. Não é o desejo de ser diferente. É real.
Veio no Correio Popular, de Campinas: uma mãe de 25 anos de idade deixou o filho de um ano num carro fechado e foi dançar pagode. Quando o policial a interpelou, depois de alertado por alguém, ela perguntou: “E daí? Que é que tem?”. No mesmo dia, uma criança de dois anos foi abandonada na fria noite paulistana, nua da cintura para baixo, com uma chupeta na boca. No dia anterior, uma mãe de 16 anos esganou o filho de um ano, que chorava, e foi dormir. Um pai esqueceu o filho de um ano e três meses num carro fechado. Multiplicam-se os casos de crianças abandonadas, mortas pelos pais, esquecidas enquanto pais dançam ou bebem.