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julho 2009

Mansidão: produto da confiança em Deus

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Mateus 5.5

Eis uma bem-aventurança que nem todos desejamos que se cumpra em nossa vida.  Afinal, ser chamado de manso não é bem um elogio. Entre os muitos sentidos que as pessoas dão a essa palavra, estão os de tolo, pateta, um maria-vai-com-as-outras. Traz também a idéia de uma pessoa covarde. E a história nos ensina que o mundo é dos fortes, e não dos fracotes. Um sociólogo disse que “todas as nações são produto de sangue, pólvora e violência”. Então, se mansidão não dá resultados, mas sim a brutalidade, a decisão enérgica, a violência, por que ser manso? No mundo, mansidão implica fraqueza, e os fracos sempre perdem. Ser manso?
Essa não

O significado da palavra

Mateus escreveu em grego, e usou para manso o termo poneiroi, que era empregado na literatura comum para designar uma brisa suave ou um cavalo domesticado. Tinha dois sentidos: algo que é natural (uma brisa refrescante) e algo que foi pacificado (um animal que fora selvagem).  Não se trata do pateta ou do tolo. Trata-se do que refresca, faz bem, e do que aprendeu a disciplina.

A Bíblia diz que ser domesticado é melhor que ser violento: “Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras” (Pv 16.32, NTLH). A Bíblia valoriza e recomenda o autodomínio, produto da mansidão. Aponta como uma virtude saber ser manso.Continue a ler »Mansidão: produto da confiança em Deus

A ética manifestada pelo choro

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“Bem-aventurados os que choram porque eles serão consolados.”

Mateus 5.4

O que tem ética a ver com choro?  A Ética trata da conduta ideal da pessoa. No estudo passado, dissemos que falaríamos da ética cristã pelo estudo do sermão do monte. Sobre ele, dissemos o seguinte: “Se todas as pessoas, inclusive nós, cristãos, o praticassem, o mundo seria um paraíso. Ele é considerado ´˜a constituição do reino de Deus´. Logo após a tentação no deserto (Mateus 4.1-10), Jesus veio pregando o reino de Deus. Ele começou a pregar, e a pregar o reino de Deus. O sermão do monte estabelece as regras de conduta do cidadão do reino.” Mas o que o choro tem a ver com a conduta ideal da pessoa?

Neste estudo, veremos a palavra de Jesus contida na segunda bem-aventurança:

“Bem-aventurados os que choram porque eles serão consolados.”

Mateus 5.4

Será que Jesus se expressou direito?

“Bem-aventurados os que choram” não faz sentido. Nosso estilo de vida é orientado para a felicidade. Nós a queremos, e muitas pessoas chegam a pisar nos outros para buscá-la. Se Jesus dissesse “bem-aventurados os que riem”, vá lá, mas quem chora? Choro lembra sofrimento, e sofrer é ruim. Quem gosta de sofrer é ruim da cabeça.Continue a ler »A ética manifestada pelo choro

A igreja e suas “Práticas Comerciais”

Jonatas de Souza Nascimento*

Muito comum hoje em dia as igrejas manterem em suas dependências cantina, stands para venda de produtos com temas religiosos, tais como livros, revistas, camisetas, bonés, viseiras, pulseiras, discos, CDs etc.

Daí iniciarmos este artigo perguntando: Pode ou não pode? Tal prática é legal? Estaria a igreja cometendo o “pecado” do desvio de finalidade?

Bom, como é sabido, as organizações religiosas são por natureza jurídica, imunes a tributos – uma garantia prevista no art. 150 da Constituição Federal de 1988. Portanto, não se fala em tributação sobre dízimos e ofertas alçadas por elas recebidos de seus fiéis. Diz a lei que tais recursos devem ser aplicados integralmente na consecução de seus fins que, nesse sentido, a principal é a propagação do Evangelho. Caso determinada igreja passe a praticar atos de comércio, ela fatalmente perderá a sua condição de imune, eis que previsto no Regulamento do Imposto de Renda e também no Código Tributário Nacional.

Todavia, e agora respondendo às perguntas acima, eu diria: DEPENDE. Continue a ler »A igreja e suas “Práticas Comerciais”

Zelador ou faxineiro?

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Jonatas de Souza Nascimento*

Embora presente em inúmeras obras, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) descreve as atribuições de cada trabalhador regido pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, recorro à magnífica obra intitulada Manual do Terceiro Setor e Instituições Religiosas, publicada pela Atlas, de autoria de Aristeu de Oliveira e Valdo Romão, autoridades incontestes nas áreas trabalhista, previdenciária, fiscal, contábil, eclesiástica, jurídica e outras mais, para esclarecer a diferença entre as funções de zelador e de faxineiro. Afinal, não são poucas as igrejas que, necessitando de serviços de faxineiro, na hora de efetuar o seu registro acabam apontando em Carteira Profissional a função de zelador, o que é um equívoco.

Vejamos a diferença, da forma didática apresentada na mencionada obra:

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Um pai que passa valores aos filhos

Isaltino Gomes Coelho Filho

Estamos às voltas com mais um dia dos pais. Mesmo comemorada e estimulada pelo comércio, a data não tem o brilho do dia das mães. Em parte porque a figura da mãe é ímpar, quase mística, em nossa cultura. É mais terna, muito romântica.

O pai leva algumas desvantagens na cultura ocidental. Nossa estrutura o apenou (não penalizou, porque “penalizar” é ter pena). Em muitos lares é ele quem fica com a disciplina dos filhos. Chega em casa, à noite, cansado do trabalho, e lhe diz a esposa: “Você precisa dar um jeito nesse menino!”. Isto quando não diz: “Dá um jeito no seu filho!”. E o garoto logo pensa: “Pronto, meu pai chegou em casa, chegou a hora da bronca”.

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Sal sem sal?

Um estudo preparado originalmente para a revista “Você”, da UFMBB

“Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).

Quando era criança, este autor foi vítima de uma brincadeira de 1º de abril, feita por sua irmã, também criança. Ela lhe fez um cafezinho, o primeiro cafezinho que fez na vida. E deu para o irmão, que todo prosa o bebeu. Puxa, era o primeiro café feito pela irmã, e ela fez para ele! Mas ela o havia temperado com sal. Bebi e cuspi, imediatamente, ao primeiro gole. Que coisa horrível! Café com sal! O café, depois que ela adoçou outra xícara com açúcar, estava bom. Mas o sal estragou a primeira xícara.

Neste texto Jesus não quer dizer que devemos estragar o mundo. Ele não falou de colocar sal no café dos outros. Mas o episódio do autor ajuda a entender o que Jesus disse. O sal é marcante. Não é neutro. Deixa seu sabor onde é colocado. O sal não fica com gosto do arroz, mas o arroz fica com sal. Jesus pediu e esperava que seus discípulos deixassem marcas no mundo ao invés de serem marcados por ele. Hoje, infelizmente, muitos seguidores de Jesus  trazem mais traços do mundo em sua vida que deixam seus traços cristãos na vida do mundo. Isto é muito triste. Não é o propósito do Senhor Jesus para os que são seus. Não deve ser assim conosco.

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Pacificadores, uma grande necessidade!

Um estudo preparado originalmente a  revista “Você”, da UFMBB

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9).

Em Campinas, interior de S. Paulo, fez-se uma grande manifestação pela paz, na Lagoa do Taquaral, aprazível parque da cidade. O propósito era pedir paz para a cidade. Alguns esotéricos pediram que as pessoas fossem de branco, para passar “energias positivas” para a cidade. Seria uma “virada” no momento que a cidade vivia (na realidade, ainda vive, pois a violência campeia livre na rica, culta, limpa e bonita cidade natal de Carlos Gomes). Pois bem, roubaram vários veículos durante a manifestação, alguns com arrombamento. Houve assaltos, também. A paz não veio com a manifestação.

Paz é uma grande necessidade, mas as pessoas querem promovê-la recitando palavras de ordem, fazendo passeatas e vestindo-se de branco. Isto não tem resolvido. Mas a Bíblia nos exorta a viver a paz e Deus deseja que todos tenhamos paz. Qual é o caminho prescrito pela Bíblia para termos paz? Temos refletido sobre as bem-aventuranças. A que estudamos agora fala dos pacificadores. Quem são eles? Como agem? Vejamos alguma coisa sobre esta afirmação bíblica.

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Ódio e amor

Um estudo em Mateus 5.38-48, preparado por Isaltino Gomes Coelho Filho

para a revista “Você”, da UFMBB

Continuando nosso estudo no sermão do monte, chegamos a este ensino de Jesus sobre ódio e amor. Nele encontramos as maiores dificuldades para praticarmos o sermão do monte. Qual de nós, realmente, recebendo um tapa no rosto permite ao agressor bater no outro lado? Qual o cristão que, sendo processado e correndo o risco de perder algo (a túnica), cede também algo mais valioso (a capa)? Não estão corretos os críticos que dizem que o sermão do monte é uma utopia, isto é, algo impossível de ser vivido?

E se fôssemos abrir mão de nossos direitos e se nunca nos defendêssemos, estaríamos sendo justos para conosco e para com o próprio sistema de relacionamentos no mundo? Como entender esta declaração de Jesus, num mundo mau como o nosso?Continue a ler »Ódio e amor

Como preparar um sermão

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Preparado para o curso de Conselheiros de Embaixadores do Rei, em 7.7.9, na Faculdade Teológica Batista de Brasília

1. DEFINIÇÃO GERAL – Um sermão não é um bicho de sete cabeças. Muita gente pensa que para pregar um sermão precisa de um curso de Teologia ou de uma linha direta com Deus. Por isso vamos definir: Um sermão é o ensino de verdades espirituais baseado na Bíblia. Não é um oráculo divino. Não é uma segunda Bíblia. É algo que as pessoas preparam. Quanto mais estudo e mais espiritualidade tiver a pessoa melhor será o sermão. Mas não é necessário ser um erudito para pregar. Lembre-se do Novo Testamento: você pode indicar alguns nomes de pessoas que não eram apóstolos e pregaram?

2. DEFINIÇÃO BÍBLICA – Vamos dar uma definição bíblica? Leiamos Neemias 8.8. Há quatro elementos básicos nesta definição bíblica:

(1) Ler no Livro

(2) Esclarecer o que liam

(3) Explicar o sentido

(4) O povo entender.

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