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Artigos

A VIDA TODA É DE DEUS

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? (…) Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mateus 6.26-27,34).

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UM NATAL DIFERENTE

Tarcísio Farias Guimarães,

Pastor da Primeira Igreja Batista em Divinópolis (MG)

O Evangelho de Mateus apresenta com vivacidade a disposição de uns magos do Oriente por encontrar o Cristo de Deus entre os judeus, há aproximadamente dois milênios. Eles perguntaram abertamente: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos a adorá-lo” (Mateus 2.2). Todavia, o cruel Herodes, temendo ser o cumprimento da profecia messiânica o encerramento da sua carreira política, planejou matar o menino procurado (Mateus 2.3, 16), tentando conquistar a simpatia dos magos e declarando falsamente que queria conhecer o menino para prestar-lhe adoração (Mateus 2.7, 8).

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JESUS AINDA É O CAMINHO?

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” – João 14.6

Um dos mais graves problemas para a igreja de Cristo é a perda da visão da exclusividade da salvação pela graça por meio da fé em Jesus. Teoricamente, cremos que só Jesus Cristo salva, mas na prática, essa declaração não permeia a vida de muitas igrejas. A crença na salvação exclusivamente por meio de Jesus deveria produzir uma ardorosa visão evangelística e missionária. Cristo seria o carro-chefe da igreja e a mensagem do Cristo crucificado, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, seria a tônica da pregação. Estranhamente, porém, boa parte das igrejas tem se escondido no Antigo Testamento, trazendo para o culto arca, shophar (esta é a nova grife!), quipá, estrela de Davi, etc. São igrejas evangélicas que baniram o evangelho e recuperaram o sistema veterotestamentário. Sua leitura da Transfiguração deve ser que o Pai retirou Jesus de cena, deixando Moisés e Elias, e declarou: “Estes são os meus Filhos amados em que me comprazo; a eles ouvi”.

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VENDER NÃO PODE, MAS COMPRAR PODE

Fui a Manaus, pregar no congresso de adolescentes da IB Cachoeirinha. Foi muito bom ver um grande número deles, sérios, comprometidos com Jesus e com a igreja. Dirigiram os cultos, cantaram, oraram e apresentaram peças teatrais. Vi peças teatrais em igrejas que foram barulhentas e pândegas.  Eles foram sóbrios e autênticos. Nada soou artificial.

De um hotel em Manaus vi pela tevê a invasão de um morro, no Rio, para expulsão de traficantes.  Vi também uma reportagem sobre como as drogas entram pelas imensas fronteiras do país. Interessante.

Por que isto não feito antes? Não foi tão sangrento assim. Mas eis o que realmente me incomoda: por que não se fala sobre o usuário, que faz o mercado de drogas funcionar? O morro é visto como esconderijo de criminosos. Mas o asfalto sobe o morro em busca da droga! O culpado não é morro. É o asfalto! Um produto só é vendido se alguém o comprar. Sataniza-se o traficante, e se condói do consumidor, dizendo-o doente. O vendedor não será um farmacêutico, vendendo remédio ao doente?

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O BOM CONSELHO DO GENERAL PEDRO D´ALMEIDA

Em 1755, Lisboa foi destruída por um terremoto. O rei Dom José perguntou ao general Pedro D´Almeida, marquês de Alorna, o que fazer. A resposta foi: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.  O conselho foi levado a sério, tanto que a reconstrução de Lisboa começou no dia seguinte. Com as riquezas da colônia brasileira, o que aumentou a idéia de separação do Brasil de Portugal.

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O PROFETA HABACUQUE

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para o campus avançado do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, em Cabo Frio, agosto de 2004

Fui a Cuba, algumas vezes, para pregar nas igrejas das duas convenções, a de Cuba Oriental e a de Cuba Ocidental, e para lecionar nos seminários batistas das duas convenções. Quando fui pela segunda vez, que foi a primeira no interior do país, entendi Habacuque melhor do que antes. Voltei em crise, profundamente chocado,  usando o seu  “até quando, Senhor?”. Voltei abalado na minha teologia que enfatiza muito a direção de Deus na história. Vi um povo sofrendo e um Deus apático, que não intervinha para libertar seu povo. Voltei bem melancólico, mas também um pouco mais humano, mais compreendedor de que a vida não é tão simples como muitas vezes formulamos em nossos esquemas. Senti-me, emocionalmente, como o profeta. Mas fui confortado, como o profeta, ao refletir sobre a história, em pensar sobre o passado. Cuba também está nas mãos de Deus e sua vontade sucederá lá, apesar do regime. Que um dia cairá. Ninguém barra Deus, ninguém frustra seu querer, ninguém o impede. Aprendi isto com este profeta.

Habacuque estabelece um novo tipo de profecia. A palavra do Senhor não veio a ele. Não encontramos a fórmula clássica, wayommer Iahweh, “e disse Deus”.  Foi ele a ir ter com o Senhor. Inclusive, sua profecia é chamada de hamassa, que  traduzimos por “oráculo”. Mas, literalmente, o sentido é “peso”. Sua mensagem era um peso sobre seus ombros. Ele  “viu”, diz nossa versão. O hebraico é  hazah, termo largamente empregado na literatura  apocalíptica, e não davar¸ “palavra”, como os profetas costumam empregar. Embora alguns comentaristas julguem ser a mesma coisa, é oportuno lembrar que Daniel e Ezequiel usam mais hazah e os demais profetas, davar. Habacuque já está na  fase de ser uma transição do profetismo para o apocalipticismo [1]. Este entendimento é necessário para se saber que o critério hermenêutico para entender seu livro pode ser diferente do empregado para um oráculo. A linguagem poética pode ser mais forte, aqui, e precisa se cuidar disto na interpretação.

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O PROFETA NAUM

  • por

Um estudo preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para o campus avançado do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, em Cabo Frio, agosto de 2004

Pode ser que nunca tenhamos ouvido uma mensagem pregada em Naum, mas ele é um profeta extraordinário. Num momento muito difícil de minha vida, um aluno meu, da Faculdade Teológica Batista de S. Paulo, deu-me um cartão com uma palavra pessoal e a passagem de Naum 1.7. Foi meu primeiro contato com o profeta em termos de ensino pessoal. Diz o texto: “O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia; e conhece os que nele confiam”. Tôv Iahweh, que mensagem! Há mensagens bonitas em Naum. Mas, mais que versículos bíblicos isolados, este profeta traz uma lição global que precisamos levar em conta nos dias atuais, em que a Igreja de Cristo sofre uma hostilidade velada do mundo e tem sua mensagem bem descaracterizada. O grande ensino de Naum é o senhorio divino sobre a História, e sua moralidade, que pune o mal. Vamos aprender dele.

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O PROFETA QUE A CLASSE DOMINANTE REJEITARIA

Conferência bíblica preparada pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a IB do Braga, em  Cabo Frio, julho/2002

Encontramos muitos membros de igreja chamados de Miquéias, o que prova que nosso profeta é bem conhecido dos membros de nossas igrejas. Mas não podemos dizer no a mesma coisa de sua mensagem. Normalmente nos referimos a ele como um profeta messiânico, principalmente pelo texto, bem conhecido, de 5.2. Mas ele é, pode-se dizer assim, um irmão gêmeo de Amós, em termos de conteúdo de pregação social. Os dois caminham lado a lado. Na realidade, Miquéias falou mais de problemas sociais que do Messias. Ele foi messiânico, mas pregou muito contra os desmandos sociais de uma classe política ambiciosa e ávida por riquezas, bem como pregou também contra a religião institucionalizada, dirigida por homens sem escrúpulos e sem temor de Deus. Homens que buscavam seu próprio bem estar, em vez de buscarem a vontade de Deus e o bem estar de seu povo. Creio que devemos atentar para isto: o perigo da institucionalização da religião, quando ela se torna mais um rito, um ofício, um emprego, que questão de vida. Isso torna Miquéias bem atual para nós.

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OS ERROS DO ESPÍRITO SANTO

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Pare evitar melindres, digo logo que o título é retórico, e não literal. Perco parte do impacto, mas evito logo os caçadores de heresia. Não tenho muita paciência com gente que procura chifre em cabeça de cavalo, e por isso esclareci logo.

Filipe estava pregando para uma multidão, e o Espírito o removeu para o deserto. Tirou-o do meio de um trabalho de massa e de grande impacto. É que lemos em Atos 8.12-13: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”. Filipe tivera discernimento e fora para a Samária: “E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (At 8.5-7). Lá surgiu um avivamento e muitas conversões aconteceram.

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E COMEÇA A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO

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Certo dia o Deus Eterno disse a Abrão: -Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei. Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma bênção para os outros” (Gênesis12. 1-2)

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Neste texto começa a história da salvação. Dois componentes muito fortes da teologia da salvação já surgem aqui, e muito bem delineados: Deus fala e o homem responde. Deus falando é a graça. O homem respondendo é a fé. A salvação tem a graça do Deus que fala. E tem a fé, que é a resposta do homem. Salvação é junção de graça e fé: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la” (Ef 2.8-9).

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UMA IGREJA PRA MIM

Isaltino Gomes Coelho Filho

Alguém me disse que encontrou em Macapá, uma pessoa que não via há tempos. Perguntou-lhe o que viera fazer na cidade, pois se mudara há tempos. A resposta foi: “Vim construir uma igreja pra mim”. A resposta a surpreendeu. A mim, não. Já notei que “igreja” se tornou uma franquia religiosa, que qualquer um pode organizar segundo padrões pessoais, sem se preocupar com conteúdo. Basta dar às pessoas o que elas querem ouvir, não fazer exigências, só promessas, e terá campo livre para manipulá-las. Ensinar a Bíblia? Firmar padrões bíblicos? Falar de disciplina? Isto afasta a clientela.

“Construir uma igreja pra mim”. Muitos pastores têm agido assim, em parte por vaidade e em parte para se livrar de oposição na administração da igreja. É um dado para pensar que as igrejas sob regime monárquico se desenvolvem mais que as igrejas com espaço democrático. Infelizmente, há muitas pessoas que buscam carreira e honraria na igreja, querendo impor visão pessoal, e se valem da democracia eclesiástica. Há pastores donos de igreja, mas há membros de igreja que se julgam seus donos. E brecam qualquer ação que lhes reduza o poder. O trabalho emperra. Uma igreja para mim.

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A MONARQUIA EM ISRAEL

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para a PIB de Nova Odessa, em 2 de julho de 2002

A visão bíblica sobre a monarquia em Israel é um pouco ambígua. Há duas posições bem nítidas, é forçoso reconhecer, sem escamotear a verdade. Uma é a que vemos no primeiro livro de Samuel. Em 1Samuel 8.6, ao receber o pedido do povo por um rei, ele se desgostou. Havia certa lógica em seu sentimento. Era o sacerdote, sem dúvida alguma, o grande sacerdote de Israel. A forma de governo era sacerdotal, e ele perderia parte de seu poder. Ele até viu como rejeição a si, pessoalmente, como lemos na palavra que Deus lhe dirige, em 8.7, que o agravo não é a ele, Samuel. Talvez isto explique, humanamente, o choque entre ele e Saul, que, no fundo, foi a luta entre um poder que saiu e outro que entrou. Mais ou menos como os conflitos que vemos, hoje, em igrejas que ficam sem pastor, e este chega e esbarra com um líder leigo que se acostumou em ser o centro de atenções e decisões e se sente desprestigiado. Houve um conflito de personalidades.

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A ESTRANHA TEOLOGIA DOS SIMPSONS

Isaltino Gomes Coelho Filho

Os Simpsons são uma família cujo cotidiano é mostrado em desenhos animados muito bem feitos. Em algumas vezes que vi o desenho, pareceu-me uma família confusa, como eu não gostaria que a minha fosse. Outro dia, vendo-o, lembrei-me de ter lido um interessante livro sobre eles, O evangelho segundo os Simpsons, de Pinsky. Até fizera uma pastoral, que ampliei neste artigo.

Pinsky segue a linha de outros livros, como A psicanálise dos contos de fadas, de Bettelheim, O lobo mau no divã, de Laura James (ela analisa as patologias dos personagens dos contos de fada), Teologia e MPB, de Calvani, Teologia e literatura, de Manzatto (uma reflexão teológica nas obras de Jorge Amado), House e a filosofia – todo mundo mente, de Irwin e Jacoby, Super-heróis e a filosofia – verdade, justiça e o caminho socrático, de Irwin. Ou seja: quais conceitos espirituais, culturais e psicológicos são veiculados em produções seculares (música, filmes, desenhos, gibis ou histórias infantis). Não sendo pedante (e sendo), quando me pós-graduei em Educação, pela Católica de Brasília, meu trabalho foi sobre a ideologia das histórias em quadrinho (Disney, Super-homem, Ultraman, Ultra-Seven, gibis de cowboys, etc.). Porque não se trata só de entretenimento, mas de transmissão de valores.

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“QUERÍAMOS VER A JESUS”

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Estes, pois, dirigiram-se a Felipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus” (João 12.21).

Quando eu era adolescente, meu pastor, João Falcão Sobrinho, agraciou-me com um livro de Roy Hession: “Queríamos ver a Jesus”. Li-o com atenção e aprendi muito. Já pastor, tive o privilégio de ouvir Hession, num retiro da Ordem dos Pastores de S. Paulo. Uma das coisas que aprendi, do livro e das mensagens ao vivo, é que a vida cristã é Jesus. Neste sentido, o título da obra, extraído da palavra dos gregos em João 12.21, é significativo: ver a Jesus.

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“TIRAI A PEDRA”

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque está morto há quase quatro dias”(João 11.39)

Um livro de Enéas Tognini, que li no início de meu ministério, tinha este título: “Tirai a pedra”. Sua linha, que muitos têm seguido, é que há pedras por tirar em nossa vida para que o poder de Jesus se manifeste. Apesar da simplicidade, não foi um escrito banal. Com habilidade, Tognini expôs seu argumento, evitando a banalidade. Sem o brilho dele, gostaria de mostrar dois aspectos, apenas, que também me parecem relevantes.

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“O ETERNO PÔS UM SINAL EM CAIM”

“(…) Em seguida o Eterno pôs um sinal em Caim para que, se alguém o encontrasse, não o matasse” (Gênesis 4.15)

Isaltino Gomes Coelho Filho

Adolescente, crente novo, gostava de ouvir irmãos mais experientes para aprender. Logo descobri que não podia levar todos a sério. Houve um que, judiciosamente, me explicou que a raça negra era maldita, pois Deus a amaldiçoara em Caim. Deus pôs nele um sinal, que era a cor negra, e ele foi para a região da África. Por isso a África era atrasada.

É certo que a África enfrenta problemas econômicos. Que nada têm a ver com Caim. Nem ela é maldita por causa dele. Diz Gênesis 10.32: “São essas as famílias dos filhos de Noé, nação por nação, de acordo com as várias linhas de descendentes. Depois do dilúvio todas as nações da terra descenderam de Noé”. As raças descendem de Noé, e a povoação de toda a terra se dá após o dilúvio. O exotismo não é boa hermenêutica e a Bíblia não pode oferecer suporte para perspectivas estrambóticas de novidadeiros. Respeito à Bíblia, à África e à boa exegese faz bem.

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O AMAPÁ, ESSE DESCONHECIDO DOS BRASILEIROS

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Rosana Costa Figueiredo

A história das terras amapaenses teve início antes do “Descobrimento do Brasil”.  Com a partilha do “Novo Mundo” entre Portugal e Espanha, pelo Tratado de Tordesilhas, no ano de 1494, definiu-se, entre outras questões, que as terras hoje amapaenses, localizadas na parte setentrional do Brasil, na encosta leste do maciço das Guianas, banhadas pelo Oceano Atlântico e pelo estuário do rio Amazonas, pertenceriam à Espanha. Isto levou a Coroa Espanhola a enviar navegadores para conhecê-las. Eles percorreram o litoral amapaense com suas expedições. Os mais célebres foram Américo Vespúcio, que atravessou a Linha do Equador, pelo rio Amazonas, visitando as Ilhas Caviana e dos Porcos, em 1499, e Vicente Pinzón, em março de 1500, que navegou pelo rio Oiapoque, aprisionando 30 nativos para vendê-los como escravos. Os espanhóis chegaram ao Amapá antes dos portugueses chegarem ao Brasil.

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O FALSO CRISTO E O FALSO CRISTIANISMO

Isaltino Gomes Coelho Filho

Charles Colson foi assessor do Presidente Nixon, que teve que renunciar por causa de um escândalo político. Foi preso, e converteu-se a Cristo pouco antes de ir para a prisão. Fundou o ministério Prison Fellowship, que congrega 50.000 voluntários, sendo a maior organização mundial a atuar com presidiários. Já falou em mais 600 de penitenciárias, em mais de 40 países. Por causa desta atividade, em 1993 ele recebeu o Prêmio Templeton, no valor de um milhão de dólares, que doou à Prison Fellowship. Colson tem, ainda, um programa radiofônico que alcança dois milhões de pessoas diariamente.

Colson se tornou um pensador e um evangelista. Seu último livro que li foi A fé em tempos pós-modernos. Num capítulo em que aborda a questão do sofrimento, ele critica a pregação que anuncia o “Pare de sofrer!” como sendo a essência do evangelho. Ele comenta os sofrimentos de cristãos na Índia, Coréia do Norte e Mianmar (ex-Birmânia). Inicia o capítulo falando sobre o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, que era professor de Teologia, na Alemanha, opusera-se a Hitler, e, por correr risco de morte, de lá foi tirado e levado para os Estados Unidos.

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A MÃE DE MARIA DO CÉU MESTRINHO

Maria do Céu Mestrinho, amazonense de boa cepa, escreveu as meditações do “Manancial”, de 1 a 8 de setembro deste ano. A do dia 7 foi comovente e instrutiva. Ela relembra sua mãe, que realizava intenso trabalho social nos bairros pobres e periféricos de Manaus. Diz ela, sobre sua genitora (pude imaginá-la fazendo isso, no sol escaldante de Manaus): “Dava alimento aos que tinham fome, vestia os descamisados, calçava os pés descalços e oferecia o Pão da Vida – Jesus, àqueles que precisavam sair das trevas para a luz”. Mais à frente, diz Maria do Céu: “Não raro, levava para passar o fim-de-semana em nossa casa, moças da Igreja que moravam sozinhas, além de receber para morar conosco, os sobrinhos que vinham do interior para estudar”. Mestrinho fala ainda do apoio de seu pai à iniciativa da mãe. Quem conhece a realidade da Amazônia sabe como essas redes sociais e familiares são de grande valia para os que moram no interior, tão desassistido!

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“FIQUEI COM MEDO…”

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“Eu ouvi a tua voz, quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi” (Gênesis 3.10)

Isaltino Gomes Coelho Filho

É a primeira vez que aparece a palavra “medo”, na Bíblia. É consequência da queda. A razão da queda foi o egoísmo: “Vocês serão como Deus…” (v. 5). O amor a si, o desejo de ser mais e maior, levou à queda. Egoísmo. Egoísmo é amor a si mesmo. O que motivou a queda do primeiro casal foi amor desfocado. Deixou de amar a Deus, de lhe dar o primeiro lugar, e colocou-se acima dele. O teólogo Manson definiu o pecado como sendo a rejeição dos dez mandamentos e a instituição do décimo primeiro: “Tu te amarás a ti mesmo sobre todas as coisas”.

Criado para amar a Deus, o homem sabe, instintivamente, que há algo errado consigo. O homem mesquinho pode se amar muito e sentir-se satisfeito consigo, mas é vazio e sabe, no fundo, que lhe falta alguma coisa. Jesus disse isso ao moço rico, que se presumia virtuoso: “Falta-te uma coisa…” (Lc 18.22). A vida egoísta produz esta sensação: falta alguma coisa. Não se alcança o almejado, como o primeiro casal descobriu.

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“JESUS… COMOVEU-SE… E PERTURBOU-SE”

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Jesus, pois, quando a viu chorar, e chorarem também os judeus que com ela vinham, comoveu-se em espírito, e perturbou-se” (João 11.33)

Na cultura grega, havia uma diferença entre a Divindade e os semideuses do Olimpo. Como observa o teólogo alemão Joachim Jeremias, a Divindade era impassível, silenciosa e apática. Sentir era receber influência e receber influência era ser inferior a quem influenciava. O Logos grego era inacessível, sem sentimentos. O cristianismo, principalmente o evangelho de João, toma o conceito do Logos, mas não como no helenismo ou como Fílon (uma mistura de Antigo Testamento, Platão e estóicos). O Logos de João, a Razão Criadora que se fez carne, sentia. O cristianismo impactou a cultura grega dizendo que Deus não é apático, mas pático. Ele sente.

Em João 11.33, Jesus se perturba. A Almeida Século 21 traduziu por “comoveu-se profundamente”. A Linguagem de Hoje por “comovido e aflito”. Chouraqui por “estremece” e “perturba-se em si mesmo”. Uma Divindade que sente e se choca com o sofrimento humano!

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“SOU CRISTÃO APESAR DA IGREJA” OU “A IGREJA SOBREVIVE, APESAR DE MIM”?

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Uma ovelha que aprendi a amar e respeitar como bom crente em Jesus comentou comigo sobre o livro “Alma sobrevivente”, de Philip Yancey, cujo subtítulo é “Sou cristão, apesar da igreja”. Yancey mostra os pecados de alguns crentes do passado. A pessoa falou sobre isso e citou Martin Luther King Jr. e seu pecado rotineiro. Mas esta ovelha, crente firme e fiel, não comentou como fofoca ou para denegrir a imagem dos alistados na obra. Foi conversa de amantes de livros.

Tenho esta obra e outras mais de Yancey, como “O Jesus que eu nunca conheci”, que muito me edificou, e “O Deus (In) visível” e “Maravilhosa graça”, que eu lera antes, em inglês (“What´s so amazing about grace?”), emprestado por uma ex-ovelha. Gostei tanto que o adquiri em português, que é meu idioma. Yancey é um homem de Deus e não quero contestar suas obras, embora discorde da expressão “sou cristão apesar da igreja”.

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“É VERDADE… DEUS NOS DISSE…NÃO MORRERÃO COISA NENHUMA!”

“A cobra era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ela perguntou à mulher: – É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do jardim? A mulher respondeu: – Podemos comer as frutas de qualquer árvore,

menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta, nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos. Mas a cobra afirmou: -Vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal”. (Gênesis 3.1-5)

Isaltino Gomes Coelho Filho

Estranho diálogo. A cobra (NTLH) faz uma pergunta torcida. Má intencionada, pergunta se é verdade que Deus proibiu ao casal todas as frutas do jardim. Insinua a má vontade do Criador para com a criação. Atribui-lhe maldade. “É verdade que Deus mandou?” começa ela. O Tentador foi o primeiro exegeta da Palavra de Deus. Falar da Palavra de Deus nem sempre quer dizer que a pessoa está certa. A Bíblia já foi usada para legitimar a escravidão, o machismo, e agora alguns a usam para justificar o homossexualismo. Crentes ingênuos, que nao entendem nada, por vezes dizem: “O que importa é que a Palavra de Deus está sendo pregada, e ela não volta vazia” (outra exegese estrambótica). Isso justifica qualquer heresia e todo uso da Bíblia para fins pessoais. Devemos ter cuidado com interpretações que fogem claramente ao sentido das Escrituras. Há gente que está descobrindo agora o que nunca alguém viu em 2.000 anos de cristianismo e mais de 3.500 anos de Palavra de Deus! Todo grupo herético afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus, e depois a analisa por Helen White, Livro do Mórmon,  revelações, reescrita da Bíblia (como testemunhas de Jeová e outros). Citar a Palavra de Deus não é garantia de correção. Pode-se deturpá-la.

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“E ASSIM ACONTECEU”

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“E assim aconteceu” (Gênesis 1.7, 9, 11, 15, 24 e 30, LH)

Isaltino Gomes Coelho Filho

“E assim aconteceu”, diz, seis vezes, o capítulo inicial de Gênesis. Aconteceu o que Deus disse. O refrão pode ser estendido a toda a Bíblia, extrapolando o relato da criação. Sempre acontece o que Deus diz. A Bíblia é seu texto-prova. Seu teor comprova que aquilo que o Senhor falou realmente aconteceu. Mais tarde, o livro de Isaías registrará: “A erva seca, e as flores caem quando o sopro do Deus Eterno passa por elas. De fato, o povo é como a erva. A erva seca, a flor cai, mas a palavra do nosso Deus dura para sempre” (Is 40.7-8). No Novo Testamento, mostrando sua autoridade e o peso de sua palavra, Jesus diz: “O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre” (Mc 13.31).

A Palavra de Deus está firmada para sempre: “Ó Deus Eterno, a tua palavra dura para sempre; ela é firme como o céu” (Sl 119.89). Como isto nos exorta! A Palavra de Deus é digna de confiança. O que ele fala, isso acontece. Não é uma palavra comum, mas a Palavra Viva de um Deus Vivo. Uma Palavra que faz as coisas acontecerem!

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“NO COMEÇO DEUS” (Gênesis 1.1-2, LH)

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“No começo Deus criou o céu e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água”.

Isaltino Gomes Coelho Filho

Quanta solenidade nestas palavras! Ao mesmo tempo, quanta profundidade! Assim começa tudo. Não havia nada, tudo era um vazio. Mas Deus estava lá. O impacto de “No começo Deus” se vê em Isaías 46.10 e 48.12, palavras destinadas ao povo na Babilônia. No meio da multidão de divindades pagãs, o Judá cativo devia lembrar que seu Deus é que era o Criador, que estava no começo e estará no fim. Foi dele a primeira palavra. Será dele a última palavra.

Mesmo criada a terra, não havia ninguém. Nada vivo. Só a Vida estava presente. Só o Senhor e Autor da Vida.  A Linguagem de Hoje diz que “a terra era um vazio“. O hebraico é tohû wâ bohû. Um rico jogo sonoro! Tohû dá a idéia de algo que não se pode agarrar porque é informe. Bohû dá a idéia de vácuo, de vazio. A terra era um nada. Apenas uma massa ígnea, gases, ainda informe. Mas Deus já estava lá. Estava lá quando tudo começou. Estará quando tudo terminar.

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GOLEIRO MEDIANO, MAU ATOR, CARÁTER DUVIDOSO

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

Numa noite dessas, pouco antes de dormir, liguei a televisão para ver se havia algo que não fosse gente pulando. Passei por um canal, que transmitia Ponte Preta e Portuguesa de Desportos, pela 2ª. divisão. Não vi o jogo (nem sei qual foi o placar), porque há muito que perdi o interesse pelo futebol. A seleção do Dunga contribuiu para isso. Além isso, Ponte e Portuguesa só mesmo para os apaixonados pelos dois. Mas nem minha filha Nelya, pontepretana, se interessou.

Liguei no exato momento em que um jogador da Ponte se chocou com o goleiro da Portuguesa. Estendeu-lhe a mão para se desculpar, mas ele, ostensiva e grosseiramente, a recusou. O atacante da Ponte pôs-lhe a mão no braço, para lhe falar, o goleiro se desviou, deu dois passos e se jogou nao chão, segurando o braço como se tivesse levado uma navalhada, contorcendo-se em dores. Cena ridícula! Queria cavar a expulsão do adversário.Continue a ler »GOLEIRO MEDIANO, MAU ATOR, CARÁTER DUVIDOSO

PAREM DE TENTAR SALVAR A IGREJA!

Isaltino Gomes Coelho Filho

Como intelectual, lia eu certa vez uma história de Walt Disney, em que Zezinho, Huguinho e Luisinho, escoteiros mirins, tentavam fazer sua boa ação do dia. Assim, pegaram uma senhora idosa pelo braço e a fizeram atravessar a rua, num trânsito bastante pesado. A senhora ficou furiosa. Não queria atravessar a rua. Conseguira vir do lado para onde os escoteiros a levaram, e eles a fizeram retornar! Ajudantes trapalhões!

A história me voltou à mente ao reler um dos livros que arrumava em minha biblioteca. Um livro com análises sociológicas sobre a igreja, com várias receitas para salvá-la. Alguns dos temas versavam sobre “caminhos alternativos”, “reflexões e propostas”, “uma proposta para o futuro da igreja”, “novos paradigmas para viabilizar a igreja”, etc. Segundo os comentaristas, a igreja está doente, e seus judiciosos conselhos poderiam revitalizá-la. Queriam salvá-la. Lembrei-me quando cheguei ao Seminário do Sul, com 19 para 20 anos, e ouvia os veteranos conversarem sobre o futuro da igreja. O marxismo e o existencialismo avolumavam-se como uma onda. Era a época da teologia da morte de Deus, de Altizer, Hamilton, Adolphs, Van Buren, e a igreja estava para morrer. Um colega, bem incisivo, não dava dez anos para as igrejas fecharem as portas. Naquela época, era sinal de intelectualidade criticar a igreja e vaticinar seu fim. Hoje, além disso, parece ser sinal de espiritualidade. Ah, antes que me esqueça: o colega incisivo não está no ministério. Nem em alguma igreja local.

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UM PAI QUE PASSA VALORES AOS FILHOS

Isaltino Gomes Coelho Filho

Hoje é o dia dos pais, data sem o brilho do dia das mães. A figura da mãe é ímpar, mística, em nosso meio. É mais terna e romântica. O pai leva desvantagem na nossa cultura. Em muitos lares, ele fica com a disciplina dos filhos. Chega em casa, à noite, cansado, e a esposa diz: “Dá um jeito nesse menino!”. Ou: “Dá um jeito no seu filho!”. E o garoto pensa: “Chegou o pai, chegou a bronca!”.

A mídia ocidental massacra o homem. Há muitos livros tipo “Mulheres que amam, e maridos que (alguma coisa ruim)”, “Por que as mulheres fazem isso (algo bom) e os homens (algo ruim)”, ou “Mulheres são isso assim-assim (algo bom) e os homens são assim (algo ruim)”! Os homens estão mal na foto…

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ÉTICA CRISTÃ E POLÍTICA: UMA REFLEXÃO SOBRE O EXERCÍCIO DA CIDADANIA PLENA

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Em milhares de municípios, brevemente, milhões de brasileiros escolherão aqueles que em seu nome e benefício elaborarão leis justas, pertinentes e eficazes as suas necessidades e, sobretudo devem governar para o bem comum o Estado Brasileiro. Um verdadeiro festival da democracia e da cidadania conforme se poderá ver em todo o país.
Contudo, antes de tratarmos das implicações da ética cristã para a atividade política, é necessário que diferenciemos o sentido de ética e de política. Ethos significa “estilo de vida, conduta, costume ou prática”, segundo o Novo Testamento (Lc 1.9; 2.42; Jo 19.40; At 6.14; 28.17; Hb 10.25). Entretanto, a ética cristã na história recebe diversos nomes: Sittenlehre – “ciência dos costumes”; “moral” e, Ethik (ética) derivado do texto bíblico. Definindo: Ética é o estudo da moralidade (do Latim: “moralitos“, que significa “a qualidade do que é moral”, “caráter”), e não o estudo de costumes. Por isso, ela procura a verdade e o bem através do Supremo Bem que é Deus e de Sua vontade revelada aos homens nas Escrituras Sagradas (cf., Reifler, H.N., in: A Ética dos Dez Mandamentos. 1992:16-17).

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