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Artigos

CHEGA DE COITADISMO… CHEGA DE BENÇOÍSMO…

  • por

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 21.8.11

          Tempos atrás escrevi a pastoral intitulada “Vender não pode, comprar pode”. Nela disse não entender por que vender drogas é crime, e comprá-las, não. O vendedor é criminoso e o comprador é um doente, um coitado. Sem apologizar drogas (é só ler a pastoral), perguntei se o vendedor não seria um farmacêutico vendendo o remédio necessário.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 21.8.11

          Tempos atrás escrevi a pastoral intitulada “Vender não pode, comprar pode”. Nela disse não entender por que vender drogas é crime, e comprá-las, não. O vendedor é criminoso e o comprador é um doente, um coitado. Sem apologizar drogas (é só ler a pastoral), perguntei se o vendedor não seria um farmacêutico vendendo o remédio necessário.Continue a ler »CHEGA DE COITADISMO… CHEGA DE BENÇOÍSMO…

DEÍSMO MORALISTA TERAPÚUTICO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

          A expressão “deísmo moralista terapêutico” foi criada pelo sociólogo Christian Smith para designar a compreensão de Deus nutrida pelos jovens norte-americanos. Ele pesquisou durante cinco anos a visão religiosa dos adolescentes dos Estados Unidos, e publicou suas conclusões no livro Soul searching: the religious and spirituals lives of american teenagers (Oxford University Press).  Ele mostra como esta visão está  distante do ensino bíblico. Algumas de suas conclusões estão em português,  nos livros Cristianismo sem Cristo – o evangelho alternativo da igreja atual, de Michael Horton (Editora Cultura Cristã) e Deuses falsos,  de Timothy Keller (Thomas Nelson). Examinando-as, o leitor verificará que em nada diferem dos adolescentes brasileiros, nem dos crentes em geral. Lendo estas obras constatei que o credo evangélico brasileiro é, sem sombras de dúvida, o deísmo moralista terapêutico.Continue a ler »DEÍSMO MORALISTA TERAPÚUTICO

DISCUTIR A RELAÇÃO OU SE RELACIONAR?

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Há quem veja filmes para se distrair. Há quem faça do ver filmes uma ciência: são apaixonados por cinema, conhecem atores, e discutem cinema como arte. Como meu amigo Marcelo, do Rio. Já eu tenho dificuldades. Assisto a filmes por distração, e fujo dos “filmes cabeça”, aqueles que pretendem ser filosóficos. Sei que sou um ignorantão, mas vá lá, acho o endeusado Woody Allen um chato (vão me detonar, mas acho mesmo). E ainda tem mais: na maior parte dos filmes eu durmo. Televisão me é um poderoso sonífero. Suprema blasfêmia para cinéfilos: vejo filmes para dormir.Continue a ler »DISCUTIR A RELAÇÃO OU SE RELACIONAR?

ESTUDE AS ESCRITURAS!

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Pr. Leandro Peixoto

 Igreja Batista Central de Campinas

 

            Sempre que me indagam sobre o meu livro favorito da Bíblia, eu respondo que é aquele que estou estudando no momento. Eu amo a Bíblia toda.

Vira e mexe alguém me pergunta: “Como você consegue ler e reler os mesmos textos da Escritura ano após ano e ainda assim se manter estimulado, principalmente quando você tem que ler e estudar para preparar sermões?”. Eu respondo sempre da mesma forma: “A minha sorte é que eu tenho uma péssima memória!”.Continue a ler »ESTUDE AS ESCRITURAS!

“ERA A HORA MAIS QUENTE DO DIA”

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“O SENHOR Deus apareceu a Abraão no bosque sagrado de Manre. Era a hora mais quente do dia, e Abraão estava sentado na porta de sua barraca” (Gênesis 18.1, NTLH).

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

            “Era a hora mais quente do dia”. Que poesia! Que sensibilidade!  É um momento crucial na vida de Abraão. Se o cenário e o momento chamam a atenção, todo o enredo fascina. É um diálogo entre Abrão, três homens e Sara, que entra atrasada na conversa. Era um dia quente e era a hora mais quente do dia. Um momento desconfortável.

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DINHEIRO? PRA QUE DINHEIRO?

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

            Não se preocupem. Não se trata do samba do Martinho da Vila. Fui reler alguns clássicos da literatura universal. Aproveitei para ler Robinson Crusoé, de Daniel Defoe. É uma obra tão marcante que foi apontada como o início do romance como gênero literário. Alguns críticos optam por O castelo de Otranto, de Horace Walpole, em 1764. Outros, por D. Quixote, de Cervantes, em 1605. Mas em 25 de abril de 1719 veio à lume a obra The life and the surprizing adventures of Robinson Crusoe, ou, como nos ficou, em português: Robinson Crusoé. Se o romance não se inicia com ele, pelo menos o romance inglês inicia.Continue a ler »DINHEIRO? PRA QUE DINHEIRO?

“FALACIAS E VERDADES” OU: “MAÍLSON DA NÓBREGA: PERGUNTE ANTES DE AFIRMAR”

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Na revista “Veja”, de 29.6.11, Maílson da Nóbrega, postou o artigo “Falácias e verdades”. Sempre leio sua coluna, porque desejo compreender matérias sobre as quais não estudei. Ele é economista e sabe Economia. Como estudei outras disciplinas, mas não esta, aprendo dele. Mas no “Falácias e verdades” ele sai da área da economia e cita a Bíblia. Como acontece com as pessoas que se aventuram a fazê-lo sem a conhecer, se equivoca duas vezes.

 

O primeiro equívoco é quando Maílson afirma: “O Sol, dizia a Bíblia, girava em torno da Terra”.  O segundo é quando diz que Galileu, que negou esta posição, chamada geocentrismo, e  afirmou o heliocentrismo (o Sol é o centro, e não a Terra), teve que se retratar “para não ser queimado vivo pela Inquisição”.

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JESUS E A LEI DE MOISÉS

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Isaltino Gomes Coelho Filho

 

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5.17-20).

 

Publicado originalmente na revista “Você”. Postado no site por deferência da revista.

 

A relação entre Jesus e a Lei tem sido muito debatida. Não esgotaremos o assunto aqui, mas podemos dar algo por certo: ele não a aboliu: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas”. Mas ele a reinterpretou, ou seja, ele lhe deu novo sentido. Em várias ocasiões ele citou algo que a Lei dizia e a seguir disse: “Eu, porém”, dando sua interpretação: Mateus 5.21-22, 27-28, 31-32, 33-34, 38-39 e 19.8-9. Afinal, foi dele que Moisés, que entregou a Lei a Israel, escreveu: João 1.45 e 5.46.

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O VINHO NOVO É MELHOR

João 2.1-11

 

Pr.  Isaltino Gomes Coelho Filho

(Apresentado como aula magna à Faculdade Teológica Batista de S. Paulo, em 3.8.98)

 

INTRODUÇÃO

Na estrutura do quarto evangelho, este é o primeiro milagre de Jesus.  No evangelho de Mateus, o primeiro milagre é a cura de um leproso (8.1). No de Marcos, é a cura de um endemoninhado. Em João é a transformação de água em vinho, num casamento numa aldeia obscura. Em Mateus e Marcos, uma pessoa é curada e uma vida é transformada. Em João, é um acontecimento comezinho, que não modifica vida nenhuma. Um episódio que poderia se chamar de pouco relevante.

Em João 20.20-31 lemos que os sinais que estão registrados no quarto evangelho assim o foram para que os leitores cressem que Jesus  é o Cristo, o Filho de Deus, e assim, crendo, tivessem vida em seu nome. A escolha deste evento e sua inserção  como o primeiro milagre de Jesus faz parte do plano de trabalho de João. Foi colocado ali premeditadamente. Não é um acidente. Quer dizer alguma coisa. Há uma mensagem na estrutura bem planejada do quarto evangelho e João nos ensina tanto pelo que diz como pela forma que diz. Ensina no conteúdo e na forma.Continue a ler »O VINHO NOVO É MELHOR

EFEITOS DA GRAÇA

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Um leitor do meu site me enviou, de Vitória (ES), um livro de presente: Irmãos, nós não somos profissionais, de John Piper. Comecei a lê-lo e aprendi muito. No capítulo “Irmãos, conduzam as pessoas ao arrependimento”, Piper fala da reação dos homens à graça. Cita Lucas 5.1-10, onde Jesus ordena aos discípulos para se afastarem um pouco da praia e lançarem a rede. Pedro diz que eles trabalharam a noite toda e nada pegaram, mas à luz da ordem de Jesus, lançaria as redes.Continue a ler »EFEITOS DA GRAÇA

Quem entrará no reino?

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” – Mateus 7.21-23.

Publicado originalmente pela revista “Você”. Publicado no site por deferência da revista.

 

 

Quando conversamos com as pessoas sobre salvação ou a vida eterna no céu, as opiniões variam, mas seguem numa mesma direção: “Aquele que faz o bem!”, ou “Quem ama o próximo!”, ou, ainda, “Quem tem uma religião!”. Em linhas gerais, é o equivalente a “todo mundo que não é mau!”.  Estas respostas podem ser sinceras, mas ignoram o que Jesus disse sobre o assunto.Continue a ler »Quem entrará no reino?

ALERTA À NAÇÃO BRASILEIRA

 

Uma declaração da convenção batista brasileira

 

Um dos papeis da Igreja na sociedade é ser uma consciência profética capaz de ajudar a cada ser humano (entendido como um indivíduo livre e competente diante de Deus e dos homens, vivendo em uma sociedade pluralista) a discernir valores essenciais que norteiam os relacionamentos em todas as suas dimensões.

É nesse contexto que os batistas – integrantes de uma denominação cristã que, ao longo de toda a sua história, defende a liberdade religiosa, de consciência e de expressão – se manifestam para alertar sobre os perigos que a sociedade brasileira corre diante das novas conjunturas sociais aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que estão sendo propaladas por leis que tramitam no Congresso Nacional e por ações promovidas pelo Executivo.Continue a ler »ALERTA À NAÇÃO BRASILEIRA

O VALOR DE UM PASTOR

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Autor: Pr. Cleber Montes Moreira

  • O valor de um pastor não é medido por sua popularidade, poder de persuasão ou quantidade de pessoas que atrai, mas sim por seu caráter e fidelidade a Deus (Jo 6.66 e 67);
  • O valor de um pastor não é medido pela aprovação de homens, mas pela aprovação de Deus. O pastor é segundo o coração de Deus e não segundo o coração dos homens (Jr 3.15);
  • O valor de um pastor não é medido pelo tamanho de sua igreja, mas por suas qualidades éticas, morais e espirituais;
  • O valor de um pastor não é medido pelo volume das entradas financeiras de sua igreja, mas por sua capacidade de suprir seu rebanho com a Palavra de Deus. Há pastores que se preocupam com a lã. Há pastores que se preocupam com as ovelhas.Continue a ler »O VALOR DE UM PASTOR

STIGMATA: VOCÚ TEM?

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 22.5.11

“… Eu trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gl 6.17).

No dia 15 preguei neste texto, com o título “As marcas de Jesus”. O termo grego para “marcas” é stigmata, que tem dois sentidos: (1) A marca feita num escravo, a ferro, com o logo ou o nome de seu dono; (2) Cicatrizes. Comentei que havia uma diferença entre o servo e o escravo. Alguém podia se alugar como servo por um tempo, após o qual estava livre. O escravo era propriedade do dono para sempre. Paulo se apresentava como escravo. Tinha stigmata.Continue a ler »STIGMATA: VOCÚ TEM?

MODELOS E CRESCIMENTO DAS IGREJAS BATISTAS

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparada para o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Secção Pará – Palestra 3

INTRODUÇÃO

Associar crescimento das igrejas com um modelo eclesiológico me parece surrealista. Só é entendível que isto suceda porque vivemos numa sociedade que valoriza a tecnologia, tem forte viés iluminista, e vê a igreja como uma organização secular, sujeita às mesmas circunstâncias das organizações seculares. É um reducionismo simplista que vem desde Giovanni Vico, e que foi reforçado pelo Iluminismo. E encampado pelo marxismo. Disse Vico: “A natureza das coisas não é mais do que virem elas a ser em determinados momentos e de determinadas maneiras. Onde quer que as mesmas circunstâncias estejam presentes, surgirão os mesmos fenômenos e não quaisquer outros (´¦) refiro-me a esta verdade incontestável: o mundo social é certamente obra do homem; e daí se segue que se podem e devem encontrar os princípios deste mundo nas modificações da própria inteligência humana”[1]. A igreja tem sido vista como obra do homem e ficou sujeita a leis programadoras, num mecanicismo histórico, típico do marxismo. Achamos que podemos programar o crescimento das igrejas, e que isto acontecerá se reproduzirmos circunstâncias e situações. Se aplicarmos as técnicas certas, os resultados surgirão, independente do lugar ou das pessoas. Podemos fazer as coisas acontecerem. Basta sabermos fazer. Tendo acontecido, basta repetir em outros lugares. Isto é um reducionismo, que empobrece o evangelho e diminui Deus. Nesta visão secularizante, basta aplicar determinadas técnicas para que um organismo social cresça. Como a igreja é vista como um organismo social deve haver técnicas certas para seu crescimento.Continue a ler »MODELOS E CRESCIMENTO DAS IGREJAS BATISTAS

AUTONOMIA E COOPERAÇÃO NAS IGREJAS BATISTAS

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparada para o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Secção Pará – Palestra 2

INTRODUÇÃO

Começo por Sócrates: “Se queres conversar comigo, define tuas palavras”. E como dizia meu mestre em Filosofia, Dr. Purim, a qualquer pergunta que fizéssemos: “Bem, bem, bem vamos definir os termos!”. Definamos palavras e termos. Autonomia é a faculdade de se governar por suas próprias leis, por vontade própria. Deriva do grego autós, “próprio”, e nomós, “lei”. Cooperação é o ato de cooperar, “operar com alguém”. Não gosto de começar com definições, ainda mais de dicionários. Mas fiz assim para mostrar que os dois termos nada têm de conflitantes. Uma igreja autônoma pode muito bem ser uma igreja cooperante. E uma igreja cooperante não perde sua autonomia.Continue a ler »AUTONOMIA E COOPERAÇÃO NAS IGREJAS BATISTAS

POR QUE SOMOS BATISTAS HOJE

  • por

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparada para o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Secção Pará – Palestra 1

 

INTRODUÇÃO

Esta primeira palestra brota do coração. Sou batista. Não me envergonho de sê-lo e não pretendo deixar de sê-lo. Conheci o evangelho numa igreja batista. Foi por causa do ministério de uma delas que conheci Jesus Cristo como meu Salvador. Estudei num seminário batista, sustentado por igrejas batistas, e foi nele que recebi minha base teológica, e onde me apaixonei pela Teologia. Fui consagrado por um concílio de pastores batistas, a pedido de uma igreja batista, e sempre recebi sustento de igrejas batistas. O mínimo que posso ter pelos batistas é gratidão. Não vi incompatibilidade entre uma igreja batista e a essência do evangelho. Como nunca tive sonhos de ser megastar evangélico, não  pensei em carreira solo nem escrever meu nome em gás néon, permaneci como pastor batista. Já me é um título honroso e bastante pesado, por isso nunca aspirei a ser bispo, arcebispo, apóstolo, patriarca, cardeal ou outra coisa. Sempre pedi a Deus que me concedesse sensibilidade para distinguir entre minha frustração com pessoas e com a estrutura comandada por pessoas, e a denominação como um todo, com sua doutrina, sua história e seus princípios. Subordinei minhas birras pessoais (e sou birrento) à visão do todo. Afoguei minhas ambições pessoais, com a graça de Deus. Estou em paz com minha denominação, amo-a, e se ela não me ama pelo menos me tolera.Continue a ler »POR QUE SOMOS BATISTAS HOJE

A ARTE DE SABER ESPERAR

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“Um dia Sarai disse a Abrão: – Já que o Deus Eterno não me deixa ter filhos, tenha relações com a minha escrava; talvez assim, por meio dela, eu possa ter filhos…” (Gênesis 16.2).

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Sarai e Abrão tinham recebido uma promessa da parte de Deus. Para que ela se cumprisse, eles deveriam ter um filho. Sarai era estéril e o tempo avançava. Um filho, só por milagre. Mas ela não conseguiu esperar e fez aquilo que muita gente ainda faz em nosso tempo: decidiu ajudar Deus. Decidiu “fazer o milagre”.  Não sem antes culpar Deus: “Já que o Deus Eterno não me deixa ter filhos…“. Quando um crente começa a culpar Deus vai se envolver em enrascadas, sem dúvida alguma. A racionalização culpabilizante é indício de que a vida espiritual vai mal. E que mais problemas surgirão.

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A SOMBRA DA CRUZ DESCE SOBRE ABRAÃO

  • por

“A noite caiu, e veio a escuridão. De repente apareceu um braseiro, que soltava fumaça, e uma tocha de fogo. E o braseiro e a tocha passaram pelo meio dos animais partido” (Gênesis 15.17)

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

A situação que o velho patriarca vive é um momento de aflição para ele. O Eterno o chamou para celebrarem um pacto (berith, “compromisso”): “O Eterno respondeu: – Traga para mim uma vaca, uma cabra e uma ovelha, todas de três anos, e também uma rolinha e um pombo”. Ele se prontifica. Faz como lhe foi ordenado: “Abrão levou esses animais para o Deus Eterno, cortou-os pelo meio e colocou as metades uma em frente à outra, em duas fileiras; porém as aves ele não cortou. Então os urubus começaram a descer sobre os animais mortos, mas Abrão os enxotava” (vv. 10-11). Esta é a razão da aflição.

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ORAÇÕES DA BÍBLIA – “A maior de todas as orações” – João 17 – 3ª. parte (vv. 20-26)

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

INTRODUÇÃO

É bom quando oram por nós! É bom saber que na nossa dificuldade alguém intercedeu por nós. Um dia Jesus orou por nós: João 17.20. Somos produto do trabalho lançado pelos apóstolos. Cremos na sua palavra e na história que deixaram para a posteridade, a mais bela de todas as histórias, a de Jesus. Mas ele orou por nós. Por mim e por você.  Que pediu?

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NÃO SOMOS ÓRFÃOS

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

 

“Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós” (João 14.18).

 

Platão disse, sobre Sócrates, que ao morrer deixou ele os discípulos órfãos. Jesus vai para a morte, mas faz questão de dizer que não deixará os seus nesta condição. Não se trata da parousia, sua segunda vinda. Ele voltaria para aqueles discípulos, e não em um futuro remoto. Trata-se, como alguém definiu, de uma enfania, sua manifestação nos discípulos, vindo para morar neles. Seria sua volta pelo Espírito Santo. No dia de Pentecostes, Jesus voltou para sua igreja, na pessoa do Espírito Santo. É confortador para a igreja saber que Jesus não é um vulto distante na história, tanto na passada como na por vir. É um vulto presente. O Senhor da igreja está com a igreja: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).

 

Alguns “teólogos” que perderam a fé ou que se perderam em seu raciocínio, gostam muito do jogo de palavras, de brincar com elas. Parece que trocaram a teologia pela poesia, que é agradável (quando é boa), mas é distinta. No jogo de palavras, um deles disse que quando a igreja se reúne é para celebrar a ausência de Deus. O culto é apenas para evocar saudades. O Pai está distante, e o Filho se foi. Morreu e acabou. Cristãos que têm uma experiência profunda com Deus sabem que o culto celebra uma presença, a de Jesus. Ele está com a igreja todos os dias, até o fim do mundo. Sabem que o Espírito não é uma evocação saudosa ou o sentimento comunitário da igreja, mas uma pessoa viva e real.

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ATÉ O BÚBADO SABIA

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Pr. João Falcão Sobrinho

 

 

O grupo de evangelismo de certa igreja estava na praça da cidade com toda a sua aparelhagem de som realizando um evento ao ar livre. Linda iniciativa! Um grupo de jovens, porém, começou o culto com uma série de “louvores” sem qualquer significado para os transeuntes não crentes. Um casal saiu para distribuir folhetos e encontrou, sentado num banco, as pernas cruzadas, um senhor de meia idade, visivelmente bêbado, mas não tão bêbado que não pudesse ter um agudo senso de observação. Erguendo o braço que segurava o folheto recebido do casal na direção do grupo de cantores, o bêbado falou. Sem o saber, disse algo que os nossos evangelistas, músicos e cantores deveriam conhecer com toda sobriedade. Disse o bêbado:

– Aquelas moças ficam ali cantando músicas sem pé nem cabeça, que a gente não entende. Por que não cantam “Foi na cruz?”. Aquela sim, era música que tocava o coração da gente.Continue a ler »ATÉ O BÚBADO SABIA

ORAÇÕES DA BÍBLIA – “A maior de todas as orações” – João 17 -2ª. parte (vv. 9-19)

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CULTO DE ESTUDO BÍBLICO E ORAÇÃO – 16.2.11

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

INTRODUÇÃO

Continuamos a estudar a mais profunda oração de Jesus. Na primeira parte vimos alguns temas da oração: o amor de Deus, sua glória, a união entre as pessoas da trindade, e o que é vida eterna (vv. 1-8). Hoje vemos a visão que Jesus tinha dos seus discípulos, que eram a igreja iniciante. Depois, no último estudo, como ele pensava em sua igreja no futuro, ou seja, em nós. Nosso texto hoje é do versículo 9 ao 19. A análise de algumas expressões nos esclarecerá seu pensamento.

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Motivações Ocultas dos Liderados

Dr Marcelo Quirino

Psicólogo Clínico

www.marceloquirino.com

 

Muitos líderes se perdem entre os conflitos que emergem no seio de suas equipes. Encontram-se perdidos, impacientes e confusos ante a determinados conflitos de liderados que não se explicam, nem se resolvem.

 

O líder pensa: já estabeleci funções, limitei papéis, admoestei, orei, fiz de tudo para com quase todos e essa problemática não se resolve. Sempre há conflitos que se repetem entre a mesma pessoa ou grupo.

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MISSÕES MUNDIAIS CHEGOU!

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 13.2.11

 

As convulsões do planeta (terremotos, vulcões, tsunamis, secas e enchentes) suscitaram perguntas sobre o fim do mundo. A pergunta é: “O fim do mundo está perto?”. Citam Lucas 21.25-26: “E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Os homens desfalecerão de terror, e pela expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto os poderes do céu serão abalados”.

 

Prefiro “fim da história” a “fim do mundo”. Creio na restauração final de todas as coisas, com a continuação do cosmos, à luz de Romanos 8.18-21 e Apocalipse 21.1.

 

O sinal mais forte da volta de Cristo não são catástrofes, mas a evangelização mundial: “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14). Cristo voltará após grande evangelização mundial, com a conversão de pecadores. Isto está acontecendo. Diariamente são batizados 32.000 cristãos na África. E 20.000 na China. O evangelho está voltando às origens: deixando de ser de brancos e ricos. Está se tornando pobre, terceiro-mundista, e não ocidental. Como no início.

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A BRIGA DOS ADESIVOS

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Eu pastoreava em Manaus, quando presenciei este episódio um tanto quanto insólito. Tão insólito que preciso reafirmar que aconteceu mesmo. Morava, na ocasião, próximo à Praia da Ponta Negra, no Condomínio dos Advogados. Ia para casa. À minha frente, entre muitos, seguiam dois veículos que me chamaram a atenção. Ambos traziam adesivos evangélicos colados nos vidros traseiros. Um deles dizia: “Nenhuma maldição chegará a tua casa” e o outro, “Manaus é do Senhor Jesus”. Em determinado momento, por uma dessas circunstâncias de trânsito que não se consegue explicar, os dois quase colidiram lateralmente. O “Nenhuma maldição”, irritado, deu uma buzinada forte à qual o “Manaus é do Senhor Jesus” retrucou com outra, não menos forte nem menos longa.

 

Chegamos a um semáforo onde fomos obrigados a parar, os dois lados a lado, e eu atrás de um deles. Neste instante, o “Maldição” gritou alguma coisa (que não deve ter sido propriamente um elogio) que obteve pronta resposta do “Manaus”. Que também não deve ter sido um elogio. Acho que as mães dos dois, que nada tinham a ver com a história, a não ser tê-los gerado, receberam algumas palavras um tanto depreciativas. Pouco depois vinha um quartel, próximo a uma praça, onde “Maldição” e “Manaus” seguiram rumos diferentes, mas não sem antes trocarem gestos obscenos e seguirem sua viagem, ambos irritados.

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FOME E SEDE DE JUSTIÇA

Mateus 5.6

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Publicado originalmente na revista “Você”.

De todas as necessidades básicas do homem, beber e comer são as mais fortes. Basta dizer que, sem o atendimento a elas, morremos. Fome e sede são expressões de que estas necessidades, comer e beber, precisam ser atendidas. Jesus diz que é bem-aventurado quem tem fome e sede, mas não de água e de comida, mas de justiça. Estranho, não é? No entanto, esta bem-aventurança é de uma profundidade sem par para o nosso tempo. Mas o que significa, exatamente? Temos fome e sede de comida e de água. Mas de justiça, o que significa? Como é possível isto?

 

FOME E SEDE

É de justiça que se fala. Mas comecemos por “fome e sede”. Este é o grau de intensidade pela justiça. Ela deve ser desejada em nível de fome e sede.

A fome era um fantasma a assombrar a humanidade naqueles tempos. Ainda hoje ela é o grande inimigo do homem, mas nos tempos bíblicos foi devastadora e matou milhares de pessoas. A Bíblia relata vários casos, sendo as mais famosas as do tempo de Abraão (Gn 12.10), a que veio sobre o mundo no tempo de José (Gn 41.52) e a do tempo de Rute (Rt 1.1).  No Novo Testamento, temos o registro de uma fome mundial profetizada por Ágabo (At 11.28). A fome era conhecida do homem do Oriente antigo. Some-se a pobreza a isto. As pessoas mal tinham o que comer. Pragas de insetos, secas, guerras, a pobreza do solo na região, tudo isto contribuía para uma vida de escassez de alimentos.

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