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Artigos

PASTOR OU GERENTE? IGREJA OU EMPRESA?

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

            A questão não é nova.  E me defino logo: a igreja não é empresa e o pastor não é gerente eclesiástico. Sei que um pastor deve ter noções de liderança de grupo e que uma igreja precisa de regras de vivência administrativa. Inclusive, por ser pessoa jurídica, se submeter às leis do país.  Mas igreja não é empresa. Igreja é igreja, algo totalmente singular e distinto de qualquer outra organização. E deve ser pastoreada por homens que sejam pastores. Deus deu pastores à igreja (Ef 4.1) e não administradores de empresa. Gerentes devem ficar em empresas, e pastores nas igrejas.

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A MANIFESTAÇÃO DA VERDADEIRA FÉ

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos seus condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele” (João 11.16).

Poucas palavras expressam um compromisso tão grande como estas de Tomé. Jesus insiste em retornar a Judéia (11.7). Seus discípulos tentam dissuadi-lo (11.8), mas ele se mantém irredutível. É quando Tomé concita os demais a irem, mesmo que seja para morrer com ele.  Verdade é que, como os demais, acabou fugindo (Mt 26.56). Mas recuperou-se, gastou sua vida na obra missionária, e morreu como mártir. Desta maneira, sua fala não foi retórica. Ele foi para morrer por Cristo. Cumpriu o que disse.

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VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO…

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Preparado originalmente para a revista “Você”, e publicado com a autorização da revista

 

            Quem sai da bela e rica cidade de Marília para Lins, interior de S. Paulo, percorrerá cerca de 60 km. Mas ao sair de Marília já avistará o brilho de Lins, à noite. Situada em plano mais alto, a cidade tem suas luzes vistas de longe. Esta figura se ajusta à palavra de Jesus, à qual hoje chegamos, em nossa caminhada pelo sermão do monte: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.14-16).

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RAZÃO E SENSIBILIDADE

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos;

portanto, sede prudentes como as serpentes

e simples como as pombas” (Mt 10.16)

O filme inglês Razão e Sensibilidade (1995) narra a história de duas irmãs que diante das dificuldades financeiras da família adotaram formas diferentes de enfrentar a vida: uma, mais prática, valeu-se da razão como condutora de suas decisões, e a outra apoiou-se na emotividade como resposta. Na verdade, e a grosso modo, este é um pêndulo que todos nós precisamos aprender a nos equilibrar.

Carl Gustav Jung desenvolveu a teoria que possuímos  quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. A seu ver, saudável é aquele capaz de transitar bem em cada uma dessas funções, para poder dar a melhor resposta que o momento exige. Coisa difícil, pois o problema é que costuma haver a preponderância de uma delas, que ele chama de “função superior”, e uma consequente dificuldade de transitar pelas outras funções.

Jesus deseja trazer unidade, equilíbrio e estabilidade à nossa personalidade. Da mesma forma que o Eterno organizou o caos do Universo, ele também pode trazer harmonia e beleza a cada um de nós. Ao preparar seus discípulos para enfrentar as duras experiências da vida de fé, Jesus advertiu-lhes para que fossem “prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. Ou seja, o Mestre os instruiu para combinar a prudência, sagacidade e inteligência própria dos ofídicos, aliada à simplicidade das pombas. Numa tradução mais livre, que complementassem a razão com a sensibilidade.

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QUANDO A IGREJA É AFETADA PELO QUE HÁ DE PIOR NA CULTURA DO MUNDO

Isaltino Gomes Coelho Filho

Fui com a esposa à costureira, num ateliê ladeado por duas igrejas evangélicas, e outra em frente.  Da BR 040 até a quadra onde resido, a distância é de 2,3 km. Há treze igrejas evangélicas. Porque uma fechou. Após minha quadra há uma área de preservação ambiental. Na quadra seguinte, mais seis igrejas. Sem retórica: há mais igrejas que bares.

A proliferação de igrejas deveria ser saudável. Mas preocupa, pois boa parte delas não tem conteúdo. A placa “igreja” pode abrigar um grupo longe do conceito bíblico de igreja. Pode ser apenas um lugar onde pessoas se reúnem e cantam cânticos de auto-ajuda, fazem catarse, ouvem um discurso estimulante, mas sem alusão ao conteúdo do Novo Testamento, sem menção a Jesus. Às vezes paro na porta e observo o que se canta, prega e faz. Faixas de propaganda (a competição é feroz!) anunciam semana de posse, recuperação de bens, vitória sobre o Devorador, felicidade, prosperidade, cura, saúde, etc. Uma anunciava a semana para recuperar um amor perdido. É a teologia da dor de cotovelo. Outra dizia para levar peças de roupas, que seriam ungidas. Neste frenesi, uma anunciava “óleo ungido”. Como se unge óleo?

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QUANDO JESUS SE ATRASA´¦

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Quando, pois, ouviu que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde se achava” (João 11.6).

Fugindo dos que queriam prendê-lo, Jesus “retirou-se de novo para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no princípio; e ali ficou” (Jo 10.40). Este lugar era Betânia (“Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando” – Jo 1.28). Estamos agora no ciclo de atividades de Jesus em Betânia. Talvez estivesse um pouco distante da cidade ao ser informado que Lázaro, que morava em Betânia (11.1), estava doente. Ele se demorou mais dois dias para visitá-lo (11.6). Quando chegou ele havia sido sepultado há quatro dias (11.17). Sua caminhada demorou dois dias.

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A VIDA DE QUEM AMA MISSÕES

Isaltino Gomes Coelho Filho

Eu era professor na Faculdade Teológica Batista de S. Paulo, fim da década de setenta, prestes a entrar nos meus trinta anos. Na capela da Faculdade falou-nos Helena Bagby Harrison, filha do casal Bagby, iniciador do trabalho batista entre brasileiros. Bem idosa mesmo. Desde sua figura física até o fim de sua palavra fiquei totalmente desnorteado. Ela contou a história de seus pais, como sua mãe morrera, em um vôo, e o piloto, que fora seu aluno, retornou com o avião, dizendo que morrera uma princesa a bordo, “a Princesa dos Batistas Brasileiros”.

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O LIVRO DE JÓ

  • por

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Alguém denominou o livro de Jó de “a noite tenebrosa da alma”. O reformador Lutero o considerava como “o maior livro da Bíblia”. Para Carlyle, é “o maior livro já escrito”. Isto mostra que é mesmo um escrito fascinante. Eis o seu enredo, em linhas gerais: o personagem central, descrito como um homem íntegro, é degradado, ao extremo, em quatro níveis. Materialmente, passa da riqueza à pobreza; do bem estar à calamidade.   Socialmente, passa da honra ao desprezo. Fisicamente, da saúde à doença. Emocionalmente, da alegria ao desespero. Seus sofrimentos seguem num crescendo. Atônito, ele se recolhe para pensar, e após uma longa reflexão sobre o que lhe acontecera, explode em três porquês: (1) Por que nasci? (3.11), (2) Por que não morri ao nascer? (3.12), (3) Por que não morro agora? (3.20-22). Ele deseja a morte e amaldiçoa o dia em que nasceu (3.1-4). Sai situação era calamitosa. Primeiro, ele perdeu os bens (1.13-22). Depois, perdeu a saúde (2.7-8). A mulher, que deveria apoiá-lo, o aconselhou a se matar (2.9).Continue a ler »O LIVRO DE JÓ

AS OVELHAS DE JESUS

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“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem;

eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão”- João 10.27-28.

Após dizer que os judeus não eram suas ovelhas, Jesus caracteriza quem são elas. “As minhas ovelhas”, ele começa a dizer, e faz uma das mais lindas declarações de toda a Bíblia. Não pertencem a uma denominação nem se caracterizam por uma determinada liturgia. São conhecidas por seis marcas, todas de relacionamento com ele.

A primeira: “ouvem a minha voz”. Elas ouvem a Jesus, não a estranhos. A Jesus, não a Moisés ou a Elias (Mt 17.5), símbolos do Antigo Testamento. Ouvir Moisés e Elias produz situações tristes, como a noticiada pela Internet de sete igrejas evangélicas colombianas que se tornaram sinagogas. Há muita igreja “sinagogada” por aí. Não se compõem de ovelhas de Jesus. Não o ouvem direito.

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O PESO DA EXPERIÚNCIA PESSOAL

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Respondeu ele: Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego, e agora vejo” – João 9.25

A conversa era tensa. E piorou quando o sinédrio disse: “Dá glória a Deus”, iniciando o diálogo com ex-cego de nascença. Esta frase iniciava o processo por heresia. Normalmente degenerava em condenação. A resposta do inquirido foi desconcertante. Desconhece teologia, mas tem certeza de uma coisa: era cego e agora via. Contra os discursos, exibiu a sua experiência. Mais à frente, o ex-cego fulminou a falação dos teólogos: “Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer” (vv. 32-33).

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PARABÉNS, SR. NEYMAR

Isaltino Gomes Coelho Filho

Não é o Neymar, jogador do Santos, que estou elogiando. É seu pai. Torço pelo Santos, mas esse negócio de “meninos da Vila” é bobeira. Paulo Henrique tem 20 anos e Neymar, 18. Menino é quem tem dez, onze anos, no máximo quinze. Com 18 e com 20 anos, o sujeito já deve ter tomado senso na vida. Já vota, está ou passou pelo serviço militar.  É tempo de tomar juízo.

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QUEIMANDO INCENSO AOS DERROTADOS

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Quando Amazias veio da matança dos edomeus, trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir e os elevou para serem os seus deuses, prostrando-se diante deles e queimando-lhes incenso. Pelo que o Senhor se irou contra Amazias e lhe enviou um profeta, que lhe disse: Por que buscaste os deuses deste povo, os quais não livraram o seu próprio povo da tua mão?” (2Crônicas 25.14)

Quando eu era criança, meus pais tentaram me cooptar para torcer por seu time de futebol. Ele, Flamengo. Ela, Fluminense. Duas vezes, pois nasceu no Estado do Rio. Minha mãe deu a cartada final. Haveria um jogo no Maracanã: Fluminense e Porto, de Portugal. Ela disse ao meu pai: “Isaltino, leva o menino para conhecer o Maracanã. Haverá pouca gente, não haverá riscos”.

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OS PARDAIS NOVAMENTE

Isaltino Gomes Coelho Filho

Escrevi três artigos sobre os pardais: “Deus cuida dos pardais – mas eu dou comida e água para eles”, “A volta dos pardais” e “Os pardais e a filosofia”. Este é o quarto, mas a lição veio de um colega, o Pr. Sérgio Vaz, presidente da Convenção Goiana, pastor da PIB de Urias Magalhães, em Goiânia. Em conversa comigo e com Meacir ele falou dos pardais que faziam ninho em sua varanda, onde estávamos. Alguém lhe recomendou que tirasse os ninhos, mas ele se recusou e deu as razões, que alisto a seguir.

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UMA IGREJA VELHA! QUERO UMA IGREJA VELHA!

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Intolerâncias” é o título de artigo de Mauro Santayana, no “Jornal do Brasil”, de 12 de outubro. Começa assim: “Um fiel ´˜desequilibrado´ da Assembléia de Deus apedrejou a imagem de Nossa Senhora, durante a procissão do Círio de Nazaré, em Belém. O ´˜bispo´ da Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio von Helder, esmurrou e chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em programa de televisão visto por milhões de pessoas, faz dez anos hoje – e não era desequilibrado”.

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A BOA E ANTIGA EBD

Pr. Tarcísio Farias Guimarães, PIB de Divinópolis, MG

A história do cristianismo evangélico está claramente marcada pelo empenho em proporcionar ensino bíblico a todos os povos, gerando discípulos de Cristo que conhecem os ensinos do Mestre. Seminários teológicos, editoras, publicações, pregações e distribuição gratuita de Bíblias têm sido alguns meios pelos quais os evangélicos promovem ensino cristão. Destacamos ainda a Escola Bíblica Dominical (EBD), que tem uma história de séculos na promoção do ensino bíblico em todo o mundo.

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O ERRO DO POLITICAMENTE CORRETO

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

” disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais” – João 8.11

O “politicamente correto” tem pontos positivos, como evitar o desrespeito a pessoas e instituições, mas tem sido usado como cerca contra críticas e discordâncias de comportamentos. Discordar é ser mal visto. Ou, o que parece ser o pior rótulo hoje em dia, “preconceituoso”. Esta parece ser a grande nódoa de qualquer pessoa ou o novo pecado imperdoável: ser preconceituoso. Geralmente se pespega o rótulo a quem não aceita certo tipo de conduta. Quando alguém não concorda com o homossexualismo, logo é taxado de preconceituoso. Mas se alguém não concorda com minha fé, não é preconceituoso. Tem convicções. Isto se parece com a postura daquela moribunda ideologia política que clama por liberdade e, ao chegar ao poder, nega-a aos discordantes. Os não preconceituosos são preconceituosos com seus discordantes.

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O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ

Pr Luciano R. Peterlevitz – Missão Batista Vida Nova, 18/04/2010

Romanos 1.16-17:

Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. (Almeida Revista e Atualizada).

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A PRIMEIRA CARTA DE JOÃO

  • por

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para núcleos de estudo bíblico

INTRODUÇÃO

Quase chegando ao fim da Bíblia, encontramos as três cartas de João. A segunda e a terceira são os menores livros da Bíblia. A primeira é uma dessas jóias semi-ocultas, quase nunca estudadas em nossas igrejas. Mas tem um valor enorme por nos mostrar o cenário teológico da igreja no primeiro século, bem como nos trazer lições preciosas do último discípulo de Jesus a morrer. João foi o discípulo que mais viveu. Tinha consciência de que sua vida estava se acabando e, sendo a última pessoa que viu Jesus vivo, precisava doutrinar bem a igreja. Neste sentido, sua carta, que hoje começamos a estudar é riquíssima.

AUTORIA

As três epístolas atribuídas a João omitem o nome do autor. Mas universalmente tem sido creditada a autoria a João, o apóstolo. Isto foi afirmado desde cedo, na história da Igreja, por homens como Policarpo, Papias, Eusébio, Irineu, Clemente de Alexandria e Tertuliano. Estes homens foram chamados de “pais da Igreja”, porque durante o ministério deles a Igreja se consolidou e firmou sua doutrina. O ensino deles é chamado de “patrística”, derivado de pater, “pai”. Pois bem, a teologia patrística sempre reconheceu o apóstolo João como sendo o autor das três epístolas que levam seu nome. No ano 170 de nossa era, isto já estava aceito pela igreja.

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SOMBRAS NO CAMINHO

Dra. Kátia Regina Goebel Nichele, psicóloga

Uma análise da situação psicológica-espiritual de Davi, no Salmo 42

Não há no mundo alguém que enfrente as dificuldades de maneira impassível. Por mais experientes e controlados que sejamos, sempre haveremos de esboçar alguma reação diante de situações adversas e inesperadas. É interessante observar como as pessoas reagem quando, de repente, entram num túnel durante uma viagem de trem. Alguns fecham os olhos, outras ficam estáticas, pálidas de medo, as crianças gritam, outros riem, namorados se beijam… Quando estou deprimida, durmo demais, outros perdem o sono, se viram na cama a noite toda ou andam pela casa como fantasmas. Há os que levantam à noite pra comer…

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O Jacó e o Israel – Breve análise das visões de Amós

  • por

Prof. Luciano R. Peterlevitz

O profeta Amós é reconhecidamente um profeta visionário. Ele é assim denominado até por seus oponentes (7.12). De fato, as “palavras” de Amós expressam aquilo que o profeta “viu a respeito de Israel” (1.1). Mas são as cinco visões narradas no livro que permitiram o profeta ser denominado de ´˜vidente´. Tais visões compõem a terceira e última parte do livro de Amós, a saber, os capítulos 7 – 9, já que as duas outras partes são formadas por Am 1-2 (ciclo dos povos) e Am 3 – 6 (conjunto de ditos a respeito de Israel).

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Pedir ou Determinar?

  • por

Pr. Celmir Guilherme

“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” Jo 14:13

Em seu livro “Exija seus direitos” RR Soares, líder da Igreja Internacional da Graça ensina que o crente não deve pedir a bênção, mas determiná-la ou exigir como um direito. A suposta base bíblica para essa sua doutrina nefasta é Jo 14:13, muito embora ele a credite a Kenneth Hagin. Ambos afirmam que “a palavra pedirdes foi mal traduzida” e que aiteo “deveria ter sido traduzido por exigirdes ou determinardes” (p. 42). Segundo ele “continuar orando, pedindo, suplicando por algo que já é seu é declarar que a Palavra do Senhor pode não ser a verdade” (p. 45). Chega ao extremo de dizer que ser paciente e suportar a provação é dar lugar ao Diabo (p. 78).

No livro ele afirma que não é versado em grego. Mas acreditou piamente no que Hagin lhe disse. Depois disse que conferiu no dicionário de Strong e que de fato a palavra aitéo também pode significar exigir, determinar. A propósito, ele define determinar como “a nossa ação com base na Palavra de Deus, o que nada mais é do que tomar posse da bênção e exigir os nossos direitos” (p. 27).

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EUDEMONISMO FAZ BEM, MAS NÃO PRECISA EXAGERAR!

Isaltino Gomes Coelho Filho

Eudemonismo não tem a ver com demônio. É um neologismo que vi, pela primeira vez, em uma obra de Packer, intitulada “Religião vida mansa”. Vem do grego eudaimon, termo para “feliz”. Um dicionário da língua inglesa define eudemonismo como “o sistema de filosofia que faz da felicidade humana seu objetivo mais alto”.

Packer faz este comentário, após definir eudemonismo: “O eudemonismo diz que, já que a felicidade é o valor supremo, podemos confiantemente olhar para Deus aqui e agora para nos proteger de coisas desagradáveis em cada circunstância, ou então, se as coisas desagradáveis aparecerem, livrar-nos delas imediatamente, pois nunca é da vontade dele que tenhamos que conviver com elas”.

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O ENCANTO DA TERCEIRA IDADE

  • por

Preparado por Meacir Carolina Frederico Coelho para a IB Nova Vida – Valparaíso – GO

02/04/2010

INTRODUÇÃO

Quando Carlos se aposentou, ficou muito feliz. Levantou tarde, tomou uma segunda xícara de café, leu os jornais da manhã e disse à esposa “Isso é que é vida!”. Logo depois pensou como seria problemático preencher suas tardes. Resolveu fazer o cruzeiro que ganhara de prêmio da firma e levou a esposa. Na volta, foi visitar os colegas de trabalho no escritório. Foi uma festa. Muito elogiado, resolveu voltar na semana seguinte para nova visita e viu um jovem de 25 anos ocupando a mesa de trabalho que fora sua. “Ele está operando um computador”, reparou Carlos, que nunca chegou a usar um desses aparelhos. Reconheceu ali, que era tempo de ir embora e se lançar em uma vida nova. Ficou com um pouco de medo, mas viu também a oportunidade de um futuro maravilhoso.

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UM QUE FAZ FALTA E OUTRO QUE NÃO

  • por

Isaltino Gomes Coelho Filho

Estou lendo a Bíblia na versão Almeida Século 21. Hoje li o livro de Lamentações. Antes de lê-lo, li o comentário introdutório. É bom fazer isso. É como ler o prefacio e o índice de um livro. Ajuda-nos a ver o que leremos.

Duas observações do comentarista me ajudaram muito. Elas tocam em dois aspectos bem sérios. Um que nos faz falta, porque o esquecemos. Outro que não, e espero que desapareça de nossas igrejas.

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Reflexos de uma teologia EQUIVOCADA

Isaltino Gomes Coelho Filho

Parece-me haver um debate teológico em nossa denominação, enfocado de maneira equivocada e com rótulos pouco acertados. Vejo que alguns dividiram o cenário entre “conservadores obscurantistas fossilizados” contra “intelectuais arejados, sintonizados com novos tempos”. Li, um dia, que sou o líder do fundamentalismo batista, “tendência tolerada pela CBB”. Não sei quem me constituiu líder, e talvez a pessoa que me rotulou não sabe o que é um fundamentalista. Parece que ela se vê como um intelectual sintonizado com os novos tempos. Mas nada é mais fundamentalista que um intelectual sintonizado com os novos tempos. Fora do seu esquema não há salvação. Nem vida inteligente. É o detentor do saber e da erudição teológica, embora mais douto em sociologismo e filosofismo que em teologia.

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DOIS TIPOS DE DISCÍPULOS

Isaltino Gomes Coelho Filho

“Respondeu-lhe Felipe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pouco. Ao que lhe disse um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” – João 6.7-9

Filipe e André são discípulos de Jesus com nomes gregos significativos: “amigo dos cavalos” e “homem”. Um voltado para animais e outro para pessoas. Ambos são mais de bastidores que da linha de frente. São mencionados sempre em papéis secundários, e nunca propriamente de comando.

André é uma figura fantástica. Viveu nos bastidores e à sombra do irmão, Pedro, que ele levou a Jesus. Sempre com uma palavra positiva e colaborando para decisões. No episódio em tela, Jesus levanta a questão: onde arranjar comida para tanta gente? Já decidiu o que fará, mas experimenta os discípulos. Se foi um teste, do ponto de vista de Recursos Humanos, Filipe foi reprovado e André foi aprovado.

Quando Jesus traz o problema a Filipe, este o agrava: sete meses de salário de um trabalhador não bastariam. Filipe dramatiza o problema. André aponta numa direção. Não chega a dar uma resposta, mas devolve o problema para o Senhor, após mostrar alguma coisa. E a pista de André é assumida imediatamente por Jesus, que age a partir de sua sugestão. Se fosse se lastrear na palavra de Filipe, Jesus apenas teria o problema com cores mais vívidas.

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