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Artigos

O Otimismo Correto

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O Otimismo Correto

 

Isaltino Gomes Coelho Filho *

 

         Uma das coisas boas que aprendi do Pr. Xavier foi o gosto pelas obras de Eugene Petersen, a quem ele admirava. Por conta disto adquiri Trovão inverso – o livro do Apocalipse e a oração imaginativa, deste autor. Lê-lo me ajudou muito. Li-o devagarinho, conectando com outras leituras feitas e informações guardadas comigo.

         Um dos capítulos é “A última palavra sobre salvação”. Nele Petersen faz uma avaliação da salvação bíblica e da salvação que os homens apregoam. Ele começa do ponto certo: a queda. Não se pode falar de salvação sem falar de queda. A teologia cristã sadia fala da queda. O homem caiu. É acaciano, mas é bom afirmar, a queda é para baixo; não se cai para cima. A queda trouxe transtorno e, assim, o mundo que temos não é o mundo ideal de Deus, mas o mundo contaminado pelo pecado.

         Petersen analisa, com profundidade e simplicidade, o termo hebraico para salvação e fala do substituto do mundo para o ensino bíblico de salvação: otimismo. Cita dois tipos de otimismo, o moral e o tecnológico. No primeiro vem a idéia de que boa vontade, determinação e aplicação de fórmulas e conceitos à montanha de injustiça, maldade e corrupção que nos cerca acabará nos redimindo. É atraente porque apela para a bondade humana, tece loas a nós mesmos, mostra como somos bons e estamos incomodados com a injustiça e queremos um mundo melhor. Massageia o nosso ego. As pessoas se sentem bem, conseguem manter Deus à distância e continuam em seus esforços inúteis para redimir o homem. Curioso: o que causou a queda, o querer ser como Deus, perpetua a queda. O homem continua querendo fazer o papel de Deus, tentando ser seu próprio redentor.

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A Arte de se Queixar (E desculpando-me com Machado de Assis)

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A Arte de se Queixar (E desculpando-me com Machado de Assis)

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            Eu era seminarista na Zona Oeste carioca, região do glorioso Bangu Atlético Clube, nos anos setentas. Embora ainda garotão, como a igreja estava sem pastor, a liderança espiritual me competia, por decisão da assembléia.  Inexperiente, eu me afligia com as queixas de duas irmãs, que de tudo reclamavam. Uma das suas queixas era que a igreja vivia dentro de quatro paredes e não evangelizava, que só vivia com programas internos, que ignorava os perdidos, etc. Eu me inquietava também com minha situação espiritual. Gostaria de ter aquele zelo pelo evangelismo que as irmãs tinham.

            Uma tarde, autorizado pelos líderes da igreja, convoquei o pessoal para uma “operação arrastão”. Reuniríamo-nos no templo, oraríamos e íriamos de porta em porta, nas imediações da igreja, entregando convites e convidando pessoas para o culto. Naquele tempo havia as organizações da igreja. Era às 18 horas: reunião da Sociedade Feminina, Sociedade Cooperadora de Homens, Uniões de Mocidade, Adolescentes e Juniores. As queixosas chegaram e, como não prestavam atenção em nada, não sabiam que haveria o “arrastão”! Reunimo-nos juntos no salão de cultos, oramos e saímos. As irmãs que queriam a evangelização do bairro ficaram. Outro seminarista foi chamá-las e elas responderam: “Vamos ficar aqui orando para que Deus os abençoe!”.

            Então compreendi. Elas eram muito boas de queixas, mas de serviço, não.

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Tadinha da Maísa!

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Tadinha da Maísa!

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

 

            A mídia tem fome de ídolos. Ela os cria, usa e, se perdem o viço ou deixam de render dividendos, ela os execra. Bem disse Darci Ribeiro: a preocupação da mídia não é com informação, mas com venda. Neste afã, ela produz imagens novas e as alardeia. Recordo-me de uma cantora, não sei se ainda canta, que de repente, em todos os órgãos de informação era chamada de “o furacão Fulana de Tal”. O furacão virou brisa mansa.

            Agora é uma menina chamada Maísa, a nova coqueluche. Quase que diariamente há uma manchetezinha solta, aqui e acolá, para divulgar seu nome. Em uma, ela embaraçou Sílvio Santos. Na outra, ela é irreverente. Em outra, muito esperta. Fico sabendo que venceu a Xuxa (só li a manchete e não sei em que, exatamente, ela venceu a Xuxa). Vi uma propaganda da menina outro dia, na televisão. Com uma boneca. Não brincando, mas vendendo. Ela virou boneca, é marca de boneca. A menina que deveria brincar com bonecas (os fundamentalistas de esquerda vão me chamar de formador de estereótipo) virou marca de boneca e serve para vender boneca. Ela não brinca. Ela fatura. Que pena! Sua infância está se esvaindo.

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E-MAIL PARA O APÓSTOLO PAULO

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E-MAIL PARA O APÓSTOLO PAULO

 

 

 

   Amado apóstolo:

Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida. As coisas estão muito difíceis por aqui. Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

 

Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.

 

Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a “raiz de todos os males”[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a “solução” de todos os males.

 

Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo. Sei que em seu tempo, os apóstolos eram “fracos… desprezíveis… espetáculo para os homens… loucos… sem morada certa… injuriados… lixo e escória” [3]. Agora é bem diferente. Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios pelos governantes.

 

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As Crónicas de Nárnia de Volta ao Cinema

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As Crónicas de Nárnia  de Volta ao Cinema

 

  O Príncipe Caspian

 

As Crónicas de Nárnia,  de C. S. Lewis, voltaram ao cinema, agora com O Príncipe Caspian, a segunda das sete clássicas histórias do  famoso autor e professor de literatura medieval e renascentista da Universidade  de Cambridge (1898-1963).

As quatro crianças,  Peter, Lucy, Edmund e Susan,  que conhecemos em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa,  voltam a Nárnia para ajudar o Príncipe  Caspian, e um exército de narnianos, a conquistarem o trono, no domínio do maléfico Rei Miraz,  vencendo os poderes do mal que oprimem as silenciadas terras de Nárnia.

Guardadas na secção infantil das bibliotecas, e lidas abundantemente pelas crianças,  As Crónicas de Nárnia talvez sejam uma oportuna leitura para adultos. Tal como Lewis e Tolkien (O Senhor dos Anéis),  seu amigo,  entendiam, estas histórias não são necessariamente para crianças.  Para estes  autores,  só vale a pena ser lido o conto de fadas que  valha a pena ser escrito para, e lido por, adultos.

Lewis entendia que o mundo imaginário dava ao mundo real “uma nova dimensão de profundidade” devolvendo-nos ao mundo com um prazer redescoberto. Como afirma  Martha C. Sammons,(1) Lewis acha que a fantasia  permite retirar a monotonia às coisas que já conhecemos,  restaurando a nossa visão do mundo, fortalecendo assim o nosso gosto pela vida. 

Embora o autor não pretendesse escrever alegorias cristãs, ele reconheceu que os elementos da sua fé cristã permearam as suas narrativas.  As histórias de Nárnia são peregrinações espirituais,  que resultam numa grande mudança interior dos personagens quando os poderes do mal que os oprimem são vencidos. É a busca de Deus, de uma identidade pessoal, colocada no mundo imaginário. 

Em O Príncipe Caspian  podemos cruzar-nos com muitos temas. A maçadora educação imposta e censurada pelo Rei Miraz que tenta impedir o verdadeiro conhecimento da antiga Nárnia confronta-se com a educação justa da Nárnia genuína. Uma perspectiva  materialista e céptica da vida é confrontada com uma perspectiva de vida de dimensão transcendente, espiritual. A sempre desejada figura do leão Aslan, ressuscitado, aponta para a pessoa de Cristo, libertador espiritual,  bem como para a providência de Deus na história e a responsabilidade humana. O encontro de Aslan com Lucy é um estímulo à fé em contextos de vida onde ela rareia.

Lewis recorre ao profundo conhecimento sobre os animais para criar uma história de delícia. Os personagens de O Príncipe Caspian proporcionam uma preciosidade de significado, suspense e humor, criando um ambiente onde a intensidade das experiências nos permitem  claras contemplações de realidades  e conceitos que nos parecem longínquos.  Tal como beber água fresca numa fonte que descobrimos na montanha… numa altura em que temos sede!

Segundo a sequência da sua publicação, são estas as sete Crónicas de Nárnia: “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, “O Príncipe Caspian”, “A Viagem do Caminheiro da Alvorada”, “O Trono de Prata”, “O Rapaz e o Cavalo”, “O Sobrinho do Mágico” e “A Última Batalha”. Depois de terem sido publicadas em Portugal pela Guimarães Editores (1961) e pela Gradiva (1994), as Crónicas de Nárnia são agora editadas pela Editorial Presença (2003).    

Pais e educadores interessados em recursos pedagógicos relacionados com o livro e o filme dispõem de uma grande variedade de possibilidades, nomeadamente:

www.walden.com, cslewis.drzeus.net;  www.christianitytoday.com;  www.family.org .  A Sociedade Bíblica de Portugal (www.sociedade-biblica.pt) preparou o opúsculo “A Verdadeira Mesa de Pedra” que propõe uma interpretação bíblica do argumento de C. S. Lewis. O   www.portalevangelico.pt lançou o “Dossier C. S. Lewis”, com várias contribuições sobre a vida e a obra do professor.

— Fernando Ascenso

 

(1) Citado de “The Chronicles of Narnia: For Adults Only”, Martha C. Sammons, em “Revisiting Narnia”, Shanna Caughey, ed., Benbella Books, Dallas, Texas, 2005.

 

Título: As Crónicas de Narnia: O Príncipe Caspian
Gênero: Aventura/Fantasia

Direcção: Andrew Adamson

Tempo de Duração: 147 minutos

M/6
Ano de Lançamento (EUA): 2008

Precedido por As Crónicas de Narnia – O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa (2005).

 

 

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Correntes Teológicas Contemporâneas – Um Passar De Olhos

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Correntes Teológicas Contemporâneas – Um Passar De Olhos 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            O cenário teológico anda razoavelmente calmo, depois de algumas décadas de “furor”, com algumas correntes de destaque.  Tivemos as teologias secularizantes, de fundo existencialista, como a da morte de Deus, com expoentes como Altizer, Hamilton, Robinson, Vahanian, Van Buren e outros menos cotados. Veio a da esperança, de Moltmann, e sua quase gêmea, próxima a ela, a teologia da história, de Pannenberg.

A teologia da libertação foi a grande estrela dos últimos anos.  Com ela, a teologia saiu de salas de aula e gabinetes de teólogos para a mídia secular. Parte disto se deveu ao uso de categorias marxistas de pensamento como princípio hermenêutico, ou seja, como a ótica pela qual se interpreta a Bíblia. Como o marxismo é o ópio dos intelectuais, isso a projetou muito. Além disso, ela “pegou carona” no impulso dado pelas teologias secularizantes, porque sua cristologia se tornou em “jesuologia”, tomando o homem Jesus e não o Cristo, como referencial. Centrou-se no homem para os outros, o libertador social, o reformador, mais que no Salvador. O Reino de Deus se tornou reino dos homens e a evangelização se tornou luta política. Em termos gerais, é isso.

Passamos pela teologia situacional, de Fletcher, que mereceu, acertadamente, o título de ética da situação. Era mais práxis que teologia. Chamá-la de “corrente teológica” era uma impropriedade.

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O dia em que a fé acabou

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 O dia em que a fé acabou
 “Quando o Filho do Homem voltar, porventura encontrará fé na terra?” (Lc 18.8)

PR. DANIEL ROCHA
Pastor da Igreja Metodista em Itaberaba, e psicólogo ([email protected])


Ano de 2025. O culto das 18 horas vai começar numa mega-igreja dentre muitas que se espalham pela cidade. A grandiosidade e beleza do templo confundem-se com os modernos shoppings. Dentro há grandes lojas, academia para os fiéis, salas de jogos e restaurante. O culto pode ser assistido de qualquer lugar da catedral, até mesmo da sala de jogos virtuais freqüentada pelos adolescentes. Finos telões de plasma espalham-se por salões climatizados e poltronas confortáveis.

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Abençoamos ou Não?

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Abençoamos ou Não?

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

            A convite, apresentei à Convenção Batista Fluminense, em junho de 2007, em Cabo Frio, a palestra “O simbolismo judaico e as igrejas neopentecostais – a solução dada por esses grupos para matar ‘a sede simbólica das comunidades’”. Creio que foi publicado em “O Jornal Batista” (OJB nos. 43, 44 e 45, edições de 28/10/07, 4/11/07 e 11/11/07). Está também no site da Igreja Batista do Cambuí, que tenho o privilégio de servir pelo nono ano (www.ibcambui.org.br).

            Fiz a seguinte observação, no bojo das considerações:

 

Não faço a chamada “bênção apostólica” nos cultos da minha igreja. Até mesmo porque não vejo nenhuma bênção deste tipo no Novo Testamento. Usamos 2Coríntios 13.13 com um enorme floreio, em cultos especiais, mas sejamos honestos: não há uma ordem bíblica para repetirmos aquela frase que alguns ainda chamam de “bênção dos apóstolos”. É uma citação paulina, isolada e não repetida pelos outros apóstolos. Nós a tornamos de uso exclusivo do pastor, que levanta os braços para proferi-la.  Não costumo usá-la, mas, dominicalmente, dou uma bênção minha, como pastor, ao meu rebanho. É um momento do culto ansiado pelas pessoas. Começo dizendo: “Como seu pastor eu os abençôo em nome de Cristo…” e continuo com outras palavras. É um momento de profunda espiritualidade. Uma senhora me disse que ao ouvir a bênção, e sabendo que é de coração, ela a retribui, em voz baixa, desejando o mesmo para mim. Outra pessoa me disse que aquela bênção a ajuda a atravessar a semana. Uma família, que ficou sob a arma de seqüestradores numa noite, disse que se lembrou desta bênção pastoral para se sentir segura.

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Princípios para o Equilíbrio Financeiro

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Princípios para o Equilíbrio Financeiro

 

 Equilíbrio Financeiro  O desequilíbrio nas finanças tem sido fonte de grandes conflitos, angústias e estresses pessoais e familiares. Normalmente o problema não é porque ganhamos bem ou mal, pouco ou muito, mas porque administramos mal ou gastamos inadequadamente o pouco ou o muito.

 

Também, o descontrole financeiro pode ser gerado por desemprego, enfermidade ou calamidade inesperados. Não tenhamos medo de dizer que estamos em dificuldade financeira. Normalmente tememos enfrentar a raiva do cônjuge, ficar desacreditados diante da família e amigos, ouvir: “eu não te disse?”, ter que admitir descontrole e pedir desculpas.

         Reconhecermos a dificuldade e a encararmos seriamente é o primeiro passo para a recuperação. Fingirmos que ela não existe é tremendamente danoso (Pv.13.7).  
 Equilíbrio Financeiro

 

            Confiemos em Deus, busquemos dEle a solução e façamos a nossa parte (Pv.3.5-6, Pv. 10.22, Pv. 11.28). Existem alguns princípios que nos ajudam a manter em ordem nossas finanças:

 

1.         Vivamos de acordo com a nossa renda. Compatibilizemos nosso padrão de vida com o nível de nossa remuneração. Vivamos, se for preciso, com simplicidade e modéstia, mas com tranqüilidade. Podemos ser felizes, tendo o que necessitamos, mesmo não tendo tudo que gostaríamos. Aliás, ninguém tem tudo que quer. Programemo-nos a gastar menos do que ganhamos (80%). O controle das finanças deve estar com o cônjuge que tiver mais serenidade, bom senso e sabedoria para fazê-lo (Ec. 5.11, Ec. 7.11-12, Pv. 30.7-9).

 

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A Cruz Antiga e a Nova

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A Cruz Antiga e a Nova

A. W. Tozer

Totalmente sem aviso e despercebida, uma nova cruz surgiu nos círculos populares evangélicos nos tempos modernos. Parece-se com a antiga cruz, mas é diferente: as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais.

Desta nova cruz brotou uma nova filosofia da vida cristã, e dessa nova filosofia proveio uma nova técnica evangélica – um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Esta nova evangelização emprega a mesma linguagem da antiga, mas seu conteúdo não é o mesmo e a sua ênfase não é como antes.

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1ª Epístola de Paulo aos Santos Tupiniquins

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1ª Epístola de Paulo aos Santos Tupiniquins

Daniel Rocha – Pastor da Igreja Metodista em Itaberaba – [email protected]

 

Como seria uma carta endereçada à igreja brasileira pelo maior escritor do Novo Testamento, o apóstolo Paulo? Observando os temas abordados por ele nas cartas escritas à ainda incipiente Igreja Primitiva, e considerando que muitos problemas enfrentados por ela se perpetraram também em nosso território, podemos imaginar, através de uma paráfrase de seus textos, o velho apóstolo escrevendo uma epístola de admoestação e exortação em letras bem grandes para nós. Talvez ela fosse mais ou menos assim…

 

 

Prefácio e Saudação

Paulo, apóstolo, não da parte de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, a todos os santos e fiéis irmãos em Cristo Jesus, que se encontram em terras brasileiras, graça e paz a vós outros.

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Os Cânticos Do Apocalipse

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Os Cânticos Do Apocalipse

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

            Para muitos, o Apocalipse é misterioso e aterrorizante. Para outros, infelizmente, é uma cabala evangélica, usado para adivinhações grotescas, em que se “vêem” o Japão, EUA, helicópteros, Saddam Hussein reconstruindo Babilônia e outras hermenêuticas levianas, mostradas entre nós como escatologia séria. É triste o sensacionalismo bíblico!  Mais triste é o anseio por ele em nossas igrejas!

 

            O Apocalipse é um livro de louvores e cânticos. Celebra o triunfo final de Jesus, o Cordeiro de Deus. Seu reino será vitorioso. Os cânticos são de triunfo. Há muita liturgia, mas, semanticamente, talvez não seja apropriado falar de “cânticos”, embora Apocalipse 15.2 diga que “entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro”. Na realidade, são aclamações de louvor em que a corte celestial prorrompe espontaneamente ao ver descortinada a história e o triunfo do reino implantado por Jesus. Não são cânticos elaborados, mas expressões espontâneas. Mas são um precioso ensinamento: nós celebramos a vitória do reino de Cristo. Cantamos sua obra redentora, seu poder na história, o triunfo dele sobre o poder do mal, a imbatibilidade da Igreja.  Nosso louvor deve exaltar o triunfo de Cristo e a vitória final do seu reino.

 

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O Grande Hino Cristológico De Efésios – Parte 2

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O Grande Hino Cristológico De Efésios

Parte 2

  Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho 

            Continuamos considerando o texto de Efésios 1.3-14, estudado no número anterior.  Naquele artigo consideramos aspectos lingüísticos e de estrutura do hino paulino. Hoje vamos analisá-lo por dois ângulos. O primeiro é sua perspectiva teológica, com uma visão trinitariana. É o que os teólogos chamam de “economia da Trindade”.  O outro é o das bênçãos que temos em Cristo.

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Por Trás de Amazing Grace

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Por Trás de Amazing Grace

A Vida de William Wilberforce nos cinemas 

Os cristãos à volta do mundo foram convidados a entoar o famoso hino Amazing Grace no Domingo 18 de Fevereiro de 2007, no que foi consagrado como Amazing Grace Sunday,  em acção de graças pelo segundo centenário da abolição da escravatura e em intercessão pela libertação de homens, mulheres e crianças ainda hoje escravizados. A iniciativa foi articulada com o lançamento do filme Amazing Grace e teve o apoio da Aliança Evangélica Mundial.

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Onde Estão Os Mortos?

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Onde Estão Os Mortos?

 

Ebenézer Soares Ferreira

Os justos, ao morrerem, vão logo para o céu. Há pessoas que procuram contestar o ensino claro das Escrituras sobre o estado desincorporado dos mortos. Baseiam-se elas em textos bíblicos que nada lhes oferecem para escorar sua doutrina do "sono da alma", que é, especialmente, esposada pelos sabatistas. Em Lucas 23.43, se lê: "Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso". Para que sirva aos seus planos doutrinários, eles colocam dois pontos após a palavra hoje e, assim, fica o texto: "Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje: estarás comigo no paraíso". Deste modo, o texto fica totalmente modificado. Segundo essa leitura, um dia o crente irá para a bem-aventurança eterna. Mas não se sabe quando.

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De servos apascentadores a gerentes eclesiásticos

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De servos apascentadores a gerentes eclesiásticos

A sociedade de consumo dos shoppings e do fast food se instalou no mundo sem fronteiras e faz a cabeça da humanidade, inclusive dos evangélicos. Não é incomum encontrar em nossas igrejas pessoas que esperam da igreja shows e atendimentos de boa qualidade e de resultados rápidos. É óbvio que querer o melhor daqueles que se dizem representantes do melhor é algo perfeitamente normal. É nesse cenário que a igreja evangélica brasileira se encontra e tem que fazer a sua escolha. A igreja precisa decidir entre oferecer alimento sólido e preparar uma geração de autênticos discípulos e adoradores do Senhor Jesus Cristo ou simplesmente agradar uma humanidade que se encontra perdida, à semelhança de ovelhas sem pastor. A escolha da igreja vai fazer a diferença entre a maturidade cristã e a mediocridade de uma religiosidade cristã.

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O Grande Hino Cristológico De Efésios – Parte 1

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O Grande Hino Cristológico De Efésios

Parte 1

 

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

           

O texto de Efésios 1.3-13 é a maior sentença gramatical da Bíblia. O ponto final aparece no versículo 13 (Bíblias antigas) ou no 14 (Bíblias novas). São 203 palavras no texto grego. Após a saudação habitual em suas cartas, Paulo prorrompe em louvor de maneira tão entusiástica que custa a parar. Encadeia os pensamentos um após o outro e fica até difícil captar o sentido do que ele está a dizer.

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Natal, Ano Novo, Superman, Jesus

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Natal, Ano Novo, Superman, Jesus

 © Darlyson Feitosa – Pastor Auxiliar da SIBPP

     Na contra-capa do DVD Superman – O Retorno se lê: “É muito além de super. É soberbo”. Por conta disso aluguei o filme e assisti-o com um pouco de interesse. O interesse foi aguçado com o enredo e alguns diálogos, que passo a comentá-los.

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Cultos Biblicamente Relevantes

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Cultos Biblicamente Relevantes
 
Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para ser um capítulo do livro da Convenção Batista Brasileira, de 2007.
 
 

O que significa, exatamente, cultos biblicamente relevantes?

Não estamos falando apenas de cultos relevantes, mas “biblicamente relevantes”. O “biblicamente” faz diferença. A relevância de muitos cultos tem sido buscada no seu significado para as pessoas. Vivemos numa época antropocêntrica em que o homem passa a ser o referencial e o fio de prumo de quase tudo.  Até mesmo o culto é medido pelo impacto que causou nas pessoas, se lhes foi agradável e se elas se sentiram bem. Tudo é planejado para que as pessoas queiram voltar. Estas coisas são boas, mas não são o cerne do culto. Sua relevância não pode se medir por como as pessoas se sentiram. Pessoas de coração duro, sem desejo de compromisso com Deus, querendo apenas promessas, podem se sentir bem em um culto que apazigúe seus corações. Mas talvez estejam precisando ser incomodadas! Se uma pessoa está longe de Deus ou em desacordo com sua vontade e se sente bem em um culto, este pode ter sido significativo para ela. Até mesmo relevante porque a fez sentir-se bem, confirmando seu estilo de vida. Mas foi biblicamente relevante?

 

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Uma Análise Dos Cânticos Nos Evangelhos – O Magnificat E O Benedictus

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Uma Análise Dos Cânticos Nos Evangelhos –
O Magnificat E O Benedictus

 

            Tem havido uma ênfase muito grande no Antigo Testamento, em nossas igrejas. Esta ênfase se verifica inclusive nas pregações e nos cânticos.  Isto não é mau, em si. O autor deste trabalho é professor de Antigo Testamento e disciplinas correlatas, e autor de vários comentários exegéticos de livros do Antigo Testamento e se sente bem nesta porção da Bíblia. O problema é que alguns parecem esquecer que somos cristãos, somos regidos pelo Novo Testamento, que interpreta o Antigo, que somos filhos de nova aliança, prometida em Jeremias 31.31 e concretizada na instituição da ceia do Senhor, como lemos em Lucas 22.20. Muitas práticas e posições têm sido estabelecidas sem o parâmetro do Novo Testamento. Inclusive na área do louvor e de adoração. Isto se torna problemático para a igreja. Cristo tem sido empurrado para a periferia em muitas pregações e em muitas celebrações de louvor. E, em algumas ocasiões em que é lembrado, mais se assemelha a um Cristo da nova era, uma força ou uma energia, um emblema de uma espiritualidade vaga, do que a pessoa histórica em que Deus se encarnou e esteve entre nós.

 

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Por que deixei de ser espírita

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Por que deixei de ser espírita

 

Hoje percebo: eu já andei nas trevas, pensando andar na luz. Só quem, como eu, foi, por 32 anos, espírita, pode avaliar como é bom poder orar sem apagar as luzes, sem esperar que um poder extraordinário, mas não divino, viesse dar forma à emoção que todos queríamos viver e não conseguíamos de modo normal , como sinto agora…
Hoje percebo que as reuniões espíritas provocam o recolhimento e a concentração para que as pessoas não percebam quanto estão fora de si, de seu racional. Orar a Deus e chegar ante Ele não é perder o controle do próprio corpo, a ponto de deixar que “outra vontade” nos domine.

 

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