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Palestras

MINISTÉRIO PASTORAL: FIRME E CONTEMPORÂNEO – ESTUDOS NAS EPÍSTOLAS PASTORAIS

MINISTÉRIO PASTORAL: FIRME E CONTEMPORÂNEO – ESTUDOS NAS EPÍSTOLAS PASTORAIS

4º. ENCONTRO ANUAL DA ORDEM DOS PASTORES BATISTAS DO BRASIL – TOCANTINS

ACONTECIDO EM PALMAS, 27 A 29 DE SETEMBRO DE 2012

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

OBSERVAÇÃO: Este material foi preparado para o encontro com os pastores do Tocantins, e para discussão com eles. Seu uso fora do ambiente para o qual foi preparado carece de, pelo menos, uma autorização do autor.

A 1ª. EPÍSTOLA A TIMÓTEO

As duas cartas dirigidas a Timóteo e a carta a Tito são costumeiramente chamadas de “epístolas pastorais”. Mas todas as epístolas de Paulo foram pastorais, porque foram escritas por um pastor e com finalidade pastoral. Mas estas são assim denominadas porque foram diretamente escritas a dois pastores, para tratar de questões atinentes à vida das igrejas e dos pastores da época, bem como com orientações para a vida deles. Elas foram produzidas no fim da vida de Paulo, quando ele se preparava para morrer e queria deixar os dois jovens pastores bem firmados (2Tm 4.6-9). O tom é bastante sentimental e em alguns momentos chega a ser melancólico, de alguém que se despede (2Tm 6.20). O conteúdo é rico mostra como era a vida das igrejas, não apenas em termos de doutrina, mas muito mais de formação de liderança. Neste primeiro momento, cuidamos da primeira carta a Timóteo. Este foi um dos pastores mais destacados da igreja primitiva, sendo neto e filho de mulheres cristãs (2Tm 1.5). Ele fazia parte da terceira geração de cristãos, portanto. Parece que foi Paulo quem o evangelizou, porque o chama de “filho na fé” (1Tm 1.1). O apóstolo o considerava mais que um filho na fé. Tinha-o como um verdadeiro filho (2Tm 1.2). Dito isto, vamos à carta.

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RESGATANDO A BIBLICIDADE NO PÚLPITO CONTEMPORÂNEO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Palestra preparada para o Congresso Regional da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, em Brasília, sob o tema “Celebrando a Palavra e a pregação”, e apresentada em 18 de agosto de 2012

INTRODUÇÃO

É triste que se esteja a falar de resgate da biblicidade no púlpito. Mais triste ainda é que o tema não é irreal nem um superdimensionamento de uma situação. A Bíblia anda sumida de muitos púlpitos. Crentes queixaram-se comigo de que seu pastor levava livros de Alberto Cury para o púlpito e lia trechos das obras, ao invés de expor as Escrituras. E mesmo nos púlpitos para onde são levadas, não se pode afirmar com muita segurança que elas serão expostas.Continue a ler »RESGATANDO A BIBLICIDADE NO PÚLPITO CONTEMPORÂNEO

Palestra 3 – UMA IGREJA SEMPRE SE REFORMANDO

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PALESTRA PREPARADA PELO PR. ISALTINO GOMES COELHO FILHO PARA O SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA GRAPIUNENSE

 

E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens,  pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é cabeça, Cristo. (Efésios 4.11-15).

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PALESTRA 2 – A IDENTIDADE DA IGREJA

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PALESTRA PREPARADA PELO PR. ISALTINO GOMES COELHO FILHO PARA O SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA GRAPIUNENSE, BA

Dou graças a Deus porque fui para um seminário no fim dos anos sessentas, com 19 anos. Naquela época, os evangélicos éramos insignificantes e vivíamos no Brasil um momento de grande contestação. Grassava nos meios acadêmicos e intelectuais o existencialismo, que trazia um aspecto secularizante ao pensamento. Um jovem de 19 anos que fosse para um seminário naqueles dias precisava possuir uma consciência muito forte de vocação. Após duas décadas de estabilização e institucionalização que se seguiram à 2ª. Guerra Mundial, o mundo via a contestação de todas as estruturas existentes. Em Paris, os jovens iam às ruas, numa revolução estudantil. No Brasil, milhares de jovens protestavam contra o regime militar. Além da contestação intelectual, havia também a social. Protestava-se contra tudo.Continue a ler »PALESTRA 2 – A IDENTIDADE DA IGREJA

PALESTRA 1 – O EMBRIÃO DA IGREJA

PREPARADA PELO PR. ISALTINO GOMES COELHO FILHO PARA O SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA GRAPIUNENSE, BAHIA.

 

A base desta palestra é o texto de Marcos 3.13-19, que aqui registro, para facilitar:

  • Depois subiu ao monte, e chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele. Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar; e para que tivessem autoridade de expulsar os demônios. Designou, pois, os doze, a saber: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.

 

O texto da chamada dos doze não é o registro de uma ata de fundação de um grupo religioso. Não é um relato fortuito, nem seco.  A maneira de Jesus agir foi planejada e muito bem calculada para transmitir uma verdade. Há um ensino teológico implícito no texto. Entendo que em termos funcionais, a Igreja surge aqui, embrionariamente. O registro da chamada dos doze deixa indicações valiosas do que é a Igreja do Senhor. É por aqui que vamos andar.Continue a ler »PALESTRA 1 – O EMBRIÃO DA IGREJA

A INTEGRIDADE DA PROFECIA

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a Assembléia da Convenção Batista Brasileira, em Foz do Iguaçu, PR, 22.1.12

 

INTRODUÇÃO

Comecemos definindo os termos, como dizia meu professor de Filosofia, Dr. Reynaldo Purim. Quando falo de “Integridade da profecia”, por “integridade” aludo à completude e ao inter-relacionamento da profecia. Aludo a como ela é completa, no sentido de ser um todo, e afirmo que é como um todo que o evento profecia deve ser analisado. E afirmo que suas partes e épocas se relacionam entre si. Para um bom entendimento teológico, ela não pode ser analisada em episódios desconectados uns dos outros. Em uma etapa posterior desta palestra, mostro o que isto implica para nós, em nossa teologia e em nossa ética. É nesta direção que caminharemos.Continue a ler »A INTEGRIDADE DA PROFECIA

APOIO E PRESENÇA DE DIÁCONOS EM CAMPOS MISSIONÁRIOS

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Preparado para o 1º. Encontro dos Diáconos da Região Norte, em Belém do Pará, dia 12.11.11

 

INTRODUÇÃO – ONDE SE LEVANTA A TESE A DISCUTIR

Eis-nos diante de uma das mais sensatas questões que já vi, em debates sobre o diaconato. Eu mesmo nunca desenvolvera o assunto anteriormente, mas já o notara em meus estudos bíblicos. Quando escrevi o livro “Atos – de Jerusalém a Roma”, isto se me fez mais agudo, porque foi algo que me saltou aos olhos. Fiquei com a ideia na cabeça. Armazenei-a, para um dia fazer o download mental e desenvolvê-la. Agora me designam este tema.  E de quebra, tive três dias inteiros para refletir sobre ele, em Parintins, onde fui realizar pregações. Em Macapá, as múltipas atividades me desviariam do assunto. Na cidade dos bois Garantido e Caprichoso, pude refletir mais sobre o tema. E, longe de casa, com saudades da minha boa igreja e de minha excelente esposa, o remédio foi aplicar-me a este trabalho para não sentir saudades.Continue a ler »APOIO E PRESENÇA DE DIÁCONOS EM CAMPOS MISSIONÁRIOS

EBD: UM ENSINO PARA IMPACTAR VIDAS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os professores da EBD da Igreja Batista Central de Macapá, 25.11.11

 

 

 

INTRODUÇÃO

Esta palestra não ensinará alguém a ser um bom professor de EBD. Talvez não acrescente muito aos participantes, porque, na sua maior parte, são professores experientes e crentes maduros. Mas nos relembrará algumas verdades que, eventualmente, tenham ficado esmaecidas. E relembradas, debatidas e ponderadas, podem nos devolver um rumo que pode ter ficado perdido. É sempre bom relembrarmos verdades espirituais, mesmo que singelas. Muitas vezes ficamos tão familiarizados com elas que deixamos de ver seu brilho.

 

No livro O mundo de Sofia, o doutrinador de menina Sofia diz que a criança é  o verdadeiro filósofo, porque ainda não perdeu a capacidade de se encantar. Os adultos se acostumaram com as verdades, com o mundo, perderam esta capacidade de se encantar. As coisas se tornaram rotina. O doutrinador lhe escreve: “Podemos dizer que um filósofo permanece a vida toda tão receptivo e sensível às coisas como um bebê. E agora você precisa se decidir, querida Sofia: você é uma criança que ainda não se ´˜acostumou´ com o mundo? Ou você é uma filósofa capaz de jurar que isto nunca vai lhe acontecer?”[i].Continue a ler »EBD: UM ENSINO PARA IMPACTAR VIDAS

IGREJAS EM BUSCA DE RELEVÂNCIA

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Apresentado a 12ª.  Assembléia da COBAP, Convenção Batista Amapaense, na Terceira Igreja Batista de Santana, em 19.11.11.

 

INTRODUÇÃO

Igrejas em busca de relevância se tornou uma preocupação na mente de tanta gente que dá vontade de perguntar: como elas sobreviveram até hoje, num mundo tão competitivo, sendo irrelevantes? Numa sociedade secularizada e massificada por valores contrários aos das igrejas, como elas ainda existem, crescem e ainda preocupam tanta gente que se sente incomodada com elas? Parece que igreja é o negócio mais irrelevante do mundo e que alguns descobriram agora como torná-la relevantes, funcionais e interessantes.Continue a ler »IGREJAS EM BUSCA DE RELEVÂNCIA

O PASTOR DO SÉCULO 21 – UMA REFLEXÃO NA ÁREA DA TEOLOGIA

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Preparada para a 1ª. Conferência da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Subseção Mesquitense, Mesquita, RJ, 9.9.11

 

INTRODUÇÃO

Falar para pastores e líderes sobre temas do momento provoca-me dois tipos de percepção. Um é que alguns pensam que precisamos entender o nosso tempo para nos encaixarmos nele e também encaixarmos nele a nossa mensagem. Parece que este é o sentimento mais comum. Já me deixei dominar por ele, em tempos idos. Outra percepção é que devo me firmar mais nas raízes bíblicas e encaixar o tempo em que vivemos dentro dele. É este o sentimento que me conduz.

Tempos atrás, falei num congresso de pastores de outra denominação sobre o tema “Como deve ser o pastor do século 21?”. Pus as cartas na mesa na primeira sentença gramatical: “Exatamente como deveria ser o pastor do século 20, o do século 18, o do século 15 e o do século primeiro”. E coloco as cartas na mesa, logo no início, também aqui. Nosso foco não deve ser um ajuste do que pregamos aos novos tempos, mas sim como pregar a mensagem de sempre aos novos tempos. Quando focalizou tempos futuros, os do fim, Paulo não prognosticou nenhum conteúdo diferente a Timóteo, mas exortou-o à firmeza: “Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que julgará todos os seres humanos, tanto os que estiverem vivos como os que estiverem mortos, eu ordeno a você, com toda a firmeza, o seguinte: Por causa da vinda de Cristo e do seu Reino, pregue a mensagem e insista em anunciá-la, seja no tempo certo ou não. Procure convencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência. Pois vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. E arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer a elas o que elas querem ouvir. Essas pessoas deixarão de ouvir a verdade para darem atenção às lendas. Mas você, seja moderado em todas as situações. Suporte o sofrimento, faça o trabalho de um pregador do evangelho e cumpra bem o seu dever de servo de Deus” (2Tm 4.1-4, NTLH).Continue a ler »O PASTOR DO SÉCULO 21 – UMA REFLEXÃO NA ÁREA DA TEOLOGIA

MODELOS E CRESCIMENTO DAS IGREJAS BATISTAS

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparada para o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Secção Pará – Palestra 3

INTRODUÇÃO

Associar crescimento das igrejas com um modelo eclesiológico me parece surrealista. Só é entendível que isto suceda porque vivemos numa sociedade que valoriza a tecnologia, tem forte viés iluminista, e vê a igreja como uma organização secular, sujeita às mesmas circunstâncias das organizações seculares. É um reducionismo simplista que vem desde Giovanni Vico, e que foi reforçado pelo Iluminismo. E encampado pelo marxismo. Disse Vico: “A natureza das coisas não é mais do que virem elas a ser em determinados momentos e de determinadas maneiras. Onde quer que as mesmas circunstâncias estejam presentes, surgirão os mesmos fenômenos e não quaisquer outros (´¦) refiro-me a esta verdade incontestável: o mundo social é certamente obra do homem; e daí se segue que se podem e devem encontrar os princípios deste mundo nas modificações da própria inteligência humana”[1]. A igreja tem sido vista como obra do homem e ficou sujeita a leis programadoras, num mecanicismo histórico, típico do marxismo. Achamos que podemos programar o crescimento das igrejas, e que isto acontecerá se reproduzirmos circunstâncias e situações. Se aplicarmos as técnicas certas, os resultados surgirão, independente do lugar ou das pessoas. Podemos fazer as coisas acontecerem. Basta sabermos fazer. Tendo acontecido, basta repetir em outros lugares. Isto é um reducionismo, que empobrece o evangelho e diminui Deus. Nesta visão secularizante, basta aplicar determinadas técnicas para que um organismo social cresça. Como a igreja é vista como um organismo social deve haver técnicas certas para seu crescimento.Continue a ler »MODELOS E CRESCIMENTO DAS IGREJAS BATISTAS

AUTONOMIA E COOPERAÇÃO NAS IGREJAS BATISTAS

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparada para o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Secção Pará – Palestra 2

INTRODUÇÃO

Começo por Sócrates: “Se queres conversar comigo, define tuas palavras”. E como dizia meu mestre em Filosofia, Dr. Purim, a qualquer pergunta que fizéssemos: “Bem, bem, bem vamos definir os termos!”. Definamos palavras e termos. Autonomia é a faculdade de se governar por suas próprias leis, por vontade própria. Deriva do grego autós, “próprio”, e nomós, “lei”. Cooperação é o ato de cooperar, “operar com alguém”. Não gosto de começar com definições, ainda mais de dicionários. Mas fiz assim para mostrar que os dois termos nada têm de conflitantes. Uma igreja autônoma pode muito bem ser uma igreja cooperante. E uma igreja cooperante não perde sua autonomia.Continue a ler »AUTONOMIA E COOPERAÇÃO NAS IGREJAS BATISTAS

POR QUE SOMOS BATISTAS HOJE

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparada para o Congresso da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, Secção Pará – Palestra 1

 

INTRODUÇÃO

Esta primeira palestra brota do coração. Sou batista. Não me envergonho de sê-lo e não pretendo deixar de sê-lo. Conheci o evangelho numa igreja batista. Foi por causa do ministério de uma delas que conheci Jesus Cristo como meu Salvador. Estudei num seminário batista, sustentado por igrejas batistas, e foi nele que recebi minha base teológica, e onde me apaixonei pela Teologia. Fui consagrado por um concílio de pastores batistas, a pedido de uma igreja batista, e sempre recebi sustento de igrejas batistas. O mínimo que posso ter pelos batistas é gratidão. Não vi incompatibilidade entre uma igreja batista e a essência do evangelho. Como nunca tive sonhos de ser megastar evangélico, não  pensei em carreira solo nem escrever meu nome em gás néon, permaneci como pastor batista. Já me é um título honroso e bastante pesado, por isso nunca aspirei a ser bispo, arcebispo, apóstolo, patriarca, cardeal ou outra coisa. Sempre pedi a Deus que me concedesse sensibilidade para distinguir entre minha frustração com pessoas e com a estrutura comandada por pessoas, e a denominação como um todo, com sua doutrina, sua história e seus princípios. Subordinei minhas birras pessoais (e sou birrento) à visão do todo. Afoguei minhas ambições pessoais, com a graça de Deus. Estou em paz com minha denominação, amo-a, e se ela não me ama pelo menos me tolera.Continue a ler »POR QUE SOMOS BATISTAS HOJE

A FOME DOS CRISTÃOS DE ZÂMBIA

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá em 26.12.2010

Li no site da ADIBERJ (Associação dos Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro) que “centenas de cristãos africanos estão prontos para ingressar no campo missionário. Mas infelizmente, muitos deles não têm recursos para fazê-lo”. Um missionário da Zâmbia queria evangelizar os muçulmanos, na Tanzânia. Precisava de US$ 500 para as despesas, incluindo um colchão, bicicleta e US$ 50 por mês. Sua igreja decidiu enviá-lo e para isso vendeu roupas e deixou de fazer a terceira refeição do dia. Após algumas semanas, conseguiu enviar o obreiro para o campo. Sobre sua fome voluntária de alimentos avulta outra fome, a de anunciar Jesus ao mundo.

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A MONARQUIA EM ISRAEL

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para a PIB de Nova Odessa, em 2 de julho de 2002

A visão bíblica sobre a monarquia em Israel é um pouco ambígua. Há duas posições bem nítidas, é forçoso reconhecer, sem escamotear a verdade. Uma é a que vemos no primeiro livro de Samuel. Em 1Samuel 8.6, ao receber o pedido do povo por um rei, ele se desgostou. Havia certa lógica em seu sentimento. Era o sacerdote, sem dúvida alguma, o grande sacerdote de Israel. A forma de governo era sacerdotal, e ele perderia parte de seu poder. Ele até viu como rejeição a si, pessoalmente, como lemos na palavra que Deus lhe dirige, em 8.7, que o agravo não é a ele, Samuel. Talvez isto explique, humanamente, o choque entre ele e Saul, que, no fundo, foi a luta entre um poder que saiu e outro que entrou. Mais ou menos como os conflitos que vemos, hoje, em igrejas que ficam sem pastor, e este chega e esbarra com um líder leigo que se acostumou em ser o centro de atenções e decisões e se sente desprestigiado. Houve um conflito de personalidades.

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PREPARANDO-SE PARA ACERTAR NO CASAMENTO


Uma palestra preparada e apresentada por Meacir Carolina Frederico Coelho, aos jovens da Igreja Batista em Maracaju – MS

INTRODUÇÃO

“As emoções compartilhadas/expressas são ingredientes essenciais nos relacionamentos saudáveis” (Gary Oliver). Quando se pensa em casamento, a preocupação é preparar-se para um relacionamento saudável. Não basta conhecer alguma coisa a respeito da outra pessoa. É preciso abrir o coração, dividir anseios e desejos profundos. Arriscar expor suas dúvidas, medos e inseguranças. Ou seja, compartilhar emoções. Para que assim aconteça, é preciso permitir que Deus renove mentes (1Co 2.16, Rm 12.2, Fp 2.5), cure emoções (Rm 14.1, Ef 4.26 e 5.1-2) e dirija escolhas (Rm 13.12, Ef 4.22-24, Fp 3.13).

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PECADOS VIA INTERNET

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Apresentado aos casais da Igreja Batista do Cambuí, em 11 de fevereiro de 2006

Há uma idéia corrente na sociedade de que tudo que é moderno é bom. O conceito de muita gente é que a ciência é a grande libertadora, a grande redentora, e assim, tudo o que ela nos traz é bom. A cultura brasileira recebeu forte influxo do positivismo, que via a ciência como a libertadora da humanidade. Entre nós este conceito, então, é mais forte. Está no nosso imaginário.

Entre as modernidades contemporâneas está a Internet. Ela nos facilita muito a vida, tanto em pesquisas, como em comunicação. Mas há a face oculta dos perigos e da podridão. Podridão mesmo. Este é o termo. Este tema brotou de uma reportagem da revista “Veja” sobre traição virtual. Não li na revista, mas li trechos no site. Não sei se li a reportagem toda, portanto. Mas li as cartas na edição seguinte da revista. Uma mulher se sentiu muito ofendida, e um homem teve problemas sérios para consertar o relacionamento conjugal, depois do envolvimento virtual. A grande ofensa para a mulher é que ela foi trocada por nada. Não foi por uma figura de carne e osso, outra mulher que competisse com ela. Ela poderia se comparar com outra mulher, mas como se comparar com uma figura abstrata? A irritação é compreensível. Quando uma pessoa é comparada com outra ou é trocada por outra, isto é injusto, mas tem base. Mas quando se é trocado por nada, como a pessoa se sente?

O fato de que não há envolvimento físico pode aplacar a consciência da pessoa e lhe dar a idéia de que não está fazendo nada de errado. Mas será que é assim?

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Os batistas diante da crise de identidade e da falta de unidade

Preparado para um encontro com pastores batistas em Governador Valadares, MG, no “Culto da Unidade”, no dia 14.12.9

Falei, poucos dias atrás, em um encontro doutrinário em Altamira, no coração da Transamazônica. Fiquei feliz por vários motivos. Conheci o último grande rio brasileiro que me faltava conhecer, o Xingu. Conheci Altamira. Voltei à Amazônia. Conheci pastores, colegas de ministério, gente fantástica, fazendo uma grande obra. Admirei-os, respeitei-os e invejei-os por não ser como eles. E também por falar de doutrina. A frequência foi muito boa, considerando a região e o assunto. Na realidade, foi surpreendente.

Hoje venho falar sobre este assunto. Será que os batistas estão acordando para a necessidade de união? Nosso ambiente anda bastante bagunçado. Cada um por si, cada um querendo fazer seu próprio ministério, desconsiderando os demais, com uma visão extremamente paroquial, por vezes, com visão de gueto. Há colegas isolacionistas, afastando sua igreja do convívio com as demais, omitindo-se da cooperação denominacional. Não sei é se medo, narcisismo, falta de visão do reino ou incapacidade de olhar além do seu umbigo. Aliás, preciso reencontrar um artigo que li, intitulado “Adoradores de umbigo”, em que o autor fala de obreiros e igrejas que só vêem seu jardinzinho. Somos congregacionais e enfatizamos a autonomia da igreja local. Mas sempre enfatizamos e prezamos muito a cooperação. Hoje há muita gente querendo fazer uma carreira pessoal, escrever sua história, e não a do reino.

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Jovens santificados fazendo a obra num mundo pós-moderno

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para os jovens da Igreja Batista do Bom Retiro, em Ipatinga, MG, e apresentado em 12.12.9

O tema é oportuno porque os jovens são uma força na vida da igreja, mas desmobilizada. Sua energia está sendo canalizada para o louvor, que muitas vezes é mero entretenimento, e não para o testemunho transformador da sociedade. Por isso, santificação é um tema extremamente necessário de se abordar.

Jovens cristãos devem ser santos sempre, e em qualquer cultura. O Novo Testamento faz apenas uma referência a eles. Está em 1João 2.14, e alude, em termos gerais, à santidade, embora não a citando: “(…) Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno”. Os jovens do tempo de João eram fortes, tinham a palavra de Deus permanente neles e venciam o Maligno. Isto é resultado de uma vida santificada. Não sei de quantos jovens se diria isto hoje.

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O Servo Hoje

Palestra preparada pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os diáconos da Igreja Memorial Batista de Brasília, e apresentada em 5.12.9

Tenho certo receio com temas que trazem o “hoje”. Anos atrás, uma denominação irmã me pediu para falar em uma formatura de seu seminário e me deu o tema “O perfil do obreiro de Deus necessário para os dias de hoje”. Preparei o trabalho, mas deixei claro que era o mesmo perfil do obreiro de ontem. Fui falar em um seminário de nossa denominação, em 1992, e me deram o tema “Como deve ser o pastor no próximo milênio”. Eu disse que deveria ser o mesmo do milênio em que estávamos. Outra palestra, e creio que para a ABIBET, foi “O papel do seminarista na igreja de hoje”. Segui a mesma linha: deve ser o mesmo papel do seminarista na igreja de ontem.

Explico-me. Não é rabugice, mas fruto de preocupação. Não invalido o tema nem discordo dos irmãos. Muito pelo contrário. Vejo o tema com satisfação porque expõe o desejo de querer servir hoje. O desejo de querer ser diácono hoje, mesmo com tantas mudanças que até colocam em xeque a diaconato, substituindo-o por conselhos, juntas, colegiados e colégio pastoral ou ministério colegiado. Estas coisas podem existir, mas o diaconato é bíblico. Minha preocupação é com um possível desvio de foco, de modo que o referencial seja o hoje, o momento presente, e não as Escrituras. O tempo atual é o espaço onde o diaconato se move, mas o perfil deve ser delineado pelas Escrituras, como tudo nosso. Contextualizar é bom, mas o norte deve ser dado pela Bíblia. Se sair dela, corre o risco de errar.

John McArthur Jr. disse que não se preocupava em conhecer em detalhes as heresias teológicas ou seculares, para combatê-las. Ele se aprofundava no estudo bíblico. Em princípio soou-me inusitado, mas depois entendi. Primeiro ele formava a cosmovisão bíblica. Depois é que fazia o aggiornamento, ou seja, a análise, a contextualização e a aplicação. É por isso que começo pela Bíblia e vou pincelando com nosso tempo, com o hoje.

UM PONTO DE PARTIDA – O PERFIL DO DIÁCONO

Meu ponto de partida é Marcos 10.45: “Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. Não farei um sermão aqui. Usarei o texto como ponto de conexão com o que julgo ser o perfil de um diácono. E explico.

“Ser servido” é diakonethenai, verbo derivado do substantivo diákonos. “Servir” é diakonesai, derivado do mesmo substantivo. Deu para entender por onde iremos. O perfil do diácono deve ser encontrado na pessoa de Jesus. Ele foi o maior de todos os diáconos. Os irmãos não remontam, em atividade, a Atos 6, mas aos evangelhos. O diaconato não começa com Estêvão, mas com Jesus. Porque a instituição diaconato fica de pé ou cai se for leal ao seu princípio básico, que é o serviço. E ninguém serviu como Jesus.

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Novos modelos de pregação

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os Pastores Batistas do Amapá, novembro de 2009

INTRODUÇÃO

As raízes históricas do púlpito bíblico estão em Esdras, em Neemias 8.4-12, cuja leitura faço agora: “Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão. E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. Então Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo povo, levantando as mãos, respondeu: Amém! amém! E, inclinando-se, adoraram ao Senhor, com os rostos em terra. Também Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube; Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas explicavam ao povo a lei; e o povo estava em pé no seu lugar. Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura. E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força. Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais. Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas”.

Esta é a forma que púlpito deve ter: um homem ler a Palavra de Deus, esclarecer o que leu, o povo entender, ser impactado, e depois se alegrar pelos efeitos da Palavra. E como vemos no versículo 13, a pregação verdadeira ainda produz efeitos depois: “Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei”. O povo quis mais da Palavra. O povo de Deus que é sério se extasia diante da Palavra, e quando a ouve quer mais.Continue a ler »Novos modelos de pregação

Os Grandes Princípios Batistas

  • por

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para um congresso doutrinário em Altamira, Pará, novembro de 2009

Vimos um pouco da história dos batistas. Vimos também que, a rigor, não temos um fundador da igreja batista, porque várias comunidades batistas começaram a pipocar na época do surgimento da primeira igreja batista no mundo. Nossa origem histórica pode remontar ao pastor John Smith e ao advogado Thomas Helwys, mas eles não criaram nossos princípios e nossas doutrinas. Vimos, também, certa confusão dos primeiros batistas exatamente por causa de não termos uma origem numa pessoa, mas ao redor de princípios. Os princípios já estavam lá e foram entendidos por várias pessoas, em vários grupos. O que tornou difícil remontar a uma origem proclamada num lugar, dia e mês, embora consideremos a igreja fundada na Holanda, em 1609, como a primeira igreja batista. Mas sabemos que há diferenças de interpretações, o que mostra não haver unanimidade, embora a maioria opte como optei.

Perguntemo-nos: o que direcionou os primeiros batistas? Por que eles surgiram? Vamos examinar os pontos principais balizadores dos batistas. Eles são a linha por onde andaremos. Examinado nosso passado histórico e nossa teologia, ouso apontar oito pontos principais, dentre vários. São eles: a suficiência das Escrituras, a liberdade de opinião, o batismo consciente de crentes, a segurança eterna dos salvos, as ordenanças (batismo e ceia), o sacerdócio universal de todos os crentes, a igreja local com governo congregacional autônomo, a separação entre os poderes civil e religioso.

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Compromisso básico na adoração

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Preparado especialmente pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para um encontro com músicos e interessados na música sacra, na PIB do Rio de Janeiro, dia 17.10.9

Foi Sócrates quem disse: “Se queres conversar comigo, define tuas palavras”. E dizia meu mestre, Dr. Purim, nos tempos áureos do Seminário do Sul: “Bem, bem, vamos definir os termos”. Evitarei, no entanto, as definições de dicionários. Elas manifestam, como citação, pobreza de conteúdo. Mas definirei do que falaremos.

Por compromisso, entendo um envolvimento responsável, que leva a firmar posições duradouras. Até aqui, tudo tranquilo. Por adoração não me refiro a entretenimento espiritual ou a um momento de cânticos. Adoração e louvor têm sido dimensionados em alguns segmentos como cantar corinhos e tocar instrumentos em alto volume, em ambiente agitado, enquanto algumas pessoas se exibem, e outras as coadjuvam, embevecidas. Mas o que queremos dizer com “adoração”?

UMA DEFINIÇÃO DE ADORAÇÃO

Cito uma observação de Bruce Shelley, respeitado teólogo americano, a quem tive o privilégio de receber em minha, casa em Brasília. Começo por este comentário:

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A vida espiritual do casal

Preparado e apresentado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

aos casais da Igreja Batista do Natal, Natal, RN, 17.8.9

INTRODUÇÃO

Vida espiritual do casal. O que significa isto? Irem os dois juntos à igreja? Realizarem o culto doméstico? Fazerem uma oração rápida na hora da refeição? Nossa mente logo se direciona para atos de espiritualidade, mas gostaria de lhes pedir atenção para outra linha: atitudes que o casal deve tomar. Os atos isolados ou específicos devem refletir uma atitude íntima tomada pelo casal, e é desta atitude que quero lhes falar nesta ocasião. As atitudes definirão os atos e lhes darão valor. Alistarei apenas quatro, mas que nortearão nossa conversa.

1. PRIMEIRA ATITUDE: CONSCIÚNCIA DA AUTORIDADE DIVINA

A primeira atitude a tomar é o reconhecimento de ambos que estão sob a autoridade divina. Sei que “autoridade” é uma palavra maldita em nosso momento cultural. Associa-se, indevidamente, com opressão. Por causa disso, além da excessiva ênfase que nossa cultura dá no “eu”, ninguém quer se submeter e todos querem exercer autoridade.  Mas eu falo da autoridade divina. O casal crente precisa ter a consciência de que está debaixo da autoridade divina. Ou seja, há alguém acima dos dois. Há alguém que cuida, sim, mas esse alguém cuidador julga e estabelece critérios para os relacionamentos. Não é papai Noel, mas o Senhor Deus.Continue a ler »A vida espiritual do casal

Falha humana e graça divina

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Uma palestra preparada e apresentada por Meacir Carolina Frederico, para as senhoras da Igreja Batista Nova Vida, Valparaíso de Goiás

“Um carregador de água levava ao seu rei dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta da vara a qual carregava atravessada em seu pescoço.

Um dos potes tinha uma rachadura e vazava muita água, enquanto o outro era perfeito. Foi assim por muito tempo. O carregador entregando um pote cheio e outro pela metade.

O pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição e sentia-se muito triste por ser incapaz de realizar o seu trabalho.

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Crises na vida do pastor e reflexos na família

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Preparado e apresentado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, em alguns encontros de Ordens de Pastores Batistas

INTRODUÇÃO

Para iniciar esta minha palavra, apresento minhas credenciais. Tenho dois filhos, um casal. Ele é diácono e ela é crente atuante, de testemunho evangelístico. Ambos têm cursos seculares, mas fizeram disciplinas avulsas na Faculdade Teológica Batista de Campinas. Ele ainda fez uma, na Faculdade Batista de Teologia do Amazonas. Minha esposa, após 37 anos de casados, ainda anota meus sermões. Registra todos os esboços em sua Bíblia. Costumo dizer que sua Bíblia tem mais palavras de Isaltino que palavra de Deus. Ela me leva a sério.

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A saúde doutrinária e espiritual da igreja

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho e apresentado no Congresso da Ordem dos Pastores Batistas Fluminenses, 7 de maio/2009

INTRODUÇÃO

Não me deterei em doutrinas específicas, nesta palestra. Falarei da saúde doutrinária e espiritual da igreja, sem entrar em questões particulares. Minha linha é esta: como ter uma igreja saudável, tanto doutrinária como espiritualmente, de modo que ela esteja razoavelmente imune a problemas de ordem doutrinária? Como dar estabilidade doutrinária à igreja, sem ser maçante? Como desempenhar o ministério de maneira que a igreja atravesse incólume o mar das novidades doutrinárias? Sempre procurei pastorear o rebanho com um projeto de trabalho que lhe desse saúde doutrinária, de modo a não sofrer com heresias. E com um projeto de trabalho que lhe desse saúde espiritual, de modo a crescer. Pastoreei igrejas que cresceram e que viveram sem traumas doutrinários. Quero falar um pouco disto.

Fui preletor em um congresso de jovens, falando sobre o assunto que me pediram. Encerrada a palestra, secundou-me o “dirigente de louvor” (?), que de chofre declarou: “Não me interesso por doutrina, só por Jesus!”. Pedi o microfone de volta, e com respeito e calma, perguntei: “Sem doutrina, que Jesus você tem?”.Continue a ler »A saúde doutrinária e espiritual da igreja

Tem Cuidado Da Doutrina

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho e apresentado no Congresso da Ordem dos Pastores Batistas Fluminenses, 6 de maio/2009

“Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino…” – 1Timóteo 4.16

INTRODUÇÃO

O Dr. Olavo Feijó tratou da primeira parte deste versículo, ao falar da saúde pastoral. Cabe-me falar da segunda parte, que é o pastor cuidar do ensino. O título de minha palestra é “Tem cuidado da doutrina” e a aparente discrepância entre texto bíblico e título da palestra será esclarecida daqui a pouco.

O conceito hebraico que corresponde ao nosso conceito de “doutrina” é leqâh, que traz a idéia de “o que se recebeu”. Pode ser uma herança ou um ensino, ou, ainda, uma tradição. Este termo se ajunta ao hebraico torah, que, desvestido do caráter sagrado que tem no judaísmo, tem a idéia de “um corpo de ensino revelado”. O primeiro termo parece ter um significado mais afável. O segundo parece ter um significado mais sagrado, mais canônico.

No Novo Testamento, a palavra é didaskalia, que no texto de nosso encontro, em 1Timóteo 4.16, foi traduzido pela Versão Revisada e pela Século 21 como “ensino” e pela Revista e Atualizada como “doutrina”.Continue a ler »Tem Cuidado Da Doutrina

Ministros Segundo Ló ou Ministros Segundo Abraão?

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Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho e apresentado como aula magna do Seminário Teológico Batista Goiano, 12.3.9

“Habitou Abraão na terra de Canaã, e Ló foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma” (Gn 13.12).

Nesta minha palavra desejo fazer uma comparação entre Abraão e Ló. Quero vê-los como dois tipos de pessoas com responsabilidades diante de Deus. Sem fazer uma exegese a fundo quero vê-los como dois tipos de ministros. Abraão foi para Canaã, terra que seria sua por desígnio divino. Sua ida já era uma antecipação das promessas de Deus. Ló foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma, onde veio a ser administrador, o que se deduz de estar sentado à porta de Sodoma. É um idiomatismo para designar o tribunal. Ele não era um pedinte, mas administrador de Sodoma. São duas perspectivas diferentes. A de Abraão é a do homem que não se preocupa em ter o melhor, porque descansa nas promessas de Deus. A ponto de deixar que Ló escolha o melhor. A de Ló é a do homem olha o material a ponto de passar por cima do que seria o direito do tio, homem mais velho. Na cultura patriarcal, isto era imperdoável.

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Casa de Oração ou Antro de Assaltantes?

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Discurso paraninfal do Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho aos bacharelandos

em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de Campinas,

em 7 de março de 2009


Eis o texto de Mateus 21.12-13, na Almeida Século 21: “Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali vendiam e compravam; e revirou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, fazeis dela um antro de assaltantes”. Não seguirei pelos vários usos deste texto em nosso meio. Analisá-lo-ei á luz do seu contexto. Jesus citou Jeremias, 7, onde o escopo é maior que a venda de bugigangas no templo, coisa, aliás, ainda em voga em nosso meio. Há seitas neopentecostais a vender bênçãos. É lhes raso vender quinquilharias.

Ao citar Jeremias, Jesus foi além do comércio no templo. Este era um dos aspectos da questão. O pano de fundo de Jeremias vivia-se no tempo de Jesus. E no nosso. Bem disse Durkheim: “A única lição que a história nos ensina é que não aprendemos nada das lições da história”. Por isso vejamos o assunto casa de oração x antro de assaltantes.Continue a ler »Casa de Oração ou Antro de Assaltantes?

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