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Isaltino

A Cruz e o Pináculo

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A Cruz e o Pináculo

Conhecia Helmut Thielicke do livro Mosaico de Deus. Comprei e comecei a ler As tentações de Jesus, também dele. O livro é bom: foram três edições em alemão.

Uma expressão sua me encantou (ouvindo-a, Meacir concordou: “Puxa, que lindo!”): “Deus aproxima-se silenciosamente, sem ser notado por ninguém, entra pela porta dos fundos do mundo, e repousa no estábulo de Belém”. O Deus silencioso! O mesmo Deus que respondeu a Elias contrariando a sua expectativa. Não veio como terremoto, vento despedaçador ou fogo, mas como brisa mansa e suave.

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Como conservar a unidade entre a diversidade

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Como conservar a unidade entre a diversidade

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para a Associação Batista Gonçalense, abril/2008

 

 

INTRODUÇÃO

            Amigo de correspondência, pastor de outra denominação, me indaga se os batistas não estariam melhores se houvesse um controle sobre as igrejas, para evitar problemas doutrinários como G12, por exemplo. Ainda não lhe respondi pois tinha muita coisa por fazer e a resposta demanda tempo. Além disto, esta palestra tocaria no assunto e me permitiria ter mais raciocínio para responder.

            Há em nosso meio um pensamento com tendência a um controle externo sobre as igrejas. É uma reação a alguns abusos que aconteceram em nosso arraial. Infelizmente, todos conhecemos casos de gente pouco honesta que mudou lentamente as doutrinas na igreja, até levar o patrimônio consigo ou para outro grupo. É lamentável. Mas não creio que policiar as igrejas seja a solução. Mesmo porque na doutrina batista, as igrejas são a denominação e são elas que devem controlar as instituições. Chamamos nossas instituições de denominação, mas denominação são as igrejas batistas e não as convenções. Foi em 1879 que se organizou a primeira igreja batista no Brasil, e a Convenção Batista Brasileira surgiu em 1907. Não foi a convenção que criou o trabalho batista no Brasil, mas as igrejas batistas que criaram a convenção. E não a criaram para tutelá-las, mas para servi-las.

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A questão da liturgia

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A questão da liturgia

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

INTRODUÇÃO

         Liturgia é palavra que nos vem do grego leitourgeía. Originariamente, o termo se usava para o serviço público.  Na democracia grega significava o serviço que um cidadão prestava ao povo. No Egito, na época dos Ptolomeus, significava o serviço público, inclusive remunerado. O litúrgico era o funcionário público.

         A LXX usa o termo para designar o serviço dos levitas no templo. A literatura grega-cristã a usou o termo liturgia para designar o culto cristão e seus ritos. Serviu para designar o culto público, em contraste com o culto privado.

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A igreja, mais uma família que uma instituição

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A igreja, mais uma família que uma instituição

 

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a Associação Batista Gonçalense, abril de 2008

 

            O tema desta palestra é o título de um capítulo do livro À igreja, com carinho, de minha autoria [1]. Mas não é um resumo do capítulo.  Segue na mesma linha e o complementa. Trata de uma necessidade da igreja contemporânea e adverte para um perigo que ela enfrenta, a descaracterização.

            Esta descaracterização já se nota na tentativa de definição. Tomemos a palavra de Jesus, “edificarei a minha igreja”, em Mateus 16.18. Não teremos dificuldades em afirmar isto: a igreja é de Jesus. Mas teremos dificuldades em definir o que é igreja. Ela é de Jesus, mas o que ela é, exatamente?

 

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Para onde vamos após a morte?

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Para onde vamos após a morte?

 

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para os pastores da Associação Batista Gonçalense, abril de 2008

 

INTRODUÇÃO

Saber o que nos acontece após a morte é uma curiosidade natural para quem crê na sobrevivência da alma. O materialista nada tem a especular aqui. Sua vida é pobre e se resume à sobrevivência física. Morrendo ele, tudo se acabou. Mas os que pensam em vida após a vida têm esta curiosidade. Para onde vamos após a morte?

A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira é clara neste tópico (como o é em todos os tópicos). Diz ela, no item 16, intitulado “A Morte”, na sua quarta afirmação: Pela fé nos méritos do sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser tragédia, pois ela o transporta para um estado de completa e constante felicidade na presença de Deus. A esse estado de felicidade as Escrituras chamam “dormir no Senhor”.  E alista as seguintes passagens bíblicas: Romanos 5.6-11 e 14.7-9, 1Coríntios 15.18-20, 2Coríntios 5.14-15, Filipenses 1.21-23, 1Tessalonicenses 4.13-17 e 5.10 e 2Timóteo 5.11. Vamos começar a partir daqui.

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E o Botafogo atropelou as forças ocultas…

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E o Botafogo atropelou as forças ocultas…

 

            Manchete do Globo Online, de 14 de abril: “Forças ocultas – astros apontam a dupla Fla-Flu na final da Taça Rio”. O Globo consultou representantes da numerologia, do baralho cigano e tarô sobre as finais da Taça Rio. E diz: “E deu Flamengo por unanimidade”.

            Segundo a numeróloga Norma Estrella: “O dia não será propício para o Botafogo”. Mais: o dia 13 possuiria vibrações de perdas que atingiriam mais o Botafogo que o Flamengo.

            Segundo Fernanda Luz, pelo baralho cigano, as energias estariam em desequilíbrio no Botafogo. E no Flamengo, seriam “energias de concretização”.

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O uso do Antigo Testamento na pregação contemporânea – Parte Um ? Uma Visão Equivocada

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O uso do Antigo Testamento na pregação contemporânea

Parte Um – Uma Visão Equivocada

 

 

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

INTRODUÇÃO

Quando fui professor de Homilética na Faculdade Teológica Batista de S. Paulo, nos anos setentas, pedi que os alunos da disciplina fizessem um levantamento da proporção de mensagens pregadas no Antigo e no Novo Testamentos. Fogem-me os dados, porque muito tempo já decorreu e porque nas mudanças muito papel se perde, mas recordo-me que a proporção estava em quatro sermões no Novo Testamento para cada sermão no Antigo Testamento.

 

                Deve ter havido uma mudança nesta situação. Há hoje uma pregação maciça no Antigo Testamento. Isto não é ruim em si mesmo. O ruim é que se vê muita pregação no Novo Testamento com este sendo analisado pelo Antigo. Está havendo uma supremacia do Antigo sobre o Novo não apenas em quantidade, mas como critério de interpretação. O Antigo tem interpretado o Novo e seus pressupostos teológicos têm sido empurrados para a Igreja, a comunidade do Novo. A Igreja precisa conhecer o Antigo Testamento, mas não precisa obedecê-lo. E, por favor, não me acusem de antinomismo. Na medida em que a palestra caminhar entenderão o que quero dizer, se já não entenderam logo. São inteligentes e não quererão fazer “pegadinhas”. Isto é coisa de meninos.

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O uso do Antigo Testamento na pregação contemporãnea – Parte Dois ? Buscando Acertar

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O uso do Antigo Testamento na pregação contemporãnea

Parte Dois – Buscando Acertar

 

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

INTRODUÇÃO

Na palestra anterior mencionei o volume de pregações no Antigo Testamento, ressaltando alguns equívocos que vêm sendo cometidos, como o da mera transposição do texto, o apelo à alegorização e a desconsideração de  um princípio teológico elementar, o da revelação progressiva.

 

Na presente palestra pretendo mostrar algumas maneiras de trabalhar o texto bíblico do Antigo Testamento em nossas mensagens. Um dos problemas que podemos ter em pregar mensagens nesta parte da Bíblia é que, mesmo com a exegese correta, a mensagem pode ser excelente para uma sinagoga, não para uma igreja. A questão é: como pregar o Antigo Testamento, como um pregador cristão, falando de Cristo para um auditório cristão? Chamei a atenção para o fato de que pregamos a Cristo e devemos ver que o Antigo Testamento dá testemunho de Cristo. Vamos por aqui, então. Quais os passos corretos?

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A Obra do Espírito Santo

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A Obra do Espírito Santo

 

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho para a aula inaugural da EBD da Igreja Batista do Cambuí, 6 de abril de 2008

 

 

INTRODUÇÃO

Qual é, exatamente, a obra do Espírito Santo? Há muita confusão em nossos dias sobre este assunto. Para alguns, vivemos na “era do Espírito” e ele se manifestou a algumas poucas pessoas, que lideram ministérios evangélicos que muitas vezes trazem escândalos,  e que vivem fora do controle das igrejas e dos crentes. Mas a Bíblia diz que Jesus é o clímax da revelação (Hb 1.1-2), e não o Espírito Santo. E que Deus escolheu a igreja, não ministérios específicos nem homens especiais, para manifestar sua sabedoria ao mundo e às potestades espirituais (Ef 1.10). O cristianismo é Jesus, não o Espírito. O propósito de Deus passa pela igreja, não por apóstolos autonomeados ou por ministérios cujas finanças ninguém acompanha e que são dirigidos de forma imperial.

 O Espírito Santo tem sido blasfemado por pessoas que dele se aproveitam para formar impérios ou levantar movimentos pessoais, à parte de qualquer controle dos crentes.

Qual é a função do Espírito Santo? Dar choque nas pessoas? Energizar o culto, trazendo euforia às pessoas? Levá-las a uma segunda bênção? Muitas afirmações são feitas, mas poucas têm embasamento bíblico. A resposta deve ser buscada na Bíblia. Afinal, em questões teológicas, se somos cristãos evangélicos, a fonte de autoridade não é a palavra de algum pastor iluminado ou o que alguém sentiu. Nossa fonte de autoridade deve ser sempre a Escritura Sagrada, a Bíblia. O testemunho que ela mesma dá a seu respeito é contundente: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Ela discerne nossos pensamentos e intenções, está acima deles. Ela é a verdade, no dizer de Jesus: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). O que ela diz ser a obra do Espírito Santo? Esta é a questão: o que a Bíblia diz?

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Cultura Inútil

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Cultura Inútil 

 

            Estava numa banca de jornal e me surpreendi com o volume de publicações. Desde bom material até lixo pornográfico, cds, um grande volume de revistas em quadrinhos e livros de auto-ajuda, tudo ensinando e tudo prometendo. Pornografia para todo tipo de doente.  Há excesso de informações, a maior parte desnecessária.  

            Entro na Internet e vejo as manchetes:

            “Paola  Oliveira e Mattar terminam namoro” (E daí? Quem são eles?).

            “Stephany Brito e Pato ficam noivos  em Paris” (Não sei quem é ela, mas precisou ir a Paris achar um pato?).

            “Pamela Anderson nua em festa” (Estava de fogo?).

            “Pierce Brosnan come feijoada no centro de São Paulo” (Da próxima vez experimente virado paulista!).

            “Alzira rompe com Juvenal Antena” (Puxa!)

            “Cantora Maria Rita revela que está namorando firme” (Sério?)

            Isto não é cultura. É fofoca. Muita gente consome irrelevâncias e se julga bem informada. Pensa que está sendo preparada para a vida, mas não sabe do essencial. Consome bobagem e é privada do fundamental. Isto é manipulação do sistema. Satisfaz as pessoas, na sua ânsia de saber, mas sonega-lhes o essencial. Por que as coisas são como são? Por que temos arrecadação de impostos tão alta e péssimos serviços médicos, educacionais e rodovias abandonadas? Por que pagamos impostos de primeiro mundo e temos serviços de terceiro mundo? Para onde vai o dinheiro? Por que tanta baixaria na vida política? É cabível a epidemia de dengue no Rio? Empanturram-nos de fofocas e sonegam-nos o essencial. Temos informações desnecessárias, análises irrelevantes, e ausência de uma abordagem séria que responda, esclareça e leve a população a exigir. A  banalidade é o “pão e circo”  de hoje.

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Correntes Teológicas Contemporâneas – Um Passar De Olhos

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Correntes Teológicas Contemporâneas – Um Passar De Olhos 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            O cenário teológico anda razoavelmente calmo, depois de algumas décadas de “furor”, com algumas correntes de destaque.  Tivemos as teologias secularizantes, de fundo existencialista, como a da morte de Deus, com expoentes como Altizer, Hamilton, Robinson, Vahanian, Van Buren e outros menos cotados. Veio a da esperança, de Moltmann, e sua quase gêmea, próxima a ela, a teologia da história, de Pannenberg.

A teologia da libertação foi a grande estrela dos últimos anos.  Com ela, a teologia saiu de salas de aula e gabinetes de teólogos para a mídia secular. Parte disto se deveu ao uso de categorias marxistas de pensamento como princípio hermenêutico, ou seja, como a ótica pela qual se interpreta a Bíblia. Como o marxismo é o ópio dos intelectuais, isso a projetou muito. Além disso, ela “pegou carona” no impulso dado pelas teologias secularizantes, porque sua cristologia se tornou em “jesuologia”, tomando o homem Jesus e não o Cristo, como referencial. Centrou-se no homem para os outros, o libertador social, o reformador, mais que no Salvador. O Reino de Deus se tornou reino dos homens e a evangelização se tornou luta política. Em termos gerais, é isso.

Passamos pela teologia situacional, de Fletcher, que mereceu, acertadamente, o título de ética da situação. Era mais práxis que teologia. Chamá-la de “corrente teológica” era uma impropriedade.

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O dia em que a fé acabou

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 O dia em que a fé acabou
 “Quando o Filho do Homem voltar, porventura encontrará fé na terra?” (Lc 18.8)

PR. DANIEL ROCHA
Pastor da Igreja Metodista em Itaberaba, e psicólogo (dadaro@uol.com.br)


Ano de 2025. O culto das 18 horas vai começar numa mega-igreja dentre muitas que se espalham pela cidade. A grandiosidade e beleza do templo confundem-se com os modernos shoppings. Dentro há grandes lojas, academia para os fiéis, salas de jogos e restaurante. O culto pode ser assistido de qualquer lugar da catedral, até mesmo da sala de jogos virtuais freqüentada pelos adolescentes. Finos telões de plasma espalham-se por salões climatizados e poltronas confortáveis.

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Shopping De Igrejas

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Shopping De Igrejas

 

            Lembro-me de uma pessoa, no início de meu ministério na Cambuí, que me disse ter mudado há pouco para Campinas e estava freqüentando as igrejas, analisando e vendo o que cada uma tinha para lhe oferecer. Depois escolheria uma para se filiar. Pastor rodado, conhecedor dos tipos de membros de igreja, desejei que Cambuí não fosse a “agraciada”. Felizmente não foi. Porque sei que pessoas que se supervalorizam e desejam que o mundo se encaixe em sua visão não são boas companhias. Geralmente azedam o lugar por onde passam, e logo precisam mudar de ambiente. Não se pode contar com elas para projetos sérios que não tenham sua grife pessoal. Estão sempre indo ao shopping de igrejas escolher uma que lhe seja mais agradável.

            Com esta mentalidade, “igreja” deixou de ser a comunhão dos salvos, onde os remidos se reúnem para adorar a Deus e testemunhar de Jesus, e passou a ser uma prestadora de serviços. A idéia de muitos cristãos é esta: sua fé em Cristo lhes deu um cartão de crédito sem limites estabelecidos e elas cultivam a cultura do consumismo espiritual. Não foram salvas para servir a Deus e à igreja de Cristo, mas para serem agraciadas e servidas. Impressiona-me como as pessoas se queixam de igrejas. Sou um pouco reticente quando alguém briga em sua comunidade e quer vir para a comunidade a que sirvo. Em vindo, será que não haverá o transplante de um problema? Porque pé de espinho é pé de espinho em qualquer canteiro… Não é a terra, mas a natureza da planta.

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Esperando Socorro

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Esperando Socorro

 

            Andei a reler um agradável livro, Super-heróis e a filosofia – verdade, justiça e o caminho socrático. Um de seus capítulos é de autoria de Felix Tallon e Jerry Walls, este professor de Filosofia no Seminário Teológico Asbury.  O capítulo se intitula “Super-homem e o reino dos céus: a surpresa da teologia filosófica”. Parece confuso? Vou clarear, prometo.

            Os autores falam das duas linhas de interpretação do mundo mais comuns no ocidente: o teísmo cristão (cristianismo) e o naturalismo. Este coloca toda a explicação do mundo nisto: não existe o sobrenatural. Apenas forças naturais. Não há Deus ou forças espirituais que interfiram no mundo material. Só há a matéria em movimento, governada por leis naturais. A religião é uma doença, uma infantilidade. O cristianismo afirma que há um Deus Criador, um Ser moral, com propósito, que entrou na criação na pessoa do homem chamado Jesus e que no fim intervirá definitivamente no mundo.

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Recuperando o que Perdera

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Recuperando o que Perdera

 

            Por conta das comemorações do seu 78º. aniversário, a Igreja do Cambuí trouxe dos Estados Unidos o casal Pr. Benjamin e Carol Geho. Eles trabalharam aqui por pouco tempo, na transição para o pastorado que exerço, mas deixaram marcas consideráveis. De Campinas, o casal foi a Brasília, pois trabalhou lá, na Faculdade Teológica (trabalhamos juntos também em Bauru).

            Como a vida é curiosa! Visitando um irmão, o Pr. Benjamin recebeu dele dois livros meus que estavam no espólio de um senador que eu desconhecia e que falecera. Um é A idade da razão, de Sartre, com meu nome carimbado, datado e localizado em Bauru. O outro, de Clarice Lispector, com meu nome carimbado, datado e localizado em S. Paulo. Recordei-me que em 1986, em Brasília, uma pessoa aparentada com um senador esteve em minha casa e me levou dois livros. Esquecera-me do fato e dos livros. Mas 22 anos depois os recuperei. Os tempos e eu mudamos e acho Sartre chato e A idade da razão uma obra ultrapassada. Sobre Clarice Lispector, não lembro o título do livro.  

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Um estudo sobre a igreja

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Um estudo sobre a igreja

Preparado pelo Pr. Isaltino G. C. Filho

INTRODUÇÃO

O que é, exatamente, uma igreja?

As respostas são as mais variadas possíveis, dependendo da visão de cada um. Por isto precisamos nos cingir o mais possível ao ensino das Escrituras. Nossos conceitos teológicos são determinados, em grande parte, por nossa visão denominacional e conceitos pessoais. Muitas vezes pomos na Bíblia o que queremos, em vez de tirar dela o que devemos. No presente estudo a preocupação não é mostrar o modelo batista ou denominacional, mas os padrões bíblicos que nos ajudarão a entender o que é a igreja.

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A Tripla Conversão do Cristão

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A Tripla Conversão do Cristão

 

            O teólogo Oscar Cullmann disse que os cristãos necessitam de três conversões. A primeira é do mundo para Cristo, o arrependimento. A segunda, para a igreja, o compromisso. A terceira, para o mundo, o testemunho. O termo “conversão” é usado no sentido de uma mudança radical na vida.

            Um cristão é um convertido a Cristo. Ninguém nasce cristão. Não se é cristão por nascer num país cristão. Aliás, não existe país cristão. Cristão é quem crê em Jesus Cristo e o segue. Esta conversão foi bem definida em João 10.27-28: “As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão”. O cristão ouve a voz de Jesus, é conhecido por ele, segue-o e tem a vida eterna, em segurança eterna.

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A Igreja do Cambuí, em Campinas

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A Igreja do Cambuí, em Campinas

 

                Com 1.031.887 habitantes (censo de 2004), Campinas é maior que muitas capitais. É a sede da Região Metropolitana de Campinas, que responde por 9,2% do PIB do Brasil (igual ao do Chile e superior ao do Estado do Rio). Aqui residem 30% dos cientistas brasileiros. Aqui estão excelentes universidades e um dos melhores centros médicos do Brasil. Das rodovias que cortam a cidade, quatro estão entre as dez melhores do Brasil.

                O Cambuí é o bairro mais charmoso e badalado de Campinas. Como disse alguém, “o Cambuí é uma grife”. Aqui foi estabelecida, há 78 anos, a “Segunda Egreja Baptista de Campinas”, com 14 membros. Neste tempo ela mudou seu nome para o do bairro, organizou nove igrejas, está no seu segundo templo, tem o projeto do terceiro, e vive um momento muito bom, de paz e progresso.

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Abençoamos ou Não?

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Abençoamos ou Não?

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

            A convite, apresentei à Convenção Batista Fluminense, em junho de 2007, em Cabo Frio, a palestra “O simbolismo judaico e as igrejas neopentecostais – a solução dada por esses grupos para matar ‘a sede simbólica das comunidades’”. Creio que foi publicado em “O Jornal Batista” (OJB nos. 43, 44 e 45, edições de 28/10/07, 4/11/07 e 11/11/07). Está também no site da Igreja Batista do Cambuí, que tenho o privilégio de servir pelo nono ano (www.ibcambui.org.br).

            Fiz a seguinte observação, no bojo das considerações:

 

Não faço a chamada “bênção apostólica” nos cultos da minha igreja. Até mesmo porque não vejo nenhuma bênção deste tipo no Novo Testamento. Usamos 2Coríntios 13.13 com um enorme floreio, em cultos especiais, mas sejamos honestos: não há uma ordem bíblica para repetirmos aquela frase que alguns ainda chamam de “bênção dos apóstolos”. É uma citação paulina, isolada e não repetida pelos outros apóstolos. Nós a tornamos de uso exclusivo do pastor, que levanta os braços para proferi-la.  Não costumo usá-la, mas, dominicalmente, dou uma bênção minha, como pastor, ao meu rebanho. É um momento do culto ansiado pelas pessoas. Começo dizendo: “Como seu pastor eu os abençôo em nome de Cristo…” e continuo com outras palavras. É um momento de profunda espiritualidade. Uma senhora me disse que ao ouvir a bênção, e sabendo que é de coração, ela a retribui, em voz baixa, desejando o mesmo para mim. Outra pessoa me disse que aquela bênção a ajuda a atravessar a semana. Uma família, que ficou sob a arma de seqüestradores numa noite, disse que se lembrou desta bênção pastoral para se sentir segura.

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Mudança Boa, Mudança Ruim…

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Mudança Boa, Mudança Ruim…

A Reforma Protestante mudou drasticamente o cristianismo degenerado da época. Ela devolveu a maneira correta de relacionar-se com Deus, razão de ser da igreja: ao invés dos sacramentos, pôs a ênfase na Palavra de Deus. O que habilita alguém para relacionar-se com Deus não são os sacramentos, administrados pelo clero. É a conformidade ao ensino da Bíblia. Ela testemunha de Jesus Cristo, tendo-o como centro e finalidade, e orienta sobre o propósito de Deus. Lutero deu a Bíblia ao povo e os protestantes se notabilizaram como o povo do Livro.

Os batistas surgiram nesta esteira. No cemitério dos pioneiros, em S. Bárbara do Oeste, SP, estão as sepulturas dos membros da primeira igreja batista no Brasil (organizada em 1871). Em quase todas há uma Bíblia esculpida. O povo nos chamava de “bíblias”, no passado.

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Cartões de Amor Mentirosos

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Cartões de Amor Mentirosos

 

            Nesta semana me amaram muito. Ao meu e-mail vieram oito cartões com declaração de amor. Era só clicar num ponto que eles apareceriam. Como a única pessoa que me enviaria cartões de amor estava comigo, obviamente era trambique. Que se confirmou quando vi um “atravez”  e um “finalisado”. A redação era péssima.

            Alguém queria invadir meu computador. Era o que se chama de “vírus” ou “trojam”. O invasor assassinou o português. Tirando esta falha, parecia certo. Meu endereço e nome estavam corretos, era a logomarca dos cartões, e apelava para um sentimento positivo. Todos gostam de receber declarações de amor! E as remetentes eram conhecidas: Carol, Patrícia, Renata, Sônia. Quem não conhece uma delas? Fosse Estrogominalda, quem ligaria? Tudo certo para engabelar o desavisado. Que clica e se dá mal. Podem apenas introduzir um problema no computador, mas podem capturar as senhas do usuário.

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A Carta aos Romanos

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IGREJA BATISTA DO CAMBUÍ

NÚCLEO DE ESTUDOS BÍBLICOS – NÚCLEO DO GUARANI

A CARTA AOS ROMANOS

Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            Estamos no ano 56-57 de nossa era. Após dez anos de intensa evangelização às margens do Mar Egeu, Paulo está em Corinto, na casa de um amigo, Gaio (Rm 16.23). Sua visão agora se volta para a Espanha. Ele não tinha disposição de edificar sobre fundamento alheio (Rm 15.20). Será uma grande oportunidade para ele, conhecer a fabulosa Roma. Embora fosse cidadão romano (sobre isto tratamos mais à frente) ele não conhecia a cidade nem os cristãos de lá. Esta era uma grande oportunidade para conhecer a igreja cuja fama se espalhava e compartilhar alguma coisa com seus membros (Rm 1.9-13).

A carta à Igreja de Roma foi ditada por Paulo (1.1), mas redigida por Tércio, um cristão de quem temos poucas informações, mas que era bem conhecido na época (16.22). Como começou esta igreja e quem levou o evangelho para Roma, nunca se soube ao certo. Uma pista nos é dada em Atos 2.10 (”forasteiros romanos”).  Baseados aqui, podemos crer que judeus que moravam em Roma foram convertidos a Cristo no dia de Pentecostes e regressaram para a cidade, levando a mensagem do evangelho. No 4º século, Ambrosiaster, um historiador secular e que era membro da igreja de Roma, expôs esta teoria. Parece a mais aceitável, hoje em dia. Mas deve se levar em conta que Roma era o centro do mundo, ponto de partida e de chegada para muita gente, e que o evangelho pode ter chegado lá por algum convertido de fora, sem participação de qualquer apóstolo.

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Mais Um Pouco Sobre Igreja

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Mais Um Pouco Sobre Igreja

Para muitas pessoas, “igreja” é um lugar aonde ir. Ou uma instituição ou uma organização. Alguém que dizia seguir a Jesus referiu-se assim à igreja: “Não tenho mais nenhum interesse nesta instituição”. Recebi e-mail de um ignoto, falando mal da igreja e se despedindo, pois se afastava. Sua carta, além de inconsistente, cheirava a ódio. Respondi a quem me encaminhou o e-mail: “Já vai tarde. Não fará falta alguma”. Nunca entendeu o que seja igreja.

Mas também recebi bom e-mail de uma ex-ovelha de Brasília, advogada, afeiçoada à nossa família e nós à dela. Ela se lembrava de uma frase que eu disse num sermão: “Se você procura uma igreja perfeita, quando a encontrar, não entre nela para não estragá-la”.

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95 Teses de Lutero

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AS 95 TESES AFIXADAS POR MARTINHO LUTERO NA ABADIA DE WESTMINSTER A 31 DE OUTUBRO DE 1517, FUNDAMENTALMENTE "CONTRA O COMÉRCIO DAS INDULGÊNCIAS"

 

Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade, discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. Padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.

 

Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

1ª Tese – Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos… etc., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto arrependimento.

2ª Tese  – E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo dos sacerdotes.

3ª Tese – Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificação da carne.

4ª Tese – Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida eterna.

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Lições Da Fomizelda II

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Lições Da Fomizelda II

 

            Fomizelda foi uma gata que Meacir e eu tivemos quando recém-casados. Tínhamos o Aristóteles e o Platão, e alguém, vendo que gostávamos de gatos, abandonou-a em nossa porta. Como estava faminta, nós a chamamos de Fomizelda. Era malhada, com o pescoço branco. Vimos uma sósia sua, terça de carnaval, no retiro dos jovens da Igreja do Cambuí. Fomos lá para ver se alguém precisava de carona para retornar.

            Saíamos da chácara onde houve o retiro, e a gata veio correndo pelo gramado, entrou na pista de saída, como campineiro atravessando rua (cabeça baixa, sem olhar nada), passou como um bólido à frente de nosso carro, entrou em outro gramado, subiu numa árvore, do alto olhou-nos com ar de satisfação, pulou para o muro que separava da outra chácara, e pulou para o outro quintal. Para continuar a corrida? De volta para casa? Sei lá, gatos são imprevisíveis.

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Colossenses, A Exaltação de Cristo

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Colossenses, A Exaltação de Cristo

 

Um estudo preparado por Meacir Carolina Frederico Coelho, para Mulheres Cristãs em Ação, da Igreja Batista do Cambuí

 

TEMA: TODA SUFICIÊNCIA DE CRISTO (Cl 1.15,17-19)

 

AUTOR , DATA E LUGAR DE COMPOSIÇÃO

·        Carta autêntica de Paulo. Todos da Igreja primitiva afirmam.

·        No século XIX alguns pensaram que a heresia refutada no capítulo 2 fosse o gnosticismo.

·        O gnosticismo dos mestres principais surgiu nos séculos II e III. Depois de Paulo.

·        As sementes do gnosticismo é que estavam presentes nas igrejas do século I.

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Propaganda Enganosa

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Propaganda Enganosa

 

Andando pelas ruas de São Paulo, chama a atenção a quantidade de templos que têm faixas afixadas na sua fachada. Normalmente são faixas de anúncios de trabalhos da igreja. Até aí nada demais. O problema está nas propagandas "enganosas", quando as confrontamos com o Evangelho de Cristo. Um exemplo bastante comum de faixa costuma prometer bênçãos, prosperidade, curas, milagres, e até mesmo casa própria. Nenhuma faixa traz a palavra "Arrependei-vos", que é a mensagem central do Evangelho.

 

Não temos nada contra as bênçãos. E eu creio que Deus tem bênçãos para dar, sim, mas não ao desobediente, ou ao que se esquece de Deus, ou ainda ao que O busca apenas para receber coisas. A Bíblia é muito clara: a bênção está ligada à OBEDIÊNCIA: "Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes…" (Dt 11.26-28).

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Não Me Engana Que Eu Não Gosto

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Não Me Engana Que Eu Não Gosto

 

            Em janeiro, Meacir e eu estávamos hospedados num hotel em Palmas. Eu ia pregar em algumas cidades do sul do Pará, e Palmas era o ponto de partida. De lá iríamos a Xinguara, Rio Maria, Tucumã e Redenção. Usávamos nosso fim de férias numa região que amamos, a Amazônia.

            Compramos um jornal local para ler. É bom ler sobre o local onde se está. Na primeira página, a prévia para disputa pela Prefeitura de Palmas. Uma mulher, Dona N, lidera com 23,63%, tanto na pesquisa espontânea como na direcionada. Numa página interna, uma auto-intitulada bruxa, lendo o tarô, faz previsões para 2008. Lugar comum. Fim e início de ano é a mesma bobeira.  

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Princípios para o Equilíbrio Financeiro

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Princípios para o Equilíbrio Financeiro

 

 Equilíbrio Financeiro  O desequilíbrio nas finanças tem sido fonte de grandes conflitos, angústias e estresses pessoais e familiares. Normalmente o problema não é porque ganhamos bem ou mal, pouco ou muito, mas porque administramos mal ou gastamos inadequadamente o pouco ou o muito.

 

Também, o descontrole financeiro pode ser gerado por desemprego, enfermidade ou calamidade inesperados. Não tenhamos medo de dizer que estamos em dificuldade financeira. Normalmente tememos enfrentar a raiva do cônjuge, ficar desacreditados diante da família e amigos, ouvir: “eu não te disse?”, ter que admitir descontrole e pedir desculpas.

         Reconhecermos a dificuldade e a encararmos seriamente é o primeiro passo para a recuperação. Fingirmos que ela não existe é tremendamente danoso (Pv.13.7).  
 Equilíbrio Financeiro

 

            Confiemos em Deus, busquemos dEle a solução e façamos a nossa parte (Pv.3.5-6, Pv. 10.22, Pv. 11.28). Existem alguns princípios que nos ajudam a manter em ordem nossas finanças:

 

1.         Vivamos de acordo com a nossa renda. Compatibilizemos nosso padrão de vida com o nível de nossa remuneração. Vivamos, se for preciso, com simplicidade e modéstia, mas com tranqüilidade. Podemos ser felizes, tendo o que necessitamos, mesmo não tendo tudo que gostaríamos. Aliás, ninguém tem tudo que quer. Programemo-nos a gastar menos do que ganhamos (80%). O controle das finanças deve estar com o cônjuge que tiver mais serenidade, bom senso e sabedoria para fazê-lo (Ec. 5.11, Ec. 7.11-12, Pv. 30.7-9).

 

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Não É Que Sou Luterano?

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Não É Que Sou Luterano?

 

            Preciso explicar bem, porque há gente que procura pelo em ovo. Há gente que cheira à fogueira! Alguns questionamentos que recebo por causa do que escrevo me deixam a dúvida: a pessoa é limitada ou é ranheta? Espere até o fim para saber o porquê do título.

            Dia 1 de janeiro Meacir e eu chegamos à igreja às dez  e meia. Vim fazer a pastoral de 6 de janeiro (“O mês do deus Janus”) e as comunicações, e ela, as ordens de culto. O tempo correu e decidimos almoçar na igreja. Sobrara muita comida da ceia de vigília. Comíamos na minha sala. Ela lia o Novo Testamento Judaico, que eu lhe elogiara. Eu lia Paixão pela verdade – a coerência intelectual do evangelicalismo, de McGrath.  Êta livro bom!

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