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Pastorais

A PALAVRA DESIMPEDIDA

 

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 10.4.11

 

“Enquanto Jeremias estava ainda preso no pátio da guarda, a palavra de Iaweh lhe foi dirigida uma segunda vez” (Jr 33.1). Os homens prenderam Jeremias para calarem a palavra de Deus que vinha por ele. O Senhor foi ao cárcere lhe falar.

Este fato nos ensina que a Palavra de Deus não pode ser calada. A mídia tenta, ironizando e depreciando a Bíblia. Regimes ateus e de religiões que temem o evangelho tentam. Satanás tenta. Mas a Palavra de Deus não morre. Sempre triunfa. O comunismo não a impediu. O ateísmo não a impede. O Islã não a impedirá. Deus nunca se cala. Vemos também que não se impede um servo de Deus de ter comunhão com ele. Prenderam Jeremias para ele não receber mais a palavra de Deus. Deus  foi lhe falar na prisão. Deus sempre está com seus servos. Não se detém Deus.

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O CULTO AO NADA

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 3.4.11

 

Neste semestre estou a ler a Bíblia na versão chamada Bíblia de Jerusalém. Gostei de Jeremias 18.15, assim traduzido : “Meu povo, contudo, esqueceu-se de mim! Eles oferecem incenso ao Nada…”. Judá estava cultuando o Nada, porque adorava a ídolos e todo culto que não seja ao Deus revelado nas Escrituras é culto ao Nada. Disse Paulo: “… o ídolo nada é no mundo…” (1Co 8.4).  Há quem adora ao Nada porque adora deuses que fez para si.

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A DECAPITAÇÃO DA IGREJA

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 27.3.11

 

Qual a sua reação se visse uma cabeça sem corpo, flutuando no ar? Ficaria extasiado ou correria? Bem, eu sairia correndo. Mas há gente querendo a cabeça sem corpo. São os que querem Cristo, mas não a igreja.

Não existe, no Novo Testamento, a possibilidade de ficar com Cristo e sem a igreja. Quem recebeu a Cristo foi tornado igreja. A conversão é individual, mas não individualista. É corporativa: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros” (1Co 12.7). A Bíblia diz para não abandonarmos a igreja local: “Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hb 10.25).

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PERDÃO PROFÉTICO OU PREGAÇÃO DO EVANGELHO?

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 20.3.11

 

Uma pessoa que têm o hábito de ser do contra disse que ao invés de enviarmos missionários para a África, devíamos pedir perdão aos africanos por causa da escravidão.

Tô fora! Nunca tive escravos. Sou branco, de cabelos e olhos claros, mas é acidente genético.  A mãe de meu pai, Vó Isaltina, era mulata.  Meus ancestrais maternos e paternos trabalharam como se fossem escravos, aqui no Brasil. Os paternos Gomes Coelho, portugueses, se acabaram no cabo da enxada. Os maternos Werdan Suhett, suíços, vieram a convite de D. Pedro, que queria evitar a “mulatização” do país. Foram iludidos e se acabaram no cabo da enxada. Nunca tive escravos. Nem meus ancestrais, portugueses e suíços.  Por que pedir perdão por algo que eles nunca fizeram?

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O DESMANCHE DAS INSTITUIÇÕES E A IDOLATRIA DOS LÍDERES

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da IB Central de Macapá, 6 de março de 2011

 

 

Fui ler O segundo mundo, de Parag Khana, no trecho sobre a Líbia, para tentar entender o que sucede naquele país. O autor é muito culto e claro. Tanto que consegui entender tudo o que ele escreve. Fiquei tão fascinado com o livro que o li todo.

Ele fala da cultura política da América Latina, de ter instituições fracas para que líderes sobressaiam. Ele associa as instituições fracas com ditadores “pais dos pobres”. Os latino-americanos sempre esperam socorro de líderes messiânicos. Desprezam instituições e endeusam líderes. Então, entendi algo que se passa no cenário evangélico: por que há um desmanche das instituições. Por que tantos líderes criticam as convenções estaduais e a Brasileira? Porque não lhes convêm instituições fortes. Elas atrapalham obreiros personalistas, que querem dominar a igreja, e não servi-la. E muitos tentam desmontar a igreja local. Porque quando ela se firma é uma instituição forte.

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MULHER FILÉ, MULHER MELANCIA, MULHER PEQUI´¦

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da IB Central de Macapá, 27.2.11

 

 

Ouvia o noticiário, enquanto me arrumava para sair. Ouvi que a “Mulher filé” fora assaltada e agredida. Ignorava esta. Sabia da Mulher melancia, e de outra cuja fruta não guardei. Deve haver mulher pequi (desculpem-me, goianos, mas o cheiro deve ser de doer).

 

Que pobreza! Mas é um quadro de nossa época. O valor da mulher é medido pelo volume de certas partes de seu corpo. E algumas se tornaram ridículas. A tentativa de algumas de terem os lábios de Angelina Jolie produziu mulheres deformadas.

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RUBI OU ESMERALDA

A Igreja Batista Central de Macapá completa jubileu de rubi (ou esmeralda). Surgiu como congregação em 1969, com cultos realizados pela irmã Ibéria Galvão em sua casa, na Mendonça Furtado, esquina com a Manoel Eudóxio Pereira, onde ainda está. Seu nome era Congregação Batista Luz do Evangelho.

Mais tarde, foi adotada pelos batistas bíblicos, com o nome de Congregação Batista Bíblica de Macapá, da PIB Bíblica de Vitória da Conquista, BA. Em 21.2.1971 foi organizada como PIB Bíblica de Macapá, pelo Pr. Gerson Rocha, com 15 membros, e filiada a Convenção Batista Bíblica da Bahia. A Central foi organizada por uma igreja da Bahia!

O Pr. Eurico Rabelo orientou a igreja a se transferir para a então Convenção Batista do Pará e Amapá, para ter assistência pastoral. Assim a Central foi adotada como congregação da IB Memorial de Macapá, em 1984. Poderia ter sido aceita diretamente na Convenção, mas seguiu este caminho. Mas é igreja desde 1971, embora o nome original fosse PIB Bíblica de Macapá. São 40 anos de existência.

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VAI ENTRAR PARA O CULTO?

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Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 13.2.11

 

Domingo passado preguei em Jeremias 7.1-6: “Vai entrar para o culto?”. O profeta recebeu ordem de pregar ao povo antes deste entrar no templo. Apresentei três divisões no sermão: 1. Vai entrar para o culto? Converta-se (v. 3); 2. Vai entrar para o culto? Livre-se da falsa religiosidade (v. 4); 3. Vai entrar para o culto? Conserte os relacionamentos sociais (vv. 5-6).

 

No último tópico falei de crentes que brigam, racham igrejas, não se submetem aos demais. Saem pisando duro, fraturam o corpo de Cristo, deixam amarguras. Depois vão adorar em outro lugar, como se nada tivessem feito. Lembram o cavalo de Átila: morre a grama onde pisam. Um colega falou-me de uma família de sua igreja que se faz ativa em todas as fraturas da igreja. Em todas as crises, nos últimos vinte anos, a família se fez presente. Mas ela se intitula de “família de adoradores”, por haver nela muitos músicos.

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SEGUIR A JESUS, O QUE É ISSO?

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 30.1.11

 

“Semana da recuperação dos bens”, “Tome posse da bênção”, “Aprenda a prosperar”, “Pegue aqui sua bênção”. Vi estes lemas em faixas em igrejas evangélicas. Competindo por clientes, elas procuram oferecer algo superior às demais. Isso é seguir a Jesus? É este o conteúdo do evangelho?

 

No “Jornal de missões” da CBB há artigos comoventes. Como o projeto missionário para ajudar crianças da cracolândia, onde surgiu a Igreja Batista Cristolândia. É um trabalho com os filhos dos dependentes químicos, traficantes e prostitutas da região. Vejo o projeto para desintoxicação feminina, recuperando viciadas. Uma igreja batista organizada em Belém, fruto do trabalho com os romeiros do Círio. Batismos efetuados por nossos missionários em Botsuana e Filipinas. Lançamento da pedra fundamental de um templo no Senegal e nosso trabalho no Paraguai. Uma igreja batista na Espanha, que investe 80% de seus recursos em missões.  O trabalho dos batistas brasileiros na Nicarágua, Ruanda, Haiti, Timor-Leste, e batismos na Itália, Moçambique e com muçulmanos.

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CULTO, O QUE É ISSO?

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 23.1.11

 

Domingo passado, o assunto foi “Igreja, o que é isso?”. Hoje, é “Culto, o que é isso?”. No outro domingo, “Seguir a Jesus, o que é isso?”.

 

Culto é mais que cantar, orar e ouvir a Palavra. Além dos atos, é a expressão da razão de ser da igreja. Amo evangelismo e missões, mas creio que a missão da igreja é a adoração. Ela existe em função de Deus (adoração) e não em função dos homens (proclamação). No céu não haverá perdidos a evangelizar, mas haverá igreja. Porque haverá Deus. Ele nos escolheu antes da criação, para vivermos com ele: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). Ao cultuar, a igreja mostra porque existe. Para adorar a Deus, para viver com ele, para ouvi-lo. Por isso, o louvor, a oração e a Palavra.

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IGREJA – O QUE É ISSO?

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 16.1.11

 

 

“Igreja” vem do latim ecclesia, que por sua vez vem do grego ekklesia. A idéia é de pessoas chamadas para fora de onde estão. Em mais de cem vezes que o termo aparece no Novo Testamento, nunca alude a um prédio, instituição ou organização. É sempre gente.

 

Seu primeiro uso foi por Jesus: “Edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). É possível verificar, pelo contexto geral, que seriam pessoas que o aceitassem (não um projeto seu, mas ele) e que se envolvessem com ele. Há quem se proclame testemunha de Jeová. Os seguidores de Jesus seriam “testemunhas de Jesus” (“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra” – At 1.8). Ser igreja é ser testemunha de Jesus ao mundo.

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O MITO DA INFORMAÇÃO

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 9.1.11

 

Li no UOL de 29.12.10: “Ellen Jabour caminha com o cachorro na orla da Barra, no Rio”. E esta: “Cachorro passeia pela Times Square usando botinhas e casaco”, sob a foto de um cachorro inglês. Um cão lord, não um vira-lata brasileiro. E, o que confirmou minha desconfiança com a mídia e as descobertas “científicas”: a foto de um dente, tão pequeno que cabia entre o polegar e o indicador: “Descoberta pode mudar a teoria da evolução”. Muito bem conservado, o dente nos remeteria a 16.000 anos atrás. Impressionante!

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FAÇA BOAS ESCOLHAS

“Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir…” (Js 24.15).

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IB Central de Macapá, 26.12.10

Israel ia entrar em uma nova etapa em sua vida. O líder da conquista de Canaã, Josué, sairia de cena: “Eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra…” (Js 23.14). Ele conclama o povo a reafirmar seu compromisso com Deus e o exorta a escolher a quem servir. Mas define: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

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PORQUE COMEMORAR O NATAL

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 19.12.2010

O natal tem sido combatido por alguns cristãos, que alegam que ele é a festa pagã do culto ao Sol. Estabanamento puro. Escolheu-se esta data, entre outras, porque Cristo é o sol da justiça (Ml 4.6). Outros combatem a árvore de natal, dizendo-a vir culto pagão às árvores. Mas a Bíblia se abre e fecha com a presença de uma árvore (Gn 3.9 e Ap 22.14). A prática veio de Lutero, que enfeitou uma árvore em seu quintal, para comemorar o natal.

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O JESUS MERCADORIA E O JESUS REAL

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 12 de dezembro de 2010

Herodes ficou muito contente quando viu Jesus, pois tinha ouvido falar a respeito dele e fazia muito tempo que queria vê-lo. Ele desejava ver Jesus fazer algum milagre” (Lucas 23.8)

O episódio vivido por Herodes mostra um contraste: o Jesus mercadoria e o Jesus real. Tendo ouvido falar de Jesus, Herodes esperou um “show” particular. É o Jesus mercadoria, que dá espetáculos estrondosos que entretêm o ocioso. O Jesus mercadoria é muito buscado hoje em dia por um mundo vazio. Ele distrai e não incomoda. É um produto para ser usado. Quem o compra tem direitos sobre ele. É um produto de consumo. Relaciona-se com ele em termos de “pago, uso, e deixo de lado quando não me interessa”. Jesus tem sido “coisificado” em muitos segmentos. É uma senha (“Esse nome tem poder!”) ou um conceito dentro do qual se projetam certas expectativas. Como Herodes: Jesus faria uns milagres para ele ver. Naquele fim do mundo, uma boa maneira de passar o tempo. Uns momentos de exibição particular de Jesus lhe ensejariam comentários: “Rapaz, eu vi o cara! Ele é bom mesmo!”.

Como não aceita dar espetáculo ou ser usado por alguém, Jesus se calou diante de Herodes. Não se dá a conhecer em festas de passar tempo. Apenas na submissão. Herodes não tinha. O Jesus real não é um bichinho de estimação ou o colega da rua de cima. Menos ainda algo que podemos usar. Muita gente conhece um Jesus que não é o real. É o seu Jesus pessoal. Alguém disse numa reunião de estudo bíblico: “Gosto de pensar em Jesus assim, ó…”. Projetava um ideal como sendo Jesus. Só há um Jesus de verdade, o do Novo Testamento. Não o da imaginação ou da expectativa. O “Jesus da história”, dos teólogos liberais, era ficção. Quando se analisa o Jesus deles, vê-se apenas um cavalheiro europeu, polido e melancólico. Projetaram-se nele. Como Herodes. Viu Jesus, falou-lhe, mas não conheceu o Jesus Senhor da história, Salvador do mundo. Pensou em alguém medíocre como ele.

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O PERIGO DE UM MAU INSTRUTOR…

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 28.11.10

Manhã cedo, vinha para a igreja, com Meacir. A Av. Pe. Júlio é nosso caminho (cá pra nós: a Lagoa dos Índios é linda!). Em frente ao Santa Lúcia há uma faixa de pedestres e um deles a atravessava. O Ford Ka branco parou em cima da faixa. Já vinha irregularmente, sobre a divisória entre duas pistas de rolamento. O motorista falava ao celular. O pior: era um veículo de auto-escola. Não é à toa que o trânsito é como é. Os instrutores não praticam o que ensinam. Assim, há alunos que aprendem macetes para conseguir a habilitação, mas que não sabem dirigir. Apenas fazem o carro andar. Os instrutores são cegos guiando cegos. Bem disse Jesus: “… se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco” (Mt 15.14).

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AFINAL, O QUE É UM EVANGÉLICO?

Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 21.11.10

Convidei alguém, em Macapá, a vir à igreja. Ele me disse que era evangélico. Perguntei qual sua igreja, pois não pesco em aquário. A resposta foi: “Renovada. Sou avivado!”. Perguntei onde ficava o templo de sua igreja. Não sabia. Morava em Macapá há dois anos e desconhecia o grupo do qual dizia ser. Afastara-se da igreja, deixara a esposa, vivia maritalmente, e cheirava a fumo e álcool. Mas era “avivado”.

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UM NOVO DEUS NO PEDAÇO

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 7.11.10

Balões de ensaio lançam um novo Deus no pedaço: o Estado. Ingênuos os ignoram ou acham que quem os vê é alarmista. Mas basta conhecer um pouco de história (não sou um historiador; apenas curioso) e ter alguma noção do rumo do pensamento humano.

O Apocalipse é um dos livros da Bíblia que mais leio e onde mais bebo. Ele me encanta. Trata da meta-história, a história além da que vivemos. Sem ser milenista, vejo nele a história da igreja e o triunfo do Cristo-Cordeiro, que virá encerrar a história.

Assisti a um filme, de feitura profissional, sobre o Apocalipse. João é mostrado banido com outros cristãos, em Patmos. O imperador romano se proclamara Deus. Com ele surgira uma nova era. De ódio aos cristãos. Não tolerava dissidência de opinião. Sua voz não podia ser questionada. A hostilidade foi grande quando cristãos recusaram a visão moral e religiosa do Estado.

Não sou alarmista. Centenas de artigos, dezenas de livros e de revistas provam isto. Mas vejo grande semelhança entre o Estado romano e o atual. Uma riqueza desonesta e indecente dos poderosos, culto ao poder e à matéria, o adultério como virtude, apologia do homossexualismo, o aborto como prática comum, desrespeito à vida e a divinização do poder civil. Que, personificado em César, não podia ser contestado. O culto ao poder civil divinizou o governante. Não cultuando o poder, os cristãos foram hostilizados. Primeiro, perseguidos. Depois, banidos. Por fim, mortos.

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O EQUÍVOCO DE LULA, FHC E DOS ANALISTAS POLÍTICOS

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 24.10.10

Incomodado com as críticas a Dilma por ser favorável ao aborto, o Presidente Lula criticou os que queriam, segundo ele, impor uma agenda religiosa ao Estado. Ajudaram-no alguns analistas políticos. Agora, o ex-Presidente FHC que perdeu uma eleição à prefeitura de S. Paulo porque, dizem, titubeou em dizer se cria ou não em Deus, também criticou o enfoque religioso da campanha.

Por dolo ou ignorância, Lula, FHC e os analistas erraram. Ao se posicionarem contra o aborto, evangélicos e católicos não discutiram religião. Não abordaram tema de fé: qual é a igreja certa, forma de batismo e doutrinas. Apenas afirmaram sua visão bioética (ética da vida) à luz de sua cosmovisão. Secularistas e ateístas querem impor uma visão fechada à sociedade, não de economia e política, mas de ética. A democracia abriga mais de uma visão e a dos sem Deus não pode ser alardeada e a voz dos que crêem em Deus não pode ser calada.

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ESGOTAMENTO EMOCIONAL

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Pastoral do boletim da Igreja Batista Central  de Macapá, 17.10.10

Antigamente se falava “esgotamento emocional”. Hoje se fala “estresse”, que alguns grafam stress.  Muitos de nós, mesmo sendo fiéis e tementes a Deus, nos estressamos por causa de contingências da vida.  O Dr. Thomas Holmes e alguns colegas de trabalho estudaram o esgotamento emocional e o mediram através do que chamaram de “unidades de mudança de vida”. Na escala que elaboraram, a viuvez valia 100 unidades de mudança de vida. O divórcio, 73 unidades. A gravidez correspondia a 40 e a reforma de uma casa a 25. O natal, que deveria ser um momento de tranquilidade, também pesava. Equivalia a 12 unidades.

Eles concluíram que pessoa alguma pode suportar, com suas próprias forças, mais de 300 unidades no período de um ano sem consequências físicas ou emocionais nos dois anos seguintes. Por vezes, com consequências sérias.

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PROVOCAÇÃO E PATRULHAMENTO

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 10.10.10

No boletim passado falei do livro “1822”, de Laurentino Gomes. Disse que lera seu livro anterior, “1808”, que trata da chegada de D. João VI, ao Brasil. Ele foi o único monarca europeu a morar na América. Reli trechos do “1808”, para ajuntar com as informações de “1822”.

Laurentino fala do Paço Imperial, onde D. João, como rei, despachou com os ministros. A antiga sala do trono está vazia. Vez por outra se usa para eventos culturais. Laurentino comenta um deles: “No começo de novembro de 2005, a sala do trono, no andar superior, onde D. João VI despachava com seus ministros, estava ocupada por uma exposição de artes plásticas em que rosários católicos espalhados pelo chão reproduziam o formato da genitália masculina. Ainda que seja da natureza da arte surpreender o desafiar o senso comum, a exibição desses objetos naquele local, que por tantos anos abrigou uma das cortes mais religiosas e carolas da Europa, se resumia a uma provocação de mau gosto” (p. 19). Não só mau gosto: grosseria.

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THOMAS JEFFERSON E JOSÉ BONIFÁCIO? FICO COM O SEGUNDO!

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 3.10.10

Ganhei e logo li o livro “1822”, de Laurentino Gomes. O subtítulo é “Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado”. Antes que algum depressivo diga que deu errado, afirmo que não. Quem lê o livro vê que, embora ainda haja muito por fazer, andamos muito!

Laurentino é brilhante. Já lera dele “1808”, com o subtítulo “Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”. Os dois livros ajudam a entender mais o Brasil e desfazem mitos radicados em nosso meio. Lembro de minhas professoras primárias, que diziam que somos um povo cordial e que a Independência foi tranquila, uma festa para os dois lados.  Mas correu muito sangue.

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“TEM QUE ESCOLHER: A BÍBLIA OU A BÚNÇÃO!”

Isaltino Gomes Coelho Filho

Fui a Rio Bonito, RJ, pregar na Associação Nova Betel. Lá, um colega contou de uma senhora de uma igreja neopentecostal (creio que ele a batizou depois) que questionou o fato de sua igreja não usar a Bíblia. Procurou um dos líderes e disse: “Por que não usamos a Bíblia? Os tradicionais a carregam e eu acho tão bonito! Eu queria trazer a Bíblia para a igreja!”. A pessoa não soube responder e foram falar com o pastor. Este afirmou: “Pra que Bíblia? Os tradicionais a têm, mas não têm a bênção! A irmã tem que escolher: a Bíblia ou a bênção!”. Que “pérola”!

A Bíblia é uma bênção. Basta lê-la para ver isso. Ela bafejou a cultura ocidental no que esta tem de melhor. Justiça, dignidade, preocupação com os pobres, respeito à mulher, cuidado com as crianças! Ela ensina sobre Deus, mostra quem é Jesus, tem promessas e acalenta a vida. É bálsamo na dor. Quantas vidas recuperou! Livro algum fez tanto pela humanidade! Os escritos de ateus e de céticos e a zombaria de desregrados nunca dignificaram alguém. Ela tem este poder porque é a Palavra viva do Deus vivo. É falsa a opção: a Bíblia ou a bênção. Ela é bênção!

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“IGREJA JÁ ERA! NÃO ME ACRESCENTA NADA!”

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            Esta frase me foi dita por um suposto crente em Jesus, cujo esporte predileto é jogar pedra na igreja.

            Tal pessoa não entendeu o que a Bíblia ensina sobre a vida cristã, não tem noção do que é igreja, e não se vê como serva, mas como consumidora a ser bajulada.

A igreja não existe em função de nós mesmos. Ela é um espaço de serviço a Deus e aos demais. Deus nos deu dons para usar em prol dos outros: “Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja” (1Co 14.12). Quem diz que “serve a Deus e não aos homens”, é enfatuado e não entendeu a vida cristã.

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POBRE ELISA…

Elisa é uma jovem que teria sido morta, e o principal suspeito é o goleiro do Flamengo, Bruno. Quando escrevo, ainda não se achou o corpo e Bruno não confessou o crime. Não emito opinião se ele é culpado ou não. Não sou investigador ou juiz. Sei o que saiu na mídia, o que não ajuda. Os repórteres são confusos nas perguntas, falam mal, cheios de “é”, ahn”, como um locutor da Band, que não emite uma frase corrida, além de ser discursivo e repetitivo.

A moça não tem culpa, caso tenha sido assassinada, de sua própria morte.   Mas caiu na ilusão de tanta gente, a da visibilidade. É pensar que, por aparecer na mídia, uma pessoa é mais importante ou melhor que outras. A revista “Veja” trouxe uma reportagem de oito páginas, em que o apelido de “Maria chuteira”, caçadora de jogadores de futebol, lhe é associado. São moças que procuram jogadores famosos.

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A primavera, a frustração do Pererê e do Tininim e a lição do Geraldinho (ou do Alan?)

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Isaltino Gomes Coelho Filho

Dia 22 de setembro, 2009. Termino minha leitura devocional e entro na Internet para ver as notícias. Sou informado que a primavera começa hoje, às 18h18min. Chega-me email de minha amiga Dra. Kátia Nichele, sobre a primavera. Respondo-a e caio nas minhas lucubrações (sempre quis dizer que lucubro! E às vezes sou lúgubre.).

Citei-lhe uma música que se cantava no Rio, na minha adolescência: “O Rio amanheceu cantando, Toda a cidade amanheceu em flor, Os namorados descem a rua em bando, Porque a primavera é a estação do amor”. Comento que o Rio não amanhece cantando, a cidade não amanhece em flor, namorados não andam em bando e qualquer estação é propícia ao amor. E aí mostro toda a minha erudição. Cito uma grande obra literária, o Pererê, do Ziraldo. Foi um gibi que saiu primeiro quando eu era adolescente, e depois quando moço. Tenho a coleção inteira do Pererê. Ziraldo não tem, e até quis comprar!Continue a ler »A primavera, a frustração do Pererê e do Tininim e a lição do Geraldinho (ou do Alan?)

Ética na família

Parece sem sentido falar de ética na família. O que seria isto, exatamente? Precisamos de ética no trabalho, na política, na vida com outras pessoas. Mas, na família? Seria alguém desonesto na família? Prejudicaria os outros, conscientemente? Fraudaria os demais?

Sem hesitar: sim.  Há uma grande necessidade de ética na família. Ela é, hoje, sabotada em um processo de desconstrução, em que se procura derrubar o que está estabelecido e nada deixar em seu lugar. Muitos cristãos colaboram para isso. Ela é dada como ultrapassada, como reacionarismo social e como opressora, por querer limites. Já observou o esquema das novelas? Os adultos são sempre mostrados como hipócritas, e os jovens como idealistas. Os jovens dão broncas homéricas em seus pais, que são figuras patéticas, sem rumo. Os jovens têm todos os direitos, e os adultos, todos os deveres.  Os jovens não têm deveres e os adultos não têm direitos. A mensagem é a mesma da década dos sessentas: “Não confie nos adultos, menos ainda em seus pais”. O objetivo é claro: destruir é establishment. Muitas das bandeiras sociais hoje desfraldadas já aparecerem na história. Não são bandeiras. São mortalhas.Continue a ler »Ética na família

Deus cuida dos pardais (mas eu dou comida para eles)

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Deus cuida dos pardais (mas eu dou comida para eles)

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

            Deixei o pastorado da IB do Cambuí após um período de quase nove anos e mudei-me para uma casa que possuo, no entorno de Brasília. Para deixar murchos os fofoqueiros de plantão: não fui mandado embora nem estou em pecado. Deixei o pastorado por questão de visão ministerial.

            A casa estava alugada e depredada. Reformá-la tem sido uma tarefa custosa e lenta, mas agradável. Minha rotina de vida, além de ver minha esposa gerenciar a reforma da casa (nisto eu sou bom: ver os outros trabalharem), tem sido múltipla. Dei-me um semestre sabático, que tem sido bom para todos nós. Tempo para ler, escrever, meditar, buscar a Deus, crescer espiritual e emocionalmente, curtir a família. Moro em frente à casa de meu irmão, o Pr. Isaías, e batemos longos papos. Moro a uma quadra da casa do meu pai e vemo-nos regularmente. E tenho mais tempo para mim e para Meacir.

            Readquiri um hábito de quando morei em Brasília anteriormente: dar comida a pardais. Começo cedo, com os farelos do pão do café da manhã. Comprei alpiste e painço, misturo-os, esfarelo miolo de pão e jogo na frente da casa, na calçada e na garagem. Se demoro, eles reclamam: vêm piar na porta da cozinha. Coloquei uma tigela com água para eles, porque os vi bebendo água que corria pela rua, oriunda de lavagem de uma varanda. Dei-lhes água limpa. A casa do mano é um sobrado e tem muitos beirais. Lá eles fazem o ninho. No Salmo 84.3, os pardais fizeram ninho na casa do Senhor. Aqui fizeram na casa do pastor. Atravessam a rua e vêm comer na minha casa. São pardais pastorais. Dormem na casa de um pastor e comem e bebem na de outro.

            Deus cuida dos pardais e de todos os passarinhos (Mt 10.29, Lc 12.6). Mas eu dou comida e água para eles. Da mesma maneira, Deus cuida de todos nós, mas por vezes se vale de outras pessoas. Deus vela pelo seu reino, mas se vale de nós. Como aconteceu com uma igreja que, em ocasião de forte vendaval, teve o telhado destruído.   O tesoureiro, no domingo seguinte, informou à igreja quanto ficaria reconstruir o telhado. Um valor elevado. E disse mais: “Tenho duas notícias, uma boa e outra má. A boa é que já temos os recursos para o novo telhado”. Estrugiram “Aleluia!” e “Glória a Deus”. Os pardais que moravam nos beirais que ainda existiam levantaram vôo. “A má”, disse ele, “é que os recursos estão nos bolsos dos irmãos”. Todo mundo murchou.

            Os recursos para a obra de Deus estão com o povo de Deus. Não precisamos de churrascos, bingos, rifas, e outras coisas para levantar recursos para a obra de Deus. Ele estabeleceu que são dízimos e ofertas. O dinheiro para a obra de Deus está com o povo de Deus.

            Uma menina, filha de um crente muito rico, disse certa vez, ao pai: “Pai, eu queria ser Deus”.  O pai, curioso, indagou: “Para que, filha?”. Ela respondeu: “Eu atenderia suas orações para que Deus cuidasse dos pobres usando o dinheiro que o senhor tem”.

            Deus cuida dos pardais que moram na minha quadra. Mas eu lhes dou comida e água. Deus cuida da sua obra, dos missionários, dos seminaristas, dos obreiros, das igrejas. Mas quem deve lhes prover os recursos são os crentes.

            “Meus” pardais estão felizes. Bem alimentados. Deus cuida deles. E eu faço o que posso. Faça tudo que puder pelo reino de Deus.

           

 

           

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