Pular para o conteúdo

Pastorais

Lições Da Fomizelda II

  • por

Lições Da Fomizelda II

 

            Fomizelda foi uma gata que Meacir e eu tivemos quando recém-casados. Tínhamos o Aristóteles e o Platão, e alguém, vendo que gostávamos de gatos, abandonou-a em nossa porta. Como estava faminta, nós a chamamos de Fomizelda. Era malhada, com o pescoço branco. Vimos uma sósia sua, terça de carnaval, no retiro dos jovens da Igreja do Cambuí. Fomos lá para ver se alguém precisava de carona para retornar.

            Saíamos da chácara onde houve o retiro, e a gata veio correndo pelo gramado, entrou na pista de saída, como campineiro atravessando rua (cabeça baixa, sem olhar nada), passou como um bólido à frente de nosso carro, entrou em outro gramado, subiu numa árvore, do alto olhou-nos com ar de satisfação, pulou para o muro que separava da outra chácara, e pulou para o outro quintal. Para continuar a corrida? De volta para casa? Sei lá, gatos são imprevisíveis.

Continue a ler »Lições Da Fomizelda II

Propaganda Enganosa

  • por

 

Propaganda Enganosa

 

Andando pelas ruas de São Paulo, chama a atenção a quantidade de templos que têm faixas afixadas na sua fachada. Normalmente são faixas de anúncios de trabalhos da igreja. Até aí nada demais. O problema está nas propagandas "enganosas", quando as confrontamos com o Evangelho de Cristo. Um exemplo bastante comum de faixa costuma prometer bênçãos, prosperidade, curas, milagres, e até mesmo casa própria. Nenhuma faixa traz a palavra "Arrependei-vos", que é a mensagem central do Evangelho.

 

Não temos nada contra as bênçãos. E eu creio que Deus tem bênçãos para dar, sim, mas não ao desobediente, ou ao que se esquece de Deus, ou ainda ao que O busca apenas para receber coisas. A Bíblia é muito clara: a bênção está ligada à OBEDIÊNCIA: "Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes…" (Dt 11.26-28).

Continue a ler »Propaganda Enganosa

Não Me Engana Que Eu Não Gosto

  • por

Não Me Engana Que Eu Não Gosto

 

            Em janeiro, Meacir e eu estávamos hospedados num hotel em Palmas. Eu ia pregar em algumas cidades do sul do Pará, e Palmas era o ponto de partida. De lá iríamos a Xinguara, Rio Maria, Tucumã e Redenção. Usávamos nosso fim de férias numa região que amamos, a Amazônia.

            Compramos um jornal local para ler. É bom ler sobre o local onde se está. Na primeira página, a prévia para disputa pela Prefeitura de Palmas. Uma mulher, Dona N, lidera com 23,63%, tanto na pesquisa espontânea como na direcionada. Numa página interna, uma auto-intitulada bruxa, lendo o tarô, faz previsões para 2008. Lugar comum. Fim e início de ano é a mesma bobeira.  

Continue a ler »Não Me Engana Que Eu Não Gosto

Não É Que Sou Luterano?

  • por

Não É Que Sou Luterano?

 

            Preciso explicar bem, porque há gente que procura pelo em ovo. Há gente que cheira à fogueira! Alguns questionamentos que recebo por causa do que escrevo me deixam a dúvida: a pessoa é limitada ou é ranheta? Espere até o fim para saber o porquê do título.

            Dia 1 de janeiro Meacir e eu chegamos à igreja às dez  e meia. Vim fazer a pastoral de 6 de janeiro (“O mês do deus Janus”) e as comunicações, e ela, as ordens de culto. O tempo correu e decidimos almoçar na igreja. Sobrara muita comida da ceia de vigília. Comíamos na minha sala. Ela lia o Novo Testamento Judaico, que eu lhe elogiara. Eu lia Paixão pela verdade – a coerência intelectual do evangelicalismo, de McGrath.  Êta livro bom!

Continue a ler »Não É Que Sou Luterano?

Revelado Pela Cruz

  • por

Revelado Pela Cruz  

  Sem. Ivan Fidelis dos Santos

 

            Fim de ano! Festas, reuniões familiares, férias, descanso, viagens, e tudo mais que nos proporciona esta data. Este ano, Ivone e eu decidimos mudar um pouco os padrões natalinos adotados em anos passados. Decidimos visitar algumas pessoas queridas que não encontramos nos últimos anos e somente depois viajarmos para Poços de Caldas onde passamos o natal e mais alguns dias na casa de meus sogros.

            No dia 23, à noite, recebemos uma notícia inesperada: um ladrão havia entrado em nossa casa e roubado um DVD, vídeo-cassete e um micro-sistem. Ivone, muito chateada, perguntou: “O que faremos?”.   Ao que respondi: “Confiaremos no SENHOR!”.  Não mudamos em nada nossos planos de férias. Tivemos um excelente natal em família e sucessivos dias de descanso.

Continue a ler »Revelado Pela Cruz

O Mês do deus Janus

  • por

O Mês do deus Janus

 

O primeiro mês do ano, janeiro, recebeu seu nome em homenagem ao deus romano Janus, que era retratado como tendo dois rostos antepostos. Um olhava para trás e o outro para frente. O nome do mês se associa à reflexão necessária pela época que o mês estabelece. É o início do ano, um momento adequado para se fazer uma retrospectiva de vida e um estabelecimento de objetivos para o novo ano. É uma transição mais emocional e mítica, porque qualquer época do ano é época de olhar para trás e para frente. Mas janeiro traz esta mística.

Continue a ler »O Mês do deus Janus

33 D.C. – O Ano que Transformou o Mundo

  • por

33 D.C. – O Ano Que Transformou O Mundo

 

            33 d.C. – o ano que transformou o mundo, de Colin Duriez, é um livro enriquecedor. O autor narra a história de dois homens: um judeu e um romano. O romano é Tibério. O judeu é Jesus. O romano não me interessa a não ser por ampliar horizontes. Meu foco é o judeu.

 

Nos últimos anos tenho me dedicado mais a ler, estudar e refletir sobre a pessoa de Jesus. Pus outros temas em segundo plano.  Tenho sido enriquecido com isto. Além de crer nele como meu Salvador pessoal, Senhor da história, o Deus encarnado, Jesus me fascina e intriga. Novos aspectos, novas luzes, novas discussões têm surgido envolvendo seu nome. Boa parte é bobagem pura, de grupos esotéricos de conteúdo ralo e pobre e de forças que agem nos bastidores tentando desmoralizá-lo. Isto apenas prova algo: a pessoa histórica de Jesus de Nazaré, que teve uma vida pública de apenas três anos, numa região obscura, num país inexpressivo, numa época atrasada, marcou o mundo para sempre. Quem se depara com sua figura tem que responder isto: “Quem foi este sujeito?”. 

Continue a ler »33 D.C. – O Ano que Transformou o Mundo

Finquemos Pé No Novo Testamento

  • por

Finquemos Pé No Novo Testamento

Domingo passado lecionei para as classes de jovens, adultos e de Teologia Sistemática. Foi um panorama do quarto evangelho, que estudaremos no trimestre. A revista foi escrita por “este que vos fala”, e um cdrom com sugestões didáticas foi entregue a cada professor.

 

Comentei que a transformação da água em vinho não foi o primeiro milagre de Jesus. Assim dizem Mateus, Marcos e Lucas. Para Marcos e Lucas foi um endemoninhado (Mc 1.23 e Lc 4.33). Mateus registra um leproso (Mt 8.1), mas pode ter sido o endemoninhado, pois antes dele Jesus efetuara muitos milagres (Mt 4.23).

Continue a ler »Finquemos Pé No Novo Testamento

Tô Nem Aí!

  • por

Tô Nem Aí!

Delane Souza

Diacono na PIB de Vitória, ES

 

Refrão de uma música que faz sucesso. Forma sincopada de “Não estou nem aí”. Significa que não dou importância, na ligo a mínima, desprezo, faço pouco caso, sou indiferente. Reflete o comportamento de boa parte da humanidade, o que é lamentável! Porém, mais lamentável ainda é que exista na igreja de Jesus Cristo, onde não deveria encontrar guarida, pois contraria Seus ensinamentos e ordenanças. Quando? Quando a Bíblia diz:

“Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hb 3.20), e eu tô nem aí! Converso, a boca é minha,  ninguém tem nada com isso, uso o celular, brinco com jogo eletrônico, escrevo bilhetes, passo torpedos e cometo outras irreverências;

Continue a ler »Tô Nem Aí!

O Tizé e o Timão

  • por

O Tizé e o Timão

 

            Quando eu era criança, meu pai teve um bar na Rua Ônix, em Rocha Miranda, subúrbio carioca.  Ele deu uma de cartola e criou um time de futebol, o Rio Ônix Futebol Clube. O time jogava aos domingos de manhã e eu, nos meus 10 anos, ia atrás. Várias vezes o time jogou onde ficam hoje as indústrias de Acari, na antiga Fazenda Botafogo. Ainda me lembro de passar na porta de uma casa e ver uma menina muito bonita, de cabelos cacheados. Vi uma foto de Meacir como menina, já casado com ela, e me impressionei com a semelhança. Seria ela a menina?  Pergunto isto porque era pela sua rua que passávamos. Mas voltemos ao Rio Ônix.

 

            Num jogo, meu pai forçou a escalação de meu tio Antonio José, que chamávamos de Tizé (aférese e apócope de tio José). Quando acabou, o Jarbas, craque do time, disse a meu pai: “Isaltino, não leva a mal, não. Teu cunhado é muito ruim. Ele bate na orelha da bola”. Do Tizé ao Timão, o Corinthians. Um dia desses vi lances do jogo Vasco e Corinthians. Que horror! Como se dizia quando eu era criança: “Que perebada!”. Menos pereba, o Vasco venceu. Mas foi triste. Como disse Jarbas: “Bateram na orelha da bola”.

Continue a ler »O Tizé e o Timão

Pondo o Foco no Lugar Certo

  • por

Pondo o Foco no Lugar Certo

 

Num de seus livros, Helmuth Thielicke conta de uma viagem aos Estados Unidos e sua ida ao edifício das Nações Unidas. Havendo lá uma capela, quis vê-la. O guia o corrigiu: “Ah, é a Sala de Meditações que quereis dizer!”. Thielicke o seguiu, pensando no nome singular: Sala de Meditações, não Sala de Orações. Orar não é meditar. Ao meditar, a pessoa fala consigo. Ao orar, fala com Deus. Aliás, isto explica as constantes crises do mundo. O homem fala demais consigo e pouco com Deus.

 

Ele viu a Sala de Meditações. Pintada de branco, com algumas cadeiras. Perguntou ao guia se alguém ia meditar ali. A resposta foi “não”. Tielicke olhou para o lugar onde deveria haver um altar (para nós o púlpito). Procurou uma cruz, uma Bíblia. Nada! Onde deveria estar o altar, o holofote punha seu foco sobre o vazio. Não sobre um altar, uma cruz ou uma Bíblia. Sobre o nada. E diz o teólogo luterano: “Os holofotes não sabiam em que direção dirigir seus raios de luz, e aos homens responsáveis convidados a esta sala, não se mostrava a quem dirigir seus pensamentos. Era um templo da mais horrível solidão, o campo de ruínas vazias de uma fé desaparecida há muito”.

Continue a ler »Pondo o Foco no Lugar Certo

Cuidado Com Piolhos

  • por

Cuidado Com Piolhos

 

                Em 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história da de Portugal e do Brasil, Laurentino Gomes narra a migração da corte de D. João VI para o Brasil, em 1808, quando Napoleão invadiu Portugal.  As mudanças sociais e culturais no Brasil foram enormes! O livro é muito bom e fornece uma excelente visão do Brasil no início do século 19.

 

                A viagem foi terrível, como ele narra, e a Princesa Carlota, suas filhas e damas da corte desembarcaram no Rio de Janeiro com as cabeças raspadas ou cabelos bem curtos, protegidas por turbantes, por causa dos piolhos adquiridos na viagem. As mulheres do Rio ficaram encantadas. Acharam que era a última moda na Europa. Cortaram seus cabelos e passaram a usar turbantes para imitar as nobres piolhentas.


Continue a ler »Cuidado Com Piolhos

A Bandeira do Brasil

  • por

A Bandeira do Brasil

Dia 19, segunda-feira, é o Dia da Bandeira Brasileira. Ela foi criada pelo decreto no 4, de 19.11.1889, preparado por Benjamin Constant, membro do Governo Provisório. O responsável pela sua criação foi o Prof. Raimundo Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil, ajudado por Dr. Miguel Lemos e Prof. Manuel Pereira Reis, catedrático de Astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi feito por Décio Vilares. Raimundo Teixeira e Miguel Lemos eram positivistas. Daí o lema “Ordem e Progresso”, síntese do positivismo.

 

As cores receberam uma interpretação curiosa: o amarelo é nosso ouro; o verde, as nossas matas; o azul, nosso céu; o branco, a paz.  Mas o verde representa a casa real de Bragança, do Imperador D. Pedro I; o amarelo, a casa real dos Habsburg, da Imperatriz Leopoldina. O círculo interno azul corresponde a uma imagem da esfera celeste, inclinada segundo a latitude da cidade do Rio de Janeiro, às 12 horas siderais (8 horas e 30 minutos) do dia 15.11.1889. A faixa branca é apenas lugar para a inscrição do lema "Ordem e Progresso". É a interpretação objetiva.

Continue a ler »A Bandeira do Brasil

Amigo é para se guardar do lado esquerdo do peito

  • por

Amigo é para se guardar do lado esquerdo do peito

Isaltino Gomes Coelho Filho 

                Tive a honra de ser o orador da assembléia da Convenção Batista Cearense, dias 2 e 3 de novembro, em Fortaleza. Muita coisa boa, mas o melhor foram as pessoas. Em  eventos assim é bom rever amigos. Revi o Pr. Abdoral, meu sucessor na PIB de Bauru, reeleito presidente da Convenção, e o Pr. Valdemiro Saraiva e família, ex-ovelhas na Cambuí. Revi o Chuck, da Missão Sem Limites, que construiu mais de 100 templos na Amazônia e completou o 200º., no Ceará. Mas o júbilo foi rever a Fernanda Collyer, que batizei menina, em Manaus, hoje moça vistosa, e um casal, Júnior e Ester, que batizei em S. Paulo. Fernanda e o casal se decidiram quando preguei e foram batizados por mim. O vínculo de afeto é muito grande. O pastor acaba vendo estas pessoas como filhas na fé, mesmo que elas tenham sido evangelizadas por outros. São fruto de outras pessoas, mas um pedaço nosso ficou nelas. E um pedaço delas em nós.

Continue a ler »Amigo é para se guardar do lado esquerdo do peito

Todo Mundo Odeia O Chris e Os Waltons

  • por

Todo Mundo Odeia O Chris e Os Waltons

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            “Todo mundo odeia o Chris” e “Os Waltons” são dois seriados. Eventualmente, na hora do almoço, assisto um trecho de “Chris”. “Os Waltons” é do início de minha mocidade. Lembro pouco dele, pois o início da minha mocidade está alguns anos atrás. E televisão tem efeito sonífero sobre mim.

 

            Não gosto do seriado “Chris”. Patrulhadores me acusarão de racista porque Chris é afro-americano e John Boy é branco (ou euro-americano?). Mas eu, qualquercoisa-brasileiro, não comento por questões de cor. A história de Chris é narrada por um garoto negro (copiando os Waltons, que era narrado por John Boy, loiro). Chris é um garoto legal, bom menino, que estuda, por imposição dos pais, numa escola de brancos. É hostilizado por um garoto robusto (gordinho é politicamente incorreto) e é sempre injustiçado, embora de comportamento elogiável. Tem um casal de irmãos. Impressiona neste lar de cinco pessoas a ausência de noção de grupo. São cinco individualidades. Seus irmãos são egoístas, sempre buscando vantagem sobre os outros. Os pais não têm gestos de ternura. Como os filhos, vivem em competição. Bem produzido, o seriado é envolvente, mas mostra (e nos leva a simpatizar com ela) uma família em que a noção de lar é subordinada a projetos pessoais e mesmo vivendo sob o mesmo teto são pessoas mesquinhas.

 

            Os Waltons foi exibido pela Globo nos anos 70 e 80. Seu tema eram laços de família (em Chris, não é a família, mas a individualidade). No final de cada episódio, a cena se repetia: “Boa noite, John Boy”, “Boa noite, Mary Ellen”. Todos se cumprimentavam com ternura. A história era narrada por John Boy, o mais velho dos sete filhos de John e Olivia Walton. Morando em fazenda e sendo pobre, o rapaz sonhava vir a ser um escritor. Mas havia um profundo sentido de solidariedade familiar no seriado.

Continue a ler »Todo Mundo Odeia O Chris e Os Waltons

?Por Jovens, Game Violento na Igreja?

  • por

“Por Jovens, Game Violento na Igreja”

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            Este é o título de um artigo no jornal O Estado de S. Paulo, de 21.10.7 (p. A-43). E diz assim: “Desesperados para atrair jovens fiéis, centenas de ministros e pastores dos Estados Unidos têm motivado preocupações e críticas com o uso de uma ferramenta de recrutamento incomum: o realista e violento videogame Halo”. O texto do Estado é confuso, e alguns não entenderão. O que se diz é que muita gente está preocupada com a atitude de alguns pastores nos Estados Unidos que têm patrocinado noitadas de um videogame violento para atrair jovens. Um participante, de 12 anos, disse: “Simplesmente é divertido explodir pessoas”. O jogo só é vendido para maiores de 17 anos!

 

            Falta saber o que tais pastores farão para atrair pedófilos, compulsivos sexuais, drogados, tarados de todo tipo, os loucos que saem atirando a esmo, e outros. Afinal, estão dando o que as pessoas querem! Mas as igrejas devem dar o que as pessoas precisam: a Palavra de Deus. Entende-se: boa parte das igrejas é orientada para o sucesso, e não para a fidelidade. Sua preocupação é: Como atrair pessoas? Que tipo de programa e de pregação devemos ter para que as pessoas sejam “clientes”?

Continue a ler »?Por Jovens, Game Violento na Igreja?

Eu Vi a Cruz!

  • por

EU VI A CRUZ!

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            EU VI A CRUZ! Era de cartolina amarela. Media cerca de dez por sete centímetros. Na parte de cima estava escrito o texto de Apocalipse 2.10: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Em baixo, um pequeno cordão. Esta cruz era um marcador de livro. Estava à venda em uma livraria evangélica. Custava um real.

 

            EU VI A CRUZ! Era de pedra sabão, muito bonita. Bem trabalhada, media uns vinte e cinco centímetros por quinze. Tinha um pedestal, uma base, também de pedra sabão, que permitia que ela ficasse de pé. Estava à venda numa feira de artesanato. Custava R$ 20,00.

 

            EU VI A CRUZ! Era de ouro puro, dezoito quilates. Media uns cinco centímetros por três. Havia uma lâmpada brilhando sobre ela, que repousava sobre um fundo de veludo vermelho escuro, ressaltando-a. Custava R$ 2.500,00 e era acompanhada por uma correntinha para pendurar no pescoço.


Continue a ler »Eu Vi a Cruz!

Assuntando em Icaraí

  • por

Assuntando em Icaraí

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

            Os eruditos filosofam. São filósofos como o mutante Mangabeira e a agora calada Chauí. O semi-erudito é um pensador. Eu, se muito, sou “assuntador”. Campineiro, apenas “assunto”. Mas, semântica à parte, vamos em frente.

 

            Três dias de folga no meio da semana! Que bom! Assim, “assuntava” na bela praia de Icaraí, na aprazível Niterói. Meacir e Nelya estavam na areia, filha deitada no colo da mãe e eu andando. Manhã tranqüila, eu identificando lugares. Um hotel onde fora hospedado em outra ocasião, dois restaurantes onde irmãos de igrejas da cidade me levaram, o apartamento de um jogador de futebol onde me hospedei, o restaurante onde almocei com minha irmã, quando ela voltou de Londres. Olhava o mar tranqüilo, o trânsito ordeiro, uma barca indo da Praça XV para Charitas, um avião alçando vôo do Santos Dumont… Que tranqüilidade! Que paz!

 

            De repente, um estrondo! Gritos, buzinas, apitos, banhistas correndo para a avenida. Um caminhão causara tudo.  A carga de canos deslizara para um lado, o caminhão tombou, fechando o trânsito. Carros amassados e gente machucada? Não sei, não fui ver. Não tinha como socorrer ninguém e seria mais um no tumulto atrapalhando quem podia ajudar. Guardas mantinham tudo sob controle e afastavam as pessoas.

 

Continue a ler »Assuntando em Icaraí

A Árvore dos Problemas

  • por

 

A Árvore dos Problemas

 

Isaltino Gomes Coelho Filho

 

Um dos “meus filhos espirituais” enviou este e-mail, que reproduzo, com permissão, na íntegra:


"Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda. O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu do seu carro furou. A serra elétrica quebrou. Cortou o dedo. E ao final do dia, o seu carro não funcionou. O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa. Durante o caminho, o carpinteiro não falou nada. Quando chegaram à sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família. Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos. Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.


Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou:

 

– Por que você tocou na planta antes de entrar em casa?

  

– Ah! Esta é a minha Árvore dos Problemas. Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa.
Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta Árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte. E você quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior."

Continue a ler »A Árvore dos Problemas

A Necessidade De Constante Auto-Avaliação

  • por

A Necessidade De Constante Auto-Avaliação

 

                        No livro O cristão e a cultura, Horton analisa a cultura contemporânea, desde seus fundamentos vindos do passado, e como ela afeta a igreja. Mostra que deveríamos marcar o mundo, mas é ele que nos dita um estilo de vida. Assim, a igreja é mundana.

 

            “Mundana” não significa usar jóias, enfeites, perfumes, ir a cinema e ouvir música profana. Significa aceitar as regras do mundo em seus critérios de avaliação. Uma das questões diz respeito ao rumo de muitas igrejas. Não são orientadas para a fidelidade, mas para o sucesso. O critério é empresarial: se o rol de membros aumentou, se as entradas e a freqüência cresceram, e não se a Bíblia tem sido ensinada e rege a vida da igreja e se ela tem crescido no conhecimento de Cristo. Estas coisas, que são certas (a primazia da Bíblia e Cristo na vida), não abafam o crescimento. Produzem o verdadeiro crescimento, pela conversão e não pela adesão. E levam à maturidade.

Continue a ler »A Necessidade De Constante Auto-Avaliação

O Artilheiro com as Garras de Wolverine

  • por

O Artilheiro com as Garras de Wolverine

 

      Li que Kleber Pereira, artilheiro do Santos, com 10 gols em 13 jogos, se inspira em Wolverine, membro dos X-Men, “para aprimorar seu faro de gol”. Diz Kleber: “Eu sou fã do Wolverine. Admiro a força dele e me identifico com seu estilo. É uma pessoa que está sempre brigando pelos seus objetivos. Acho que todos deveriam se espelhar em alguém vitorioso. O Wolverine é um cara ousado”.

 

      Acho que revistas em quadrinho são boas. Ajudam na leitura. Quando criança, eu tinha um bauzinho cheio de gibis, e os lia e relia. Os heróis da minha época eram Black Diamond, Flecha Ligeira, Hopalong Cassidy, Tom Mix, Gato Félix, Fantasma (o predileto). Os cinqüentões devem lembrar-se deles. Na adolescência veio o Pererê, relançado depois. Tenho a coleção da segunda fase. Ziraldo, seu autor, disse à minha filha que queria comprar minha coleção. Mais tarde conheci Asterix e Tintim. Um aluno da FTBB me emprestou o Groo, o herói mais burro do mundo.

Continue a ler »O Artilheiro com as Garras de Wolverine

Pode Ser a Sua Erva!

  • por

Pode Ser a Sua Erva!

 

            Nos seus tempos de Glorioso, o Botafogo teve um goleiro apelidado de Manga. Um grande goleiro, que jogou na seleção brasileira. Num jogo contra a URSS ele participou. Fui com outros adolescentes ao Maracanã para ver Yashin, a “Aranha Negra”, tido como o maior goleiro do mundo, em todos os tempos. Mas Manga roubou a cena. Bateu um tiro de meta na nuca de um soviético, a bola voltou e entrou em seu gol. Foi um jogo bizarro: 4 a 4. Manga dizia de si: “Sou um fenômeno”. Naquele dia mostrou que era mesmo.

 

            Vou emprestar (paulista não dá emprestado, toma) a frase de Manga: “Eu sou um fenômeno”.  Segunda-feira passada fiz chá de hortelã para mim e Meacir, deixei um canecão com água fervendo uma erva, quebra-pedra, e fui levar-lhe o chá. Por lá fiquei, até que meia hora depois reclamei do cheiro de erva queimada. Próximo a nós há alguns fumadores de uma erva maldita, a cannabis sativa, conhecida como “maconha”. Comentei com Meacir: “Hoje eles estão abusando! Esta é a pior que já queimaram! Como cheira mal!”. Cinco minutos se passam e o cheiro piora. Até que ela disse: “Tem panela queimando!”. Dei um salto: “Meu Deus!”. Fui do quarto à cozinha num pé só. A água secara e a erva incandescia e carbonizava no canecão. Desculpe, Manga, mas o fenômeno sou eu! Culpei a cannabis sativa alheia e era a minha phylanthus niruri, a quebra-pedra. E quase incendiei o apartamento.

Continue a ler »Pode Ser a Sua Erva!

A Glória de Ser Igreja

  • por

A Glória de Ser Igreja

 

            O Dr. Scott Horrel foi meu professor no mestrado, na FTBSP. Teólogo brilhante, bíblico e espiritual, ele foi uma bênção. Ministrou-nos o módulo “Uma cosmovisão trinitariana”. Ensinou como sustentar a fé cristã diante das grandes religiões universais e do materialismo, e a analisar estas religiões e o materialismo pela perspectiva da Trindade. Ele escreveu alguns artigos sobre a obra de Cristo, e inseri um de seus gráficos numa das apostilas de Teologia Sistemática que preparei para a EBD da Igreja do Cambuí.  

            Possuía dois livros seus, um deles com dedicatória. Entrando numa livraria teológica em Campinas, encontrei nova obra do Dr. Scott: A essência da igreja. Nem pestanejei para adquirir. O autor é brilhante, e igreja é minha segunda paixão em estudo, sendo a pessoa de Jesus o primeiro.


Continue a ler »A Glória de Ser Igreja

Ele

  • por

Ele

 

           Um amigo, Wasyl, conhecido por Basílio, me emprestou um DVD do holandês André Rieu, com sua orquestra e coro, em exibição ao vivo no Music Hall, de Nova Iorque. Meacir e eu vimos várias vezes, e nos encantamos. No Funiculi Funicula (os italianos da Cambuí conhecem bem) rimos muito. Meacir é neta de italianos (o pai foi gerado na Itália e nasceu no Brasil). Então, posso dizer, com respeito e carinho, que a italianada liberou geral. Cantou, bateu palmas, se esgoelou, fez tudo o que tinha direito. Mas vimos umas dez vezes o “Aleluia”, de Haendel, e “Amazing Grace”.

           No primeiro, com a orquestra e dois corais (o de Rieu e um de igreja de negros) e três tenores líricos, a gente fica arrepiado. Em “Amazing”, a gente chora. A apresentação é num teatro secular. Quando se inicia “Amazing”, um homem põe as mãos em atitude de oração, para surpresa de uma senhora ao lado. Os prolongados aplausos são ensurdecedores.

 

           “Amazing Grace” está no HCC. É o hino 314. Aliás, no site da Igreja, o Dr. Fernando Ascenso, de Portugal, nos brindou com um bom artigo sobre o hino. Eis a primeira estrofe:

Continue a ler »Ele

?Eu Tremi, Mas A Rocha, Não!?

  • por
“Eu Tremi, Mas A Rocha, Não!”

 

          Desconhecia o espanhol César Vidal, até que Meacir me deu dois livros dele. Ele é doutor em História, Teologia, Filosofia e bacharel em Direito. O primeiro livro é um tratado histórico sobre uma organização dita como secreta, mas que é apenas discreta, pois é visível. Vidal não a aprecia. O segundo é O crime dos illuminati, romance de fundo histórico, ambientado na Idade Média. O título espanhol é Los hijos de la luz, mas a palavra “crime” atrai muito, em português. 

 

          Neste livro, um intelectual protestante e um policial católico se tornam amigos. O policial, Steiner, nunca viu uma Bíblia e diz que lhe é proibido tê-la. O protestante, Lebendig, lhe dá uma, na língua dos dois, o alemão. A conversa resvala para religião. O policial, que sempre se impressionara com a segurança do intelectual, lhe pergunta se nunca teve dúvidas em sua fé, ou se já temeu.

 

Continue a ler »?Eu Tremi, Mas A Rocha, Não!?

Intelectuais de Cristo

  • por

Intelectuais de Cristo

 

                Fiz estudos sobre Daniel, na PIB de S. Carlos. Dias depois recebi mensagem de um participante, agradecendo e fazendo uma observação interessante. Impressionou-se com minha declaração de que a fé cristã não é suicídio intelectual, que não somos amebas comatosas, e que erudição e piedade não são incompatíveis.

 

                Doutor na área de ciências humanas, a pessoa é crente fiel, e se inquieta com a apologia do obscurantismo em muitas igrejas. Muitos acham que ignorância é sinal de fé. E que estudar atrapalha. Isto já surge na mente de alguns seminaristas. Ter fé é fraqueza intelectual e acadêmica. O “intelectual” deve ser herege ou viver em crise.

Continue a ler »Intelectuais de Cristo

Aos Pais

  • por

Aos Pais

Há poucas semanas, um pai se recusou a pagar fiança do filho bêbado, sem habilitação, que pegou seu carro sem autorização e foi detido. Segundo o pai, seria bom ele passar uns dias preso e refletir sobre a vida. Ao sair, o rapaz disse que aprendera a lição.

Na Internet, um site abriu as famosas consultas para desocupados dizerem sim ou não. Ou palpitarem. Um dos opinadores disse que o pai errara, porque filho é filho e os pais têm que dar apoio.

No Rio, marmanjos espancaram uma doméstica. Pensaram que era uma prostituta. Que raciocínio! Podem-se espancar prostitutas? O pai de um deles disse que os “mininu” não deviam ser presos, porque eram universitários e gente boa. Não eram “mininus” e sim galalaus de mais de vinte anos, freqüentadores de academias e, como universitários, deviam ser mais lúcidos. Deveriam estar mais preparados para a vida. Sugeriram que o pai, que não civilizou seu “mininu”, fosse preso em seu lugar. É óbvio que não. Adultos devem ser responsabilizados e apenados pelos seus erros (não “penalizados” porque “penalizado” é sentir pena).

Continue a ler »Aos Pais

Pedro Caíque, Reflexo de uma Geração sem Deus

  • por
Pedro Caíque, Reflexo de uma Geração sem Deus

                Li na Internet: “O recém-nascido Pedro Caíque, de sete meses de idade, foi encontrado morto dentro de uma residência, no bairro da Jatiúca, zona norte de Maceió. De acordo com a Polícia Militar de Alagoas, o garoto havia sido abandonado pela mãe, Tatiana Evelin de Sousa Sena, de 18 anos. Em depoimento, a mãe do bebê disse que alimentou o bebê por volta de 1 hora do domingo e saiu para uma boate em Jaraguá, quando retornou o garoto já havia falecido. Tatiana foi detida por abandono de pessoa incapaz e conduzida para a Delegacia de Plantão III, no bairro de Jaraguá. Segundo os policiais que efetuaram a prisão, ela tentou reagir e, juntamente com o tio Antônio Marcos Ferreira da Silva, de 22 anos, partiu para agredir os soldados”.

 

                Há mais: “Pedro era o quarto filho de Tatiana”. Com 18 de anos de idade, quatro filhos! Se quer viver em boates, por que teve quatro filhos? Devem ser bem pequenos. Uma “escadinha”. Precisam de uma mãe.

 

Continue a ler »Pedro Caíque, Reflexo de uma Geração sem Deus

Em Busca de Atalhos

  • por

Em Busca de Atalhos

 

            Algumas atividades demandam de seus praticantes boa capacidade de ouvir coisas surpreendentes. Mais que a dos brasileiros ouvindo sandices de alguns ministros e assessores políticos. Advogados, médicos, psicólogos, psicanalistas, padres e pastores ouvem coisas surpreendentes. Mas recebem orientação para o silêncio, e se acostumam. Quando externam é porque foi demais…

                Foi assim que entendi a fala de um médico procurado por meninas com menos de 16 anos, obesas, que queriam fazer cirurgia de redução de estômago. Não adiantava ele dizer que era caso de dieta e reeducação alimentar, quebrando maus hábitos alimentares. Elas queriam emagrecer sem sacrifício. Sem disciplina, sem método, sem contrariedade. Queriam comer e beber de tudo, até não poderem mais, e continuar magras. Queriam um atalho para emagrecer.

Continue a ler »Em Busca de Atalhos

Irmãos na Fé ao Redor do Mundo

  • por
Irmãos na Fé ao Redor do Mundo

            Ler A jornada, livro mais recente de Billy Graham, edificou-me muito.  Ele expressa amor e gratidão pela vida de Ruth, sua esposa (recém falecida), e manifesta, em cada linha, uma profunda vivência com Deus. Parece que cada página foi regada por oração. Quanta espiritualidade! É mesmo um homem de Deus!

 

                Na página 128 há o tópico “Através do mundo”, no qual ele narra três das suas experiências que mostram a fraternidade em Cristo que há em todo o mundo. Em 1959, auge da Guerra Fria, ele foi a Moscou como turista. Aproximou-se nervoso da mulher da imigração. Ela examinou cuidadosamente seu passaporte. Depois, olhando cautelosamente ao redor, certificando-se de que ninguém os via, deu-lhe um grande sorriso e em silêncio apontou para cima, no sinal cristão de “O Caminho”. Diz ele: “Em meio ao feroz ateísmo da União Soviética, ela era uma companheira crente em Cristo”.

 

Continue a ler »Irmãos na Fé ao Redor do Mundo

RSS
Follow by Email
YouTube
WhatsApp
URL has been copied successfully!