Pular para o conteúdo

O JESUS MERCADORIA E O JESUS REAL

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IBC de Macapá, 12 de dezembro de 2010

Herodes ficou muito contente quando viu Jesus, pois tinha ouvido falar a respeito dele e fazia muito tempo que queria vê-lo. Ele desejava ver Jesus fazer algum milagre” (Lucas 23.8)

O episódio vivido por Herodes mostra um contraste: o Jesus mercadoria e o Jesus real. Tendo ouvido falar de Jesus, Herodes esperou um “show” particular. É o Jesus mercadoria, que dá espetáculos estrondosos que entretêm o ocioso. O Jesus mercadoria é muito buscado hoje em dia por um mundo vazio. Ele distrai e não incomoda. É um produto para ser usado. Quem o compra tem direitos sobre ele. É um produto de consumo. Relaciona-se com ele em termos de “pago, uso, e deixo de lado quando não me interessa”. Jesus tem sido “coisificado” em muitos segmentos. É uma senha (“Esse nome tem poder!”) ou um conceito dentro do qual se projetam certas expectativas. Como Herodes: Jesus faria uns milagres para ele ver. Naquele fim do mundo, uma boa maneira de passar o tempo. Uns momentos de exibição particular de Jesus lhe ensejariam comentários: “Rapaz, eu vi o cara! Ele é bom mesmo!”.

Como não aceita dar espetáculo ou ser usado por alguém, Jesus se calou diante de Herodes. Não se dá a conhecer em festas de passar tempo. Apenas na submissão. Herodes não tinha. O Jesus real não é um bichinho de estimação ou o colega da rua de cima. Menos ainda algo que podemos usar. Muita gente conhece um Jesus que não é o real. É o seu Jesus pessoal. Alguém disse numa reunião de estudo bíblico: “Gosto de pensar em Jesus assim, ó…”. Projetava um ideal como sendo Jesus. Só há um Jesus de verdade, o do Novo Testamento. Não o da imaginação ou da expectativa. O “Jesus da história”, dos teólogos liberais, era ficção. Quando se analisa o Jesus deles, vê-se apenas um cavalheiro europeu, polido e melancólico. Projetaram-se nele. Como Herodes. Viu Jesus, falou-lhe, mas não conheceu o Jesus Senhor da história, Salvador do mundo. Pensou em alguém medíocre como ele.

Como o Jesus real não se encaixou na sua perspectiva, de um Jesus mercadoria, mero entretenimento, Herodes o desprezou A busca de entretenimento espiritual leva a desconhecer o Jesus real. Quando se tem uma visão equivocada de Jesus é fácil desprezar o Jesus real.  Muita gente está perdendo o Jesus real, desprezando-o (e, assim, ao seu próprio destino) porque Jesus não se enquadrou no seu esquema. Quem procura o Jesus festivo, oferecedor de um momento de descontração que alguns chamam de culto, acabará desprezando o Jesus real. Para Jesus, não fará diferença. Mas para a pessoa fará toda a diferença!

O Jesus real é o do Novo Testamento. Não é mercadoria nem passatempo. É o Senhor Crucificado e Ressurreto, Ascenso aos céus, de onde virá em poder e glória. Não é um reformador social, nem um educador de consciências, ou mestre de ética. É o Senhor. Vê-lo de outra forma é errar, como Herodes.

Jesus não pode ser visto como entretenimento ou como pretexto para alguns momentos agradáveis, cantando músicas que nos fazem bem. Não é apenas um nome para avalizar nossos pedidos egoístas. Nem é a fada-madrinha, que nos dá tudo. É o Senhor, que não aceita especulações sobre ele nem se revela a curiosos. Só a pessoas rendidas a ele.

Jesus entretenimento, não. Jesus mercadoria, também não. Apenas o Jesus Senhor, o nome sobre todo nome. Veja-o assim e você o conhecerá.

RSS
Follow by Email
YouTube
WhatsApp